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ARTE MODERNA INÍCIO DO SÉCULO XX Van Gogh, “Noite Estrelada” Obra precursora do expressionismo Expressionismo Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva, de caráter muitas vezes pessimista. Edvard Munch 1863 —1944 O Grito Munch alia-se primeiro ao simbolismo, antes de tornar-se um dos expoentes do expressionismo. Cinco Mulheres na Rua Ernst Kirchner (1913) Expressionismo no cinema alemão (anos 10-20) O gabinete do Dr. Caligari Robert Wiene (1919) Nosferatu F.W. Murnau (1922) Metropolis Fritz Lang (1927) Fauvismo ou Fovismo Uso de cores puras, irrealistas, formas sugeridas, não necessariamente desenhadas Henri Matisse, “Alegria de viver” Henri Matisse, “A dança” Henri Matisse Henri Matisse Expressionismo - Fauve • Uma das primeiras manifestações a ser chamada de expressionista foi a dos fauves, que mais tarde teria em Henri Matisse seu principal desdobramento • No fovismo, a principal e mais clara herança dos pós-impressionistas é a pesquisa formal e psicológica dos efeitos dramáticos da cor na composição pictórica. • A cor aqui é vista de uma maneira absolutamente não- naturalista, independente e é essencialmente uma forma de expressão de sensações e sentimentos. • O expressionismo era baseado na explosão da emoção, na explosão do sentido. Utiliza a imagem visual que nos cerca para uma realidade interior.. Ocorre a deformação das imagens, devido ao sentimento interior intervir na realidade. O fato dramático sobrepõe ao fato artístico. Henri-Émile-Benoît Matisse – Harmonia em vermelho Henri Matisse Henri Matisse Movimentos de Vanguarda - Modernismo • Em seu sentido literal, vanguarda (que vem do francês Avant Garde, "guarda avante") faz referência ao batalhão militar que precede as tropas em ataque durante uma batalha. Daí deduz-se que vanguarda é aquilo que "está à frente". • Desta dedução surge a definição adotada por uma série de movimentos artísticos e políticos do fim do século XIX e início do século XX. • Os movimentos europeus de vanguarda eram aqueles que, segundo seus próprios autores, guiavam a cultura de seus tempos, estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes, lançavam manifestos e acreditavam que a verdade encontrava-se com eles. Pablo Picasso, 1907: Les Demoiselles de Avignon'. Cubismo O Cubismo é um movimento estético que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. Cubismo Cézanniano ou Cubismo Pré-Analítico Pablo Picasso, 1907: Les Demoiselles de Avignon'. Cubismo Analítico (1910 - 1912) • A fragmentação da forma é levada a extremos. Toda a figura é descrita em termos de planos que se justapõem e interpenetram. Poucas linhas descrevem alguns aspectos da anatomia que mantém a reminiscência do objeto. Os volumes não se coadunam. Homem com guitarra - Georges Braque. (1882-1963) 1912 Marcel Duchamp “Nu descendo uma escada” (1912-1916) Pablo Picasso “As três dançarinas”(1925) Pablo Picasso Retrato de marie-Thérése Walter (1937) “Guernica”, Pablo Picasso (1937) O Cubismo de Colagem - Cubismo Sintético 1913 - 1914 • O uso de materiais reais fixados à tela inaugura a fase da colagem. Uma das razões de Picasso e Braque utilizarem-se da colagem foi a recusa em levar a experiência cubista às raias da pura abstração. • Na cubismo sintético Picasso pinta as texturas dos materiais que antes colava sobre as telas. Georges Braque. Natureza morta com Tenora. 1913 Cut-and-pasted printed and painted paper, charcoal, chalk, and pencil on gessoed canvas. Arte Abstrata A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra. Abstracionismo Lírico ou Expressivo Wassily Kandinsky Estudo para pintura com forma branca, 1913 Wassily Kandinsky 1866 —1944 artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Composição nº 6 Paul Klee – Rua principal e ruas laterais, óleo sobre tela 1929 - 83.7 x 67.5 cm Paul Klee, Equilíbrio Oscilante 1922. Aquarela e lápis s/ papel, 34,5x17,8 cm. Neoplasticismo - Piet Mondrian 1872 - 1944 Composição em vermelho, amarelo e azul, 1924-25 pertencente à fase neoplástica de Mondrian Piet Mondrian – Natureza Morta com Gingerpot I, 1911. Óleo sobre tela, 25 3/4 x 29 1/2 inches. Still Life with Gingerpot II, 1912. Oil on canvas, 37 1/2 x 47 1/8 inches. Solomon R. Guggenheim Museum. 294.76. Piet Mondrian Quadro No. 2/Composição No. VII, 1913. óleo sobre tela, 41 1/8 x 43 3/4 inches Composição 8, 1914. óleo sobre tela, 37 1/8 x 21 7/8 inches. Quadro 2, com amarelo, preto, azul, vermelho e cinza, 1922. óleo sobre tela, 21 7/8 x 21 1/8 inches. Composição com Vermelho Azul e Amarelo Quadro 2, 1922. Óleo sobre tela, 21 7/8 x 21 1/8 inches Durante a Segunda Guerra, Mondrian exilou-se em Nova Iorque, onde passou seus últimos anos. Lá, o contido holandês sucumbiu à sensualidade da música negra norte-americana e à efervescência das ruas caóticas e superlotadas. (...) Victory Boogie-Woogie - 1943-44 (Obra Inacabada) Óleo e papel sobre tela 177,5 cm em diagonal (...) As obras desse período deixam claras essas novas influências. Piet Mondrian morreu em 1944 deixando uma das pesquisas visuais ao mesmo tempo mais radicais e suaves da arte do Século XX. Victory Boogie-Woogie - 1943-44 (Obra Inacabada) Óleo e papel sobre tela 177,5 cm em diagonal Kasimir Malevich e o Suprematismo 1878–1935 Composição Suprematista: branco sobre branco. 1918. Malevich define o Suprematismo como "a supremacia do puro sentimento“: o essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio onde teve origem. Construtivismo Russo Construtivismo Russo Movimento estético-político iniciado na Rússia a partir de 1919 como parte do contexto dos movimentos de vanguarda no país, de forte influência na arquitetura e arte ocidental. Ele negava uma "arte pura" e procurava abolir a ideia de que a arte é um elemento especial da criação humana, separada do mundo cotidiano. Construtivismo Russo A arte, inspirada pelas novas conquistas do novo Estado Operário, deveria se inspirar nas novas perspectivas abertas pela máquina e pela industrialização servindo a objetivos sociais e a construção de um mundo socialista. O termo arte construtivista foi introduzida pela primeira vez por Malevich para descrever o trabalho do artista russo Rodchenko em 1917. ::fonte desta parte do texto:: wikipedia Construtivismo Russo O construtivismo como movimento ativo durou até 1934, tanto na união Soviética como na República de Weimar As suas proposições inovadoras influenciam fortemente toda a arte moderna. A partir do Congresso dos Escritores de 1934 a única forma de arte admitida na URSS seria o Realismo Socialista e todas as outras tendências artísticas durante Stalinismo seriam consideradas formalistas. Construtivismo Russo Caracterizou-se, de forma bastante genérica, pela utilização constante de elementos geométricos, cores primárias, fotomontagem e a tipografia sem serifa. Teve influência profunda não só na arte como no design moderno e está inserido no contexto das vanguardasestéticas européias do início do século XX. São considerados manifestações influenciadas pelo Construtivismo o De Stijl , o Neoplasticismo, a Bauhaus, o Suprematismo e grande parte da Vanguarda Russa Capa do disco “You could have it so much better” da banda Franz Ferdinand (2005) Rodchenko, “Escadaria”, 1930 Rodchenko, “O choffer”, 1929. Cinema Soviético – Anos 20 e 30 A primazia da montagem – o cinema como colagem e choque Fotograma do Filme “Um homem com a câmera” (1929), de Dziga Vertov Fotograma do filme “O encouraçado Potemkim (1925), de Sergei Eisenstein ESCOLA BAUHAUS (1919-1933) Cadeira desenhada por Mies Van der Rohe Cartaz (1923) TuxedoBauhaus Retro BoldPump Fontes criadas pelos designers da Escola Bauhaus Futurismo Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros. Futurismo Utilizavam cores vivas e contrastes e sobreposição de imagens para dar a idéia de dinamismo – deformação e desmaterialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Umberto Boccioni, “O dinamismo de um ciclista”(1913) Boccioni Escultura de Boccioni intitulada Unique Forms of Continuity in Space (MoMA) SURREALISMO Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos. Salvador Dalí Figueres, 1904 — Figueres, 1989 Gala Com Duas Costeletas de Carneiro em Equilíbrio Sobre o Seu Ombro (Dalí, 1933) Salvador Dalí 1904 — 1989 Canibalismo no Outono 1936 Salvador Dalí, “Alucinação parcial: Seis aparições de Lenin sobre um piano” Salvador Dalí, A persistência da memória (1931) Retrato de Mae West Desenho/pintura/colagem por Salvador Dalí (1934) Instalação realizada por Salvador Dalí em 1974, a partir do Retrato de Mae West, pintado pelo artista em 1934 Local: Figueres, Espanha Sofá “Lábios de Mae West”, de Salvador Dalí (1938) Salvador Dalí.Telefone lagosta. (1938). Técnica: Metal pintado, gesso, borracha e papel. Fotograma do filme “Um cão andaluz, de Luis Buñuel e Salvador Dalí (1929) Marc Chagall Eu e a vila (1911) Joan Miró Cão latindo para a lua (1926) Joan Miró Números e constelações em amor com uma mulher (1941) Com seus grafismos e elementos simbólicos, Miró trouxe uma dimensão lúdica ao surrealismo – diz-se que ele pintou como se fosse um “menino de cinco mil anos de idade” ESCULTURA SURREALISTA Alberto Giacometti (Italiano) “O impossível” Maria Martins (Brasileira) Giorgio de Chirico, “Enigma de um dia”(1914): sua pintura metafísica, abordando o insólito e o onírico, influenciou diversos surrealistas, como o francês René Magritte Trechos do Manifesto do Surrealismo (André Breton - 1924) Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. Imaginação querida, o que sobretudo amo em ti é não perdoares. Só a imaginação me dá contas do que pode ser, e é bastante para suspender por um instante a interdição terrível; é bastante também para que eu me entregue a ela, sem receio de me enganar ( como se fosse possível enganar-se mais ainda ). Onde começa ela a ficar nociva, e onde se detém a confiança do espírito? Trechos do Manifesto do Surrealismo (André Breton - 1924) SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral. Trechos do Manifesto do Surrealismo (André Breton - 1924) Trechos do Manifesto do Surrealismo (André Breton - 1924) ENCICL. Filos. O Surrealismo repousa sobre a crença na realidade superior de certas formas de associações desprezadas antes dele, na onipotência do sonho, no desempenho desinteressado do pensamento. Tende a demolir definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos, e a se substituir a eles na resolução dos principais problemas da vida. Trechos do Manifesto do Surrealismo (André Breton - 1924) Neste verão as rosas são azuis, a madeira é de vidro. A terra envolta em seu verdor me faz tão pouco afeito quanto um fantasma. VIVER E DEIXAR DE VIVER É QUE SÃO SOLUÇÕES IMAGINÁRIAS. A EXISTÊNCIA ESTÁ EM OUTRO LUGAR René François Ghislain Magritte Lessines, 1898 - Bruxelas, 1967 La Belle Captive, 1931; Hogarth Galleries, Sydney, Australie René Magritte, Castelo René Magritte - Golconda, 1953. René Magritte René Magritte Le Printemps, 1965 René François Ghislain Magritte Lessines, 1898 - Bruxelas, 1967 Le Blanc-seing, 1965 René François Ghislain Magritte Lessines, 1898 - Bruxelas, 1967 DADAÍSMO O dadaísmo foi um movimento artístico que surgiu na Europa (cidade de Zurique, em especial no Cabaret Voltaire) em 1916, e durou até o começo da década de 20. Possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um movimento com forte conteúdo anárquico. O próprio nome do movimento deriva de um termo inglês infantil: dadá (brinquedo, cavalo de pau). Daí, observa-se a falta de sentido e a quebra com o tradicional deste movimento. É caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar. A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e o ready made. É niilista (falta de sentimentos baseada na análise racional), experimentalista, espontâneo, trabalham com o acaso, fazem montagens de imagem, junção entre diferentes formas de expressão, incorpora objectos, sons e imagens do cotidiano nas suas obras. Abrange as áreas das artes plásticas, fotografia, música, teatro, etc. Características principais do dadaísmo: • Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico; • Irreverência artística; • Combate às formas de arte institucionalizadas; • Crítica ao capitalismo e ao consumismo; • Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica; . Características principais do dadaísmo: • Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc) na composição das obras de artes plásticas; • Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo. Obras de Max Ernst, que depois aderiria ao surrealismo Manifesto do movimento Dadá (manifeste du mouvement Dada) Não mais pintores, não mais literatos, não mais músicos, não mais escultores, não mais religiões, não mais imperialistas, não mais anarquistas, não mais socialistas, não mais bolcheviques, não mais políticos, não mais proletários, não mais democratas, não mais burgueses, não mais aristocratas, não mais exército, não mais polícia, não mais pátrias, enfim chega de todas estas imbecilidades, mais nada, mais nada, nada, nada, nada. Desta maneira, esperamos que a novidade que será a mesma coisa que aquilo que nós não queremos mais, se imporá menos apodrecida, menos egoísta,menos mercantil, menos obtusa, menos imensamente grotesca. Vivam as concubinas e os concubistas. Todos os membros do Movimento DADÁ são presidentes. Obras de Man Ray Obras de Francis Picabia RECEITA PARA SE FAZER UM POEMA DADAÍSTA Tristan Tzara Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público. ENTR’ACTE (1924), DE RENÉ CLAIR DADAÍSMO NO CINEMA MARCEL DUCHAMP A REVOLUÇÃO DA RODA É possível ver como a arte de Duchamp é desprovida de qualquer sentido heróico. Ele não desejava levar arte às massas nem beleza ao cotidiano. Estava interessado em pensar, e pensar com companhia. O mais claro e contundente convite de Marcel Duchamp nesse sentido são os ready-made. Ao tirar um objeto comum de seu contexto usual e elevá-lo à categoria de arte, ele anunciava ao mundo: a habilidade manual do artista já não basta para definir uma obra. MARCEL DUCHAMP A REVOLUÇÃO DA RODA Na nova realidade, tomada pelas mais diferentes possibilidades de reprodução, o pensamento do autor por trás de seu trabalho — enfim, a sua idéia — se torna o mais importante. Instalar, portanto, uma roda de bicicleta sobre um banco era um jeito de fazer com que o espectador deixasse de vê-la como parte da bicicleta e passasse a admirá-la por seus contornos — e só.) MARCEL DUCHAMP A REVOLUÇÃO DA RODA A escolha do objeto que sofria esse deslocamento partia do artista, e isso ganhava valor. Nasceram assim, em seu ateliê, em Paris, em 1913, os dois primeiros ready- made da história, exatamente a Roda e o Porta- Garrafas. Dois anos depois, em 1915, Duchamp se mudou para Nova York, deixando o ateliê na França sob os cuidados de uma de suas irmãs. MARCEL DUCHAMP A REVOLUÇÃO DA RODA Ao limpar o quartinho, a jovem jogou fora o que, para ela, nada mais era do que objetos velhos e sem utilidade. Duchamp teve de desenvolver mais tarde outras versões de suas mais importantes criações em solo parisiense (entre elas, a Roda de Bicicleta). (TEXTO PUBLICADO POR GISELE SATO NA REVISTA BRAVO, EM JULHO DE 2008, POR OCASIÃO DA RETROSPECTIVA DUCHAMP NO MAM-SP) READY-MADES DUCHAMPIANOS O estudo do olhar sobre a arte interessou muito a Duchamp, que se opunha àquilo que ele próprio dizia ser a "arte retiniana", ou seja, uma arte que agrada à vista. Pode-se, de certo modo, compreender toda a arte de Duchamp como um esforço para se afastar da "arte retiniana" e passar para uma arte mais "cerebral", em que se ressaltam os aspectos mais intelectuais do labor artístico. Dessa forma, os ready made, inclusive, são uma tentativa de escapar da "arte retiniana", uma vez que confrontam o público, oferecendo-lhes algo que ele próprio já viu algures, forçando-o a pensar e refletir sobre a questão da arte enquanto linguagem. Num de seus acessos de iconoclastia e irresponsabilidade, Duchamp lançou na cena artística nova- iorquina a figura de Madame Rrose Sélavy (cujo nome se assemelha à palavra francesa heureuse, "feliz", e o sobrenome à expressão francesa c'est la vie, "é a vida", resultando na frase "feliz é a vida"), uma artista dotada de uma ironia profunda, bem como de uma paixão por trocadilhos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RroseSelavy.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RroseSelavy.jpg . Ela também assinou uma parte dos ready made, podendo ela mesma ser considerada um ready made duchampiano, na medida em que era uma espécie de transfiguração artística de uma personalidade real do artista. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RroseSelavy.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RroseSelavy.jpg "Andy Warhol é um dos melhores exemplos dos herdeiros mais próximos desse legado duchampiano. Como Duchamp, ele arrancou objetos do seu contexto no cotidiano e lhes atribuiu uma aura de arte, para que fossem observados em sua pureza material e simbólica, dentro de um museu", analisa o crítico e curador Ricardo Resende. Outros herdeiros assumidos de Duchamp são os brasileiros Nelson Leirner (sempre iconoclasta e irreverente), Lygia Clark (em seus trabalhos sensoriais) e Cildo Meirelles, com sua série “Inserções em circuitos ideológicos”, realizada na década de 70. Cildo Meirelles – Inserções em circuitos ideológicos - Cédula Cildo Meirelles Cildo Meirelles
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