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Espaço Urbano: Atividades Econômicas e Rede Urbana

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Geografia para Técnico do IBGE – Teoria e Exercícios 
Aula 03 – Espaço Urbano 
Prof. Leandro Signori 
 
 
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Aula 03 
Geografia 
As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço 
urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as 
Regiões Metropolitanas. 
Professor: Leandro Signori 
 
 
 
 
Geografia para Técnico do IBGE – Teoria e Exercícios 
Aula 03 – Espaço Urbano 
Prof. Leandro Signori 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 2 
 
 
 
 Caros Alunos, 
 Um aluno me escreveu dizendo que as minhas apostilas são muito 
extensas. Outro aluno me escreveu dizendo que a minha teoria poderia ser 
mais suscinta. 
 Bem, digo para vocês, que de fato as minhas apostilas não são pequenas. 
Mas, a maioria das páginas são de questões comentadas. 
 Uma das características do meu curso, é a grande quantidade de questões 
comentadas. Esta apostila, por exemplo, tem 101 páginas, sendo 72 páginas de 
questões comentadas. 
 Quanto a teoria, realmente, eu aprofundo na explicação teórica. Preparo 
os meus alunos para responderem as questões mais difíceis da prova. Para 
gabaritarem a disciplina, não apenas para acertarem a maioria das questões. 
 Em todo o caso, estou à disposição para ouvir a opinião de vocês, sobre 
estes temas. Podem me escrever no Fórum de Dúvidas. 
 Por fim, informo que na aula que vem trarei mais questões dos conteúdos 
estudados nas aulas anteriores e nesta aula. Isso mesmo, mais questões! 
 Bons estudos! 
 Leandro Signori 
Tópicos da Aula 
1. A urbanização brasileira 
2. A rede urbana brasileira 
3. A Metropolização 
4. O crescimento das cidades médias 
5. Mobilidade urbana 
6. A industrialização brasileira 
6.1 Reestruturação produtiva 
6.2 Dinâmica espacial da indústria 
6.3 Atividade industrial nas regiões brasileiras 
7. Questões comentadas 
8. Questões propostas 
Aula 03 – Espaço Urbano 
 
 
 
Geografia para Técnico do IBGE – Teoria e Exercícios 
Aula 03 – Espaço Urbano 
Prof. Leandro Signori 
 
 
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1. A urbanização brasileira 
A urbanização é um dos traços fundamentais da sociedade moderna. É 
um fenômeno recente, iniciado com a Revolução Industrial há pouco mais de 
200 anos atrás, um período muito pequeno da história da humanidade. No 
Brasil, é um processo recentíssimo, dos últimos cinquenta anos. Foi somente na 
década de 1960-1970 que a população urbana suplantou a população rural em 
nosso país. É muito pouco tempo para um país que foi colonizado a 500 anos. 
Do ponto de vista temporal, é uma pequena fração da nossa história. 
 Há urbanização quando o crescimento da população urbana supera o da 
população rural – um fenômeno que se verifica há mais de dois séculos na 
Europa e que adquiriu contornos mundiais ao longo do século XX. Em termos 
globais, apenas 3% da população era urbana em 1800, passando para 6% em 
1850, 14% em 1900, cerca de 28% em 1950, 38% em 1970 e 50% em 2008 
(SOUZA). Veja que há menos de dez anos atrás, a maioria da população 
mundial ainda vivia no campo. 
 O processo de urbanização decorre da intensificação da divisão social do 
trabalho. Nas sociedades essencialmente rurais, a economia se baseia na 
agricultura familiar ou coletiva voltada para o autoconsumo, e a circulação de 
mercadorias é um elemento periférico, de importância menor. O 
desenvolvimento do comércio e da indústria – ou seja, o intercâmbio de bens e 
serviços – rompe o isolamento das populações rurais e configura mercados 
consumidores cada vez mais amplos. A multiplicação de cidades e o 
crescimento dos centros urbanos são frutos dessa transformação geral da 
economia e da sociedade. 
 Na América colonial portuguesa, os centros urbanos mais destacados 
situavam-se nas principais áreas produtoras de bens de exportação. Salvador e 
Recife funcionavam como polos da economia canavieira do Nordeste e Vila Rica 
(atual Ouro Preto), como polo da região aurífera das Minas Gerais. O Rio de 
Janeiro cresceu a partir da sua condição de sede político-administrativa colonial. 
Até a expansão da economia cafeeira de exportação, no fim do século XIX, a 
cidade de São Paulo não passava de um núcleo urbano secundário. 
 A integração econômica do território brasileiro, a partir da década de 
1930 acelerou, acelerou o processo de urbanização. Na moldura de um 
vertiginoso crescimento demográfico, a população urbana aumentou em ritmo 
muito mais rápido do que a população rural. Em 1950, quase dois terços dos 
brasileiros habitavam o meio rural, mas vinte anos depois a população urbana 
já eram maioria. Em 2010, 84% habitavam o meio urbano (veja os gráficos a 
seguir). 
 
 
 
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Taxas de urbanização – 1960-2030 (previsão) 
 
Fonte: IBGE 
 
Evolução da população urbana e rural – 1950-2010 
 
Fonte: IBGE 
 
 
 
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O descompasso entre o ritmo de crescimento da população urbana e o da 
rural verifica-se em todo o período compreendido pelos gráficos. Entre 1940 e 
1970, a população urbana cresceu rapidamente, enquanto a população rural 
expandia-se lentamente. A partir de 1970, o ritmo de crescimento da população 
urbana diminuiu, refletindo a redução geral do crescimento demográfico, mas a 
população rural passou a retroceder em termos absolutos. O êxodo rural, ou 
seja, a transferência da população do campo para as cidades, acompanhou a 
modernização da economia brasileira. 
A acelerada urbanização brasileira, correspondeu ao período de intensa 
industrialização do pós-guerra, com a formação de um mercado interno 
integrado, principalmente na Região Sudeste. O processo de urbanização 
brasileira apoiou-se, essencialmente, no êxodo rural, associado a dois 
condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do campo e 
a atração dessa força de trabalho para as cidades. 
A modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem 
pela máquina, é uma das causas da repulsão. Outra causa é a persistência de 
uma estrutura fundiária concentradora. O monopólio das terras por uma elite 
resulta na carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. 
Uma das mais aceleradas urbanizações do mundo, a urbanização 
brasileira aconteceu sem a implementação de políticas indispensáveis para a 
inserção urbana digna da massa que abandonou e continua a abandonar o meio 
rural brasileiro. Em escala variável, as cidades brasileiras apresentam 
problemas comuns que foram agravados, ao longo dos anos, pela falta de 
planejamento, reforma fundiária, controle sobre o uso e a ocupação do solo. 
A segregação espacial é uma das marcas da urbanização brasileira. De 
um lado bairros nobres e de classe média dotados de infraestrutura adequada, 
acessibilidade por transporte coletivo, serviços, equipamentos, etc. De outro 
lado vastas áreas constituídas por assentamentos precários e/ou irregulares 
caracterizados pela informalidade e ilegalidade fundiária; precárias condições de 
habitabilidade; precariedade de acesso à infraestrutura, equipamentos e 
serviços urbanos; riscos de vida associados a escorregamentos, inundações, 
contaminação do subsolo, etc. O peso da exclusão territorial é muito grande, 
especialmente quando considerados os significados conferidos às esferas do 
imaginário, dos sentimentos, dos desejos e sonhos. 
A urbanização brasileira também foi essencialmente concentradora. Em 
1950, o Brasil tinha três cidades de grande porte: apenas Rio de Janeiro, São 
Paulo e Recife abrigavam mais de 500 mil habitantes. Em 2000, nadamenos 
que 31 cidades já tinham ultrapassado essa marca, número que chega a 38 em 
2010. 
 
 
 
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O caráter concentrador foi, essencialmente, um reflexo das condições em 
que ocorreu a modernização da economia do país. Desde a década de 1930, e, 
ainda mais no pós-guerra, a industrialização baseou-se em investimentos 
volumosos de capital, realizados pelo Estado, pelas transnacionais ou por 
conglomerados privados nacionais. 
A natureza monopolista dos principais empreendimentos econômicos 
acarretou, porém, a concentração dos recursos produtivos e da oferta de 
empregos em determinados pontos do território. Um número reduzido de 
cidades, que apresentavam vantagens prévias tornou-se alvo dos 
investimentos. Essas aglomerações evoluíram como polos de atração 
demográfica e de grandes mercados consumidores. A concentração espacial 
determinou a aglomeração espacial: o resultado foi a metropolização, ou seja, 
a formação das metrópoles. 
No período recente, contudo, o crescimento vegetativo das grandes 
cidades diminuiu, o ritmo das migrações inter-regionais reduziu-se 
sensivelmente e o poder de atração das cidades médias tornou-se maior do 
que o das metrópoles. 
Segundo o IPEA, o crescimento econômico combinado com a redução da 
desigualdade social está estimulando uma urbanização mais variada, 
descentralizada e independente dos grandes centros urbanos. 
Essa tendência de reversão no crescimento das grandes metrópoles, 
devido ao fato das indústrias e empresas do setor de serviços buscarem 
localizações geográficas alternativas às saturadas metrópoles, provocando 
redução nos índices de crescimento das grandes cidades e aumento dos índices 
de crescimento das cidades médias é denominada de desmetropolização. 
Contudo, os processos urbanos recentes são complexos. Ao mesmo 
tempo em que se detecta a diminuição do crescimento vegetativo das 
metrópoles, observa-se um crescimento da periferia metropolitana. Ou seja, a 
população das cidades que compõe as regiões metropolitanas está crescendo 
mais que a das metrópoles. Nesta periferia estão muitas das cidades médias de 
grande crescimento no Brasil. 
A rede urbana está mais consolidada e menos concentrada. A 
concentração populacional ainda é muito grande na faixa litorânea e em 
porções interioranas dos Sul e Sudeste. Contudo, importantes centros regionais 
se consolidaram ou estão em fase de consolidação no Centro-Oeste, Norte e 
interior do Nordeste. Claro, quando fazemos está afirmação não estamos nos 
referindo as metrópoles consolidadas há décadas nestas regiões: Belém, 
Manaus, Brasília e Goiânia. 
 
 
 
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Outro processo que já acontece há algumas décadas é a redução da 
população em pequenas cidades. Em algumas regiões do Brasil essa redução é 
mais evidente como a metade oeste do Rio Grande do Sul e o semiárido 
nordestino. 
O território brasileiro continua sendo ocupado, a fronteira agrícola segue 
em expansão. Novos núcleos de povoamento continuam surgindo nas zonas de 
expansão, embriões de futuras cidades. A chegada da agricultura moderna faz 
pequenos núcleos crescerem. A Amazônia e o Cerrado são os biomas onde a 
fronteira agrícola segue convertendo o solo para atividades do setor primário. 
 
(ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) A moderna urbanização brasileira se fez 
de modo relativamente planejado e ordenado, cujo símbolo maior é a 
construção de Brasília. 
COMENTÁRIOS: 
A moderna urbanização brasileira não foi objeto de planejamento por 
parte do poder público. Ela ocorreu de forma rápida e desordenada e teve como 
principais fatores a industrialização tardia e o êxodo rural. As cidades cresceram 
de forma rápida e desigual, ocasionando a formação de bolsões de miséria e 
pobreza, com moradias precárias e carência de serviços públicos, tais como 
saneamento, energia, saúde e transporte coletivo. 
Gabarito: Incorreta 
 
2. A rede urbana brasileira 
O conjunto de cidades de um determinado território forma uma rede – a 
rede urbana. Uma rede é um sistema constituído por arcos de transmissão e 
nós de bifurcação, pelo qual circulam fluxos materiais ou imateriais. 
Na rede urbana, as cidades funcionam como nós de bifurcação. As cidades 
são centros de distribuição de bens e serviços. Elas mantêm, entre si, fluxos 
materiais, constituídos por mercadorias e pessoas, e fluxos imateriais, ou seja, 
intercâmbios de informação. Os primeiros circulam por infraestruturas como 
rodovias, ferrovias, hidrovias, aerovias e dutos. Os segundos, por sistemas de 
telecomunicações, que possibilitam transferências de capital e intercâmbios 
políticos e culturais. 
 
 
 
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A influência de cada cidade no conjunto da rede depende de sua 
capacidade de oferecer bens e serviços. As cidades que exercem influência 
sobre todo o território ocupam os postos mais altos na hierarquia urbana. Os 
postos mais baixos cabem aos pequenos centros urbanos, cuja influência 
resume-se aos arredores. 
Os centros urbanos de nível mais elevado influenciam os de níveis 
inferiores. As cidades também mantêm relações de interdependência, que se 
manifestam pelo intercâmbio de bens e serviços. Mantém ainda relações de 
complementaridade, pois diversos centros urbanos se especializam na produção 
de determinados bens ou serviços para todo o mercado nacional e, em certos 
casos, para mercados externos. 
 De acordo com o estudo Regiões de Influência das Cidades (REGIC), 
publicado pelo IBGE em 2007, a rede urbana brasileira compõe-se de 802 
cidades que funcionam como centros de comando do território. A classificação 
do IBGE privilegiou o papel e a função das cidades na gestão do território, com 
a avaliação dos níveis de centralidade do Poder Executivo e do Judiciário no 
nível federal, e de centralidade empresarial, bem como a presença de diferentes 
equipamentos e serviços. 
As cidades foram classificadas em cinco grandes níveis, por sua vez 
subdivididos em dois ou três subníveis, a saber: 
Metrópoles – são os 12 principais centros urbanos do país, que 
caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, 
além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. O conjunto foi 
dividido em três subníveis, segundo a extensão territorial e a intensidade destas 
relações: 
a. Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do 
País, alocado no primeiro nível da gestão territorial; 
b. Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, também estão no 
primeiro nível da gestão territorial. Juntamente com São Paulo, constituem foco 
para centros localizados em todo o país; 
c. Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo 
Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, constituem o segundo nível da 
gestão territorial. 
Capital regional – integram este nível 70 centros que, como as 
metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com 
capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm 
área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um 
conjunto de atividades, por grande número de municípios. 
 
 
 
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Centro sub-regional– integram este nível 169 centros com atividades de 
gestão menos complexas, têm área de atuação mais reduzida, e seus 
relacionamentos com centros externos à suaprópria rede dão-se, em geral, 
apenas com as três metrópoles nacionais. 
Centro de zona– nível formado por 556 cidades de menor porte e com 
atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. 
Centro local– as demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não 
extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes. 
Veja o mapa da página seguinte. 
Este estudo do IBGE é uma referência e um subsídio para o planejamento 
de políticas públicas. Não é nenhuma classificação oficial da rede urbana 
brasileira. Aliás, não há classificação oficial, tampouco uma política pública 
coordenada voltada para o desenvolvimento, consolidação e desconcentração 
da rede brasileira. 
No Brasil, a rede de cidades reflete as profundas desigualdades de seu 
processo de industrialização. Este processo, com forte concentração no 
Sudeste, deu origem a uma hierarquia urbano-industrial extremamente 
desigual, com profunda desarticulação intra e inter-regional, configurando um 
território com grandes vazios demográficos e acentuadas polarizações de 
riqueza. 
Na região Sul-Sudeste emerge uma rede de cidades relativamente 
integrada, com peso crescente de cidades médias. Nas demais regiões observa-
se uma dinâmica populacional e econômica bastante concentrada nas capitais. 
Contudo, verificam-se também importantes diferenças inter e intrarregional 
nestes espaços mais periféricos. 
No Nordeste, mais densamente povoado, evidencia-se uma concentração 
populacional nas capitais e em sua faixa litorânea, com uma população rural 
relativamente mais importante, sobretudo, em sua área semiárida. Bahia, 
Pernambuco e Ceará revelam maior interiorização de sua economia e 
população, com a presença de algumas cidades importantes. Nos demais 
estados é muito maior a concentração nas capitais, com baixíssima atividade no 
interior. 
Nas regiões de expansão da fronteira agrícola e mineral, no Centro-Oeste 
e no Norte, verifica-se a emergência de alguns centros urbanos médios no 
interior acompanhando as áreas mais dinâmicas. Na região Amazônica, as 
enormes distâncias, baixíssima ocupação e o isolamento imposto pelo bioma, 
dão origem a uma rede de cidades muito específica, com alguns bolsões 
 
 
 
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urbano-industriais, onde o principal elemento de organização do espaço é a 
oferta urbano-regional de serviços, especialmente de transporte. 
 
Fonte: REGIC – IBGE 
 
A nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) tem como 
um dos seus objetivos a construção de uma rede de cidades policêntrica, ou 
seja, uma rede de cidades mais equilibrada, com maior harmonia entre os 
diferentes níveis hierárquicos que a compõem. 
 
 
 
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São Paulo está no topo da hierarquia urbana brasileira, é a grande 
metrópole nacional. Juntamente com o Rio de Janeiro integra o seleto grupo 
das 40 cidades mais importantes do mundo, as cidades globais, na classificação 
de Saskia Sassen. O conceito de cidades globais está diretamente ligado a 
noção de poder. Essas cidades funcionam como centros de gestão de redes 
mundiais que desempenham funções políticas e econômicas de primeira 
grandeza. 
As cidades globais são centro de tomadas de decisões que afetam 
profundamente a vida das nações do mundo inteiro. Nessas cidades situam-se 
os principais mercados financeiros, as grandes instituições multilaterais, as 
sedes das mais poderosas empresas transnacionais. 
As atividades das cidades globais abrangem amplos setores de suporte 
aos negócios mundiais. Nelas se aglomeram escritórios de advocacia que 
cuidam de fusões e aquisições, firmas de auditorias que fiscalizam os balanços 
das empresas transnacionais, agência de publicidade que elaboram campanhas 
de impacto internacional. Em torno dessas atividades circulam altos executivos 
e profissionais especializados oriundos de diferentes países. Para atendê-los, as 
economias urbanas desenvolvem serviços de classe mundial, nos campos 
aeroportuário, de telecomunicações, de hotelaria e de lazer. 
 
(CESPE/IRBR/2009 – DIPLOMATA) Rede urbana pode ser definida 
como um conjunto funcionalmente articulado que reflete e reforça as 
características sociais e econômicas de um território. Em cada região 
do mundo, a configuração da rede urbana apresenta especificidades. 
Com relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) o item 
subsequente. 
Ainda hoje, verifica-se a polarização exercida pelas metrópoles Rio de 
Janeiro e São Paulo, por meio da concentração de indústrias e de 
serviços. 
COMENTÁRIOS: 
 São Paulo e Rio de Janeiro são cidades globais. Na classificação da Região 
de Influência das Cidades (REGIC) do IBGE, São Paulo está na categoria de 
Grande Metrópole Nacional e o Rio de Janeiro na de Metrópole Nacional. Isso 
significa que exercem influência e polarizam todo o território brasileiro. 
Gabarito: Certo 
 
 
 
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3. A Metropolização 
A formação de uma metrópole pressupõe crescimento urbano acentuado, 
que conduz a absorção de aglomerados rurais e de outras áreas vizinhas, 
formando área de conurbação. O fenômeno da conurbação impulsionou a 
metropolização. A expansão econômica das metrópoles produziu, ao mesmo 
tempo, crescimento demográfico do núcleo urbano central e dos núcleos 
situados no seu entorno. 
A experiência de metropolização está historicamente associada aos 
processos de industrialização e urbanização. Em maior ou menor grau, suas 
características básicas são a grande concentração populacional, a 
multifuncionalidade e a presença de relações econômicas diferenciadas nos 
âmbitos nacional e internacional. 
As metrópoles são os pontos mais altos na hierarquia urbana de um país. 
E, dependendo do seu grau de complexidade, uma metrópole pode chegar a 
desempenhar papéis de maior destaque na hierarquia urbana no nível 
internacional, a partir dos quais se exercem as funções de comando da 
economia mundializada. 
As primeiras regiões metropolitanas do Brasil foram criadas pelo Governo 
Federal por meio da Lei Complementar nº 14 de 1973. São elas: São Paulo, 
Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e 
Salvador. Essas nove regiões foram definidas pelo porte populacional e pela 
presença de funções urbanas diversificadas e especializadas e, ainda, pela 
existência de uma área de influência, configurada pelo conjunto de municípios a 
elas integrados econômica e socialmente, e com os quais elas dividiam uma 
estrutura ocupacional e uma forma de organização do espaço características. 
A Constituição de 1988 atribuiu aos estados a competência para criação 
de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. Cada estado define seus 
critérios para a criação de regiões metropolitanas. Isso fez com que esse 
instituto fosse bastante desvirtuado por alguns estados, como Paraíba, Santa 
Catarina e Alagoas que contam com 12, 10 e 6 regiões metropolitanas 
respectivamente. Sim, acreditem! E há no Brasil, regiões metropolitanas com 
menos de trinta mil habitantes. Uma completa aberração! 
As dez maiores regiões metropolitanas abrigavam em 2010, nada menos 
que 31,5% da população total do país. Na maior delas, a área metropolitana de 
São Paulo, residem 10% dos brasileiros. Observa-se que na última década, as 
maiores aglomerações urbanas cresceram menos do que a média do país. 
Além das regiões metropolitanas, existem também as Regiões 
Integradas de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal, Petrolina-Geografia para Técnico do IBGE – Teoria e Exercícios 
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Juazeiro e da Grande Teresina (Teresina-Timon). São constituídas por cidades 
pertencentes a estados distintos e são administradas pelo governo federal. 
A Lei Complementar nº 13.089/2015 instituiu o Estatuto da Metrópole. 
A norma estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a 
execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas 
e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados, normas gerais sobre o 
plano de desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de 
governança interfederativa, e critérios para o apoio da União a ações que 
envolvam governança interfederativa no campo do desenvolvimento urbano. A 
lei se aplica as regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões 
instituídas pelos Estados com fundamento em funções públicas de interesse 
comum com características predominantemente urbanas. 
Vejamos os principais pontos da legislação: 
Conceitos: Metrópole - espaço urbano com continuidade territorial que, 
em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem 
influência nacional ou sobre uma região. Aglomeração urbana - unidade 
territorial constituída pelo agrupamento de dois ou mais municípios vizinhos, 
caracterizada por complementaridade funcional e integração das dinâmicas 
geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas. Região Metropolitana - 
aglomeração urbana que configure uma metrópole. 
Instituição de Região Metropolitana: Os Estados poderão instituir regiões 
metropolitanas de forma a integrar a organização, o planejamento e a execução 
de funções públicas de interesse comum. 
O Estado e os municípios inclusos em região metropolitana deverão 
promover a governança interfederativa, sendo que a instituição de região 
metropolitana que envolva Municípios pertencentes a mais de um Estado será 
formalizada mediante a aprovação de leis complementares pelas assembleias 
legislativa do Estados envolvidos. 
As mencionadas leis complementares definirão os Municípios integrantes 
da unidade territorial urbana, as funções públicas de interesse comum que 
justificam a instituição da unidade territorial, a conformação da estrutura de 
governança interfederativa e os meios de controle social da organização, 
planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum. 
ATENÇÃO: Com o Estatuto da Metrópole, os estados passam a poder 
instituir regiões metropolitanas interestaduais. 
Governança Interfederativa: Segundo o Estatuto da Metrópole, a 
governança interfederativa deve respeitar os seguintes princípios: prevalência 
do interesse comum, compartilhamento de responsabilidades; autonomia dos 
 
 
 
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entes da Federação; observância das peculiaridades regionais e locais; gestão 
democrática da cidade; efetividade no uso de recursos públicos; e busca de 
desenvolvimento sustentável. 
Ainda deverão ser observadas diretrizes como: implantação de processo 
permanente e compartilhado de planejamento quanto ao desenvolvimento 
urbano; sistema integrado de alocação de recursos e prestação de contas; 
execução compartilhada das funções públicas; participação de representantes 
da sociedade civil nos processos de planejamento e tomada de decisão; 
compatibilização das leis orçamentárias dos entes da governança 
interfederativa; e compensação por serviços ambientais. 
O Estatuto prevê ainda que essa governança se dê com a participação da 
população, com órgãos colegiados de política urbana; debates, audiências e 
consultas públicas; conferências sobre assuntos de interesse urbano e iniciativa 
popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento 
urbano. 
Desenvolvimento sustentável e compensação ambiental: A busca 
do desenvolvimento sustentável é um dos princípios da governança 
interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas. Já a 
compensação ambiental é um instrumento do desenvolvimento urbano 
integrado, feita a partir de serviços ambientais e outros prestados por um 
município à metrópole. Por exemplo, um município que possui um aterro 
sanitário que recebe dejetos de outras cidades deve ser compensado pelas 
outras prefeituras. 
Instrumentos para implementar o Estatuto: São previstos dez 
instrumentos para a gestão compartilhada, constando dentre eles consórcios 
públicos, convênios de cooperação, contratos de gestão, parcerias público-
privadas interfederativas e a possibilidade de compensação por serviços 
ambientais. 
 
Conceitos geográficos 
Conurbação – conjunto formado por duas ou mais cidades em que ocorre uma 
interação física e funcional entre elas, mas cada uma guardando autonomia em 
relação à outra. Como exemplo de conturbação, temos as cidades de São Paulo 
e Osasco. 
 
 
 
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Região Metropolitana – grandes espaços urbanizados, formados por 
municípios adjacentes, integrados funcional e socioeconomicamente a uma 
metrópole. 
Metrópole - a cidade central de uma área urbana formada por cidades ligadas 
entre si fisicamente (conurbadas) ou através de fluxos de pessoas e serviços. O 
termo também é utilizado pelo IBGE para denominar as cidades que assumem 
importante posição (econômica, política, cultural, etc.) na rede urbana da qual 
fazem parte (metrópoles nacionais e regionais). 
Megalópole – região que apresenta um conjunto de metrópoles, cujos limites 
se interpenetram. Cada megalópole engloba milhões de habitantes e muitos 
núcleos urbanos. 
Desmetropolização - fenômeno recente que consiste na “fuga” de pessoas e 
empresas dos grandes centros inchados e saturados para cidades de pequeno e 
médio porte. 
Macrocefalia urbana – corresponde a uma cidade, normalmente a capital de 
um país, com uma elevada concentração humana em relação ao número total 
de habitantes desse país, superando em duas ou mais vezes a população das 
duas cidades imediatamente abaixo dela. 
Bicefalia urbana – corresponde aos países onde duas cidades comandam sua 
rede urbana. Por exemplo, Alemanha (Berlim e Bonn) e Rússia (Moscou e São 
Petersburgo). 
 
(CESPE/MPOG/2012 – ANALISTA DE INFRAESTRUTURA) 17) Passa de 
três dezenas o número de regiões metropolitanas brasileiras, nas quais 
se concentram mais de um terço dos domicílios urbanos e cerca de 
30% da população. Estudos mostram que nas grandes cidades o 
número de habitantes tende a reduzir-se ou estagnar, ao tempo em que 
o inchaço populacional se transfere para as cidades conurbadas ao 
redor. 
COMENTÁRIOS: 
 Atualmente, instituídas pelos Estados passa de seis dezenas o número de 
regiões metropolitanas. No entanto, se analisarmos as que realmente 
caracterizam-se como tal, com a existência de uma metrópole, o número cai 
para menos da metade. De qualquer forma, as dez maiores regiões 
 
 
 
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metropolitanas concentram em torno de 30% da população. Estudos e o censo 
populacional tem demonstrado a diminuição do crescimento populacional nas 
grandes cidades. Projeções indicam a sua estagnação ou redução. As cidades 
conurbadas ao redor da grande cidade tem apresentado maior crescimento 
populacional. 
Gabarito: Certo 
 
Dinâmica intraurbana das metrópoles brasileira 
Já vimos que na medida em que as regiões metropolitanas cresceram, as 
condições de vida das suas populações se deterioraram. Inchadas, essas se 
tornaram incapazesde proporcionar dignidade a grande parte dos novos 
habitantes, que geralmente procediam das zonas rurais. Essa situação denota a 
macrocefalia urbana: a cidade tem mais habitantes do que sua capacidade 
socioprodutiva pode suportar. 
A causa dessa desigualdade socioespacial reside num volume bem maior 
de investimentos do poder público em infraestrutura e serviços de alto custo 
que privilegiaram as grandes empresas e as camadas sociais mais abastadas. 
Tal política redefiniu padrões de consumo nas cidades e valorizou alguns 
terrenos urbanos em detrimento de outros, geralmente mais periféricos. 
Nas cidades maiores, nos bairros mais centrais, onde a concentração de 
renda se tornou colossal, impera a verticalização excessiva, alavancada por 
uma forte especulação imobiliária. A construção de empreendimentos como os 
bairros fechados (condomínios de luxo) valoriza algumas áreas urbanas, 
empurrando a população mais pobre para os bairros cada vez mais afastados e 
carentes em serviços públicos - o que acaba marginalizando as camadas sociais 
mais baixas, inclusive os migrantes oriundos do campo. Por sua vez, sem 
recursos, essas passaram a construir habitações exíguas e precárias, surgindo 
os cortiços – em áreas centrais degradadas – as favelas, os alagados e os 
mocambos. 
Para essa população carente, o governo passou a oferecer, a partir da 
década de 1970, políticas habitacionais específicas, como o financiamento e a 
construção de casas de baixo custo. Edificadas, geralmente, em bairros mais 
afastados, de difícil acesso, essas residências populares excluíram os 
trabalhadores da maior parte dos bens e serviços por eles produzidos. 
De toda maneira, os conjuntos habitacionais construídos com dinheiro 
público não são capazes de ordenar a ocupação das periferias urbanas. Nessas 
áreas, as populações mais pobres constroem suas residências 
 
 
 
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desordenadamente, culminando com a apropriação irregular de áreas de 
preservação ambiental permanente, como mananciais e encostas de morros. 
A periferização, nome que se dá a tal fenômeno, tem repercussões 
nefastas sobre a população e o ambiente. A ocupação irregular das áreas de 
mananciais compromete tanto a quantidade como a qualidade da água que 
abastece a população metropolitana. Por sua vez, a ocupação das encostas 
acarreta inúmeras catástrofes, sobretudo durante a época de seca, quando 
deslizamentos chegam a soterrar as habitações, gerando grande número de 
vítimas fatais. 
O crescimento descontrolado de algumas cidades levou a uma verdadeira 
segregação espacial. Favelas e cortiços, geralmente carentes de infraestrutura 
contrastaram com condomínios fechados, muito bem estruturados e protegidos 
por sofisticados esquemas de segurança. Exemplos desse contraste são bairros 
como o Morumbi, em São Paulo, onde favelas e residências luxuosíssimas 
compõem a mesma paisagem, ou morros do Rio de Janeiro, ocupados por 
favelas que ficam bem ao lado de condomínios de altíssimo padrão. 
Mesmo protegidas por sofisticado esquema de segurança, as classes mais 
abastadas são também vítimas da violência urbana, cuja causa central é uma 
das mais injustas distribuições de renda do mundo. 
 
(CESPE/MPOG/2012 – ANALISTA DE INFRAESTRUTURA) Aspecto 
marcante e definidor da história do país, a desigualdade social tornou-
se componente essencial da urbanização brasileira, tendo estabelecido 
uma relação direta entre a renda e o acesso a serviços básicos como 
saneamento e transporte, ou seja, quanto menor aquela, menor este. 
COMENTÁRIOS: 
 Que bela questão hem meus alunos! Eheheh gostei dela. A desigualdade 
social é um aspecto marcante da história do país, nos acompanha desde os 
primórdios da colonização portuguesa até os dias atuais. Essa desigualdade 
tornou-se um componente essencial da urbanização brasileira. Nos bairros mais 
abastados onde reside a população de maior renda a infraestrutura urbana e os 
serviços públicos são melhores, nos bairros, vilas e favelas pobres onde a renda 
é menor a infraestrutura urbana e os serviços públicos tendem a ser de 
qualidade inferior e deficientes. 
Gabarito: Certo 
 
 
 
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4. O crescimento das cidades médias 
Sposito considera como cidades médias aquelas que, além de terem 
tamanho demográfico correspondente a este porte, desempenham, na rede 
urbana, claros papéis intermediários entre as cidades pequenas e as 
metrópoles. A população das cidades pequenas, polarizadas por uma cidade 
média, realizam parte do consumo de bens e serviços, necessários à produção e 
à vida, nessas cidades. 
Segundo Becker, dado os ajustes do sistema fordista para o sistema 
flexível de produção, as cidades médias são as que apresentam as melhores 
condições para abrigarem novas unidades de produção. Cumprem assim, não 
somente o papel de atendimento ao mercado regional, mas desempenham 
importantes funções como elos de um sistema produtivo global. Ainda, segundo 
a autora, a afirmação de que as cidades médias se fortalecem, ao passo que as 
metrópoles perdem importância demográfica e econômica, deve ser vista com 
restrições. 
De fato, as cidades médias ganham importância qualitativa e quantitativa 
na rede urbana brasileira. Porém, tal ganho não significaria o enfraquecimento 
das metrópoles, mas sim, a consolidação da rede urbana brasileira, com o 
fortalecimento tanto das metrópoles, quanto das cidades médias. 
As cidades médias, com o avanço das redes técnicas, passam, 
crescentemente, a integrar os circuitos mais avançados da economia. Com isso, 
a sua integração com as metrópoles se torna mais forte. São as conexões com 
redes produtivas superiores aliada à oferta de bens e serviços para a sua área 
de influência que promovem a dinâmica das cidades médias. Esse processo 
ocorre, sobretudo, em detrimento das pequenas cidades e de maneira 
complementar às metrópoles. 
Em 1950, existiam no Brasil 35 cidades de porte médio, no intervalo de 
100 mil a 500 mil habitantes; em 2000 já eram 193 e uma década depois, em 
2010, somam-se 245 cidades nesta faixa populacional. 
Atualmente, as cidades médias são os grandes polos de desconcentração 
populacional no Brasil. Elas têm recebido um número crescente de serviços e 
indústrias oriundas das grandes regiões metropolitanas, onde é notória a 
saturação da infraestrutura. 
Entre as vantagens competitivas que essas cidades oferecem às novas 
empresas, destacam-se as isenções fiscais e a mão de obra mais barata. Além 
disso, possuem vias de circulação mais transitáveis, que podem escoar a 
produção com maior eficiência. Também são particularmente atrativas para a 
classe média de centros urbanos caóticos, onde a perspectiva de progresso 
 
 
 
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pessoal e de melhor qualidade de vida torna-se mais difícil, dado o elevado 
custo de vida. 
 
(ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) Enquanto as duas principais regiões 
metropolitanas do país perdem a relevância do passado como centro de 
recepção dos fluxos migratórios internos, emergem centros regionais 
que, impulsionados pelo dinamismo da economia, atraem crescentes 
levas de novos moradores, a exemplo de Campinas, Vitória, Uberlândia 
e Sorocaba. 
COMENTÁRIOS: 
As empresas buscam novas regiões para se instalarem, escolhendo 
cidades com localização estratégica, com boa oferta de infraestrutura, serviços 
e condições econômicas para desenvolverem suas atividades. Também buscam 
continuar bem situadas em relação ao seu mercado consumidor. Campinas,em 
São Paulo, é um exemplo de cidade que se beneficia dessa tendência, com a 
instalação de empresas de informática, telecomunicações e petroquímica. 
Gabarito: Correta 
 
5. Mobilidade urbana 
Transporte público caro e precário, aliado a congestionamento, poluição e 
acidentes impactam diretamente na qualidade de vida dos brasileiros que se 
deslocam diariamente nas principais metrópoles do país. De acordo com 
pesquisadores do Observatório das Metrópoles, a crise de mobilidade urbana 
nas mais importantes cidades brasileiras é decorrente, principalmente, da opção 
pelo investimento em transporte individual em detrimento de alternativas mais 
inclusivas, coletivas e democráticas, além da falta de planejamento e 
investimento do poder público. 
Estudo do Ipea, realizado com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (Pnad) de 2012, mostra que a proporção de domicílios com algum 
tipo de veículo privado, como carro ou moto, passou de 46% para 54% entre 
2008 e 2012. Nas metrópoles, em 2010, havia 3,3 habitantes para cada veículo 
de passeio, o que corresponde a cerca de um veículo para cada domicílio. 
Algumas delas, porém, apresentavam índice de habitantes por veículos ainda 
menor, como Curitiba, com 2,2 habitantes/veículo; Campinas, com 2,3 
 
 
 
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habitantes/veículo; Florianópolis e São Paulo, com 2,5 habitantes/veículo. Em 
São Paulo, a frota de carros cresceu 68,7% entre 2001 e 2011. 
O excesso de veículos nas grandes cidades aumenta o tempo no trânsito. 
Para chegar ao trabalho, o brasileiro gasta, em média, 30 minutos, segundo os 
dados do Ipea. Porém, nas áreas metropolitanas, essa média sobe para 40 
minutos, o carioca leva 47 minutos e o paulista, 45,6. 
Segundo especialistas, como a taxa de motorização tende a continuar 
crescendo em função do maior acesso das classes mais baixas aos bens de 
consumo e dos incentivos do governo federal à indústria automobilística, serão 
necessários investimentos volumosos por parte do poder público para melhorar 
a mobilidade nas grandes metrópoles brasileiras. 
Uma das saídas mais rápidas para amenizar os congestionamentos das 
grandes cidades são as faixas exclusivas de ônibus, pois o custo para sua 
criação é muito mais baixo que o do metrô, e programas para estimular o 
transporte não motorizado, a pé ou de bicicleta. 
 
(ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) Não são poucos os problemas causados 
por uma urbanização demasiado rápida. Em países que entraram na 
rota da industrialização mais tardiamente, como o Brasil, esses 
problemas tendem a ganhar notável dimensão, o que implica em 
desafios de grande monta que precisam ser enfrentados. Nas 
manifestações populares que levaram milhares de pessoas às ruas de 
cidades brasileiras, em junho de 2013, uma das bandeiras em pauta, 
diretamente ligada ao cotidiano das pessoas que vivem nas cidades, foi 
justamente a questão da 
a) mobilidade urbana. 
b) reforma política. 
c) menoridade penal. 
d) extinção do Senado. 
e) falta de escolas. 
COMENTÁRIOS: 
Em junho de 2013 o Brasil foi tomado por manifestações de rua, 
expressando um amplo descontentamento com a situação do país. A origem 
foram os atos chamados contra o aumento nas tarifas de transporte. Depois, os 
 
 
 
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manifestantes passaram a avançar em temas políticos, mostrando uma forte 
desconfiança das instituições de Estado e uma vontade de mudança no país. 
A mobilidade urbana, diretamente ligada ao cotidiano das pessoas que 
vivem nas cidades, foi uma das bandeiras dos manifestantes. Essa política 
pública é o grande desafio das cidades contemporâneas em todas as cidades do 
mundo. Via de regra, nas cidades brasileiras, o cidadão convive com tarifas de 
transporte público caras, vias públicas congestionadas, transporte coletivo 
deficiente, problemas de acessibilidade, etc. 
Gabarito: A 
 
6. A industrialização brasileira 
A industrialização brasileira pode ser dividida em quatro fases. A 
primeira fase – período de 1808 a 1829 - caracteriza-se por um surto 
pequeno e insuficiente. 
A abertura dos portos por Dom João VI, em 1808, eliminou as barreiras 
alfandegárias que incidiam sobre muitas matérias primas importadas e 
estimulou a instalação de algumas poucas fábricas no Brasil. Foi um surto 
pequeno e insuficiente, de fraco desempenho da indústria brasileira, que pode 
ser explicado pelos seguintes fatores: 
 mercado interno muito pequeno, limitado pela escravatura; 
 desinteresse das elites nacionais, cuja maior preocupação era 
continuar tendo grandes lucros com a agricultura exportadora; 
 dificuldades para obter e manter bens de produção (máquinas, 
equipamentos e peças de reposição), que precisavam ser 
importados da Inglaterra. 
Passada essa fase, somente no fim do século XIX, quando a economia 
cafeeira já estava consolidada em São Paulo, houve finalmente um efetivo 
crescimento da atividade industrial no Brasil. A cafeicultura foi o estímulo 
propulsor da indústria. 
A disponibilidade de capitais devido aos vultosos lucros obtidos com a 
exportação do café, a infraestrutura instalada para o escoamento do café, como 
as ferrovias e o porto de Santos e a chegada de imigrantes logo após o fim da 
escravidão foram os fatores que favoreceram a expansão industrial. 
A segunda-fase corresponde ao período de 1930-1955, denominada 
de industrialização nacionalista. A crise econômica mundial de 1929 gerou 
uma drástica redução da atividade cafeeira, até então o carro-chefe da 
economia nacional. Em contrapartida acelerou o ritmo da industrialização no 
 
 
 
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país, sobretudo a partir de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu pela primeira 
vez a Presidência da República. 
Vários fatores aceleraram a industrialização brasileira desde então: 
 A crise do capitalismo mundial, iniciada em 1929, estendeu-se por 
alguns anos, provocando falências em muitos países fornecedores de 
manufaturados ao Brasil. O fim da concorrência estrangeira criou 
condições para a implantação e o desenvolvimento de indústrias 
nacionais em muitos setores novos. 
 Outro efeito da crise de 1929 foi o êxodo rural. Sem ocupação nas 
fazendas de café, multidões de trabalhadores rurais procuraram as 
cidades, aumentando a oferta de mão de obra operária e o mercado 
consumidor. 
 A política nacionalista dos governos de Getúlio Vargas (1930-
1945 e 1951-1954), caracterizada pela intervenção do Estado na 
economia. Transformado em agente fomentador da industrialização, o 
Estado brasileiro realizou pesados investimentos que modernizaram a 
infraestrutura e multiplicaram as indústrias de base. Foram construídos 
muitos portos, além de sistemas de transporte terrestre e de geração 
de energia. 
Em conjunto esses investimentos dos governos Vargas alteraram 
profundamente o espaço geográfico brasileiro. Regiões distantes foram 
interligadas por redes de transporte e de eletrificação, fato que contribuiu 
decisivamente para a integração nacional. 
Além disso, foram fundadas grandes companhias de capital estatal, 
destacando-se a Vale do Rio Doce, atual Vale, CSN (siderúrgica), Companhia 
Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) e a Petrobrás. A função principal dessas 
grandes empresas estatais seria produzir em larga escala minérios, energia e 
aço, que deveriam ser ofertadas às nascentes indústrias privadas de capital 
nacional. Isso propiciou o aparecimento de inúmeras indústrias de bens de 
consumo não duráveis, de tecnologia menos sofisticada, como tecelagens,produtos alimentícios, bebidas, calçados, torrefação de café, etc. 
A terceira fase corresponde ao período de 1956-1990, da 
industrialização sob o tripé econômico (capitais estatais, nacionais e 
transnacionais). Iniciou-se no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) 
que deu prosseguimento ao desenvolvimentismo iniciado no governo Vargas. 
Nesse período foram construídas grandes hidrelétricas e dado grande estímulo 
às indústrias pesadas, como a naval e a mecânica. 
 
 
 
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A abertura das fronteiras do país aos capitais estrangeiros por JK com a 
oferta de incentivos fiscais e tarifários trouxe ao Brasil gigantescas corporações 
transnacionais de setores até então inexistentes no parque industrial nacional. 
O ingresso dessas empresas foi especialmente importante no setor 
automobilístico, largamente favorecido pelos pesados investimentos públicos no 
sistema de transporte rodoviário. 
Os governos militares (1964-1984) não somente deram continuidade ao 
desenvolvimentismo dependente (das transnacionais) como também o 
aprofundaram. O “milagre brasileiro”, surto econômico, entre 1968-1973, de 
grande crescimento industrial e do PIB marcou o período militar. 
A quarta fase corresponde ao período de 1990 até hoje, da 
industrialização brasileira sob a ingerência da globalização. Na década 
de 1990, ocorreu uma reorientação geográfica do capitalismo mundial. Esse 
fenômeno conhecido como globalização, acarretou grande crescimento das 
trocas comerciais entre os países e aumento expressivo dos investimentos das 
transnacionais nos países emergentes e subdesenvolvidos, sobretudo nos mais 
industrializados. 
Por sua vez, os países emergentes removeram os obstáculos ao capital 
internacional, como as elevadas tarifas alfandegárias. A soma desses dois 
fenômenos – globalização e abertura econômica – promoveu um aumento sem 
precedentes do volume de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) no Brasil. 
Um dos setores que mais recebeu IEDs foi a indústria automobilística. 
Nessa fase ocorreu a privatização de grandes indústrias de base estatais, 
como a CSN, Cosipa e Usiminas. Em geral vendidas a preços muito baixos, a 
maior parte dessas indústrias foi adquirida por capitais estrangeiros. As 
inovações tecnológicas introduzidas pelos novos proprietários, geraram, via de 
regra, demissões de funcionários. 
 
6.1 Reestruturação produtiva 
Seguindo a tendência internacional, as indústrias brasileiras passaram por 
um processo de reestruturação produtiva, que entre outras mudanças, 
acarretou a terceirização das atividades, ou seja, a delegação de etapas do 
processo produtivo a terceiros. 
Uma das consequências da reestruturação produtiva e da modernização 
tecnológica, com a utilização de máquinas poupadoras de mão de obra 
(principalmente a menos qualificada), foi a redução do pessoal ocupado na 
indústria. A abertura comercial, promovida desde as últimas décadas do século 
XX, também auxiliou nesse processo: permitiu a importação de máquinas e 
 
 
 
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equipamentos de alta tecnologia, que substitui trabalho humano, 
principalmente o menos qualificado. Por outro lado, esse mesmo processo abriu 
postos de serviços qualificados e especializados, por exemplo, na manutenção 
de máquinas sofisticadas. 
As grandes empresas são as mais inovadoras e contam com os maiores 
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, absorvendo mais trabalhadores 
qualificados. 
 
6.2 Dinâmica espacial da indústria 
Inicialmente, o crescimento industrial brasileiro e os investimentos em 
infraestrutura concentraram-se no Sudeste do país, configurando, assim, uma 
região industrial central. Esse fenômeno reforçou uma característica marcante 
da estrutura produtiva brasileira: a expressiva concentração espacial das 
atividades produtivas, especialmente as indústrias, acentuando as 
desigualdades regionais. 
Até a década de 1960, o Sul e o Nordeste eram regiões industriais 
periféricas e no Norte e Centro-Oeste havia apenas núcleos locais isolados, os 
chamados enclaves industriais. A partir da segunda metade da década de 
1960, a fim de impulsionar o crescimento econômico regional, o governo federal 
iniciou a implantação de uma série de medidas para descentralizar os 
investimentos públicos e privados, entre os quais os incentivos fiscais e os 
programas de industrialização do Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. 
A partir de 1990, intensificou-se no Brasil o processo de 
desconcentração industrial, ou seja, muitas indústrias deixaram áreas 
tradicionais e instalaram unidades fabris em novos espaços na busca de 
vantagens econômicas, como incentivos fiscais, menores custos de produção, 
mão de obra mais barata, mercado consumidor significativo e atuação sindical 
mais fraca. 
 
(CESPE/IRBR/2012 – DIPLOMATA) As desigualdades espaciais no 
território nacional ainda são evidentes, e seu contínuo aumento se deve 
à concentração crescente da atividade industrial no centro-sul do país. 
COMENTÁRIOS: 
 
 
 
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 As desigualdades espaciais no território nacional ainda são evidentes, 
porém tem diminuído. Entre as causas da sua diminuição está uma lenta 
desconcentração da atividade industrial, ainda bastante concentrada no 
Sudeste, mas que espalha-se pelas demais regiões brasileiras. 
Gabarito: Errado 
 
6.3 Atividade industrial nas regiões brasileiras 
O processo de industrialização brasileira gerou uma profunda 
concentração espacial, que persiste até o presente. Como já escrevemos, essa 
concentração já foi maior. Em 1996, o Sudeste abrigava 60% dos 
estabelecimentos industriais e em 1968 era responsável por 81,3% do Valor da 
Transformação Industrial (VTI) do Brasil. Já em 2009, o Sudeste abrigava 52% 
dos estabelecimentos industriais e a sua participação no VTI foi de 60,5%. 
Veja-se a tabela abaixo: 
 
Fonte: Ministério da Integração Nacional 
 
Todas as demais regiões brasileiras cresceram industrialmente nas 
últimas décadas, em relação ao conjunto do Brasil, mas ainda assim estão 
muito aquém do Sudeste. As regiões Sul e Nordeste aparecem muito atrás, 
enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam uma participação ínfima 
no setor secundário do país. 
 
Região Sudeste 
As grandes aglomerações industriais do Sudeste localizam-se em São 
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Vitória, sendo que cada uma 
 
 
 
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delas engloba um município principal e vários outros do entorno, sobre os quais 
exerce influência. 
No Estado de São Paulo também tem ocorrido uma desconcentração 
industrial interna, com as indústrias seguindo o rumo do oeste. A expansão, 
inicialmente restrita aos municípios circunvizinhos à Região Metropolitana da 
Grande São Paulo, se estendeu também para o norte, centro e nordeste do 
Estado constituindo polos mais distantes. Além da capital, merece destaque a 
região do ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema) onde 
está instalada a maior parte das indústrias montadoras de veículos do país. 
O Estado de Minas Gerais tem atraído diversas indústrias por meio de 
incentivos fiscais, oferta de energia barata e abundância de minerais. Ás áreas 
industriais de maior importância do Estado são a Grande Belo Horizonte, Zona 
da Mata Mineira, Vale do Rio Doce e Triângulo Mineiro. 
No Rio de Janeiro as maisimportantes áreas industriais são o Grande Rio, 
Vale do Paraíba, além de Nova Friburgo e Teresópolis. O desenvolvimento da 
indústria química colocou os municípios de Macaé, Duque de Caxias e Campos 
dos Goytacazes entre os importantes municípios industriais do Brasil. 
É no Sudeste que se localiza o "vale do Silício" brasileiro, constituído pelas 
cidades de São Paulo, São José dos Campos, São Carlos e Campinas. Essas 
quatro cidades concentram indústrias de informática, telecomunicações, 
eletrônica e de outras atividades que envolvam alta tecnologia; além de 
possuírem importantes centros de pesquisa e importantes universidades, como 
o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos. A 
região abriga os três maiores polos de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, 
representados pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, as quais 
respondem, respectivamente, por 28%, 17% e 10% da produção científica 
nacional. 
 
Região Sul 
O Sul é a segunda região do Brasil em número de trabalhadores, de 
estabelecimentos industriais e em valor e volume da produção industrial. Esse 
avanço deve-se a uma boa rede de transportes rodoviários e ferroviários, 
grande potencial hidrelétrico, fácil aproveitamento de energia térmica, grande 
volume e variedade de matérias-primas e mercado consumidor com elevado 
poder aquisitivo. 
A distribuição das indústrias do Sul é bastante diferente da que ocorre na 
região Sudeste, onde predominam grandes complexos industriais com 
atividades diversificadas. Uma das características do setor secundário sulino é a 
 
 
 
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presença de indústrias próximas às áreas produtoras de matérias-primas; 
assim, como os laticínios e frigoríficos nas áreas de pecuária e as indústrias 
madeireiras nas zonas de araucárias. Predominam estabelecimentos industriais 
de médio e pequeno porte em quase todo o interior da região, bem como 
predominam as indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da 
pecuária. 
O principal aglomerado industrial situa-se no Rio Grande do Sul, na 
Região Metropolitana de Porto Alegre que polariza um corredor industrial em 
direção a Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi. A aglomeração industrial 
de Curitiba diferencia-se pela elevada participação de empresas que inovam e 
diferenciam produtos. Sua influência se estende pelo Estado de Santa Catarina, 
constituindo um corredor industrial regional que abrange desde o Vale do Itajaí, 
em Santa Catarina, até Londrina e Maringá, no norte do Estado do Paraná. 
 
Região Nordeste 
A industrialização dessa região tem como principal marco a criação da 
SUDENE, na segunda metade do século XX, e os programas de incentivos 
fiscais, que atraíram capitais, principalmente do Centro-Sul. A presença de mão 
de obra abundante e barata, a construção de hidrelétricas e a existência de 
matérias-primas foram outros fatores importantes na fixação das indústrias, 
que se caracterizam pela utilização intensiva de mão de obra, como as 
indústrias de calçado e vestuário. 
Grande parte da produção industrial do Nordeste concentra-se na Bahia, 
no Ceará e em Pernambuco, com as principais áreas industriais estando ao 
redor das regiões metropolitanas de Salvador, Fortaleza e Recife. Na Bahia 
destacam-se o Polo Petroquímico de Camaçari e o Complexo Industrial de 
Aratu, na Região Metropolitana de Salvador. Em Camaçari, ocorre o 
processamento de petróleo e em Aratu, o destaque é a siderurgia. Esses dois 
importantes polos resultaram em grande parte de políticas de incentivos fiscais. 
Em Pernambuco, destacam-se os distritos industriais de Jaboatão, Cabo e 
Paulista na Região Metropolitana de Recife. Outro distrito importante e de 
grande crescimento é o Complexo Industrial e Portuário de Suape, onde 
diversas empresas se instalaram e contam com incentivos fiscais. No Ceará, o 
crescimento mais expressivo é o das indústrias têxteis e de calçados. O Distrito 
Industrial de Fortaleza é um importante polo do Nordeste. 
 
Região Norte 
 
 
 
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Na Região Norte, as indústrias não são expressivas, geralmente de 
beneficiamento de produtos agrícolas ou do extrativismo. As únicas exceções a 
esse quadro ocorrem em Manaus, onde a isenção de impostos, administrada 
pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), mantém cerca de 
600 indústrias. Na maioria são filiais de grandes indústrias eletrônicas, quase 
sempre de capitais transnacionais. 
Recentemente, a Suframa implantou o Polo de Biotecnologia, por meio do 
qual será possível explorar as matérias-primas regionais. Há também polos 
industriais na região metropolitana de Belém, em Marabá e Barcarena (polo 
metal-mecânico) em Porto Velho e em Santana (Amapá). 
 
Região Centro-Oeste 
A Região Centro-Oeste apresenta industrialização pouco expressiva. As 
indústrias mais expressivas são recentes, atraídas pela oferta abundante de 
energia. As indústrias mais importantes são as de produtos alimentícios, 
farmacêutica, de minerais não-metálicos e a madeireira. O eixo Brasília- 
Anápolis-Goiânia é a área mais industrializada e desenvolvida 
socioeconomicamente. 
Goiás é o estado mais industrializado, onde se localiza Distrito 
Agroindustrial de Anápolis - o mais importante polo industrial do Centro-Oeste - 
que na última década recebeu diversos tipos de indústrias, principalmente de 
medicamentos (o que faz do município o maior polo farmo-químico do Brasil) e 
a montadora de automóveis sul-coreana Hyundai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS: 
 
01) (ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) O Atlas do Censo Demográfico 2010, 
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
confirma que a concentração econômica tem um limite, estimulando o 
surgimento de novas fronteiras para o desenvolvimento. O que se 
verifica, hoje, no Brasil, é a mudança do eixo das correntes migratórias 
internas, com a descentralização das atividades produtivas e a 
substituição dos antigos polos de atração para as pessoas que buscam 
melhores condições de trabalho e estudo. A respeito do tema, assinale 
a opção correta. 
a) Diferentemente do Rio de Janeiro, a capital paulista procura renovar 
seu modelo econômico ao incentivar a instalação de grandes 
corporações industriais no município, oferecendo facilidade de 
locomoção de pessoas e de circulação dos produtos, além de isentá-las 
de impostos e tributos por generoso espaço de tempo. 
b) Surpreendentemente, pesados investimentos em infraestrutura, 
como a construção de portos e hidrelétricas, por mais que dinamizem a 
economia da região em que se encontram, recebem contingentes de 
migrantes em volume pouco significativo, tal como se comprova em 
cidades como Vitória, Palmas e Porto Velho. 
c) O Centro-Oeste, na atualidade, afasta-se de sua histórica vocação 
para a agropecuária, dela se distanciando quase que integralmente, 
para se transformar na mais recente área de expansão da fronteira 
industrial brasileira; é o que se verifica, por exemplo, nas áreas de 
química fina e de componentes eletrônicos no Sudoeste de Goiás e no 
Norte de Mato Grosso. 
d) Embora com mercado consumidor pouco atraente, cidades 
emergentes como Brasília e Goiânia, sem maiores problemas de 
mobilidade urbana, de mão de obra qualificada e de segurança pública, 
além de contarem com moderna ligação ferroviária entre ambas, 
atraem elevados investimentos e crescentes fluxos migratórios. 
e) Enquantoas duas principais regiões metropolitanas do país perdem 
a relevância do passado como centro de recepção dos fluxos 
migratórios internos, emergem centros regionais que, impulsionados 
pelo dinamismo da economia, atraem crescentes levas de novos 
moradores, a exemplo de Campinas, Vitória, Uberlândia e Sorocaba. 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS: 
a) Errada. As metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro, vivem um 
processo de desindustrialização. O fenômeno não é recente e também ocorre 
em outras grandes cidades do Brasil e do mundo. O alto custo de manutenção, 
a saturação das estruturas de transporte, os conflitos com a vizinhança e a 
regulação municipal cada vez mais rígida são fatores que tem afastado as 
indústrias destas capitais. Elas procuram renovar o seu modelo econômico 
transformando-se em centros de excelências em serviços cada vez mais 
sofisticados e diversificados. São Paulo, por exemplo, é a capital brasileira do 
turismo profissional e de negócios. O Rio de Janeiro vem investindo e sendo 
sede de grandes eventos mundiais, tais como os dos segmentos esportivo, 
religioso, cultural e de entretenimento. 
b) Errada. Pesados investimentos em infraestrutura, como portos e 
hidroelétricas, necessitam de grande quantidade de mão de obra, atraindo 
muitas vezes, centenas e até milhares de trabalhadores para a região onde se 
localizam. Exemplo é a Usina de Santo Antônio, em construção no Rio Madeira, 
na cidade de Porto Velho, que emprega mais de 10 mil trabalhadores. Outro 
exemplo é a polêmica Usina de Belo Monte, Pará, cuja previsão é de no pico da 
obra ter 28 mil trabalhadores contratados. 
c) Errada. Não tem como errar esta questão! É claro que está errada. O 
Centro-Oeste segue desenvolvendo e ampliando a sua produção agropecuária. 
Grande produtora de grãos como a soja, cultivo em que a região responde por 
mais da metade da produção nacional. Com mais de 72 milhões de cabeças de 
gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país. A indústria regional 
é pouco expressiva, mas vem crescendo em importância com destaque para os 
ramos alimentício, farmacêutico, minerais não-metálicos e madeireiro. 
d) Errada. Existe a intenção de construção da ferrovia Brasília-Goiânia, 
passando por Anápolis (GO), ou seja, não há ligação ferroviária entre as duas 
capitais. Também não se pode afirmar que elas não têm maiores problemas de 
mobilidade urbana, mão de obra qualificada e segurança pública. É o contrário, 
ambas contam muitos problemas nessas áreas de política pública. 
e) Certa. As empresas buscam novas regiões para se instalarem, escolhendo 
cidades com localização estratégica, com boa oferta de infraestrutura, serviços 
e condições econômicas para desenvolverem suas atividades. Também buscam 
continuar bem situadas em relação ao seu mercado consumidor. Campinas, em 
São Paulo, é um exemplo de cidade que se beneficia dessa tendência, com a 
instalação de empresas de informática, telecomunicações e petroquímica. 
Gabarito: E 
 
 
 
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02) (ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) Não são poucos os problemas 
causados por uma urbanização demasiado rápida. Em países que 
entraram na rota da industrialização mais tardiamente, como o Brasil, 
esses problemas tendem a ganhar notável dimensão, o que implica em 
desafios de grande monta que precisam ser enfrentados. Nas 
manifestações populares que levaram milhares de pessoas às ruas de 
cidades brasileiras, em junho de 2013, uma das bandeiras em pauta, 
diretamente ligada ao cotidiano das pessoas que vivem nas cidades, foi 
justamente a questão da 
a) mobilidade urbana. 
b) reforma política. 
c) menoridade penal. 
d) extinção do Senado. 
e) falta de escolas. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Em junho de 2013 o Brasil foi tomado por manifestações de rua, 
expressando um amplo descontentamento com a situação do país. A origem 
foram os atos chamados contra o aumento nas tarifas de transporte. Depois, os 
manifestantes passaram a avançar em temas políticos, mostrando uma forte 
desconfiança das instituições de Estado e uma vontade de mudança no país. 
A mobilidade urbana, diretamente ligada ao cotidiano das pessoas que 
vivem nas cidades, foi uma das bandeiras dos manifestantes. Essa política 
pública é o grande desafio das cidades contemporâneas em todas as cidades do 
mundo. Via de regra, nas cidades brasileiras, o cidadão convive com tarifas de 
transporte público caras, vias públicas congestionadas, transporte coletivo 
deficiente, problemas de acessibilidade, etc. 
Gabarito: A 
 
03) (ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) Sabe-se que a Revolução Industrial, 
iniciada em fins do século XVIII, alterou radicalmente o sistema 
produtivo e as próprias bases da sociedade contemporânea. No Brasil, a 
histórica imagem de um país essencialmente agrário, com uma 
sociedade ruralizada ao extremo, começa a desaparecer a partir dos 
anos 1930, com o surgimento da indústria de base, que se fez 
 
 
 
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acompanhar da rápida urbanização. A esse respeito, é correto afirmar 
que: 
a) a moderna urbanização brasileira se fez de modo relativamente 
planejado e ordenado, cujo símbolo maior é a construção de Brasília. 
b) o fluxo migratório do campo para as cidades, especialmente na 
década de 1960, deveu-se à conturbação política daquele período. 
c) diferentemente do que ocorre hoje, os maiores fluxos migratórios 
entre os anos 1950 e 1970 dirigiram-se ao Centro-Oeste devido à 
expansão da fronteira agrícola. 
d) a celeridade da urbanização brasileira é constatada pelo IBGE: se, 
em 1950, em torno de 70% da população viviam no campo, hoje, cerca 
de 85% vivem em áreas urbanas. 
e) o inchaço das cidades traz graves problemas de infraestrutura: no 
Brasil, por exemplo, os níveis de saneamento básico são idênticos aos 
encontrados na África Subsaariana. 
 
COMENTÁRIOS: 
a) Errada. A moderna urbanização brasileira não foi objeto de planejamento 
por parte do poder público. Ela ocorreu de forma rápida e desordenada e teve 
como principais fatores a industrialização tardia e o êxodo rural. As cidades 
cresceram de forma rápida e desigual, ocasionando a formação de bolsões de 
miséria e pobreza, com moradias precárias e carência de serviços públicos, tais 
como saneamento, energia, saúde e transporte coletivo. 
b) Errada. O fluxo migratório do campo para as cidades deveu-se a 
modernização técnica da agricultura e a concentração crescente da propriedade 
fundiária no campo, associados à industrialização, que necessitava de grande 
quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção 
civil, no comércio ou nos serviços urbanos. 
c) Errada. Os maiores fluxos migratórios entre os anos de 1950 e 1970 
dirigiram-se para o Sudeste, região que recebeu o maior número de migrantes 
no século XX. No começo do século XXI, o Centro-Oeste por causa do Distrito 
Federal e da expansão do agronegócio é a região que tem recebido o maior 
fluxo migratório. 
d) Certa. O Brasil viveu um acelerado processo de urbanização, em 1950 em 
torno de 70% da população vivia no campo, hoje, cerca de 85% vivem nas 
cidades, conforme dados do IBGE. 
 
 
 
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e) Errada. Uma barbada esta reposta. A África é o continente mais pobre do 
mundo, cujos indicadores socioeconômicos no geral são ruins. Os índices de 
cobertura de saneamento básicono Brasil são bem melhores que os da África 
Subsaariana. 
Gabarito: D 
 
04) (ESAF/MPOG/2013 – EPPGG) Em meio à diversidade de bandeiras 
defendidas nas manifestações que se espalharam pelo Brasil afora, 
observa-se que, nem sempre, a falta de recursos dificulta ou impede a 
resolução do problema. A esse respeito, assinale a opção correta. 
a) Embora seja inegável a multiplicidade da pauta defendida pelos 
manifestantes de rua das cidades brasileiras, sabe-se que o estopim 
que acendeu o protesto popular foi o aumento das passagens de ônibus 
urbano. 
b) A exemplo dos aeroportos, as estações ferroviárias estão 
tecnicamente impedidas de se localizarem nos centros das cidades, o 
que impede o uso de trens urbanos em larga escala. 
c) Para especialistas, a inexistência de um órgão voltado para o trato 
das questões urbanas na estrutura central da administração federal 
dificulta a equalização de vários problemas que afetam a vida dos 
cidadãos. 
d) Ainda que seja notório o papel da burocracia como entrave à 
implementação de políticas públicas, projetos bem elaborados por 
estados e municípios têm impedido atraso nas obras de mobilidade 
urbana programadas pelo PAC. 
e) Uma das críticas mais constantes ao Programa de Aceleração do 
Crescimento diz respeito à ênfase por ele conferida a cidades de 
pequeno e médio porte, o que reduz o volume de investimento a ser 
alocado para os grandes centros urbanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
a) Certa. O estopim dos protestos foi o aumento da tarifa de ônibus, metrô e 
trens urbanos de R$ 3,00 para R$ 3,20 na cidade de São Paulo. A partir da 
capital paulista, os protestos pela elevação das tarifas nos preços dos ônibus 
espalharam-se por dezenas de cidades brasileiras. 
 
 
 
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b) Errada. Não há impedimento técnico de estações ferroviárias se localizarem 
nos centros das cidades. Veja-se que os três urbanos e os metrôs possuem 
estações terminais nas áreas centrais das grandes cidades brasileiras. O fato é 
que as grandes cidades brasileiras estão bastante atrasadas na implantação 
desta modalidade de transporte, conforme podemos ver no gráfico abaixo. 
Extensão do metrô em cidades do mundo – Km (2011) 
 
Fonte: www.mobilize.org 
c) Errada. Este órgão existe, o Ministério das Cidades é o órgão voltado para o 
trato das questões urbanas na estrutura central da administração federal. O que 
dificulta a equalização de vários problemas urbanos que afetam os cidadãos são 
causas que são nossas velhas conhecidas, tais como a falta de planejamento, 
burocracia estatal, ineficiência, corrupção e autoritarismo. 
d) Errada. Somente projetos bem elaborados não são suficientes para impedir 
o atraso em obras de mobilidade urbana. Muitas obras do PAC sofrem atrasos 
em função de problemas com o licenciamento ambiental, falta de diálogo e 
conflito com as populações atingidas, atrasos no processo licitatório, corrupção, 
ações judiciais, entre outros entraves. 
e) Errada. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) engloba um 
conjunto de políticas econômicas planejadas que tem como objetivo acelerar o 
crescimento econômico do Brasil, sendo uma de suas prioridades o 
investimento em infraestrutura, em áreas como saneamento, habitação, 
transporte, energia e recursos hídricos. O programa não prioriza as cidades de 
pequeno e médio porte, mas também não as discrimina. O PAC possui um 
elenco de investimentos que beneficia as cidades pequenas, médias e grandes, 
conforme pode ser verificado no escopo do programa e nos relatórios periódicos 
divulgados pelo governo federal. 
Gabarito: B 
 
 
 
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(CESPE/IBAMA/2013 – ANALISTA AMBIENTAL) Quais são os problemas 
urbanos? (...) Dois grandes conjuntos de problemas, ou duas grandes 
problemáticas, associam-se às grandes cidades: a pobreza e a 
segregação residencial. A pobreza, obviamente, nada parece ter de 
típica ou especificamente urbana, à primeira vista. Sabe-se, inclusive, 
que a pobreza, nos países do Terceiro Mundo, é quase sempre maior no 
campo que na cidade, pois é nas áreas rurais que os percentuais de 
pobreza absoluta costumam ser maiores. 
Marcelo Lopes de Souza. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2010, p. 82-3 (com adaptações). 
Considerando o fragmento de texto acima, os múltiplos aspectos que 
ele engloba e os processos recentes de transformação nas cidades e no 
campo, julgue o item a seguir. 
 
05) A alocação de investimentos públicos no cenário urbano para áreas 
tradicionalmente negligenciadas, espaços residenciais normalmente da 
população mais pobre, bem como a regularização fundiária de favelas e 
loteamentos irregulares são fatores que tendem a acelerar, 
eficazmente, a concentração de renda nas cidades. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Nesta questão, vamos entender a renda da cidade, como o dinheiro 
público e onde ele é investido na infraestrutura e nos serviços públicos. Investir 
recursos públicos em áreas urbanas tradicionalmente negligenciadas, significa 
desconcentrar a renda nas cidades. 
 Os investimentos públicos em urbanização, infraestrutura, moradia e 
serviços sociais têm o potencial de fomentar a atividade econômica privada nas 
zonas periféricas, contribuindo para a desconcentração da renda nas cidades. 
Gabarito: Errado 
 
06) No contexto do desenvolvimento econômico brasileiro, as grandes 
cidades da região Sudeste adaptaram-se, gradativamente, às 
necessidades do mercado globalizado com a implantação de 
equipamentos de engenharia de monta e de saneamento básico para 
atender tanto às empresas que passaram a sediar quanto à 
integralidade dos residentes. 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS: 
 Questão bem fácil. Ainda hoje, em pleno século XXI, não há integralidade, 
cobertura de serviços de saneamento básico para a totalidade dos residentes 
das grandes cidades do Sudeste – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. E 
não é só saneamento básico e ambiental, há várias outras carências como o 
transporte coletivo deficiente. 
Gabarito: Errado 
 
07) A pobreza urbana, no Brasil, reveste-se de peculiaridades que 
dizem respeito a expressões espaciais e ambientais, bem como a 
mudanças demográficas oriundas do desenvolvimento da indústria, que 
induziram a transferência de populações do campo para as cidades. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Via de regra, há uma segregação espacial nas cidades. Geralmente, 
quanto maior a cidade, mais ela se manifesta internamente. Há os bairros de 
população rica, de população de média renda e de população pobre. Os bairros 
populares, além de serem os mais carentes em infraestrutura e oferta de 
serviços públicos, são os que mais sofrem com os problemas ambientais 
urbanos. 
 A rápida industrialização brasileira acelerou a urbanização do país e o 
êxodo rural. A população rural que migrou para as cidades em busca de 
emprego e melhores condições de vida foi residir nos bairros populares e 
engrossar o cordão de favelas e a pobreza urbana. 
Gabarito: Certo 
 
08) (CESPE/MPU/2013 – Geógrafo) O crescimento demográfico das 
grandes cidades, dos núcleos urbanos e seus arredores gerou 
processos de conurbação, uma integração física das manchas urbanas 
que não se conectam por fluxos oscilantes diários de trabalhadores. 
 
COMENTÁRIOS: 
Se as manchas urbanas se conectam fisicamente é impossível não haver 
fluxos oscilantes diários de trabalhadores, concordam? Fácil de concluir que a 
assertiva está errada. No fenômeno da conurbação ocorre uma interação

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