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ENFERMAGEM-DO-TRABALHO

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 A SAÚDE NO TRABALHO ................................................................. 5 
2.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho ................................ 7 
2.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do 
Trabalho 9 
3 SAÚDE DO TRABALHADOR .......................................................... 12 
3.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador ................ 14 
4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR ......................... 17 
4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 ............................... 20 
4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do 
Trabalhador-NOST/SUS. .............................................................................. 22 
4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de 
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora). .................................................. 23 
4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) ........................... 24 
5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO .......... 26 
5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais ....................................... 29 
6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS ...................................... 30 
6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição ....................... 31 
6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: ...................... 31 
6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele ................................ 34 
6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas .............................. 35 
6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão .............................. 35 
7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR 37 
7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho - NR 4. ................................................................. 38 
7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. 39 
 
3 
 
7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 .................... 40 
7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
– NR 7 42 
7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9
 45 
7.6 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção – NR 18 ............................................................. 49 
7.7 NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde .. 49 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 52 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 A SAÚDE NO TRABALHO 
 
Fonte: vozdoplanalto.com.br 
O trabalho existe desde o aparecimento do primeiro homem, e tem 
assumido diversas dimensões no transcorrer da história. Os primeiros relatos 
demonstrando a preocupação com a saúde dos trabalhadores e sua relação com 
o trabalho iniciou em 1700, quando Bernardino Ramazzini publicou seu livro 
intitulado: As doenças dos trabalhadores. (LINO et al, 2012 apud RAMAZZI, 
2000) 
O campo da saúde do trabalhador é amplo e complexo, abrangendo a 
prevenção de todas as disfunções provocadas pelo emprego, acidentes e 
doenças relacionadas ao trabalho, e todos os aspectos relacionados com as 
interações entre trabalho e saúde. (LINO et al, 2012 apud COMISSÃO 
INTERNACIONAL DE SAÚDE NO TRABALHO, 2002) 
Nesse sentido, entre os determinantes da saúde do trabalhador estão 
compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e 
organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco 
ocupacionais presentes nos processos de trabalho. 
Segundo a Comissão Internacional de Saúde no Trabalho – ICOH (2002) 
o objetivo da saúde no trabalho é proteger e promover a saúde dos 
trabalhadores, manter e melhorar sua capacidade de trabalho, contribuir para o 
 
6 
 
estabelecimento e a manutenção de um ambiente de trabalho saudável e seguro 
para todos, assim como promover a adaptação do trabalho às capacidades dos 
trabalhadores, levando em consideração seu estado de saúde. 
A saúde do trabalhador é, por natureza, um campo composto por 
diferentes sujeitos, inseridos em contextos diversos e que requerem, portanto, 
uma atenção interdisciplinar e multiprofissional. As análises dos processos de 
trabalho, pela sua complexidade, tornam a interdisciplinaridade uma exigência 
intrínseca à postura profissional, que permite transitar o espaço da diferença. 
Nesse sentido, nenhuma profissão ou conhecimentos são absolutos, sendo a 
interdisciplinaridade um princípio constituinte da diferença e da criação. (LINO et 
al, 2012 apud GATTAS e FUREGATO, 2006) 
A expressão “profissionais de saúde no trabalho” significa a inclusão de 
todos aqueles que, no exercício de sua capacidade profissional, desempenham 
tarefas de saúde e segurança no trabalho, provém serviços de saúde no 
trabalho, ou estão envolvidos no exercício da saúde no trabalho. (LINO et al, 
2012 apud COMISSÃO INTERNACIONAL DE SAÚDE NO TRABALHO, 2002) 
Nesse contexto, destacamos o exercício da profissão do Enfermeiro do 
Trabalho que, entre outras funções, estuda e observa as condições de higiene, 
periculosidade e segurança no ambiente de trabalho, além de planejar e executar 
ações de prevenção de riscos e acidentes com os trabalhadores. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
 
7 
 
2.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho 
 
Fonte: escola.cssjd.org.br 
A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente. 
Inicialmente a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como 
atendimento emergencial na empresa, o que não era muito valorizada. Contudo, 
o espaço para o desempenho profissional, principalmente do enfermeiro do 
trabalho foi-se ampliando a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores 
e familiares ou no desempenho de funções administrativa, educacionais, de 
integração ou de pesquisa. 
A enfermagem do trabalho surge quando as primeiras leis de acidente do 
trabalho se originaram na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários 
países da Europa, até chegar ao Brasil por meio do Decreto legislativo nº.3.724 
de 15 de janeiro de 1919,a fim de dar parâmetros legais para os trabalhadores 
que estão expostos aos riscos do dia a dia. 
No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada e 1890 no hospício 
de Pedro 2º, atualmente o UNI-RIO. O exercício de enfermagem no Brasil foi 
regulamentado em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do exercício Profissional 
de Enfermagem no Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional 
do Trabalho e, nesta, houve a recomendação de número 112 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) que conceituou a Medicina do Trabalho, mas 
limitando-se a intervenção médica. 
 
8 
 
Em 1963 foi incluído nos cursos médico o ensino de medicina do trabalho. 
Com a OIT as normas sobre a proteção à saúde e integridade física do 
trabalhador ganharam forças, contribuindo bastante na prevenção de acidentes 
e doenças do trabalho. 
O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde 
ocupacional em 1972 pela portaria n. º 3.237 do Ministério do Trabalho. 
A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional 
aconteceu por meio da portaria n. º 3 460 do ministério do trabalho, em 1975. 
Neste mesmo ano criou-se no Rio Grande do Sul o primeiro sindicato de 
enfermagem. 
A Enfermagem do Trabalho no Brasil possui regulamentação específica, 
expedida pela Portaria 3214, de 08 de Junho de 1978 (Diário Oficial da União, 
de 06.07.78), do Ministério do Trabalho e Emprego que, por meio da Norma 
Regulamentadora (NR) 4 – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (com alterações / atualizações). 
Essa norma determina que as empresas privadas e públicas, os órgãos 
públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, 
que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – 
CLT, devem manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde 
e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 
A enfermagem do trabalho tem, nesta área, um vasto campo para 
desempenhar suas funções, quer na prestação de assistência de enfermagem 
trabalhadores da empresa e aos seus dependentes, quer assumindo funções 
administrativas, educativas, de integração e de pesquisa. 
Ela é um ramo da enfermagem de saúde pública e, como tal utiliza os 
mesmos métodos e técnicas empregadas na saúde pública visando à promoção 
da saúde do trabalhador, proteção contra os riscos decorrentes de suas 
atividades laborais, proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos e 
psicossociais; manutenção de sua saúde no mais alto grau de bem-estar físico 
e mental e recuperações de lesões, doenças ocupacionais ou não-ocupacionais 
e sua reabilitação para o trabalho. 
 
 
9 
 
2.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do 
Trabalho 
Perfil do Enfermeiro do Trabalho: 
Executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e 
segurança do trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a 
preservação da saúde e valorização do trabalhador. 
 
 Atribuições do Enfermeiro do Trabalho: 
 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando 
observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para 
identificar as necessidades no campo de segurança, higiene e melhoria do 
trabalho; 
 Elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde 
dos empregados, participando de grupos que realizam inquéritos 
sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levantamentos de 
doenças profissionais e lesões traumáticas, procedem a estudos 
epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade 
de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades 
funcionais, para obter a continuidade operacional e o aumento da 
produtividade; 
 Executa e avalia programas de prevenção de acidentes e de doenças 
profissionais e não profissionais, fazendo análise de fadiga, dos fatores de 
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da 
mulher, para propiciar a preservação da integridade física e mental do 
trabalhador; 
 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou 
doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando 
medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento 
médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e 
conforto ao paciente; 
 Elabora e executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos 
trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de 
trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, 
 
10 
 
curativos, inalações e testes, coletando material para exame laboratorial, 
vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo profissional; 
 Organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, prevendo 
pessoa e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de 
enfermagem adequado às necessidades de saúde do trabalhador; 
 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material 
adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes; 
 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando 
conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir 
doenças profissionais e melhorar as condições de saúde do trabalhador; 
 Registra dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, 
mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios 
processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de 
prevenção de doenças profissionais. 
 
Perfil do Técnico de Enfermagem do Trabalho: 
Coparticipar com o enfermeiro no planejamento, programação, orientação 
e execução das atividades de enfermagem do trabalho, nos três níveis de 
prevenção, integrando a equipe de saúde do trabalhador. 
 
Atribuições do Técnico de Enfermagem do Trabalho 
 Participar com o enfermeiro: 
I. No planejamento, programação e orientação das atividades de 
enfermagem do trabalho; 
II. No desenvolvimento e execução de programas de avaliação da 
saúde dos trabalhadores; 
III. Na elaboração e execução de programas de controle das doenças 
transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica 
dos trabalhadores; 
IV. Na execução dos programas de higiene e segurança do trabalho 
e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais; 
 
 
11 
 
 Executar todas as atividades de enfermagem do trabalho exceto as 
privativas do enfermeiro. 
 Integrar a equipe de saúde do trabalhador. 
 
Perfil do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: 
Executar as atividades de enfermagem do trabalho, sob a supervisão do 
enfermeiro, no desenvolvimento dos programas nos três níveis de prevenção, 
integrando a equipe de saúde do trabalhador. 
 
Atribuições do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: 
 Auxiliar o enfermeiro na execução de programas de avaliação da saúde 
dos trabalhadores, a nível de sua qualificação: 
I. Observando, reconhecendo e descrevendo sinais e sintomas; 
II. Executando ações de simples complexidade. 
 
 Executar atividades de enfermagem do trabalho, a nível de sua 
qualificação nos programas: 
I. De prevenção e controle das doenças profissionais e acidentes 
do trabalho; 
II. De controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis e 
vigilância epidemiológica dos trabalhadores; 
III. De educação para a saúde da clientela. 
 
 Integrar a equipe de saúde dos trabalhadores 
 
12 
 
3 SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Fonte: presidenteprudente.sp.gov.br 
O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa 
compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta 
acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, 
estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da 
humanidade em determinado momento histórico.Nessa concepção, trabalhadores são todos os homens e mulheres que 
exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer 
que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou 
informais da economia. 
Estão incluídos nesse grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham 
como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores 
avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores 
cooperativados e empregadores – particularmente, os proprietários de micro e 
pequenas unidades de produção. (DIAS, 2001, apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2000.) 
São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades 
não remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar 
que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles 
 
13 
 
temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, 
aposentadoria ou desemprego. 
Entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os 
condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais 
responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – 
físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização 
laboral – presentes nos processos de trabalho. 
Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças 
nos processos de trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda 
a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar 
e intersetorial. 
De acordo com MORENO et al (2011): 
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são 
considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: 
 O estudo das condições de trabalho, 
 A identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua 
melhoria. 
 Adequação e o controle dos serviços de saúde prestados. 
 Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador 
apresentam dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. 
 
Como consequência, esse campo de atuação tem interfaces com o 
sistema produtivo e a geração da riqueza nacional, a formação e preparo da 
força de trabalho, as questões ambientais e a seguridade social. De modo 
particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas com as de 
saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos produtivos 
podem afetar, também, o meio ambiente e a população em geral. 
 
14 
 
3.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador 
 
Fonte: abrale.org.br 
Até pouco tempo atrás, a saúde do trabalhador era tida pela medicina do 
trabalho como relacionada somente ao ambiente físico, ambiente no qual o 
trabalhador está em contato com agentes químicos, físicos e biológicos que 
podem causar acidentes e doenças. 
 A partir da década de 80, em meio a todo o contexto da transição 
democrática e, seguindo o que ocorrera em países ocidentais, esse ponto de 
vista foi sendo modificado. O grande debate acerca do tema na VIII Conferência 
Nacional de Saúde e na realização da I Conferência Nacional de Saúde dos 
Trabalhadores, foi decisivo para as alterações da nova Constituição Federal, de 
1988. 
Nessa nova visão, a saúde do trabalhador passou a ser tida como o 
processo saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. 
E, apesar do processo de trabalho ainda ser entendido como um espaço 
hierárquico de dominação e submissão do trabalhador pelo capital, os 
trabalhadores começaram a buscar o controle para melhores condições e 
ambientes de trabalho, de maneira a torná-los mais saudáveis. 
Doenças ocupacionais são todas as enfermidades adquiridas ou 
desencadeadas em função das condições do processo de atividade laboral. A 
 
15 
 
atual medicina do trabalho vê as doenças ocupacionais diretamente 
relacionadas com 
Os agravos à saúde relacionados ao trabalho podem ser classificados em 
dois grupos: no primeiro, estão agrupadas situações que provocam ruptura 
abrupta do equilíbrio entre as condições e o ambiente de trabalho e a saúde do 
trabalhador, tais como os acidentes do trabalho e as intoxicações agudas de 
origem profissional; enquanto o segundo grupo inclui agravos de caráter crônico. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe ainda outro 
grupo, que é constituído pelas "doenças relacionadas com o trabalho", e são 
descritas pela OMS como "agravos outros que, em adição a doenças 
profissionais legalmente desconhecidas, ocorrem em trabalhadores quando o 
ambiente ou condições contribuem significativamente para a ocorrência de 
doenças, porém em graus variados de magnitude". (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2001, apud OPA/OMS, 2001) 
De acordo com a legislação trabalhista, os agentes que oferecem riscos 
à saúde do trabalhador e que podem estar no ambiente de trabalho estão 
agrupados em: agentes químicos, agentes físicos, agentes biológicos, agentes 
ergonômicos e riscos de acidentes. 
 
Fonte: slideshare.net 
 
O processo saúde-doença é um termo usado para descrever todas as 
variáveis envolvidas com a saúde e a doença de um indivíduo ou população, e 
http://www.slideshare.net/
 
16 
 
considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos 
fatores. 
Assim, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo 
complexo que envolve diversos fatores. 
O motivo causal das doenças é um dos temas centrais da epidemiologia, 
sendo também um dos mais complexos. De acordo com as concepções dos 
primórdios da epidemiologia como ciência, as doenças eram determinadas por 
mecanismos unicausais, relacionados principalmente a agentes infecciosos. 
 Ou seja, a teoria da unicasualidade define que as patologias eram 
causadas unicamente por agentes patológicos como bactérias, vírus, 
protozoários. E dessa forma o desenvolvimento da doença não estava 
relacionada a outros fatores externos como moradia, lazer, meio ambiente, etc. 
Ao contrário da teoria da doença unicausal, o conceito de saúde-doença 
estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com eles, busca 
compreender as possíveis causas da doença a partir de uma visão mais ampla, 
mais multicausal. 
De acordo com a FUNASA, 2009: 
O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes 
etiológicos numa pessoa como fator de aparecimento de doenças. Ele 
vai além e leva em consideração o psicológico do paciente, seus 
conflitos familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre 
outros. Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem variar com o 
passar dos anos, de uma região para outra, de uma etnia para outra. 
 
De uma maneira geral, pode-se dizer, em termos de sua determinação 
causal, que a multicausalidade representa o conjunto de relações e variáveis que 
produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, mas 
pode variar entre os diversos momentos históricos e do desenvolvimento 
científico da humanidade. 
 
17 
 
4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Fonte: blog.sst.com.br 
A saúde do trabalhador passou aos poucos a ser incorporada nas ações 
do SUS em 1990, por meio da Lei Orgânica da Saúde (LOS, nº 8080, artigo 6º) 
é conferido a direção nacional do SUS a responsabilidade de coordenar a política 
de saúde do trabalhador. 
 A LOS (PNAISC, 2015) orienta a execução das ações voltadas para a 
saúde do trabalhador, o parágrafo 3º do artigo 6 a define como: 
Um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de 
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e a 
proteção da saúde do trabalhador, assim como visa a recuperação e a 
reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos 
advindos das condições de trabalho. 
 
A Portaria 3908/GM, de 30 de outubro de 1998, ficou conhecida como a 
Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-NOST/SUS, definiu as atribuições 
e responsabilidades para orientar e instrumentalizar asações de saúde do 
trabalhador rural e urbano, consideradas as diferenças entre homens e 
mulheres, a serem desenvolvidas pelas secretarias de Saúde dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios. 
 
18 
 
A partir do Sistema Único de saúde (SUS) os serviços de saúde pública 
têm primado suas ações por meio do desenvolvimento de sistemas de 
informações como é o caso de patologias como diabetes, hipertensão arterial 
sistêmica, HIV etc... 
Na área de saúde do trabalhador as informações são escassas com 
estimativas a partir de dados da Previdência Social, por meio da comunicação 
de acidente de trabalho (CAT) sendo pouco abrangente e não consegue 
apreender dados precisos da questão, pois tem o caráter de seguridade 
especialmente para trabalhadores formalmente vinculados ao mercado de 
trabalho. 
Mesmo nestes há subnotificação, principalmente em doenças 
relacionadas ao trabalho que acabam não sendo diagnosticadas como tal. Outro 
agravante de subnotificação é o trabalho informal que oculta os acidentes, morte 
e invalidez. 
Considerando a necessidade da disponibilidade de informação 
consistente e ágil sobre a situação da produção, perfil dos trabalhadores e 
ocorrência de agravos relacionados ao trabalho, para orientar as ações de 
saúde, a intervenção nos ambientes e condições de trabalho, e pela constatação 
de que essas informações estão dispersas, fragmentadas e pouco acessíveis no 
âmbito do SUS é que foi publicada a portaria nº 777/GM de 28 de abril de 2004, 
que dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de 
11 agravos da saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica no 
SUS. 
Nessa portaria, os agravos de notificação compulsória são: 
AGRAVOS DEFINIÇÕES 
PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) É a diminuição gradual da audição 
induzida por índice de ruídos elevado no ambiente 
de trabalho. 
 
DERMATOSES OCUPACIONAIS 
Compreendem as alterações da pele, 
mucosas e anexas, direta ou indiretamente 
causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho 
 
 PNEUMOCONIOSES 
 Conjunto de doenças pulmonares 
causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões e 
reação tissular à presença dessas poeiras, 
presentes no ambiente de trabalho. 
 
19 
 
 
DORT ( antiga LER) 
É uma síndrome clínica que afeta o 
sistema músculo esquelético em geral, 
caracterizado pela ocorrência de vários sintomas 
concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, 
CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO É o câncer que surgiu como 
consequência da exposição a agentes 
carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, 
mesmo após da cessação da exposição. 
 
ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO O 
MATERIAL BIOLÓGICO. 
Acidentes envolvendo sangue e outros 
fluidos orgânicos ocorridos com os Profissionais da 
área da saúde durante o desenvolvimento do seu 
trabalho, onde os mesmos estão expostos a 
materiais biológicos potencialmente 
contaminados. 
 
 
TRANTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO 
TRABALHO 
São aqueles resultantes de situações do 
processo de trabalho, provenientes de fatores 
pontuais como exposição a determinados agentes 
tóxicos, até a completa articulação de fatores 
relativos à organização do trabalho, como a divisão 
e parcelamento das tarefas, as políticas de 
gerenciamento das pessoas e a estrutura 
hierárquica organizacional. 
 
ACIDENTE DE TRABALHO FATAL 
Acidente de trabalho grave que resulta em 
morte que ocorrem no exercício da atividade 
laboral ou no percurso de casa para o trabalho e 
vice-versa (acidente de trajeto). 
ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES. 
 ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES 
 
 
 
 
INTOXICAÇÃO EXÓGENA 
Todo aquele indivíduo que, tendo sido 
exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, 
produtos de uso doméstico, medicamentos, 
cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos 
de uso industrial, drogas, plantas, alimentos e 
bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de 
intoxicação e/ou alterações laboratoriais 
provavelmente ou possivelmente compatíveis. 
Fonte: adaptado de Ministério da Saúde 
 
O Instrumento de Notificação Compulsória é a Ficha de Notificação, a 
ser padronizada pelo Ministério da Saúde, segundo o fluxo do Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
 
20 
 
Art. 2º Criar a Rede Sentinela de Notificação Compulsória de 
Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho, enumerados no § 1° 
do artigo1º, desta Portaria, constituída por: 
I - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador; 
II - Hospitais de referência para o atendimento de urgência e 
emergência e ou atenção de média e alta complexidade, credenciados 
como sentinela; e 
III - Serviços de atenção básica e de média complexidade credenciados 
como sentinelas, por critérios a serem definidos em instrumento 
próprio. 
 
Em atendimento a esta portaria a coordenação nacional de saúde do 
trabalhador (COSAT) a partir de abril de 2006 reuniu para a capacitação sobre 
SINAN NET saúde do trabalhador um representante de cada Estado e assim dar 
início ao processo de construção para a implantação da vigilância 
epidemiológica em saúde do trabalhador 
 Em 20 de julho de 2006 uma técnica do SINAN Nacional e um técnico do 
DATASUS nacional estiveram no Estado do Paraná implantando o SINAN NET 
para oficializar a digitação e envio de dados da Saúde do trabalhador através 
das unidades sentinela definidas no projeto. 
4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 
Dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST no Sistema Único de Saúde 
- SUS e dá outras providências 
Art. 1º Ampliar a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde 
do Trabalhador – RENAST, que deverá ser implementada de forma 
articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o envolvimento de 
órgãos de outros setores dessas esferas de poder, executores de 
ações na interface com a Saúde do Trabalhador, além de instituições 
colaboradoras nesta área. 
§ 1º As ações em Saúde do Trabalhador, dispostas no art. 6º 
da Lei nº 8.080/90, deverão ser desenvolvidas de forma 
descentralizada e hierarquizada, em todos os níveis de atenção do 
 
21 
 
SUS, incluindo as curativas, preventivas, de promoção e de 
reabilitação. 
 
 RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador 
 
 
Fonte: renastonline.ensp.fiocruz.br 
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST, 
foi criada com objetivo de disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas 
às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS. 
Com a definição da Política Nacional de Saúde do Trabalhador em 2005 
a RENAST passou a ser a principal estratégia da organização da Saúde do 
Trabalhador no SUS, sob a responsabilidade da então Área Técnica de Saúde 
do Trabalhador do Ministério da Saúde, hoje Coordenação Geral da Saúde do 
Trabalhador (ST), CGSAT. 
A RENAST compreende uma rede nacional de informações e práticas de 
saúde, organizada com o propósito de implementar ações assistenciais, 
de vigilância, prevenção, e de promoção da saúde, na perspectiva da ST. 
Em sua atual formatação institucional a RENAST deve integrar a rede de 
serviços do SUS por meio de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador 
(CEREST). Além disso elabora: 
 Protocolos 
 Linhas de cuidado 
 Instrumentos que favorecem a integralidade das ações, 
envolvendo a atenção básica, de média e alta complexidade, 
serviços e municípios sentinela. 
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/coordena%C3%A7%C3%A3o-geral-sa%C3%BAde-trabalhador-cgsatms
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/vigil%C3%A2ncia-sa%C3%BAde-trabalhador
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-refer%C3%AAncia-sa%C3%BAde-trabalhador-cerest
 
22 
 
A portaria 2437 também estabelece que a RENAST seja implementada 
de forma articulada entre o Ministérioda Saúde (MS), as Secretarias de Saúde 
dos estados, o Distrito Federal, e os municípios, com o envolvimento de outros 
setores também participantes da execução dessas ações. 
4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-
NOST/SUS. 
Essa portaria aprovou a NOST – Norma Operacional de Saúde do 
trabalhador de forma complementar à NOB-SUS 01/96, teve por objetivo orientar 
e instrumentalizar as realizações de ações de Saúde do Trabalhador e da 
trabalhadora, urbano e rural, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Pressupostos básicos da NOST-SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996) 
Universalidade e equidade, em que todos os trabalhadores, urbanos 
e rurais, com carteira assinada ou não, empregados, desempregados 
ou aposentados, trabalhadores em empresas públicas ou privadas, 
devem ter acesso garantido a todos os níveis de atenção à saúde. 
Integralidade das ações, tanto em termos do planejamento quanto da 
execução, com um movimento constante em direção à mudança do 
modelo assistencial para a atenção integral, articulando ações 
individuais e curativas com ações coletivas de vigilância da saúde, uma 
vez que os agravos à saúde, advindos do trabalho, são essencialmente 
preveníveis. 
Direito à informação sobre a saúde, por meio da rede de serviços do 
SUS, adotando como prática cotidiana o acesso e o repasse de 
informações aos trabalhadores, sobretudo os riscos, os resultados de 
pesquisas que são realizadas e que dizem respeito diretamente à 
prevenção e à promoção da qualidade de vida. 
Participação e controle social, reconhecendo o direito de 
participação dos trabalhadores e suas entidades representativas em 
todas as etapas do processo de atenção à saúde, desde o 
planejamento e estabelecimento de prioridades, o controle permanente 
da aplicação dos recursos, a participação nas atividades de vigilância 
em saúde, até a avaliação das ações realizadas; 
Regionalização e hierarquização das Ações de Saúde do 
Trabalhador, desde as básicas até as especializadas, que serão 
desenvolvidas na rede de serviços, organizadas em um sistema de 
referência e contra referência, local e regional; 
 
23 
 
Utilização do critério epidemiológico e de avaliação de riscos no 
planejamento e na avaliação das ações, no estabelecimento de 
prioridades e na alocação de recursos. 
Configuração da Saúde do Trabalhador como um conjunto de 
ações de vigilância e assistência, visando à promoção, à proteção, 
à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos 
a riscos e agravos advindos do processo de trabalho. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de Saúde 
do Trabalhador e da Trabalhadora). 
Considerando a necessidade de implementação de ações de saúde do 
trabalhador em todos os níveis de atenção do SUS. 
Considerando a necessidade da definição dos princípios, das diretrizes e 
das estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS no que 
se refere à saúde do trabalhador, resolve: 
 
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da 
Trabalhadora. 
Objetivo Art. 2º (...)tem como finalidade definir os 
princípios, as diretrizes e as estratégias a 
serem observados pelas três esferas de 
 
24 
 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), 
para o desenvolvimento da atenção integral à 
saúde do trabalhador, com ênfase na 
vigilância (...) 
A quem se aplica? Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e 
mulheres, independentemente de sua 
localização, urbana ou rural, de sua forma de 
inserção no mercado de trabalho, formal ou 
informal, de seu vínculo empregatício, 
público ou privado, assalariado, autônomo, 
avulso, temporário, cooperativados, 
aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado 
ou desempregado são sujeitos desta Política. 
Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a 
transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos 
determinantes do processo saúde-doença. 
Fonte: Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 
 
Uma das principais questões que a PNSTT traz é a organização 
descentralizada do serviço de saúde, onde a esfera federal atua estabelecendo 
políticas e instrumentos que devem ser estudados e executados pelas esferas 
estaduais e municipais. 
Nesse sentido, os resultados desta Política dependerão diretamente de 
como a questão “trabalho” será abordada nos planos estaduais e municipais de 
saúde, que devem priorizar a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores 
e a redução da morbimortalidade relacionada à ocupação. (PNSTT, 2012) 
 Tais objetivos devem ser alcançados mediante a execução de ações de 
promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da 
saúde. 
4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) 
Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um componente do 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, como definido na Portaria GM/MS nº 
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009
 
25 
 
3252 de dezembro de 2009, que visa “à promoção da saúde e à redução da 
morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações 
que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de 
desenvolvimento e processos produtivos.’’ 
A VISAT é estruturante e essencial ao modelo de Atenção Integral em 
Saúde do Trabalhador. Constitui-se de saberes e práticas sanitárias, articulados 
intra e intersetorialmente. 
A especificidade de seu campo de ação é definida por ter como objeto a 
relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho, realizada com a 
participação e o saber dos trabalhadores em todas as suas etapas. 
 
Princípios: 
A VISAT pauta-se nos princípios do Sistema Único de Saúde, em 
consonância com a Promoção da Saúde e o Sistema Nacional de Vigilância em 
Saúde, mantendo estreita integração com as demais Vigilâncias – sobretudo 
com a Sanitária, Epidemiológica e Saúde Ambiental - e as redes assistenciais. 
(PORTARIA GM/MS Nº 3252, 2009) 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde 
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009
 
26 
 
5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO 
 
Fonte: borgesvieira.adv.br 
A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei 
n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade “produzida ou 
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e 
constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência 
Social.” 
As doenças profissionais, conhecidas ainda com o nome de “idiopatias”, 
“ergopatias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais típicas”, são produzidas ou 
desencadeadas pelo exercício profissional peculiar de determinada atividade, ou 
seja, são doenças que decorrem necessariamente do exercício de uma 
profissão. 
Por isso, prescindem de comprovação de nexo de causalidade com o 
trabalho, porquanto há uma relação de sua tipicidade, presumindo-se, por lei, 
que decorrem de determinado trabalho. Tais doenças são ocasionadas por 
microtraumas que cotidianamente agridem e vulneram as defesas orgânicas e 
que, por efeito cumulativo, terminam por vencê-las, deflagrando o processo 
mórbido. 
A doença ocupacional ou profissional, portanto, é desencadeada pelo 
exercício do trabalhador em uma determinada função que esteja diretamente 
ligada à profissão. Alguns exemplos de doença ocupacional: 
 O escrevente que adquiriu tendinite 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357133/inciso-i-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
 
27 
 
 O soldador que desenvolveucatarata 
 O auxiliar de limpeza que sofre com LER, 
 O trabalhador que levanta peso e sofre com problemas de coluna, 
entre outros. 
A doença de trabalho tem previsão legal no inciso II do artigo 20 da Lei 
n. 8.213 de 24 de julho de 1991, que a define “como enfermidade adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado 
e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 
I.” 
Diferentemente da doença profissional, a doença de trabalho não está 
atrelada à função desempenhada pelo trabalhador, mas ao local onde o operário 
é obrigado a trabalhar. 
Como exemplo de doença de trabalho, podemos citar: 
 O câncer que acomete trabalhadores de minas e refinações de 
níquel 
 As pessoas que trabalham em contato com amianto ou em 
proximidade com algo radioativo 
 Os trabalhadores que sofrem de doenças pulmonares por estarem 
em contato constante com muita poeira, névoa, vapores ou gases 
nocivos. 
 A surdez provocada por local extremamente ruidoso, entre outros. 
 
Segundo Vassole (2016), existem algumas doenças que não são 
consideradas doença de trabalho devido a sua natureza, pois se desenvolvem 
naturalmente. São elas: 
Doença degenerativa; 
Doença inerente ao grupo etário; 
Doença que não produza incapacidade laborativa (Perda ou redução 
da capacidade de o indivíduo desempenhar as funções referentes à 
sua ocupação profissional) 
Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região e que se 
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou 
contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357093/inciso-ii-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
https://saberalei.com.br/acidente-do-trabalho-caracteristicas-e-direitos-do-trabalhador/
 
28 
 
a) Doença degenerativa 
Doenças degenerativas são as que modificam o comportamento da 
célula, causando uma gradual lesão do tecido de caráter irreversível e evolutivo. 
Essas doenças são cada vez mais comuns e são assim conhecidas porque 
causam a degeneração progressiva do organismo como um todo. (RAMOS, 
2017) 
As doenças degenerativas são crônicas, não transmissíveis e algumas 
não têm cura conhecida. O conhecimento que se tem é de que elas podem se 
desenvolver devido a diversos fatores, como tabagismo, excesso de peso 
corporal, má alimentação, vida sedentária, predisposição genética e alcoolismo. 
Alguns exemplos de doença degenerativa são: câncer, diabetes, 
esclerose múltipla, osteoartrose, osteoporose, degeneração dos discos 
vertebrais, hipertensão arterial, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, entre 
outras. 
 
b) Doença inerente ao grupo etário 
As doenças ligadas ao grupo etário têm necessariamente a idade como fato 
gerador da enfermidade. Sua causa não decorre das atividades exercidas, e sim 
da própria idade. 
Como exemplos dessa doença, podemos citar a presbiacusia (que é a 
perda da acuidade auditiva iniciada a partir dos 30 anos, resultante da 
degenerescência das células sensoriais), a catarata, doenças reumáticas, 
Alzheimer, entre outras. 
 
c) Doença que não produz incapacidade laborativa 
Também são consideradas doenças de trabalho as enfermidades que não 
ensejam a perda da capacidade laboral, como simples queda ou até mesmo um 
pequeno corte. 
 
d) Doença endêmica 
Adquirida por segurado habitante de região e que se desenvolva, salvo 
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado 
pela natureza do trabalho. 
 
29 
 
5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais 
A relação das pessoas com o trabalho mudou ao longo dos anos. Assim 
como as doenças ocupacionais. Hoje em dia, as doenças 
ocupacionais configuram enfermidades com o mesmo caráter dos acidentes de 
trabalho do ponto de vista legal. Mas nem sempre foi assim. 
 
 Doenças Ocupacionais: a virada dos anos 70 
Até a década de 1960, apenas acidentes de trabalho eram considerados 
enfermidades derivadas da profissão. Somente na década de 1970 as doenças 
ocupacionais passaram a ser vistas com a seriedade que merecem. 
Uma das razões para essa mudança foi o crescimento da classe médica e 
da indústria no País, o que aumentou consideravelmente distúrbios relacionados 
a agentes físicos, químicos e térmicos. Começou-se a ver um padrão em 
trabalhadores que lidavam com poeira, radiação, solventes ou ruídos, para citar 
alguns exemplos. 
 
 Doenças Ocupacionais Pós-Informática 
O início da década de 1980 ficou marcado pela difusão da informática nas 
empresas brasileiras, ocasionando novas doenças ocupacionais referentes 
a riscos ergonômicos e de postura, como LER, DORT e Tenossinovite. 
A virada do milênio inaugurou um período marcado pela exigência cada 
vez maior nas mais diversas áreas. Do excesso de pressão, multiplicaram-se as 
doenças de caráter psicossocial, como depressão, ansiedade, estresse ou 
síndrome do pânico. 
 
30 
 
6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
Fonte: preventwork.com.br 
O trabalho é o local onde as pessoas passam grande parte do seu dia e, 
por essa razão, pode se tornar um dos grandes vilões da saúde dos 
colaboradores. Se por um lado a sociedade convive com altos níveis de estresse 
laboral, por outro, inadequadas condições físicas para a realização de 
determinadas atividades ou a falta de equipamentos de proteção individual, 
muitas vezes, causam distúrbios orgânicos, denominados doenças 
ocupacionais. 
As principais doenças ocupacionais do Brasil estão ligadas às mais 
variadas profissões. Embora a legislação brasileira seja bastante exigente 
quanto à observância das normas de saúde e segurança do trabalho, a 
incidência de doenças ocupacionais na nossa sociedade ainda é bastante 
elevada. Isso alarma para a necessidade de serem adotadas práticas de 
prevenção e combate aos principais males atentatórios da integridade física e 
psíquica dos trabalhadores. 
http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/
http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/
 
31 
 
6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição 
Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT): 
LER/DORT é um termo abrangente que se refere aos distúrbios ou 
doenças do sistema musculoesquelético, principalmente do pescoço e membros 
superiores. 
Como o próprio nome diz, essas lesões são causadas 
pela repetição excessiva de movimentos ou postura inadequada, causando uma 
dor crônica que tende a piorar ao longo dos anos. 
O grande problema da LER é ser confundida com um mal estar 
passageiro, uma torção ou mau jeito. A diferença básica entre LER e DORT, é 
que a primeira pode não necessariamente ocorrer em ambiente de trabalho e a 
segunda refere-se unicamente ao dia a dia profissional. 
 
 
Fonte: jcuberaba.com.br 
6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: 
I. Asma Ocupacional: 
Ocorre por inalação de partículas, comuns em trabalhadores 
da construção civil ou que lidam com couro, algodão, madeira ou sílica. Começa 
http://www.jcuberaba.com.br/
 
32 
 
com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito e pode ter desdobramentos 
fatais, como paradas respiratórias e câncer de pulmão. 
 
Fonte: biosom.com.br 
II. Silicose 
Doença ocupacional irreversível causada pelo acúmulo de poeira de 
sílica (sílica - ou óxido de silício - é o principal componente da areia e matéria 
prima para a fabricação do vidro e do cimento) nos pulmões, revestindo-os de 
uma forma que impede a respiração gradativamente e aumenta 
progressivamente com o tempo, mesmo que o trabalhador seja afastado. Pode 
levar à morte por insuficiência respiratória. 
 
 
Fonte: almeidaconsultores.wordpress.comFonte: telemedicinamorsch.com.br 
 
33 
 
III. Antracose 
Lesão pulmonar causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos 
pulmões, infelizmente bem comum em mineiros, trabalhadores de grandes 
centros urbanos, trabalhadores que lidam com carvão ou que residam/trabalhem 
em áreas muito poluídas. Pode levar a disfunções pulmonares graves, como por 
exemplo a fibrose pulmonar. 
 
 
 Fonte: tuasaude.com Fonte: infoescola.com 
IV Bissinose 
Comum na indústria algodoeira e têxtil, é causada pelo acúmulo de poeira 
das fibras de algodão, linho ou cânhamo nos pulmões. 
 
 
 Fonte: prevencaonline.net Fonte: saudedica.com.br 
http://www.saudedica.com.br/
 
34 
 
V. Siderose 
Causada pelo acúmulo de partículas microscópicas de ferro nos 
bronquíolos, está entre as doenças ocupacionais que atacam trabalhadores de 
minas de ferro. Um dos seus sintomas mais comuns é a falta de ar constante. 
 
 
Fonte: profjairobrasil.blogspot.com Fonte: saudedica.com.br 
6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele 
I. Dermatose ocupacional 
Comum entre mecânicos e na indústria como um todo, a dermatose 
ocupacional é causada pelo contato constante com graxa ou óleo mecânico. 
Causa reações alérgicas crônicas, criando placas na pele. 
 
 
 Fonte: ehsseguranca.com.br Fonte: equipedeobra17.pini.com.br 
http://www.saudedica.com.br/
 
35 
 
II. Câncer de pele 
Embora seja muito comum no País, essa enfermidade só pode estar entre 
as doenças ocupacionais – e obter auxílio do INSS – caso tenha sido originada 
no ambiente de trabalho. Costuma ocorrer em trabalhadores de lavoura ou 
qualquer outro trabalho que envolva exposição ao sol. 
6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas 
I. Surdez: 
Comum em trabalhadores expostos a ruídos constantes, a surdez pode 
ser temporária ou definitiva. É uma doença silenciosa, que se caracteriza 
pela perda auditiva progressiva, levando o trabalhador lentamente à perda 
parcial ou total da audição, por desgastar o ouvido de forma irreversível. 
Comum em operadores de telemarketing, metalúrgicos e trabalhadores 
da Construção Civil, especialmente se não há uma fiscalização rígida e um 
compromisso do trabalhador com a utilização de protetores auriculares. 
 
 
 Fonte: 4work.pt Fonte: seaffono.com 
6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão 
I. Catarata 
Responsável por metade dos casos de perda total de visão no mundo, 
a Catarata é muito comum no Brasil. Mas, assim como o câncer de pele, só é 
considerada ocupacional se decorre da atividade profissional do indivíduo. 
 
36 
 
A Catarata é ocasionada pela perda do Cristalino, normalmente em 
decorrência de exposição a altas temperaturas. Afeta muitos trabalhadores 
da metalurgia e da siderurgia. 
 
Fonte: comunicabuzios.wordpress.com 
II Desgaste da Visão 
Afeta trabalhadores noturnos como vigias, enfermeiros, médicos ou 
operadores de serviços 24 hrs. O trabalho noturno desregula a produção de 
hormônios, que aconteceria durante o sono, afetando outras funções corporais, 
como a visão, por exemplo. 
Se essa situação ocorre de forma prolongada, o desgaste pode levar à 
perda parcial ou total da visão. 
 
 Principais Doenças Ocupacionais Psicossociais: 
A pressão excessiva do mundo moderno gera uma série de problemas de 
ordem emocional, como depressão, estresse, ataques de ansiedade ou 
síndrome do pânico. 
Podem ser causadas por: 
 Isolamento 
 Pressão psicológica 
 Ritmo agressivo de trabalho 
 Dificuldades ou desentendimentos no ambiente de trabalho 
 Carga horária excessiva. 
 
 
37 
 
São doenças perigosas, por não serem encaradas com a devida 
seriedade, podendo ser imperceptíveis quando no início ou à primeira vista. 
Ao contrário do que pensam, podem se tornas irreversíveis, afastando 
definitivamente o trabalhador. Ocorre com frequência entre policiais, 
seguranças, bancários, operadores de telemarketing e profissionais de 
comunicação. 
7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Fonte: alphacor.med.br 
Por definição da Organização Mundial da Saúde, a Saúde Ocupacional 
tem como objetivo “promover a melhoria das condições de trabalho e outros 
aspectos de higiene ambiental”. Com boas políticas de Saúde Ocupacional é 
possível chegar a um ambiente de trabalho saudável: na própria definição da 
OMS 
De acordo com a Associação Nacional dos Enfermeiros do Trabalho 
(ANENT), os Enfermeiros de Saúde Ocupacional (ESO), no Brasil, realizam 
serviços associados à higiene ocupacional, segurança e medicina, e constituem 
equipes de estudo de proteção da saúde e segurança do trabalhador. As 
responsabilidades de Enfermeiros de Saúde Ocupacional, de acordo com a 
ANENT, incluem tarefas variadas, relacionadas à prevenção de doenças e 
acidentes de trabalho e à promoção da saúde no trabalho. 
 
38 
 
A incessante procura pelo bem-estar do trabalhador é uma das 
preferências da Enfermagem do Trabalho. Para constituir o grupo do Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é 
preciso que o profissional de enfermagem – enfermeiro, técnico e auxiliar de 
enfermagem, sejam um especialista na área. 
7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho - NR 4. 
A Norma Regulamentadora nº 4 – Serviços Especializados em Segurança 
e em Medicina do Trabalho – SESMT prevê em seu item 4.1 que as empresas 
devem, obrigatoriamente, manter os SESMT com a finalidade de promover a 
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo que o 
dimensionamento do serviço vincula-se a gradação de risco da atividade 
principal da empresa e ao número total de empregados do estabelecimento, 
devendo ser observado o quadro II da NR-4 que estabelece quais e quantos 
profissionais (Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou 
Técnico em Enfermagem do Trabalho) deverão compor o serviço. 
A NR4 vai além e determina, por meio do item 4.17, que os Serviços 
Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT devem ser 
registrados nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho. 
Desse modo, com o intuito de: 
 Facilitar o cumprimento da obrigação prevista na NR-4, agilizando 
o contato entre as empresas e o Ministério do Trabalho; 
 Tornar mais célere o processo de registro dos SESMT, permitindo 
inclusive atualização dos dados on-line, de forma que o declarado 
reflita a realidade dos SESMT; 
 Verificar os requisitos da NR-04 antes da efetiva declaração do 
SESMT; 
o Ministério do Trabalho desenvolveu o Sistema SESMT. 
 
39 
 
7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. 
A CIPA começou a ser escrita por volta da segunda metade do século 
XVIII, a partir da Revolução Industrial na Inglaterra. Esse fato se deu, devido ao 
elevado número de acidentes e lesões originados dos maquinários. 
Já no Brasil, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, 
denominada CIPA, nasceu em 10 de novembro de 1944. E foi exatamente essa 
comissão que alavancou a implantação da Segurança do Trabalho no solo 
brasileiro. 
A primeira Portaria a regulamentar as comissões internas foi a de número 
229, de 19 de junho de 1945. 
No início, o objetivo era que as comissões zelassem pela saúde física do 
trabalhador, estimulando os mesmos para assuntos que visassem a prevenção 
de acidentes. Várias foram as atribuições direcionadas à comissão neste 
período. 
A CIPA é regulamentada pela Portaria GM n. º 3.214, de 08 de junho de 
1978, que regulamenta a NR 5. Dentre outras regulamentações, ela determina: 
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - 
tem como objetivo a prevenção de acidentes e doençasdecorrentes 
do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho 
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador 
e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no 
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos 
normativos para setores econômicos específicos. 
5.16 A CIPA terá por atribuição: 
 a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com 
assessoria do SESMT, onde houver; 
 b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na 
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar 
da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de 
ação nos locais de trabalho; 
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições 
de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer 
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; 
 
40 
 
requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a 
paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e 
iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e 
PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no 
trabalho; 
 j) divulgar e promover o cumprimento das Normas egulamentadoras, 
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, 
relativas à segurança e saúde no trabalho; 
Do treinamento: 
 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da 
CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os 
seguintes itens: 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos 
riscos originados do processo produtivo; 
5 b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do 
trabalho; 
 c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de 
exposição aos riscos existentes na empresa; 
 d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e 
medidas de prevenção; 
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
 f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle 
dos riscos; 
 g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício 
das atribuições da Comissão. 
7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 
De acordo com a NR 6, o Equipamento de Proteção Individual é: todo 
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à 
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
Todos os EPIs só poderão ser colocados à venda com a indicação do Certificado 
de Aprovação – CA. 
 
41 
 
A NR 6 estabelece todos os requisitos sobre o Equipamento de Proteção 
Individual. Dentre eles, as responsabilidades do empregador, empregado e 
também do fabricante de EPIs, nacional ou um EPI importado. 
Neste último caso, o importador também deverá seguir as NR 6, 
cumprindo e respeitando as normas de segurança para garantir a eficiência do 
equipamento de proteção e proteger o usuário. 
A Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, estabelece: 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, 
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
 a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de 
doenças profissionais e do trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo 
implantadas; e, 
 c) para atender a situações de emergência 
 
Responsabilidades do empregador: 
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: 
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 
 b) exigir seu uso; 
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão 
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, 
guarda e conservação; 
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção 
periódica; e, 
 g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) 
registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados 
livros, fichas ou sistema eletrônico. 
 
Responsabilidades do trabalhador. 
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: 
 a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se 
destina; 
 b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
 c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne 
impróprio para uso; e, 
 
42 
 
 d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso 
adequado. 
7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR 
7 
A Norma Regulamentadora nº 7 recebe o nome de PCMSO — Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Essa NR estabelece que todos os 
empregadores, e instituições que admitam trabalhadores como empregados, 
têm a obrigatoriedade de elaborar e implementar o PCMSO. 
 Com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus trabalhadores, 
o PCMSO é um documento escrito que dará base as ações práticas do 
programa. 
O PCMSO não poderá ser implementado de forma isolada. Este programa 
deverá sempre levar em consideração o que dizem as demais NR’s. 
A NR-9 (PPRA — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), por 
exemplo, caracteriza o ruído no ambiente de trabalho, então cabe ao PCMSO 
determinar à realização do exame de audiometria. 
A elaboração e implementação do PCMSO é obrigatória a todos os 
empregadores que admitirem trabalhadores como empregados, em regime de 
CLT. 
A NR 7 estabelece, entre outras diretrizes: 
7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a 
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
- PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do 
conjunto dos seus trabalhadores. 
7.1.3 Caberá à empresa contratante de mão-de-obra 
prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos 
existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos 
locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados 
7.2.3 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento 
e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, 
inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de 
casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos 
trabalhadores. 
 
43 
 
7.2.4 O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base 
nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados 
nas avaliações previstas nas demais NR 
 
Das responsabilidades 
 7.3.1 Compete ao empregador: 
 a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, 
bem como zelar pela sua eficácia; 
 b) custear sem ônus para o empregado todos os 
procedimentos relacionados ao PCMSO; 
 
Do desenvolvimento do PCMSO : 
7.4.1 O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização 
obrigatória dos exames médicos: 
a) admissional; 
b) periódico; 
 c) de retorno ao trabalho; 
 d) de mudança de função; 
e) demissional. 
7.4.2 Os exames de que trata o item 7.4.1 compreendem: 
 a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e 
exame físico e mental; 
 b) exames complementares, realizados de acordo com os 
termos específicos nesta NR e seus anexos. 
7.4.3.1 no exame médico admissional, deverá ser realizada 
antes que o trabalhador assuma suas atividades; 
7.4.3.2 no exame médico periódico, de acordo com os 
intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados: 
 a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de 
trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de 
doença ocupacional,ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de 
doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: 
a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico 
encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do 
trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; 
a.2) de acordo com à periodicidade especificada no Anexo n.º 
6 da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas; 
 b) para os demais trabalhadores: 
 b.1) anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores 
de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; 
 
44 
 
 b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) 
anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. 
7.4.3.3 No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser 
realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de 
trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por 
motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou 
parto. 
7.4.3.4 No exame médico de mudança de função, será 
obrigatoriamente realizada antes da data da mudança. 
 7.4.3.4.1 Para fins desta NR, entende-se por mudança de 
função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de 
setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele 
a que estava exposto antes da mudança. 
 7.4.3.5 No exame médico demissional, será obrigatoriamente 
realizada em até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato, 
desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há 
mais de: 
- 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau 
de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4; 
 - 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, 
segundo o Quadro I da NR-4. 
 
7.4.4 Para cada exame médico realizado, previsto no item 
7.4.1, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 
(duas) vias. 
 7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arquivada no local de 
trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de 
obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 
7.4.4.2 A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue 
ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. 
7.4.4.3 O ASO deverá conter no mínimo: 
a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua 
identidade e sua função; 
b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência 
deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas 
expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST; 
 c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido 
o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que 
foram realizados; 
 
45 
 
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com 
respectivo CRM; 
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o 
trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; 
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou 
forma de contato; 
g) data e assinatura do médico encarregado do exame e 
carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de 
Medicina. 
 
Dos primeiros socorros. 
 7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com 
material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-
se as características da atividade desenvolvida; manter esse material 
guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para 
esse fim. 
7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais faz parte de um conjunto 
de medidas mais amplas e tem como objetivo a preservação da saúde e 
integridade física dos trabalhadores. O seu papel é auxiliar a eliminação, redução 
e controle dos riscos no ambiente de trabalho. 
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação 
do PPRA nas empresas que trabalham com atividades de risco à saúde do 
funcionário. 
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, esta Norma 
Regulamentadora tem como objetivo: 
Estabelecer a obrigatoriedade da elaboração e 
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e da 
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de 
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de 
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais. 
 
 
46 
 
As ações do PPRA são de responsabilidade do empregador e devem ser 
desenvolvidas no âmbito de cada empresa. Neste processo, é importantíssima 
a participação dos colaboradores para que o resultado da prevenção dos riscos 
ambientais seja efetiva e realmente garanta a segurança do trabalho durante a 
jornada. 
A elaboração é realizada através de uma avaliação dos riscos ambientais 
que irá identificar, avaliar e controlar os agentes ambientais. Os Técnicos de 
Segurança, Engenheiros de Segurança e Médicos do Trabalho são as pessoas 
legalmente habilitadas para a elaboração do PPRA. 
Os riscos presentes são classificados em: 
 Riscos Físicos 
 Riscos Químicos 
 Riscos Biológicos 
 
Estrutura do PPRA: 
O MTE estabeleceu exigências mínimas para que o empregador elabore 
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. De acordo com a NR 9, os 
profissionais da segurança do trabalho, devem seguir uma estrutura para 
elaborar o PPRA. Ela deve conter: 
 Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e 
cronograma; 
 Estratégia e metodologia de ação; 
 Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; 
 Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. 
 
Etapas de Implementação do PPRA: 
A implantação do PPRA melhora a produtividade e as condições de 
trabalho do colaborador. Também preveni futuros processos judiciais cíveis, 
trabalhistas e previdenciários. Isto porque o programa evita o surgimento de 
doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Além de garantir um ambiente 
mais confortável e seguro para todos os trabalhadores da empresa. 
As etapas de implantação do Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais são: 
 
47 
 
 Antecipação e reconhecimento dos riscos ambientais (físicos, 
químicos e biológicos); 
 Planejamento das medidas de controle dos riscos; 
 Elaboração de ações preventivas; 
 Monitoramento qualitativo e quantitativo do ambiente 
 Registro e divulgação dos dados 
 Cronograma de execução das prioridades 
 Desenvolvimento do documento base 
 Documento base e relatórios anuais 
 Laudos ergonômicos 
 Laudos técnicos 
Quanto ao reconhecimento dos riscos ambientais, deverá conter: 
a) a sua identificação; (109.017-8 / I3) 
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; 
(109.018-6 / I3) 
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação 
dos agentes no ambiente de trabalho; (109.019-4/I3) 
d) a identificação das funções e determinação do número de 
trabalhadores expostos; (109.020-8 / I3) 
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição; (109.021-6 
/ I3) 
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível 
comprometimento da saúde decorrente do trabalho; (109.022-4 / I3) 
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, 
disponíveis na literatura técnica; (109.023-2 / I3) 
h) a descrição das medidas de controle já existentes. (109.024-0 / I3) 
9.3.4. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que 
necessária para: 
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos 
identificados na etapa de reconhecimento; (109.025-9/I1) 
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores; (109.026-7 /I1) 
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle. (109.027-5 / 
I1) 
 
A NR 9 regulamenta, entre outras diretrizes: 
 9.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a 
obrigatoriedade da elaboração e implementação,por parte de todos os 
 
48 
 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - 
PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração 
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. (109.001-1 / I2) 
9.1.2. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito 
de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do 
empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua 
abrangência e profundidade dependentes das características dos 
riscos e das necessidades de controle. 
9.1.3. O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das 
iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da 
integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o 
disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR 7. 
 
9.1.5. Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de 
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade 
e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador. 
 
9.1.5.1. Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia 
a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, 
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-
som. 
 
9.1.5.2. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos 
ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, 
nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou 
que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou 
ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
 
9.1.5.3. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
 
 
49 
 
7.6 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria da Construção – NR 18 
A NR 18, regulamenta e estabelece as diretrizes para o PCMAT: 
18.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece 
diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, 
que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio 
ambiente de trabalho na Indústria da Construção. 
18.1.3. É vedado o ingresso ou a permanência de 
trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam assegurados 
pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra. 
8.3.1. São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do 
PCMAT nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, 
contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos 
complementares de segurança. 
18.3.1.1. O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na 
NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais. 
18.3.1.2. O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à 
disposição do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego – 
A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de 
responsabilidade do empregador ou condomínio. 
18.3.4. Integram o PCMAT: 
a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas 
atividades e operações, levando-se em consideração riscos de 
acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas 
preventivas; 
b) projeto de execução das proteções coletivas em 
conformidade com as etapas de execução da obra; 
c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais 
a serem utilizadas; 
Cronograma de implantação das medidas preventivas 
definidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da 
obra. 
7.7 NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde 
A NR-32 define serviços de saúde qualquer edificação destinada à 
prestação de assistência à saúde da população. 
 
50 
 
E também todas as ações de promoção, recuperação, assistência, 
pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. 
A finalidade da NR-32 é estabelecer as diretrizes básicas para a 
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos 
trabalhadores dos serviços de saúde. 
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade 
estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de 
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e 
assistência à saúde em geral. 
 32.1.2. Para fins de aplicação desta NR entende-se por 
serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de 
assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, 
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer 
nível de complexidade. 
 
Riscos Biológicos: 
32.2.1 Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco 
Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes 
biológicos. 
 32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos os 
microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de 
células; os parasitas; as toxinas e os príons. 
 
PPRA na NR 32: 
32.2.2.1 O PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de 
reconhecimento, deve conter: I. Identificação dos riscos biológicos 
mais prováveis, em função da localização geográfica e da 
característica do serviço de saúde e seus setores, considerando: 
 a) fontes de exposição e reservatórios; 
b) vias de transmissão e de entrada; 
c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; 
d) persistência do agente biológico no ambiente; 
 e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; 
f) outras informações científicas. 
II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, 
considerando: 
a) a finalidade e descrição do local de trabalho; 
 b) a organização e procedimentos de trabalho; 
 
51 
 
c) a possibilidade de exposição; 
d) a descrição das atividades e funções de cada local de 
trabalho; 
e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento. 
 32.2.2.2 O PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e: 
 a) sempre que se produza uma mudança nas condições de 
trabalho, que possa alterar a exposição aos agentes biológicos; 
b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o 
determinar. 
 
PCMSO na NR 32: 
O PCMSO, além do previsto na NR-07, e observando o 
disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar: 
 a) o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos; 
 b) a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do 
item 32.2.2; 
c) a relação contendo a identificação nominal dos 
trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas 
atividades e o risco a que estão expostos; 
d) a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente 
expostos; 
 e) o programa de vacinação. 
 32.2.3.2 Sempre que houver transferência permanente ou 
ocasional de um trabalhador para um outro posto de trabalho, que 
implique em mudança de risco, esta deve ser comunicada de imediato 
ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO. 
 32.2.3.3 Com relação à possibilidade de exposição acidental 
aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO: 
a) os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, 
acompanhamento e prevenção da soroconversão e das doenças; 
 b) as medidas para descontaminação do local de trabalho; 
 c) o tratamento médico de emergência para os trabalhadores; 
 d) a identificação dos responsáveis pela aplicação das 
medidas pertinentes; 
e) a relação dos estabelecimentos de saúde que podem 
prestar assistência aos trabalhadores; 
 f) as formas de remoção para atendimento dos trabalhadores; 
g) a relação dos estabelecimentos de assistência à saúde 
depositários de imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, 
materiais e insumos especiais. 
 
52 
 
REFERÊNCIAS

Outros materiais