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UNIDADE I Aula 01 – Estimativas e Provisões: Estimativas como contas redutoras do Ativo – Estimativa para Créditos de Liq. Duvidosa; Estimativa para perdas na realização de investimentos temporários. CONTABILIDADE FINANCEIRA Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • É importante que os valores constantes nas Demonstrações Contábeis não levem seus usuários ao engano. • Tomemos como exemplo as contas Duplicatas a receber ou Clientes. Tais contas representam valores a serem recebidos pela empresa, seja por mercadorias, produtos ou serviços vendidos/prestados a prazo, ou ainda pela venda de qualquer outro direito ou bem vendido a prazo. • Ainda que de fato a empresa tenha esses valores a receber, representando, a prática comercial indica que há a possibilidade de que “dentro” dessa conta clientes inadimplentes estejam presentes. Em outras palavras, é possível que o valor a receber não seja efetivamente recebido. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • Conhecendo tal situação, não pode a empresa deixar de apresentar uma estimativa de modo a corrigir tal conta ao seu provável valor de realização, de recebimento. ✓ É muito comum as pessoas confundirem as palavras Provisão e Previsão. ✓ O termo Previsão não é uma nomenclatura contábil. Quando há uma situação de dúvida, os contadores não realizam um trabalho de “previsão”, como na meteorologia, realizam um trabalho com dados conhecidos no momento, para “prover”, preparar a empresa. ✓ Portanto, não se usa a palavra previsão! E, com as IFRS, utilizamos a expressão “estimativa”. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • As expectativas de perdas de ativos ou estimativas de valores a desembolsar que, apesar de financeiramente ainda não efetivadas, derivam de fatos geradores contábeis já ocorridos, isto é, dizem respeito a perdas economicamente incorridas (como a depreciação, a perda de valor de investimentos, o provável não recebimento de créditos, a estimativa de não recuperação de valores aplicados nos estoques etc.). • Assim temos: estimativas de perdas que reduzem o valor do ativo, ou estimativas que aumentam as obrigações (exigibilidades) da empresa. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • À medida que deixam de ser estimativas, isto é, expectativas de perda de ativos ou expectativa de obrigações, tornando-se totalmente definidas, o procedimento contábil correto é abandonar o conceito de estimativa, visto que obrigações, quando se tornam líquidas e certas, não são estimativas e sim passivos genuínos (por exemplo, salários a pagar, ICMS a recolher). • É de fundamental importância a constituição de estimativas e provisões, de modo que se atenda aos “Princípios de Contabilidade (PC)” da Oportunidade, Competência e Prudência. • Conforme a Resolução CFC nº 1282/10, segue a definição dos princípios em referência: Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. [...] Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.” Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO Art. 10º O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO ✓Se o profissional da contabilidade não conhece o mercado e as práticas do ramo de negócio, é natural que ele seja mais precavido e aja com cautela. Isso porque os mercados de uma forma geral costumam ser hostis. Entretanto, se o contador conhece o mercado específico do ramo de negócios, os players, acompanha detalhes da operação, tende a ser menos conservador. É o que se chama de “conservadorismo responsável”. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS • Do lado do ativo, representado por bens e direitos, alguns dos direitos poderão não ser realizados, ou seja, transformados em dinheiro, como, por exemplo, os valores a receber; logo, é de extrema importância que a empresa registre estimativas de perdas. • Em relação ao passivo, a princípio, todas as obrigações deverão ser registradas, porém, algumas delas poderão não ter o valor exato da dívida. É o caso dos processos trabalhistas; logo, a empresa deverá registrá-las por meio de provisões. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS • ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • As estimativas que reduzem o ativo são, obviamente, contas credoras, visto que corrigem o saldo do ativo que tem natureza devedora. • A contrapartida na constituição de uma estimativa ativa será sempre uma conta de despesa ou custo, indedutível para fins de cálculo do resultado tributável de IRPJ e CSLL. • Como espécies de estimativas redutoras do ativo, temos: Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • ESTIMATIVA PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Essa estimativa, também denominada Estimativa para Devedores Duvidosos, é constituída em função da expectativa de perdas que a empresa suscita que possam ocorrer em virtude de ter efetuado vendas a prazo (fato gerador contábil) e da possibilidade de nem todos os devedores honrarem seus compromissos. • Assim, as contas a receber devem ser avaliadas por seu valor líquido de realização, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter. Para tanto, devem-se baixar as contas prescritas e constituir uma Estimativa para Crédito de Liquidação Duvidosa para cobertura das perdas esperadas na cobrança das contas a receber, motivo pelo qual essa estimativa é classificada como redução das contas a receber, para serem apresentadas por seu valor líquido realizável. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • É nesse sentido que o inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76, com alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/07, estabelece os critérios de avaliação desse ativo, indicando que serão excluídos os direitos e títulos de créditos já prescritos, sendo feitas as estimativas adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização. • A empresa, para estimar o valor de perda provável na realização de suas “contas a receber”, “duplicatas a receber” ou “clientes”, considera, por exemplo, aspectos peculiares de sua clientela, a conjuntura econômica do momento em que se está estimando o risco e o ramo de negócios em que atua, entre outras variáveis → o critério adotado pode ser, portanto, diferente para cada empresa. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • De acordo com a lei 9.430/96 (IN SRF 93/97), a despesa oriunda da constituição da estimativapara créditos de liquidação duvidosa não é dedutível para fins de apuração da base tributável do IRPJ e CSLL, devendo ser adicionada na Parte A do Lalur. • ESTIMATIVA PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Porém, a despesa será dedutível quando atender aos seguintes requisitos: I. Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, mediante sentença emanada do Poder Judiciário. II. Sem garantia de valor: a) Até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) II. Sem garantia de valor: b) Acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém mantida a cobrança administrativa. c) Acima de R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento. III. Com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) IV. Contra o devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar (ver IN SRF nº 93 de 1997). • Para efeito da legislação fiscal, entende-se por créditos com garantia aqueles provenientes de vendas com reserva de domínio, alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, conforme dispõe o art. 340, § 3º do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTERATIVIDADE • É importante registrar estimativas de perdas do ativo para: a) Atender à legislação vigente; b) Atender à determinação da alta direção da empresa; c) Apurar e informar os valores patrimoniais os mais adequados possíveis; d) Reduzir a tributação da empresa; e) Reduzir os juros nas respectivas operações. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Exemplo: • Uma empresa utiliza, como forma de estimar suas perdas, um percentual que considera sua experiência no recebimento de créditos provenientes de vendas realizadas a prazo durante os últimos três anos. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Exemplo: • Constituição da Estimativa de Perda: • A fim de se constituir a estimativa, deve-se proceder ao seguinte cálculo: • Vendas a prazo de X8........... $ 100.000 • % sobre as vendas................ x 0,007 • (=) ECLD.............................. = $ 700 • Lançamento 1 – Constituição D - Despesas com Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa........$ 700 C - Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (cta red. do ativo)...$ 700 Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Quando se torna efetiva a perda estimada dos créditos gerados no período anterior, a contabilidade deve providenciar a baixa do título. Continuando o exemplo anterior, suponha que da estimativa constituída em X8, no valor de $700, de fato não foram recebidos em X9, $ 300. A contabilidade deverá, portanto, em X9 providenciar a baixa do título por meio da seguinte partida de diário: • Lançamento 2 – Baixa de clientes, utilizando-se da estimativa de perda D – Est. para Créditos de Liquidação Duvidosa (cta red. do ativo).....$ 300 C - Clientes / Duplicatas a receber..................................................... $ 300 Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Existe a possibilidade de a empresa ter baixado um título considerado incobrável e, posteriormente, o cliente saldar sua dívida. Houve uma recuperação de crédito baixado e esta deverá ser registrada na conta de resultado “outras receitas operacionais”. • Lançamento 3 - Recuperação de Crédito Baixado D – Caixa....................................................................................$ 300 C – Outras receitas operacionais (recuperação de créditos)......$ 300 Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Pode ocorrer que a estimativa com perdas no recebimento de créditos tenha sido constituída por um valor maior do que o das perdas efetivas, restando, ao final do exercício, o saldo não utilizado. Ainda considerando o exemplo anterior, percebe-se que restou um saldo não utilizado de $ 400 ($ 700 – $ 300). ✓ Essa Estimativa deve ser razoável, feita de acordo com a experiência e intuição. Por isso, é importante que o Contador conheça o ramo de negócios e as atividades da empresa em específico, o que irá diminuir o conservadorismo “condicional”. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • O procedimento considerado tecnicamente o mais correto a ser adotado, neste caso, é reverter o saldo da conta de modo a “zerá-la” e constituir a estimativa para o ano seguinte. O lançamento a ser efetuado seria: • Lançamento 4 – Reversão: D - Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (cta red. do ativo)..$ 400 C - Reversão da Est. para C. de Liq. Duvidosa (cta de resultado: receita)..$ 400 • Outra tratativa possível para o saldo não utilizado seria complementá-lo com a estimativa a ser constituída para o ano seguinte. Assim, se a estimativa para o ano seguinte fosse de $ 900, por exemplo, haveria apenas a complementação de $ 500 ($ 900 – $ 400 não utilizados). E, nesse caso, o lançamento contábil a ser efetuado seria: Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • Lançamento 5 – Complemento: D - Despesas com Est. para Créditos de Liquidação Duvidosa..........$ 500 C – Est. para Créditos de Liquidação Duvidosa (cta red. do ativo)....$ 500 • Entretanto, assim como pode ocorrer da estimativa de perdas ter sido constituída por um valor maior que o suficiente para cobrir as perdas com recebimento de créditos, o contrário também é verdadeiro, isto é, pode ocorrer de o saldo estimado ter sido insuficiente para cobrir as perdas efetivas. • Desse modo, o procedimento a ser adotado é o lançamento diretamente para despesa, que acarretará efeito no resultado do exercício em que se observou a perda efetiva no recebimento de créditos devido à insuficiência da estimativa. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (ECLD) • O lançamento contábil, nesse caso, será: D - Perdas com incobráveis (Despesas de Vendas) C - Duplicatas a Receber / Clientes LANÇAMENTOS (RAZÃO) LANÇAMENTOS (RAZÃO) Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTERATIVIDADE • Pode-se entender que a baixa com clientes incobráveis será sempre uma despesa indedutível. Você concorda? a) Sim, conforme determina a legislação vigente; b) Sim, conforme determinam as normas internacionais de contabilidade; c) Não, há casos em que as despesas geradas serão dedutíveis; d) Não, uma vez que todas as despesas reduzem o lucro do período; e) Sim, desde que o valor seja sempre acima de R$ 1.000,00. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • ESTIMATIVA PARA PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS • Resguardadas as devidas exceções, a maior parte das empresas direciona suas atividades para a consecução de resultados positivos, lucro. Assim, na existência de excesso de recursos disponíveis, as empresas passam a diversificar suas fontes de rendimento que não aquelas diretamente ligadas a sua atividade principal. Procuram então aplicar tais recursos em diversos tipos de títulos e formas disponíveisno mercado para aplicações, tais como: • fundos de aplicação imediata; • títulos do Banco Central; • títulos do Tesouro Nacional; Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO • depósitos a prazo fixo; • certificados de depósito bancário; • ações adquiridas ou cotadas na Bolsa de Valores; • aplicações temporárias em ouro; • fundos de investimentos de renda fixa ou variável; • letras de câmbio; • debêntures; • notas promissórias (commercial papers). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • De forma geral, os tipos de títulos mencionados rendem dividendos, juros e correção monetária, prefixada ou não. O prazo de resgate também pode variar bastante, indo desde aplicações de poucos dias até aplicações de um ou dois anos. • No caso de ações, ouro e fundos, o rendimento (ou prejuízo) é representado pela variação nas cotações entre a compra e a venda. • Títulos e valores mobiliários do ativo circulante que tiverem seus valores de mercado diferentes dos seus valores contábeis (registrados no balanço patrimonial) devem ser indicados em notas explicativas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • Em face das possibilidades existentes e considerando o disposto no art. 179 da Lei das S/A, temos: 1. Os investimentos em títulos de liquidez imediata, como as aplicações de poucos dias (aplicações de liquidez imediata), devem ser classificados dentro do subgrupo Disponível. 2. Títulos e valores mobiliários, isto é, aplicações em títulos com prazo de resgate no curso do exercício social subsequente (até 360 dias após a data do balanço), devem ser classificadas em subgrupo à parte no Ativo Circulante. 3. Títulos e valores mobiliários que são as aplicações temporárias classificáveis a longo prazo, com prazo de resgate superior a 360 dias da data do balanço, devem ser classificados no subgrupo Investimentos Temporários a Longo Prazo. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO • Conforme o art. 183, I da lei das S/A: as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos e em direitos e títulos de crédito, classificados no ativo circulante ou ativo não circulante (realizável a LP), serão avaliadas: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda (lei 11.941/09); b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações, direitos e títulos de crédito (incluída pela lei 11.638, de 2007). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • Para efeitos do disposto no art. 183, considera-se valor justo, conforme elucida o §1º do mesmo artigo: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros; Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS d) dos instrumentos financeiros, o valor que se pode obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007): 1. o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 2. o valor presente, líquido, dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) ou 3. o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS EM OURO • O saldo das aplicações deverá ser ajustado ao valor de mercado, quando este for menor, mediante a constituição de provisão cuja contrapartida, no entanto, não será dedutível para efeito de determinar o lucro tributável. • Na hipótese de o valor de mercado do ouro ser inferior ao custo, é necessária a constituição de uma estimativa para redução ao valor de mercado, cuja contrapartida não é dedutível para efeitos tributários. • Adicionalmente, vale salientar que o mais correto tecnicamente seria sempre manter as aplicações temporárias em ouro a valor de mercado. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS EM AÇÕES • Possuem mesmo critério de avaliação do ouro: custo ou mercado, dos dois o menor. • Exemplo: • Uma empresa possui uma carteira de ações composta por 300 títulos: • 100 ações da Cia. A, ao custo unitário $ 2,50; • 100 ações da Cia. B, ao custo unitário $ 2,70; • 100 ações da Cia. C, ao custo unitário $ 2,80. • No dia de encerramento do exercício social, os três tipos de ações, A, B, e C estavam cotados ao preço de mercado de $ 2,60 por unidade. Qual será o valor total a ser registrado no BP? Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS • Com essas informações, podemos afirmar que, no Balanço Patrimonial encerrado em 31/12, o saldo da conta Investimentos Temporários em Ações será de $ 770. Vejamos: • Considerando a regra Custo de Aquisição ou Valor de Mercado, dos dois o menor, devemos providenciar a estimativa para ajuste a valor de mercado das ações da Cia. B e C, uma vez que apresentam custo de aquisição superior ao valor de mercado. Para as ações da Cia. A, não há que se fazer estimativa, considerando que o custo de aquisição é menor do que o valor de mercado. Esse aumento no valor da ação somente será reconhecido quando da alienação dessas ações. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis EST. P/ PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INV. TEMPORÁRIOS Até a próxima!
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