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Conservação dos imunobiológicos Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos como a luz e o calor, especialmente por conterem na sua formulação antígenos e adjuvantes. O calor é bastante prejudicial, pois acelera a inativação das substâncias que entram na composição dos produtos. Rede de Frio Rede de frio é o sistema de conservação dos imunobiológicos, onde se inclui o armazenamento, o transporte e a manipulação destes produtos em condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que os mesmos são administrados. Na rede de frio identificam-se, basicamente, cinco instâncias: a nacional, a central-estadual, a regional, a municipal e a local. Instância nacional e central estadual Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias com compartimentos separados para conservar os imunobiológicos a -20ºC e entre +2ºC e +8ºC. Instância regional e municipal Nas instâncias regionais e municipais, os imunobiológicos são conservados em câmaras frias ou em freezers (-20ºC) e em refrigeradores (+2ºC a +8ºC), conforme a temperatura indicada para cada produto. Instância local Na instância local, ou seja, nos centros e postos de saúde, nos hospitais e nos ambulatórios, todos os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC, em refrigeradores do tipo doméstico ou em caixas térmicas. Procedimentos básicos na utilização de termômetros Em todas as instâncias da rede de frio, o controle da temperatura é feito mediante a verificação de termômetros. Na sala de vacinação, nos postos de vacinação fixos e volantes, por ocasião de campanhas bem como no transporte, os imunobiológicos devem ficar entre +2ºC e +8ºC, que é a temperatura a ser mantida no interior do refrigerador e de caixas térmicas. Procedimentos básicos na utilização do refrigerador O refrigerador é equipamento vital para a conservação dos imunobiológicos na instância local, ALUNO(A) ________________________________________________________________________TURMA: B____ PROFESSOR(A): _________________________ DISCIPLINA: ______________________ DATA:__/__/2020 CFTS – NOVA SOURE – BA 2006-2020 ou seja, na sala de vacinação em unidades básicas de saúde, e nos hospitais e ambulatórios. O refrigerador deve ser de compartimento único, não utilizar refrigerador “duplex”, com capacidade para 280 litros, aproximadamente. Cuidados gerais No que se refere aos cuidados gerais com o refrigerador, adotar os seguintes procedimentos: • colocar o equipamento distante de fonte de calor, como estufa e autoclave, e fora do alcance dos raios solares; • deixar o refrigerador perfeitamente nivelado; • afastar o refrigerador da parede, pelo menos 20 cm, de modo a permitir a livre circulação do ar no condensador. • usar tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica exclusiva para o refrigerador, evitando ligá-lo junto com outros equipamentos na mesma tomada, usando “T” ou benjamim; • regular o refrigerador de forma que a temperatura interna permaneça entre +2ºC e +8ºC; • O termostato depois de ajustado não deve ser manipulado, nem mesmo durante a limpeza. • usar o refrigerador única e exclusivamente para conservar imunobiológicos, não permitindo a guarda de outros produtos, como medicamentos, material de laboratório, material odontológico, alimentos e bebidas; • evitar abrir o refrigerador de estoque toda vez que for administrar uma vacina; abri-lo somente duas vezes: no início e no final de cada dia de trabalho; • fazer uma previsão do número de pessoas que irá procurar o serviço de saúde naquele dia e retirar as vacinas (quando for o caso acompanhado dos diluentes) acondicioná-las no refrigerador de uso diário ou em caixa térmica com gelo e termômetro. Organização do refrigerador Para que as condições de conservação das vacinas e soros sejam adequadas, organizar e utilizar o refrigerador de acordo com o seguinte: • colocar na prateleira central (de modo geral na segunda prateleira) o termômetro de máxima e mínima, de pé, para evitar quebra na coluna de mercúrio; • arrumar os imunobiológicos em bandejas plásticas perfuradas ou em porta-talher de plástico adaptado; • no refrigerador, nunca guardar imunobiológicos em caixas térmicas uma vez que impedem a condução do frio. • colocar as bandejas com imunobiológicos nas prateleiras, da seguinte maneira: - Na primeira prateleira as vacinas virais que podem ser congeladas; - Na segunda prateleira as vacinas bacterianas, os soros e as vacinas virais que não podem ser congeladas; - Na terceira prateleira os diluentes e os produtos que permanecem na embalagem original; • não colocar imunobiológicos na porta e na parte de baixo do refrigerador, pois quando a porta é aberta estas áreas são as primeiras a sofrerem o impacto da temperatura ambiente; • não colocar garrafas com água e outros produtos na porta do refrigerador, uma vez que o peso pode prejudicar a regulagem e a vedação da porta. • o estoque de diluentes pode ser deixado em temperatura ambiente. No momento da administração o diluente deve estar na temperatura da vacina (+2ºC e +8ºC) para isto colocá-lo no refrigerador, no dia anterior ou, pelo menos, seis horas antes do uso. • retirar a gaveta plástica, caso exista e, em seu lugar, colocar garrafas com água. As garrafas com água contribuem para estabilizar a temperatura interna do refrigerador, a água colocada nas garrafas deve conter um corante para evitar que seja bebida. • conservar no congelador gelo reciclável ou gelo em saco plástico ou em recipiente plástico tampado, para manter por mais tempo a temperatura interna do refrigerador; • colocar na frente os produtos com prazo de validade mais próximo do vencimento, para que sejam utilizados primeiro. Limpeza do refrigerador A manutenção das condições ideais de conservação dos imunobiológicos exige que a limpeza do refrigerador seja feita a cada 15 dias, ou quando a camada de gelo atingir 0,5cm. Antes de proceder à limpeza do refrigerador: • transferir os imunobiológicos para outro refrigerador se houver, ou para uma caixa térmica, com gelo reciclável ou com gelo em sacos plásticos, mantendo a temperatura recomendada (+2ºC a +8ºC); • desligar a tomada e abrir as portas do refrigerador e do congelador, até que todo o gelo aderido se desprenda. • não mexer no termostato. Após a limpeza • ligar o refrigerador; • recolocar o termômetro, as garrafas e o gelo reciclável ou em sacos plásticos; • manter as portas fechadas por uma hora; • verificar se após esse tempo a temperatura está entre +2ºC e +8ºC; • recolocar as vacinas e soros nos seus devidos lugares; Procedimentos básicos em situações de emergência O refrigerador pode deixar de funcionar por motivo de corte de energia elétrica ou por defeito. Um corte de energia por um período prolongado, em um dia de calor, pode inutilizar totalmente os imunobiológicos. Nessas situações manter o equipamento fechado até que a corrente seja reativada ou até que se verifique o tipo de problema, comunicando de imediato ao responsável pelo serviço de saúde, para melhor orientação sobre as providências a serem adotadas. Quando o defeito identificado não é solucionado em até seis horas, providenciar para que os imunobiológicos sejam colocados em caixas térmicas, mantendo a temperatura entre +2ºC e +8º, até que sejam transferidos para outro equipamento em um serviço mais próximo, seja no próprio município ou na instância regional. Nas situações de emergência, a instância imediatamente superior da rede de frio (central estadual – Secretaria Estadual de Saúde ou Regional – diretorias ou coordenações regionais) é informada sobre os detalhes da ocorrência e a mesma define o destino a ser dado ao imunobiológico, aguardando, se for o caso, os resultados da reanálise e a orientação para utilizar ou não os produtos. Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas A caixa térmicaé utilizada para conservação dos imunobiológicos em diversas atividades: • Na sala de vacinação para conservar os imunobiológicos previstos para o dia de trabalho • Em situações de emergência, quando o corte de energia elétrica ultrapassa o prazo de quatro a seis horas. • No transporte de imunobiológicos de uma instância da rede de frio para outro, ou para remanejamento entre um serviço e outro. • Na vacinação extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios. • Observação • Na caixa térmica não usar gelo em barra ou gelo em escama fora do saco plástico. Ao utilizar a caixa térmica é importante: • Escolher o tamanho adequado de acordo com a finalidade para a qual será utilizada • Dispor de gelo reciclável ou gelo em sacos plásticos em quantidade suficiente • Acondicionar em caixas térmicas independentes os imunobiológicos que podem ser congelados e os que não podem. • Organização da caixa térmica Na organização da caixa térmica, proceder da seguinte forma: Estabelecer uma proporção adequada entre a quantidade de imunobiológicos e a quantidade de gelo reciclável ou de gelo em sacos plásticos; Arrumar os imunobiológicos na caixa, deixando-os circundados (ilhados) pelo gelo reciclável ou pelo gelo em sacos plásticos. Observações Sempre que necessário, as bobinas de gelo reciclável ou o saco plástico com gelo devem ser trocados. Após utilizar a caixa térmica lavá-la, enxugá-la e guardá-la em local ventilado e protegido. Ao organizar a caixa térmica para acondicionar vacinas bacterianas e soros, deixar o gelo reciclável sobre a pia ou balcão para eliminar a “neve” que normalmente aparece na superfície externa, uma vez que a temperatura está inferior a 0º C. Preenchimento do cartão de registro da vacinação Os imunobiológicos administrados são registrados a caneta, incluindo a data (dia, mês e ano), o lote da vacina, a assinatura do funcionário, além do carimbo de identificação do serviço de saúde. A data do retorno (dia, mês e ano) é registrada a lápis, orientando o usuário ou responsável. Contraindicações gerais à vacinação Uma contraindicação geral para todos os imunobiológicos é a ocorrência de: ✓ Hipersensibilidade (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose; ✓ História de hipersensibilidade aos componentes de qualquer dos produtos; ✓ A presença de neoplasia maligna; Observações: - A ocorrência de febre após a administração de uma vacina não constitui contraindicação à dose subsequente. Quando ocorrer febre administrar o antitérmico comumente utilizado. - A criança infectada pelo vírus da imunodeficiência humana HIV pode receber todas as vacinas previstas no esquema básico de vacinação. Situações que indicam o adiamento da vacinação O adiamento da vacinação é recomendado em situações muito específicas: • No tratamento com imunodepressores ou com corticoides em dose imunossupressora. Neste caso agendar a vacinação para três meses depois do final do tratamento. • A administração de vacinas deve ser evitada, ainda, durante a evolução de doenças agudas febris graves.
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