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Crime culposo Conceito Elementos do crime culposo Modalidades de culpa Espécies de culpa Graus de culpa Compensação e concorrência de culpas Conceito “Diz-‐se o crime culposo quando o agente, deixando de observar o cuidado necessário, realiza conduta que produz resultado, não previsto nem querido, mas previsível, e excepcionalmente previsto e querido, que podia, com a atenção devida, ter evitado.” (MONTEIRO DE BARROS, Flávio Augusto. Direito Penal, v.1, p. 230) “Diz-‐se o crime: II – culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-‐o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-‐lo.” (art. 33, do Código Penal Militar) Elementos do crime culposo Conduta voluntária Violação do dever objetivo de cuidado Resultado naturalístico involuntário Nexo causal Previsibilidade objetiva Tipicidade Conduta voluntária No crime culposo, a conduta (ação ou omissão) limita-‐se a realização de um comportamento perigoso, sem se direcionar à produção de um resultado ilícito. Caso contrário, ou seja, buscando concretizar o resultado, a hipótese é de crime doloso. Violação do dever objetivo de cuidado O dever objetivo de cuidado é o comportamento que a todos se impõe de praticar os atos da vida com a cautela necessária, para que doseu modo de agir não decorram lesões a bens alheios. No crime culposo, tal dever é desobedecido pelo autor com a prática de uma conduta descuidada, a qual, estabelecida em injusti]icável falta de atenção, originada de sua imprudência, negligência ou imperícia. Resultado naturalístico involuntário Para a con]iguração de um crime culposo é imprescindível a existência de um resultado naturalístico não desejado pelo agente. O agente efetivamente não pode ter previsto o resultado danoso. O delido culposo é conhecido como crime de azar. É bom destacar, que o crime culposo é incompatível com a tentativa, ou seja, ou o resultado se produz, e o crime está consumado, ou da conduta perigosa não sobrevém o resultado, e o fato é um irrelevante penal, ao menos para a tipi]icação do crime culposo. Nexo causal Consiste na relação de causa e efeito entre a conduta voluntária perigosa e o resultado involuntário. Previsibilidade objetiva É a possibilidade de se prever um fato, não se confundindo com previsão. Enquanto previsibilidade é somente a possibilidade de prever, previsão é o ato de prever. Existe a previsibilidade do resultado quando mediante um juízo de valor se conclui que o homem médio, nas condições em que se encontrava o agente, teria antevisto o resultado produzido. Ausência de previsão Em regra, o autor não prevê o resultado objetivamente previsível. Não enxerga aquilo que o homem médio conseguiria ver. Tipicidade Os tipos culposos são sempre abertos, formados por uma certa indeterminação da conduta proibida, merecendo o complemento da atividade jurisdicional no momento de analisar o caso concreto. O tipo culposo precisa estar expressamente previsto no tipo penal. Ex.: art. 129, § 6º, art. 250, § 2º o conhecimento efetivo do perigo que sua conduta provoca para o bem jurídico alheio. Modalidades de culpa Imprudência – Forma ativa de culpa, comportamento sem cautela, realizado com precipitação. Ação intempestiva e irreHletida, culpa in agendo. Ex.: motorista em alta velocidade que atropela e mata; - Negligência – Forma passiva de culpa, atitude passiva. Há omissão de ação cuidadosa, culpa in omitendo. Ex.: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança. Imperícia – É a incapacidade, a falta de conhecimentos técnicos no exercício de arte ou profissão, não tomando o agente em consideração o que sabe ou deve saber. É a culpa profissional. Ex.: Engenheiro que faz mal os cálculos para construção de uma edificação e esta vem ao chão matando moradores. Espécies de culpa Culpa consciente e inconsciente Culpa própria e imprópria Culpa consciente e inconsciente Culpa inconsciente: é a culpa sem previsão. O agente age sem prever que o resultado possa ocorrer. Essa possibilidade não passa pelo pensamento do sujeito, o qual dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia; Culpa consciente: é a culpa com previsão. O agente pratica o fato, prevê a possibilidade de ocorrer o resultado, porém, con]iando em sua habilidade espera a sua não ocorrência. Culpa própria e imprópria uma conduta, imprudente, Culpa própria: é aquela originária de negligente ou imperita; Culpa imprópria (por equiparação ou assimilação): é aquela que se original de um erro de tipo inescusável ou vencível. Tem esse nome porque o agente pratica uma conduta dolosa mas, por força de lei, responde pelo resultado a título de culpa (art. 20, § 1º, CP). Graus de culpa São três: grave; leve; levíssima. Não existe diferença para efeito de cominação abstrata de pena, mas o juiz deve levar em conta a natureza da culpa no momento de dosar a pena concreta, já que lhe cabe, nos termos do art. 59 do Código Penal, ]ixar a pena de acordo com o grau de culpabilidade do agente. Compensação e concorrência de culpas Caso duas ou mais pessoas agem culposamente e juntas dão causas a um resultado, fala em concorrência de culpas. Nesse caso, ambas responderão pelo resultado, cada uma na medida de sua culpabilidade. No direito penal, não existe compensação de culpas. A culpa do ofendido não exclui a culpa do réu.
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