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Lista Exclusiva PD HISTÓRIA GERAL 1. Texto 1 Nesse contexto, entendo que “barbárie” signifique duas coisas. Primeiro, ruptura de regras e comportamento moral pelos quais todas as sociedades controlam as relações entre seus membros e, em menor extensão, entre seus membros e os de outras sociedades. Em segundo lugar, ou seja, mais especificamente, a reversão do que poderíamos chamar de projeto do Iluminismo do século XVIII, a saber, o estabelecimento de um sistema universal de tais regras e normas de comportamento moral, corporificado nas instituições dos Estados e dedicado ao progresso racional da humanidade: à Vida, Liberdade e Busca da Felicidade, à Igualdade, Liberdade e Fraternidade ou seja lá o que for. [...] Entretanto, o que torna as coisas piores, o que sem dúvida as tornará piores no futuro, é o constante desmantelamento das defesas que a civilização do Iluminismo havia erigido contra a barbárie, e que tentei esboçar nesta palestra. O pior é que passamos a nos habituar ao desumano. Aprendemos a tolerar o intolerável. HOBSBAWM, Eric. Barbárie: manual do usuário. In: HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 268, 269, 279. Texto 2 [...] desenvolvemos um conjunto de quatro sinais de alerta que podem nos ajudar a reconhecer um autoritário. Nós devemos nos preocupar quando políticos: 1) rejeitam, em palavras ou em ações, as regras democráticas do jogo; 2) negam a legitimidade de oponentes; 3) toleram e encorajam a violência; e 4) dão indicações de disposição para restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia. LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2018. p. 32. Com base nos textos acima e nos conhecimentos de História, é correto afirmar que: 01) de acordo com o Texto 1, os filósofos iluministas padeciam de contradições; criticavam aqueles que se opunham às monarquias absolutistas e defendiam restrições às liberdades individuais, entretanto alardeavam que suas ideias eram inéditas e iluminadas. 02) os Textos 1 e 2 concordam ao afirmar que os conceitos de igualdade e de democracia fortaleceram-se progressivamente até estarem plenamente consolidados nos dias atuais. 04) o uso do Estado para perseguir opositores e censurar opiniões divergentes é característico da França pré- revolucionária; após a Revolução Francesa, os políticos dos países ocidentais não mais adotaram comportamentos como os descritos no Texto 2. 08) tanto o autor do Texto 1 quanto os autores do Texto 2 demonstram preocupação com o avanço de práticas autoritárias nas democracias modernas, colocando em risco alguns postulados da democracia. 16) inspirada por ideais iluministas, a Revolução Francesa teve fases e projetos políticos distintos: durante a República Jacobina, houve ações voltadas aos interesses das classes populares, como facilitar a aquisição de terras para o pequeno produtor e tabelar gêneros de primeira necessidade, já a “Reação Termidoriana” foi marcada pela aliança entre a alta burguesia francesa e o exército de modo a impedir tanto o retorno dos jacobinos quanto o do Antigo Regime. 32) o Congresso de Viena, de 1815, buscava restaurar o poder das dinastias após a derrota de Napoleão e suplantar as ideias liberais engendradas pela Revolução Francesa. 64) os autores do Texto 2, ao descreverem as características de um político autoritário, referem-se a Napoleão Bonaparte, conhecido como o primeiro imperador populista da Europa. Lista Exclusiva PD 2. Nas últimas três décadas, vimos o fim de velhas unidades políticas e a emergência de novas: as unificações da Alemanha e do Iêmen, a desintegração da Checoslováquia, da Iugoslávia e da União Soviética, a secessão de países como Eritreia, Timor-Leste e Kosovo. Vimos também a expansão de esforços de integração política e econômica, a absorção de antigos membros do Pacto de Varsóvia na Otan, o envolvimento de exércitos nacionais em esforços da ONU pela manutenção da paz e a mobilização de outros tantos exércitos na tentativa de conter e definir o terrorismo como fenômeno político. (Adaptado de Sebastião Nascimento, Vinte anos sem muro em Berlim: novas faces da violência política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.26, n. 77, out. 2011.) Sobre esta nova condição histórica e geopolítica internacional, é correto afirmar: a) As décadas que nos separam da queda do Muro de Berlim e do fim da Guerra Fria representam um período de continuidade das formas e demandas políticas no plano internacional e de manutenção da cartografia mundial. b) A reunificação alemã foi decisiva nesse processo global. Ela fez desaparecer o maior símbolo da Guerra Fria na Europa, a Alemanha dividida. A queda do Muro de Berlim em 1989 e o 11 de setembro de 2001 são marcos desse processo. c) Após a descolonização nos anos de 1950 e 1960, a dessovietização do mundo nos anos de 1990 reforçou o imperialismo, compreendido como um sistema de Estados nacionais iguais sob o direito internacional. d) Desde 1989, o Estado nacional democrático alcançou todo o globo com eleições livres, não apenas no Leste Europeu, mas também nos países orientais. Na retórica política comum, destaca-se o fenômeno do terrorismo atlântico. Lista Exclusiva PD GABARITO: Resposta da questão 1: 08 + 16 + 32 = 56. Correção a partir das incorretas, [01], [02], [04] e [64]. As ideias iluministas defenderam as liberdades individuais, basta observar o pensamento de Locke que defendeu os direitos naturais do homem: vida, liberdade e propriedade. Montesquieu defendeu as liberdades individuais através da divisão do poder em três esferas. O texto 2 fornece dicas de como reconhecer um político autoritário que coloca em risco a democracia. Depois da Revolução Francesa, 1789- 1799, a democracia sofreu inúmeros golpes em diversos países no ocidente. Basta observar regimes como Fascismo, Nazismo, Salazarismo, Franquismo, Estado Novo e Ditadura Militar no Brasil, entre outros exemplos. O texto 2 não menciona Napoleão Bonaparte, apenas aponta dicas para reconhecer um político autoritário. Resposta da questão 2: [B] A queda do Muro de Berlim, além de marcar a reunificação da Alemanha, ajudou a finalizar o conflito entre EUA e URSS, típico da Guerra Fria. Mas, apesar da perspectiva iminente de paz, eventos como o 11 de setembro de 2001 serviram para mostrar que, globalmente, as nações estão longe de resoluções pacíficas definitivas.
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