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CAPÍTULO 3 FASE II DOS PROJETOS A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Classifi car as fases subsequentes do projeto. Constituir a qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos e aquisições do projeto. Esquematizar a gestão da qualidade, recursos humanos e comunicação dos projetos. Distinguir a gestão dos riscos e aquisições dos projetos. 88 Elaboração de Projetos Empresariais 89 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 CONTEXTUALIZAÇÃO Você acompanhou até aqui a primeira fase do desenvolvimento de projetos, que consistia no gerenciamento da integração, do escopo, do tempo e dos custos, visto que esta é uma parte do gerenciamento de projetos citada pelo guia PMBoK. Neste capítulo iremos dar continuidade no gerenciamento de projetos, que consistirá no gerenciamento da qualidade que objetiva que o projeto seja concluído dentro da qualidade esperada e dentro dos padrões e conceitos de qualidade. Veremos como é o gerenciamento dos recursos humanos dentro do projeto. Estes, por sua vez, têm como objetivo central a melhor utilização do capital humano envolvido no projeto, já o gerenciamento da comunicação tem por fi nalidade garantir que todas as informações cheguem no tempo e para as pessoas certas. Assim como o gerenciamento dos riscos, que faz parte do gerenciamento e que objetiva justamente a diminuição destes riscos, já que projetos envolvem, além de dinheiro, reputações dos envolvidos, e quanto menor for o risco e melhor administrado, maior o sucesso do projeto. E, por fi m, veremos o gerenciamento das aquisições de um projeto, que objetiva garantir que todo elemento externo participante forneça o produto ou serviço para o projeto. Boa leitura! QUALIDADE DO PROJETO Antes de entrar na qualidade do projeto, vamos relembrar rapidamente o conceito de qualidade, que, segundo Maximiano (2009, p. 57), “indica uma das principais medidas do desempenho das organizações e faz parte do dia a dia do vocabulário dos administradores”. E dentre os muitos signifi cados apresentados para qualidade, o autor enfatiza a tradução em “excelência, especifi cações, conformidade e adequação ao uso”. Este conceito é representado no quadro a seguir. 90 Elaboração de Projetos Empresariais Quadro 6 – Conceito de qualidade EXCELÊNCIA O melhor que se pode fazer, o padrão mais elevado de desempenho em qualquer campo de atuação. ESPECIFICAÇÕES Qualidade planejada. Projeto do produto ou serviço. Defi nição de como o produto ou serviço deve ser. CONFORMIDADE Grau de identidade entre o produto ou serviço e suas especifi cações. ADEQUAÇÃO AO USO Qualidade de projeto e ausência de defi ciências. Fonte: Maximiano (2009, p. 58). Como você pôde ver no quadro anterior, a qualidade está presente em nosso dia a dia, e é a constante busca por fazer sempre melhor, superar as expectativas e trabalhar além do que se espera. Dentro da gestão de projeto o conceito se aplica da mesma forma, é a busca pela garantia de que o projeto será concluído dentro do esperado, garantindo a satisfação das necessidades dos envolvidos. Ainda Marshall et al. (2010, p. 17) descrevem que: Qualidade não signifi ca apenas o controle da produção, a qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso de ferramentas e métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada. Num sentido mais amplo, o conceito de qualidade total ou de gestão da qualidade passou a signifi car modelo de gerenciamento que busca a efi ciência e efi cácia organizacionais. Vargas (2003, p. 73) afi rma que essa necessidade e exigência de qualidade dentro da gestão de projetos foi impulsionada por fatores como: “exigência de alto desempenho, ciclo de vida de desenvolvimento de produtos reduzido, níveis tecnológicos elevados, processos e equipamentos levados constantemente a condições limítrofes”. Exigindo assim uma atenção ainda maior do gestor do projeto, que é o principal responsável pela garantia desta qualidade. Mas, então, o que envolve a qualidade, quais as dimensões a serem observadas? Vamos ver o que Vargas (2003) nos apresenta como características destas dimensões. a) Defeito Zero: a tolerância a erros dentro dos sistemas é zero. A meta é a não existência de falhas dentro do projeto e que se tenha um ambiente isento de defeitos. b) O cliente é o próximo elemento no processo: o foco é sempre no cliente, então o sistema e todas as etapas de produção devem considerar que o próximo passo é a entrega para o cliente, sendo assim, cada pedaço a ser elaborado deve ser feito como se fosse ser entregue naquele momento. c) Faça correto da primeira vez: fazer certo na primeira vez envolve muito 91 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 menos custos, a correção do processo é muitas vezes mais cara do que o que foi planejado. d) Melhoria contínua: o que você faz de melhor hoje, amanhã já não será o seu melhor, pois o mundo está em constante mudança e o seu conceito de qualidade segue o mesmo ritmo; seus controles, seus processos, podem ser melhorados constantemente, o que lhe trará uma qualidade constantemente melhor. Entendida a infl uência da qualidade no projeto, vamos ver os processos considerados pelo PMBoK (PMI, 2008) no gerenciamento da qualidade: a) Planejar a qualidade É importante defi nir quais serão os padrões de qualidade para determinado projeto e assim ponderar como atendê-los. O principal benefício descrito pelo PMBok (2014, p. 231) “é o fornecimento de orientações e instruções sobre como a qualidade será gerenciada e validada ao longo de todo o projeto”. Para melhor identifi cação destes processos, vamos ver o mapa mental com as entradas, ferramentas e saídas que envolvem este processo, apresentado por Vargas (2003). Figura 34 – Mapa mental do processo de planejar a qualidade Fonte: Vargas (2003, p. 75). Então, o que o mapa nos apresenta como entrada para que haja o planejamento da qualidade é a linha de base do escopo, o registro das partes interessadas, a linha de base do desenvolvimento de custos e de cronograma, o registro dos riscos, os fatores ambientais da empresa. As ferramentas para o planejamento da qualidade a serem utilizadas serão a análise de custo-benefício, o custo da qualidade, gráfi cos de controle, o benchmarking, os projetos de experimentos, além das amostragens estatísticas, fl uxogramas, metodologias proprietárias de gerenciamento da qualidade e outras ferramentas adicionais para 92 Elaboração de Projetos Empresariais o planejamento da qualidade, desta forma se terá como resultado, ou seja, como saída deste processo, o plano de gerenciamento da qualidade, as métricas da qualidade, a lista de verifi cações e o plano de melhorias no processo da qualidade e, claro, as atualizações dos documentos do projeto. b) Realizar a garantia da qualidade Esta etapa do processo é o momento de aplicar sistematicamente as atividades da área de qualidade planejadas, para que o projeto asseguradamente atenda às expectativas de todos os envolvidos (stakeholders). Pode-se dizer que é o momento da auditoria dos requisitos da qualidade atribuídos ao projeto. O benefício deste processo, segundo o PMBoK (2014, p. 242), “é a facilitação do aprimoramento dos processos de qualidade”. Para identifi cá-los, vamos visualizar o mapa mental apresentado por Vargas (2003): Figura 35 – Mapa mental do processo de realizar a garantia da qualidade Fonte: Vargas (2009, p. 75). Nesta etapa as entradas se dão pelo plano de gerenciamento do projeto, as métricas da qualidade que foram resultado da etapa anterior, as informações sobre o desempenho do trabalho e as medições do controle de qualidade. Para realizar isso, as ferramentas utilizadas serão ferramentas e técnicasde planejar a qualidade e realizar o controle da qualidade, a auditoria de qualidade e análise do processo. Assim, como resultado se terá as saídas de atualizações dos ativos de processos organizacionais, as solicitações de mudanças, as atualizações do plano de gerenciamento e documentos do projeto. c) Realizar o controle da qualidade É o momento de monitorar os resultados do projeto, verifi cando assim se os padrões de qualidade estão sendo atendidos e buscar maneiras de eliminar os possíveis erros ou insatisfações do projeto. 93 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 O PMBoK (2014, p. 248) descreve como benefício deste processo a: [...] identifi cação das causas da baixa qualidade do processo ou do produto e recomendar e/ou tomar medidas para eliminá-las; e validar a conformidade das entregas e do trabalho do projeto com os requisitos necessários à aceitação fi nal especifi cados pelas principais partes interessadas. Vargas (2003) novamente nos apresenta o mapa mental desta parte do processo, acompanhe na fi gura a seguir. Figura 36 – Mapa mental do processo de realizar o controle de qualidade Fonte: Vargas (2003, p. 76). Nesta última etapa do gerenciamento de qualidade é o momento de realizar o controle do processo, e as entradas nesta etapa são compostas pelo plano de gerenciamento do projeto, as métricas da qualidade, as listas de verifi cação da qualidade, medições do desempenho do trabalho, as solicitações de mudanças aprovadas, as entregas e os ativos de processos organizacionais. E as ferramentas utilizadas são o diagrama de causa e efeito, gráfi cos de controle e execução, fl uxogramas, histogramas, o diagrama de Pareto e dispersão, amostragens estatísticas, inspeções e a revisão de solicitações de mudanças aprovadas, para aí sim obter-se saídas como: medições do controle de qualidade, mudanças e entregas validadas, atualizações dos ativos de processos organizacionais, solicitações de mudanças, atualizações do plano de gerenciamento do projeto e dos documentos do projeto. A área da qualidade tem forte ligação, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), de integração e escopo do projeto, além das áreas de comunicação, que através de relatórios de desempenho trazem informações importantes para os processos de garantia e controle da qualidade do projeto. 94 Elaboração de Projetos Empresariais Um bom exemplo deste envolvimento das demais áreas pode ser acompanhado na fi gura a seguir. Figura 37 – Fluxo dos processos de gestão da qualidade Fonte: Adaptado de PMI (2008). Perceba que para garantia da qualidade é necessário que haja integração do plano do projeto, como as aprovações do plano de mudanças, ambas fruto da integração do projeto, assim como os relatórios de desempenho que seguem da gestão da comunicação, afi nal, se houver erros na comunicação, o desenvolvimento do projeto corre sério risco de conter equívocos que prejudicarão a qualidade. 95 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Dentro do contexto de gestão de projetos, principalmente em projetos de grande porte, no âmbito qualidade, padrões ISO são adotados para diversas esferas, mapeamento de processos, documentações etc. Sendo assim, sugere- se abordar o básico. Para Marshall et al. (2010, p. 172), “A família de normas ISO 9000 veio facilitar a abordagem da qualidade em projetos, pois consolidou uma visão de processos, também considerada na metodologia apresentada no A guide to the Project Management Body of Knowledge - PMBOK®.”. Atividade de Estudos: 1) Depois que você verifi cou algumas etapas do seu projeto de fi nal do ano com férias, o que seria qualidade nestas férias? Identifi que os padrões de qualidade que devem ter suas férias. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ RECURSOS HUMANOS Absolutamente nada funciona 100% sem o envolvimento das pessoas, e colocar as pessoas certas nas funções certas, para desempenharem 100% do seu potencial, é um grande desafi o para os gestores, o que não é diferente para o gerente de projetos. Assim, como afi rma Vargas (2003, p. 77), “as pessoas são o elo central dos projetos e seu recurso mais importante”. São as pessoas que defi nem as metas, planos, organizam o trabalho, produzem resultados, coordenam e controlam as atividades do projeto, por meio das suas habilidades técnicas e sociais. Galbraith (1995) afi rma que o sucesso ou o fracasso do projeto depende diretamente do gerenciamento das pessoas e compõe duas premissas: • Pessoas infl uenciam o sucesso ou o fracasso do projeto, ou seja, o gerente de projetos deve estar ciente e infl uenciar, sempre que possível, os fatores que impactam os projetos ligados aos recursos humanos, já que segundo o PMBoK (2014, p. 256): 96 Elaboração de Projetos Empresariais [...] esses fatores incluem o ambiente da equipe, localizações geográfi cas dos membros da equipe, comunicações entre as partes interessadas, questões políticas internas e externas, questões culturais, exclusividade organizacional e outros fatores que podem alterar o desempenho do projeto. • Os problemas do projeto somente podem ser resolvidos por pessoas, isto cabe, segundo o PMBoK (2014, p. 256), “ao gerenciamento de projetos, que deve estar ciente, assumir o compromisso e garantir que todos os membros da equipe tenham um comportamento ético”. Portanto, todos os processos irão variar de acordo com o desempenho das pessoas envolvidas no projeto. Para Raj et al. (2010, p. 51): A área de gerenciamento de pessoas realmente é complexa e subjetiva e tem como objetivo principal possibilitar a utilização mais efetiva das pessoas envolvidas no projeto, ou seja, seus stakeholders – todos aqueles que podem infl uenciar ou ser infl uenciados, positiva ou negativamente, pelo projeto. E este desempenho está ligado diretamente com a liderança exercida sobre os membros envolvidos no projeto. Assim, o comportamento do gerente do projeto deve ter motivação, energia e iniciativa para atingir os objetivos, devendo também ser portador de boa comunicação, credibilidade administrativa, liderança, credibilidade técnica e saber gerenciar confl itos, lidar com estresse, negociar e resolver problemas e apresentar soluções. Para Boente (2003, p. 32), “o gerente de projetos é o grande chefe da equipe de projetos e todas as ações do projeto são consequências de suas decisões”. Além da gerência, outros aspectos devem ser observados durante o planejamento dos recursos humanos, os quais são apresentados do quadro a seguir. Quadro 7 – Planejamento dos recursos humanos Dedicação adequada de tempo ao projeto. É frequentemente devido à quantidade reduzida de recursos humanos que as organizações não disponibilizam tempo de dedicação sufi ciente. A discrepância entre a alocação de recursos humanos em um projeto e os resultados e objetivos que se visam alcançar é fl agrante em muitos projetos, especialmente em projetos públicos. Escolha do gerente de projeto. Um gerente de projetos deve possuir um conjunto de características di- ferentes de um especialista e que pode também não ser encontrado no profi ssional com o maior tempo disponível no momento. É preciso lem brar que a função da gerência do projeto é estratégica. Por defi nição, o gerente é aquele responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto. No 97 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 entanto, ainda é praxe nomear como gerente uma pessoa que é conside- rada mais qualifi cada tecnicamente. Internalização das atribuições no projeto.Para evitar que participantes de um projeto façam simplesmente o que acham que têm que fazer, é fundamental que sejam não apenas infor- mados o conteúdo e o espírito das atribuições, mas ensaiada, em um processo de aprendizagem, a sua aplicação. Uso do modelo da organização do projeto. Se existe um modelo, ele deve ser utilizado para a realização do projeto; portanto, se há a necessidade de apoio do gerente para alguma questão do projeto, ou necessidade de atuação de determinada função, o rela- cionamento estabelecido pelo modelo deve ser acionado e utilizado em prol do projeto. Fonte: Vargas (2007, p. 92). Os processos considerados pelo PMBoK, citados no PMI (2008), com relação ao gerenciamento dos recursos humanos, possuem quatro fases: a) Desenvolver o plano de recursos humanos Processo utilizado para identifi car e documentar funções, responsabilidades, habilidades que são necessárias, bem como as relações hierárquicas do projeto, além de, nesta etapa, ser criado o plano de gerenciamento do pessoal. Segundo o PMBoK (2014, p. 258), este processo tem como benefício “o estabelecimento dos papéis, responsabilidades e organogramas do projeto, além do plano de gerenciamento de pessoal, incluindo o cronograma para mobilização e liberação de pessoal”. O envolvimento e o resultado deste processo podem ser verifi cados no mapa mental elaborado por Vargas (2003), conforme segue. Figura 38 - Mapa mental do processo de desenvolver o plano de recursos humanos Fonte: Vargas (2003, p. 79). 98 Elaboração de Projetos Empresariais Como você pôde observar na fi gura anterior, as entradas deste processo acontecem por meio dos requisitos de recursos das atividades, fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais, ou seja, são utilizadas as pessoas e ambientes existentes na organização, e as ferramentas utilizadas serão organogramas e descrições de cargos, redes de relacionamento e a teoria organizacional, para desta forma obter-se como resultado o plano de recursos humanos. b) Mobilizar a equipe do projeto O momento da composição da equipe é quando você, gestor do projeto, irá confi rmar a participação e disponibilidade dos recursos humanos para a realização do projeto. O seu principal benefício, segundo o PMBoK (2014, p. 267), “consiste em esboçar e orientar a seleção da equipe e designar responsabilidades, a fi m de se obter uma equipe de sucesso”. Este processo é desenhado por Vargas (2003) em um mapa mental que você pode observar na sequência. Figura 39 – Mapa mental do processo de mobilizar a equipe do projeto Fonte: Vargas (2003, p. 79). As entradas deste processo são o resultado do processo anterior, ou seja, o plano de gerenciamento do projeto, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais. O ferramental utilizado será a pré-designação, a negociação, contratação e equipes virtuais; a saída do processo de mobilizar a equipe do projeto será a designação do pessoal do projeto, os calendários dos recursos e a atualização do plano de gerenciamento do projeto. c) Desenvolver a equipe do projeto Parte do processo no qual são desenvolvidas as competências, a melhora e a interação da equipe com o ambiente. Raj et al. (2010, p. 100) apresentam o 99 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 ciclo de desenvolvimento da equipe, o qual é composto por seis etapas (defi nição de objetivos, inventário de competências, plano de desenvolvimento individual, execução do plano, acompanhamento gerencial e avaliação anual) e objetiva interligar a gestão de desempenho com o desenvolvimento das pessoas. Este processo tem como benefício, para o PMBoK (2014, p. 273), resultar “no trabalho de equipe, melhorando habilidades interpessoais e competências aprimoradas, empregados motivados, taxas reduzidas de rotatividade de pessoal, e numa melhoria do desempenho do projeto”. Vargas (2003) apresenta o mapa mental deste processo, que você pode acompanhar na fi gura a seguir: Figura 40 – Mapa mental do processo de desenvolver a equipe do projeto Fonte: Vargas (2003, p. 80). Este processo consiste na utilização das entradas de designações do pessoal do projeto, do plano de gerenciamento do projeto e os calendários dos recursos, utilizando as ferramentas de habilidades interpessoais, treinamento, atividades de construção da equipe, regras básicas, agrupamento e o reconhecimento e recompensas. Assim, o resultado ou as saídas serão avaliações do desempenho da equipe e as atualizações dos fatores ambientais da empresa. d) Gerenciar a equipe do projeto Onde é realizado o acompanhamento do desempenho de membros da equipe do projeto, momento de fornecer o feedback, resolver questões e gerenciar mudanças, otimizando assim o desempenho das equipes participantes do projeto. Dentre os benefícios que podem ser verifi cados neste processo está o fato de que “ele infl uencia o comportamento da equipe, gerencia confl itos, soluciona problemas e avalia o desempenho dos membros da equipe” (PMBOK, 2014, p. 279). 100 Elaboração de Projetos Empresariais As entradas, ferramentas e saídas podem ser visualizadas no mapa mental apresentado por Vargas (2003) na fi gura que segue. Figura 41 – Mapa mental do processo de gerenciar a equipe do projeto Fonte: Vargas (2009, p. 80). As entradas deste processo são compostas pela designação do pessoal do projeto, o plano de gerenciamento, a avaliação do desempenho da equipe, os relatórios de desempenho e os ativos de processos organizacionais, utilizando- se das ferramentas de observação e conversas, avaliações de desempenho do projeto, gerenciamento de confl itos, registros das questões e as habilidades interpessoais, para desta forma ter como saída as atualizações dos fatores ambientais da empresa e dos ativos de processos organizacionais, as solicitações de mudanças e as atualizações do plano de gerenciamento do projeto. A área de recursos humanos tem forte ligação com a área de integração, incluindo a importância da comunicação nos prazos de fornecimento de insumos, como você poderá observar na fi gura a seguir: 101 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Figura 42 – Fluxo dos processos de gestão de recursos humanos Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 206). Veja que desenvolver o plano de recursos humanos, mobilizar a equipe do projeto, desenvolver e gerenciar a equipe do projeto têm seu fl uxo ligado com a comunicação e a integração do projeto, gerando os relatórios para o desenvolvimento do projeto. Lembrando que no gerenciamento de recursos humanos é importante que se atente para os seguintes aspectos, ainda segundo Vargas (2003): • o trabalho em time é vital para o sucesso do projeto; • o espírito de corpo contribui para o sucesso; • confl itos podem ocorrer entre o projeto e a organização; • qualquer promessa feita durante o recrutamento deve ser documentada; • os níveis de equipes são muito mais variáveis em um ambiente de projeto que em um ambiente funcional; 102 Elaboração de Projetos Empresariais • treinamento e desenvolvimento são mais complexos e críticos durante o projeto, se comparados com o trabalho tradicional da organização. Muito bem, desta forma você poderá garantir um maior desempenho de toda a equipe envolvida no projeto. Vamos exercitar agora? Atividade de Estudos: 1) Para continuar com o seu projeto de viagem e férias do fi nal de ano, descreva o que está envolvido no processo dos recursos humanos. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________COMUNICAÇÃO Se perguntarmos a qualquer colaborador de uma empresa qual o maior problema ou difi culdade enfrentada na sua empresa, certamente 70% irão nos responder que é a comunicação, algo que a princípio deveria ser simples, rápido e fácil, afi nal, a cada dia temos mais meios de comunicação, mais rápidos e de melhor e maior acesso. Mas o grande desafi o é utilizar essa comunicação corretamente, levar a informação certa, para a pessoa certa e na hora certa, ou seja, sem distorções, sem meias-palavras, que esta informação chegue ao receptor com a mesma precisão e clareza com que saiu de seu transmissor. As barreiras no processo de comunicação também devem ser avaliadas, devido à percepção individual de cada um, além da personalidade, atitudes, emoções, entre outras, que Vargas (2003) representa na fi gura a seguir. 103 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Figura 43 - Processo de comunicação completo Fonte: Vargas (2009, p. 83). Os fl uxos no processo de trabalho provocados por diferentes mecanismos de comunicação entre as pessoas dentro de uma organização, conforme Vargas (2003), são os seguintes: • Fluxo da autoridade formal: a informação fl ui baseada na hierarquia instituída dentro da organização ou projeto, ressaltando assim o poder formal do fl uxo. • Fluxo da atividade regulamentada: neste caso, a comunicação fl ui pelo mecanismo padronizado de informação independentemente da hierarquia dos envolvidos. Aqui o foco é na padronização do processo de comunicação. • Fluxo das comunicações informais: neste caso não há estrutura reguladora da comunicação. As pessoas agrupam-se por grupos sociais ou relacionamentos, sem a existência de padrões ou hierarquias. Considera-se o mais rápido e arriscado mecanismo de comunicação, pois está sujeito a interpretações pessoais e ruídos. • Conjunto das constelações de trabalho: a comunicação acontece de forma clara, objetiva e adequada a cada nível hierárquico. Normalmente, ainda segundo Vargas (2003, p. 83), “as constelações de trabalho são os melhores modelos para o desenvolvimento do processo de comunicação em projeto”. • Fluxo de processo decisório específi co: neste processo a comunicação é necessária para decisões específi cas, tomando como base o que gera o problema até chegar à solução específi ca a ser tomada. 104 Elaboração de Projetos Empresariais Ruído na comunicação: ruído é uma perturbação indesejável em qualquer processo de comunicação, que pode provocar danos ou desvios na mensagem. Nos projetos a situação é a mesma, o gerenciamento das comunicações, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 222), inclui os processos requeridos “para assegurar a geração, coleta, divulgação, armazenamento e distribuição das informações do projeto”. Tornando assim a área de comunicação uma das principais responsáveis pelo sucesso ou fracasso dos projetos. O guia PMBoK, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), apresenta cinco processos dentro da área de gerenciamento de comunicação: o de identifi car as partes interessadas, o planejamento das comunicações, a distribuição das informações, o gerenciamento das expectativas das partes interessadas e o reporte do desempenho. Vamos acompanhar um a um. a) Identifi car as partes interessadas Identifi ca todos os envolvidos e interessados, os stakeholders, pessoas ou organizações que podem ser afetadas pelo projeto: quem são e quais são os níveis de interesse no projeto. As ferramentas, entradas e saídas podem ser visualizadas no mapa mental apresentado por Vargas (2003) na fi gura a seguir. Figura 44 – Mapa mental do processo identifi car as partes interessadas Fonte: Vargas (2003, p. 85). Percebam que as entradas nesta parte do processo são o termo de abertura do projeto, documentos de aquisição, fatores ambientais da empresa e os ativos de processo organizacionais já realizados, e as ferramentas a serem utilizadas 105 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 serão a análise de partes interessadas e as opiniões de especialistas, para ter como saída do processo o registro das partes interessadas e as estratégias de gerenciamento das partes interessadas. Segundo Chaves et al. (2010, p. 41- 42), “essa primeira etapa se inicia com a identifi cação das posições-chave da diretoria da organização, seguindo-se pela gerência funcional e estendendo-se para fora da empresa [...]”. Assim, recomenda-se a elaboração de uma planilha de identifi cação das partes por ambiente (interno e externo). b) Planejar as comunicações Nesta etapa do processo são identifi cadas as necessidades de informações das partes interessadas ao longo do projeto. O PMBoK (2014, p. 289) cita como principal benefício neste processo a “identifi cação e a documentação da abordagem de comunicação mais efi caz e efi ciente com as partes interessadas”. Já Vargas (2003) nos apresenta o mapa mental deste processo, conforme podemos ver na fi gura a seguir. Figura 45 – Mapa mental do processo de planejar as comunicações Fonte: Vargas (2003, p. 85). Nesta etapa, para que o processo ocorra corretamente, nas entradas serão feitos os registros das partes interessadas, as estratégias para gerenciamento das partes interessadas, os fatores ambientais e os processos da organização. Já as ferramentas a serem utilizadas são as análises de requisitos da comunicação, tecnologia, modelos e métodos de comunicação. As entradas e ferramentas bem utilizadas e desenvolvidas levarão o processo a ter como resultado o plano de gerenciamento das comunicações e as atualizações dos documentos do projeto. Algumas das informações que serão obtidas nesta parte do processo de comunicação serão as citadas no PMBok (2014, p. 296): “motivos da distribuição de determinadas informações, recursos alocados para as atividades de comunicação, incluindo tempo e orçamento, glossário da terminologia comum, entre outros”. 106 Elaboração de Projetos Empresariais c) Distribuir as informações Momento de distribuir as informações aos interessados, de maneira clara e correta. As entradas, ferramentas e saídas podem ser acompanhadas no mapa mental elaborado por Vargas (2003). Figura 46 – Mapa mental do processo de distribuir as informações Fonte: Vargas (2003, p. 85). O processo de distribuir as informações tem como entrada o plano de gerenciamento do projeto, os relatórios de desempenho e os ativos de processos organizacionais, e as ferramentas a serem utilizadas são os métodos de comunicação e ferramentas de distribuição das informações, para obter-se como resultado do processo as atualizações dos ativos de processos organizacionais. d) Gerenciar as expectativas das partes interessadas Quando se administra a comunicação e interação a fi m de satisfazer as necessidades de todos os envolvidos para solucionar as questões à medida que ocorrem. O PMBoK (2014, p. 297) cita que um benefício deste processo “é possibilitar um fl uxo de comunicação efi ciente e efi caz entre as partes interessadas do projeto”. As entradas, ferramentas e saídas são apresentadas por Vargas (2003) na fi gura a seguir. Figura 47 – Mapa mental do processo de gerenciar as expectativas das partes interessadas Fonte: Vargas (2003, p. 86). 107 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Assim como em todos os mapas mentais, são apresentadas as entradas deste processo, que são os registros das partes interessadas, o plano de gerenciamento do projeto, os registros das questões e mudanças, além dos ativos de processos organizacionais. E as ferramentas utilizadas serão métodos de comunicação, habilidades interpessoais e de gerenciamento. Para terem como saídas as atualizações dos ativos de processos organizacionais, as solicitações de mudanças, atualizações do plano de gerenciamento e dos documentos doprojeto. e) Reportar o desempenho Parte do processo encarregado de medir o desempenho e disseminar estas informações. O principal benefício deste processo, segundo o PMBoK (2014, p. 303), é “a garantia de um fl uxo ótimo de informações entre todos os participantes das comunicações, em qualquer momento”. As entradas, ferramentas e saídas deste processo são ilustradas na fi gura a seguir. Figura 48 – Mapa mental do processo de reportar o desempenho Fonte: Vargas (2009, p. 86). Assim como a fi gura apresenta, as entradas do processo de reportar o desempenho são: o plano de gerenciamento do projeto, informações sobre o desempenho do trabalho, medições do desempenho do trabalho, previsões do orçamento e os ativos de processos organizacionais. As ferramentas utilizadas são as análises de variação, os métodos de previsão e comunicação e os sistemas de distribuição de informações. Para se obter como saídas os relatórios de desempenho, atualizações dos ativos de processos organizacionais e solicitações de mudanças. Assim, a fi nalização do processo de gerenciamento de comunicação do projeto resulta em um documento formal que descreve os procedimentos da comunicação e contempla os seguintes documentos: “cronograma dos eventos de comunicação, alocação fi nanceira para o gerenciamento das comunicações, 108 Elaboração de Projetos Empresariais nomeação dos responsáveis pelo plano, entre outras” (VARGAS, 2003, p. 87). Carvalho e Rabechini Jr. (2011) afi rmam que a área de comunicação tem forte ligação com a área de integração, conforme a fi gura a seguir. Figura 49 – Fluxo dos processos de gestão da comunicação Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 223). Perceba que as entradas de informações para a geração de uma comunicação efi ciente advêm da gestão de integração do projeto, ou seja, a comunicação depende diretamente do processo de integração. 109 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Muito bem, mais um processo do projeto concluído e chegamos na parte em que você deverá descrever a comunicação do seu projeto de viagem, vamos lá? Atividade de Estudos: 1) Descreva o processo de comunicação do seu projeto de férias/ viagem do fi nal de ano. Lembrando de consultar o que você propôs do processo de integração, já que vimos que tem ligação direta. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ RISCOS DO PROJETO Tudo que realizamos tem certo risco. Concordam? Trocar de emprego, trocar ou comprar um carro, trocar de fornecedor, abrir um negócio, até mesmo viver é arriscado. Sempre temos 50% de chances de dar certo e 50% de chances de dar errado. Portanto, nos projetos a existência de risco é presente, pois envolvem grandes quantias de dinheiro, grandes ou pequenas equipes com reputações a zelarem. Mas não devemos considerar o risco como algo prejudicial. Vargas (2003, p. 88) afi rma que o gerenciamento dos riscos “possibilita a chance de melhor compreender a natureza do projeto, envolvendo os membros do time de modo a identifi car as potenciais forças e riscos do projeto e responder a eles, geralmente associados a tempo, qualidade e custos”. Desta forma, podemos concluir que o sucesso de um projeto depende muito de como se aproveita as oportunidades em um ambiente de incertezas e riscos. Assim, a gestão de risco é importante, considerando os fatores como aumento de competitividade, avanço tecnológico e condições econômicas, que por vezes tornam a gestão de risco incontrolável. 110 Elaboração de Projetos Empresariais Vamos ver na fi gura a seguir essa proporção e abrangência do risco baseada em informação e conhecimento. Figura 50 – Abrangência do gerenciamento dos riscos Fonte: Vargas (2003, p. 88). Perceba que quanto mais informações, maior é o risco que se corre, mas proporcionalmente ao aumento do risco temos o conhecimento, assim, podemos concluir que informação sem conhecimento para interpretá-la gera alto risco, por isso é importante passar a informação correta para a pessoa correta a fi m de diminuir o risco. No gerenciamento dos riscos do projeto, o PMI (2014, p. 309) avalia que o objetivo principal do gerenciamento do risco é “aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos no projeto”. Vargas (2003, p. 88) ainda alerta que todo risco deve ser avaliado sob dois aspectos: probabilidade de ocorrência e gravidade das consequências. “Ao se multiplicar a probabilidade de um determinado risco acontecer com sua gravidade, normalmente expressa em valores de prejuízo fi nanceiro, tem-se um conceito fundamental para quantifi cação dos riscos, denominado Valor Monetário Esperado”, tendo como prioridade, em resposta ao risco, os eventos que apresentarem maior valor monetário esperado. Veja isso na fi gura a seguir. 111 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Figura 51 – Avaliação e quantifi cação de riscos Fonte: Vargas (2003, p. 89). Na equação apresentada, devemos ler que quanto maior a gravidade nas consequências e a probabilidade de ocorrência, maior será o impacto do risco e, consequentemente, um valor monetário alto que irá gerar prejuízo. Os processos que fazem parte do gerenciamento de risco, segundo o PMBoK (2004), são seis, vamos acompanhar um a um. a) Planejar o gerenciamento do risco Momento em que se planeja qual é a abordagem a ser adotada na gestão de risco do projeto, e a executa. O principal benefício deste processo, segundo o PMBoK (2014, p. 313), “é que ele garante que o grau, tipo e visibilidade do gerenciamento dos riscos sejam proporcionais tanto aos riscos quanto à importância do projeto para a organização”. Este plano é vital na comunicação, além da obtenção de acordo e apoio das partes interessadas a fi m de garantir que o processo seja apoiado e executado de maneira efetiva. Vargas (2003) apresenta para este processo o mapa mental, vamos conferir. 112 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 52 – Mapa mental do processo de planejar o gerenciamento de riscos Fonte: Vargas (2003, p. 90). Podemos verifi car que as entradas neste processo são: a declaração do escopo do projeto, o plano do gerenciamento dos custos, do cronograma e das comunicações, os fatores ambientais e ativos de processos organizacionais. Também fazem parte deste processo, como ferramentas, as reuniões e análises de planejamento. Feito isso, se tem como saída o plano de gerenciamento dos riscos, que será a base para os demais processos. b) Identifi car riscos Determina quais são os riscos que podem afetar o projeto e documentar as características. O PMBoK (2014, p. 319) afi rma que o principal objetivo deste processo é “a documentação dos riscos existentes e o conhecimento e a capacidade que ele fornece à equipe do projeto de antecipar os eventos”. As entradas, ferramentas e saídas vamos ver a seguir, no mapa mental desenhado por Vargas (2003). Figura 53 – Mapa mental do processo de identifi car riscos Fonte: Vargas (2003, p. 91). 113 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 As entradas deste processo são defi nidas pelo plano de gerenciamento dos riscos, sendo elas: as estimativas de custos e duração das atividades, a linha de base do escopo, o registro das partes interessadas, o plano de gerenciamento dos custos, cronograma e da qualidade, documentos do projeto, fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais. Já as ferramentas a serem utilizadas serão as revisões de documentação,técnicas de coleta de informações, análise de listas de verifi cação e premissas, técnicas de diagramas, análise de forças, fraquezas, oportunidade e ameaças e a opinião de especialistas, além do Brainstorming e Brainwriting e técnica Delphi com posterior listagem e categorização dos riscos, para ter como resultado o registro dos riscos. c) Realizar a análise qualitativa dos riscos Dar prioridade aos riscos do projeto, baseados na análise conjunta da probabilidade de ocorrência e seu impacto nos objetivos do projeto, conforme você pode calcular na equação do Valor Monetário Esperado. O PMBoK (2014, p. 328) afi rma que o principal benefício deste processo “é habilitar os gerentes de projetos a reduzir o nível de incerteza e focar os riscos de alta prioridade”. As entradas, ferramentas e saídas deste processo vamos conhecer com o mapa mental apresentado por Vargas (2003). Figura 54 – Mapa mental do processo de realizar a análise qualitativa do risco Fonte: Vargas (2003, p. 91). Neste processo as entradas são: os registros dos riscos, o plano de gerenciamento dos riscos, a declaração do escopo do projeto e os ativos de processos organizacionais, e as ferramentas utilizadas são: a avaliação de probabilidade e impacto dos riscos, a matriz de probabilidade e impacto, além da avaliação de qualidade dos dados sobre riscos, categorização de riscos, avaliação da urgência dos riscos e, por fi m, a opinião especializada, para desta forma ter como saída as atualizações do registro dos riscos. 114 Elaboração de Projetos Empresariais d) Realizar a análise quantitativa dos riscos É a análise numérica do impacto dos riscos já identifi cados nos objetivos do projeto. O principal benefício deste processo, segundo o PMBoK (2014, p. 333), “é a produção de informações quantitativas dos riscos para respaldar a tomada de decisões, a fi m de reduzir o grau de incerteza dos projetos”. Vamos verifi car entradas, ferramentas e saídas na fi gura a seguir. Figura 55 – Mapa mental do processo de realizar a análise quantitativa de riscos Fonte: Vargas (2003, p. 92). Neste caso as entradas são: o registro dos riscos, o plano de gerenciamento dos riscos, a declaração do escopo do projeto e os ativos de processos organizacionais, para serem utilizadas as ferramentas de avaliação de probabilidade e impacto dos riscos, a matriz de probabilidade e impacto, a avaliação de qualidade dos dados sobre riscos, a categorização de riscos, avaliação da urgência dos riscos e a opinião especializada, para terem como saída, ou seja, resultado, as atualizações do registro dos riscos. e) Planejar as respostas aos riscos Aqui são desenvolvidas as alternativas e planos de ações necessários para maximizar as oportunidades e minimizar as ameaças aos objetivos do projeto. O principal benefício deste processo, descrito pelo PMBoK (2014, p. 342), “é a abordagem dos riscos por prioridades, injetando recursos e atividades no orçamento, no cronograma e no plano de gerenciamento do projeto, conforme necessário”. O que é utilizado neste processo vamos ver na próxima fi gura. 115 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Figura 56 – Mapa mental do processo de planejar as respostas aos riscos Fonte: Vargas (2009, p. 92). Veja que as entradas deste processo são: os registros dos riscos e o plano de gerenciamento dos riscos, e as ferramentas serão: as estratégias para riscos positivos ou oportunidades e as respostas de contingências, além das opiniões de especialistas, para termos como saídas as atualizações dos riscos, as decisões contratuais relacionadas a riscos, as atualizações do plano de gerenciamento do projeto e dos documentos do projeto. A última parte do gerenciamento do risco é a do monitoramento e controle dos riscos, vamos ver. f) Monitorar e controlar os riscos É feito o rastreio dos riscos identifi cados, momento de monitorar o risco residual, identifi car novos riscos, executar os planos de resposta aos riscos e avaliar sua efi cácia ao longo do ciclo de vida do projeto. O PMBoK (2014, p. 349) traz como principal benefício deste processo “a melhoria do grau de efi ciência da abordagem dos riscos no decorrer de todo o ciclo de vida do projeto a fi m de otimizar continuamente as respostas aos riscos”. As entradas, ferramentas e saídas vamos ver na sequência. Figura 57 – Mapa mental do processo de monitorar e controlar os riscos Fonte: Vargas (2003, p. 92). 116 Elaboração de Projetos Empresariais As entradas aqui são: o registro dos riscos, o plano de gerenciamento do projeto, as informações sobre o desempenho do trabalho e os relatórios de desempenho, onde utilizam-se como ferramentas: a reavaliação de riscos, as auditorias de riscos, a análise da variação e tendências, a medição de desempenho técnico, as análises de reservas e as reuniões de andamento, para fi nalizar com as saídas de atualizações do registro dos riscos e dos ativos de processos organizacionais, as solicitações de mudanças, as atualizações do plano de gerenciamento e os documentos do projetos. Assim, para ter êxito, cabe à organização ter uma abordagem proativa e consistente do gerenciamento dos riscos durante todo o projeto. Lembrando de gerenciar aspectos como: identifi cação de impactos, criação de controles alternativos para quando os controles principais não forem efetivos ou não puderem ser acionados, entre outros. Agora que encerramos mais uma parte do processo de gerenciamento de projeto, chegou o momento de exercitarmos nosso conhecimento. Atividade de Estudos: 1) Aponte os riscos envolvidos no seu projeto de férias de fi nal do ano. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ AQUISIÇÃO DO PROJETO Como o próprio nome já diz, é a parte do projeto em que se gerencia o que será adquirido, é onde se inclui os processos necessários para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 281) apresentam uma analogia da situação de compras que vale a pena acompanharmos. Quando alunos são questionados 117 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 sobre a decisão de compra, é proposta uma atividade que transcorre da seguinte forma: Acontece que estamos vendendo uma nota de R$ 10,00, com opção de lance mínimo de R$ 1,00, nem mais nem menos. A única diferença de um leilão convencional é que no fi nal o ganhador, autor do último lance, leva o prêmio, ou seja, a nota de R$ 10,00, sendo que o indivíduo que fi cou em segundo lugar somente desembolsa o valor de seu respectivo lance. Os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2011) ainda explicam que no fi nal da atividade, invariavelmente, quando percebem os alunos que terão prejuízo, é tarde demais, onde facilmente o último lance pode chegar a R$ 30,00 que é o que a pessoa desembolsará para ganhar R$ 10,00, e o segundo colocado desembolsará R$ 29,00 para não ganhar nada. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) usam essa analogia com as compras dos projetos. Os gerentes de projetos precisam desenvolver um processo para organizar racionalmente todas as opções de compras, para não correrem o risco de pagar mais caro. No gerenciamento das aquisições, o PMBoK (2014, p. 355) considera que abrange os processos de gerenciamento de contratos e controle de mudanças que são necessários para desenvolver e administrar contratos ou pedidos de compra emitidos por membros autorizados da equipe do projeto. Além de incluir a administração de todos os contratos emitidos por uma organização externa (o comprador)“que está adquirindo os resultados do projeto da organização executora (o fornecedor), e a administração das obrigações contratuais atribuídas à equipe do projeto pelo contrato”. O PMBoK enumera quatro processos no gerenciamento de aquisição, que são: a) Planejar as aquisições São documentadas as decisões de compra do projeto, especifi cando a abordagem e identifi cando os fornecedores em potencial. Assim, o PMBoK (2014, p. 358) indica como principal benefício “que ele determina se deve-se adquirir ou não apoio externo e, se for o caso, o que adquire, como fazer a aquisição, a quantidade necessária, e quando efetuar a aquisição”. Entradas, ferramentas e saídas vamos conhecer na sequência. 118 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 58 – Mapa mental do processo de planejar as aquisições Fonte: Vargas (2003, p. 97). Entradas deste processo são compostas por: linha base de escopo, documentação dos requisitos, acordos de cooperação, registro dos riscos, decisões contratuais relacionadas a riscos, requisitos de recursos das atividades, cronogramas do projeto, estimativas de custos das atividades, linha de base do desempenho de custos, fatores ambientais da empresa e ativos de processos organizacionais. As ferramentas são a análise de fazer ou comprar, a opinião especializada e os tipos de contratos, para desta forma ter como saídas o plano de gerenciamento das aquisições, as declarações do trabalho das aquisições, decisões de fazer ou comprar, documentos de aquisição, critérios para seleção de fontes e as solicitações de mudanças. b) Conduzir as aquisições Neste processo se tem a obtenção de respostas de fornecedores, seleção de um fornecedor e a posse e a propriedade de um contrato. Como principal benefício, o PMBoK (2014, p. 371) considera “prover o alinhamento das expectativas internas e externas das partes interessadas através de acordos estabelecidos”. Vamos acompanhar o que faz parte deste processo no mapa mental elaborado por Vargas (2003): Figura 59 – Mapa mental do processo de conduzir as aquisições Fonte: Vargas (2003, p. 97). 119 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Neste processo as entradas são compostas pelo plano de gerenciamento do projeto, os documentos de aquisição, os critérios para seleção de fontes, a lista de fornecedores qualifi cados, as propostas dos fornecedores, os documentos do projeto, decisões de fazer ou comprar, acordos de cooperação e os ativos de processos organizacionais. E as ferramentas utilizadas serão: as reuniões com licitantes, técnicas de avaliação de propostas, estimativas independentes, opinião especializada, publicidade, além das pesquisas na internet e negociações das aquisições. Tendo como saídas os fornecedores selecionados, a adjudicação do contrato de aquisição, os calendários dos recursos, solicitações de mudança, atualizações dos documentos dos projetos. c) Administrar as aquisições Este é o processo de gerenciar as relações de aquisição, monitorar o desempenho do contrato e fazer mudanças e correções conforme for necessário. O PMBoK (2014, p. 379) apresenta como benefício deste processo a “garantia de que o desempenho tanto do fornecedor quanto do comprador cumpra os requisitos de aquisição, de acordo com os termos do acordo legal”. Para conhecer o que faz parte deste processo e quais seus resultados, vamos ver a fi gura a seguir. Figura 60 – Mapa mental do processo de administrar as aquisições Fonte: Vargas (2009, p. 97). As entradas são compostas neste processo por documentos de aquisição, o plano de gerenciamento do projeto, o contrato, os relatórios de desempenho, as solicitações de mudança aprovadas e as informações sobre o desempenho do trabalho. Já as ferramentas são compostas por sistema de controle de mudanças no contrato, análise de desempenho das aquisições, as inspeções e auditorias, os relatórios de desempenho, os sistemas de pagamento, além da administração de reivindicações e sistemas de gerenciamento de registros. Para obter as saídas de documentação da aquisição, as atualizações dos ativos de processos organizacionais, as solicitações de mudança e as atualizações do plano de gerenciamento do projeto. 120 Elaboração de Projetos Empresariais d) Encerrar as aquisições Momento de fi nalizar cada uma das aquisições do projeto. Momento de verifi car se todas as entregas e os trabalhos são aceitáveis, além de servir de apoio ao processo de encerramento do projeto ou da fase. Tendo como benefício, citado pelo PMBoK (2014, p. 386), “a documentação dos acordos e outros documentos relacionados, para consultas futuras”. O que está envolvido nas entradas, ferramentas e saídas veremos na sequência. Figura 61 - Mapa mental do processo de encerrar as aquisições Fonte: Vargas (2003, p. 98). Neste último processo de aquisição e, por consequência, último processo do gerenciamento do projeto, as entradas são compostas pelo plano de gerenciamento do projeto e os documentos de aquisição, já as ferramentas utilizadas são as auditorias de aquisições, acordos negociados e o sistema de gerenciamento de registros, para terem como saídas as aquisições encerradas e as atualizações dos ativos de processos organizacionais. Neste processo, Vargas (2003) lembra que é importante atentar a aspectos como: utilização do checklist para a preparação de propostas e contratos, avaliação dos riscos antes de escolher um determinado tipo de contrato, rever junto ao departamento jurídico da sua empresa o contrato assinado e garantir, através de contrato ou seguro, os riscos não cobertos. Muito bem, fi nalizadas todas as etapas do gerenciamento do projeto, vamos exercitar e verifi car o que o seu projeto tem de aquisições. 121 FASE 2 DOS PROJETOS Capítulo 3 Atividade de Estudos: 1) Quais são as aquisições do projeto de férias que você está realizando? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Finalizada a última fase da elaboração dos projetos, você pôde compreender os critérios utilizados para garantir e conferir a qualidade dos projetos, bem como os recursos humanos que estão envolvidos, sejam eles internos ou externos ao projeto. Pôde também acompanhar como é realizada a comunicação dentro do projeto, a infl uência que ela possui para que o objetivo fi nal seja alcançado. O capítulo também abarcou informações relacionadas aos riscos dos projetos, de que forma evitá-los e de que forma são importantes para que os envolvidos trabalhem sempre atentos na minimização deles. E, por fi m pôde compreender quais são e como são incorporadas na organização as aquisições dos projetos, pôde avaliar também o quão é necessário por vezes evitar aquisições, deixando assim o custo do projeto menor. REFERÊNCIAS BOENTE, A. Gerenciamento e controle de projetos. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2003. CALDAS, P. Ruídos na comunicação. 2010. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/marketing/ruidos-na-comunicacao/46869/>. Acesso em: 12 ago. 2016. CARVALHO, M. M. de; RABECHINI JR., R. Construindo competências para gerenciar projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 122 Elaboração de Projetos Empresariais CHAVES, L. E. et al. Gerenciamento da comunicação em projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. GALBRAITH, J. R. 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