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PNEUMO: DPOC + ASMA

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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA 
CRÔNICA  
 
ANNE BISPO 
 
DEFINIÇÃO 
● DPOC é uma doença prevenível e tratável, caracterizada por obstrução persistente e                       
progressiva ao fluxo aéreo, não reversível, e associada a resposta inflamatória crônica                       
das vias aéreas a gases e partículas nocivas. Exacerbações são comuns e contribuem                         
para a gravidade da doença. 
● É um quadro inflamatório sistêmico que pode cursar com perda de peso e redução da                             
massa muscular em casos avançados. 
● As duas entidades nosológicas que compõem a doença são os pacientes com enfisema                         
pulmonar e com bronquite crônica 
● Apresenta também manifestações sistêmicas, como doenças cardiovasculares,             
osteoporose, desnutrição, anemia e depressão 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 
ETIOLOGIA 
● Tabagismo: principal causa 
- ativo: carga tabágica de pelo menos 40 maços- ano (incomum abaixo de 20                         
maços-ano) 
- passivo: 3x mais chance de desenvolver  
● Exposição a poluição, produtos químicos e gases de combustíveis   
- ocupacional: minas de carvão, ouro, fábricas 
- intra e extradomiciliar: fogão a lenha  
- poeiras orgânicas  
● Hereditária 
- crescimento pulmonar reduzido: ocorre em filhos de mães tabagistas (inclusive                   
na gestação) que produz uma menor percentual do volume expiratório forçado                     
no 1º minuto (VEF1) 
- deficiência de alfa 1 antipripsina  
 
 
FATORES DE RISCO 
 
 
 
ASMA x DPOC 
 
ASMA  DPOC 
● início na infância 
● sintomas variam dia a dia 
● sintomas aumentam a noite e na 
madrugada 
● reversível 
● atopia: rinite, eczema e alergias 
● linfócitos T CD4 
● eosinófilos + basófilos + mastócitos 
● pouca ou nenhuma fibrose 
● início na meia idade 
● sintomas sempre presentes 
● pioram nas exacerbações 
● progressiva 
● irreversível 
● exposição a tabaco e gases poluentes 
● linfócitos T CD8 citotóxicos 
● macrófagos + neutrófilos 
● estímulo de fibrose das V.A 
 
FENÓTIPO MISTO DE ASMA E DPOC:  
● Se define como uma obstrução não completamente reversível ao fluxo aéreo                     
acompanhada de sinais ou sintomas de reversibilidade aumentada da obstrução. 
● Dentro do espectro da obstrução brônquica ao fluxo aéreo, existem indivíduos asmáticos                       
fumantes, asmáticos que desenvolvem obstrução não completamente reversível ao fluxo                   
aéreo e não fumantes que desenvolvem obstrução crônica ao fluxo aéreo.  
● Os fumantes com asma têm traços que se assemelham aos da DPOC com menor                           
resposta aos corticosteroides e uma menor frequência de inflamação eosinofílica.  
● Adicionalmente, apresentam maior probabilidade de neutrofilia nas vias aéreas. 
● Os obesos com esse fenótipo possuem pior prognóstico e maior risco de mortalidade por                           
comorbidades cardíacas. 
   
 2 critérios maiores ou 1 critério maior + 2 critérios menores = diagnóstico  
 
FISIOPATOLOGIA 
Mecanismo histológico 
Bronquite Obstrutiva Crônica:  
● hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas secretoras de muco + aumento no                       
número de células caliciformes da mucosa  
● redução do lúmen das vias aéreas distais devido ao espessamento da parede brônquica                         
por edema e fibrose (bronquiolite obliterante). 
Enfisema Pulmonar:  
● alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos 
● destruição progressiva dos septos alveolares 
 
Mecanismo de obstrução das vias aéreas  
● ocorre por redução da elasticidade pulmonar e aumento da resistência do lúmen das                           
vias aéreas que compromete apenas a expiração 
obs: na inspiração a força geradora do fluxo provém dos músculos respiratórios, não havendo                           
limitação  
 
QUADRO CLÍNICO 
1- Tosse:   
● é um sintoma muito frequente 
● pode ser diária ou intermitente e pode preceder a dispnéia ou aparecer simultaneamente                         
a ela.  
● muitos pacientes não a percebem como sintomas de doença, considerando-a como o                       
“pigarro do fumante”.  
● A tosse com expectoração ocorre em aproximadamente 50% dos fumantes. A dispnéia é                         
o principal sintoma associado à incapacidade, redução da qualidade de vida e pior                         
prognóstico. É geralmente progressiva com a evolução da doença. Muitos pacientes só                       
referem a dispnéia numa fase mais avançada da doença, pois atribuem parte da                         
incapacidade física ao envelhecimento e à falta de condicionamento físico 
2- Dispnéia: 
● é o principal sintoma associado à incapacidade, redução da qualidade de vida e pior                           
prognóstico - marcador principal do prognóstico 
● geralmente é insidiosa e progressiva com a evolução da doença  
● Muitos pacientes só referem a dispnéia numa fase mais avançada da doença, pois                         
atribuem parte da incapacidade física ao envelhecimento e à falta de condicionamento                       
físico. 
● é caracterizada por haver pioras agudas desencadeadas por alguns fatores como por                       
exemplo o esforço físico, as infecções respiratórias 
● pode evoluir para dispnéias aos mínimos esforços e até em repouso  
Avaliação da dispnéia e da qualidade de vida: 
● A dispneia pode ser estimada em várias escalas validadas para a língua e cultura                           
brasileiras, entretanto é recomendado que a avaliação seja realizada pela escala Medical                       
Research Council Modificado (mMRC) 
● Esta escala permite que a dispneia seja classificada de forma simples em cinco níveis de                               
intensidade de dispneia, na qual quanto maior a pontuação, maior a gravidade da                         
dispneia.  
 
3- Ruídos adventícios  
● Sibilos, roncos, estertores crepitantes e subcrepitantes + redução do murmúrio                   
vesicular - presentes nos pacientes com o fenótipo de bronquite crônica 
● O pacientes com o fenótipo de enfisema apresentam apenas redução nos                     
murmúrios vesiculares sem ruídos adventícios 
 
DIAGNÓSTICO 
 
EXAME FÍSICO 
● Esteriótipos : pink puffers ( sopradores róseos) e blue bloaters (inchados e azulados) 
  
 
 ​PINK PUFFERS  BLUE BLOATERS 
● Enfisematosos 
● pletora + tórax em tonel 
● síndrome consuptiva (magros) 
● dispnéia expiratória (sopradores) 
● sem cor pulmonale e hipoxemia  
● diminuição dos MV sem ruídos adventícios  
● bronquítico grave 
● corpo inchado 
● obesos + apnéia do sono 
● hipoxemia grave 
● cor pulmonale + congestão sistêmica 
● ruídos adventícios muito presentes 
ATENÇÃO: A maioria dos pacientes apresentam o fenótipo MISTO com ambas as                       
características.  
● Ausculta pulmonar com presença dos ruídos adventícios nos pacientes com bronquite                     
obstrutiva crônica e com redução do murmúrio nos enfisematosos. 
● respiração com prolongamento da fase expiratória (respiração em sopro) 
● Paciente pletórico: com tom de pele avermelhado ( 
● tórax em tonel: aumento do diâmetro AP por hiperinsuflação pulmonar  
● cor pulmonale + edema de MMII + turgência jugular 
 
Cor pulmonale:​ muito presente na DPOC e significa a presença de insuficiência cardíaca 
(ventrículo direito) devido à hipóxia pulmonar crônica. A hipoxemia crônica leva a uma 
vasoconstrição generalizada que causa hipertensão arterial pulmonar . Quando a HAP é > 
50 mmHg (normal é 20) ocorre insuficiência ventricular direita que tem como consequências 
a congestão sistêmica e o baixo débito cardíaco o que explica a dispnéia. 
 
OBS:​ se houver baqueteamento digital deve-se pensar em câncer de pulmão e não em DPOC. 
 
EXAMES INESPECÍFICOS COMPLEMENTARES 
● Hemograma: pode revelar ​00000000 (aumento do hematócrito > 55%) devido ao                     
estímulocausado pela hipoxemia. Esta estimula a produção de eritropoietina pelos rins. 
● Dosagem de alfa-1-antitripsina : Está indicada em pacientes que desenvolvem DPOC                     
em idade jovem (< 45 anos), que apresentam enfisema pulmonar sem fator de risco                           
conhecido, enfisema predominante em região basal, doença hepática inexplicada e                   
história familiar de enfisema, doença hepática, paniculite ou bronquiectasia 
● Avaliação da oxigenação: 
- Deve-se feita, inicialmente, de maneira não invasiva pela ​oximetria de pulso​.  
- Se for identificada uma saturação periférica de oxigênio (SpO2 ) igual ou                       
inferior a 90%= realizar gasometria arterial para avaliação da PaO2 e da                       
PaCO2 .  
- A oximetria deve ser repetida periodicamente e sempre que houver exacerbação. 
● Gasometria arterial: 
- Geralmente está alterada cronicamente nos casos mais graves  
- hipoxemia é o dado mais encontrado  
- hipercapnia + acidose respiratória + aumento compensatório do HCO3 =                   
casos graves 
- pH discretamente baixo  
 
Gasometria arterial: 
O termo gasometria arterial refere-se a um tipo de exame de ​sangue colhido de uma ​artéria e                                 
que possui por objetivo a avaliação de gases (​oxigênio e ​gás carbônico​) distribuídos no                           
sangue, do ​pH (se a informação for somente para avaliar o pH pode-se fazer gasometria                             
venosa) e do equilíbrio ácido-básico. Podem ser dosados também alguns eletrólitos como o                         
sódio​, ​potássio​, ​cálcio​ iônico e ​cloreto​, a depender do aparelho. 
Parâmetros: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sangue
https://pt.wikipedia.org/wiki/Art%C3%A9ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_carb%C3%B4nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/PH
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3dio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%A1ssio
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cloro
◆ pH 7,35 a 7,45 
◆ pO2 (pressão parcial de oxigênio) 80 a 100 mmHg 
◆ pCO2 (pressão parcial de gás carbônico) 35 a 45 mmHg 
◆ HCO3 (equilíbrio ácido-básico sanguíneo) 22 a 26 mEq/L 
◆ SaO2 Saturação de oxigênio (arterial) maior que 95% 
Resultados 
● Se a PaCO2 < 35 mmHg= o paciente está hiperventilando, e se o pH > 7,45= 
Alcalose Respiratória. 
● Se a PaCO2 >45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH < 7,35, ele está 
em Acidose Respiratória. 
● Se o HCO3- > 26 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose 
Metabólica. 
● Se o HCO3- < 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose 
Metabólica. 
 
 
● Raio X de tórax: 
 
➔ Deve-se solicitar,   
rotineiramente nas posições PA       
e perfil, não para definição da           
doença, mas para afastar outras         
doenças pulmonares,   
principalmente a neoplasia     
pulmonar 
➔ sensibilidade de 50% nos casos         
mais avançados 
➔ retificação das hemicúpulas     
diafragmáticas 
➔ hiperinsuflação pulmonar -     
aumento no numero de costelas  
➔ aumento dos espaços     
intercostais 
➔ redução do diâmetro cardíaco -         
coração em gota 
➔ aumento do espaço aéreo       
retroesternal no perfil 
➔ espessamento brônquico 
➔ pode-se buscar por pneumonias,       
tumor e pneumotórax 
➔ se forem encontradas bolhas há         
indicação de cirurgia 
● TC de tórax 
➔ é o exame definitivo para estabelecer presença ou não de enfisema nos pacientes                         
DPOC, determinando ainda sua extensão e localização. 
➔ Está indicada, porém, somente em casos especiais, como suspeita da presença de                       
bronquiectasias ou bolhas, indicação de correção cirúrgica destas ou programação                   
de cirurgia redutora de volume (indica quanto de parênquima deve ser ressecado) 
 
PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR - ESPIROMETRIA 
● Exame fundamental para o diagnóstico 
 
ATENÇÃO: ​No que se refere a classificação da doença esse parâmetro é apenas um                           
complementar pois outros índices definem a gravidade da doença, como o padrão de                         
sintomas e a história de exacerbações. 
 
● Os parâmetros mais utilizados são o VEF1, o índice de Tiffenau (VEF1/CVF) e o                           
FEF​ pois mostram menor variabilidade inter e intra-individual.  
● VEF1:  
- quantifica o grau de obstrução pulmonar  
- marcador de prognóstico: quanto menor o índice maior o risco de mortalidade 
- marcador de risco cirúrgico: risco de complicações respiratórias (<1L = risco                     
alto) 
- não prediz a intensidade dos sintomas atuais,uma vez que muitos pacientes com                       
obstrução grave podem ser oligo ou mesmo assintomáticos, ao passo que outros                       
apresentam relativamente pouca obstrução e muitos sintomas. 
● ÍNDICE DE TIFFENAU:  
- relação VEF1/CVF < 70% do previsto, sem alteração significativa após a                     
prova broncodilatadora = CRITÉRIO DIAGNÓSTICO 
● FEF (Fluxo expiratório forçado máximo) ou pico de fluxo expiratório (PFE). 
- representa o fluxo máximo de ar durante a manobra de capacidade vital forçada. 
- é o primeiro exame a ser alterado na doença = tem maior sensibilidade 
- Há muitos equipamentos portáteis disponíveis para medir o fluxo máximo                   
durante uma expiração forçada 
 
ESTADIAMENTO GOLD: 
● Tal sistema conjuga dados como a intensidade dos sintomas e o grau de obstrução das                             
vias aéreas, com o risco de exacerbações e presença de comorbidades = avaliação                         
integral dos riscos 
● Objetiva montar uma estratégia terapêutica individualizada 
● Engloba 2 ​escores de avaliação de sintomas simples ​e fáceis de aplicar: e mMRC                           
(Modified Medical Research Council Questionnaire) e do CAT (COPD Assessment                   
Test) 
● O mMRC é o questionário da dispnéia apenas e o CAT fornece uma avaliação                           
sintomática mais abrangente, refletindo impacto da dispnéia e de outras manifestações                     
da doença na vida do paciente 
 
ATENÇÃO!​ Na prática clínica, devemos selecionar apenas um desses escores (é desnecessário 
fazer os dois ao mesmo tempo). O ideal é calcular o CAT, por ser este o mais “abrangente, porém 
na ausência dele, o mMRC é igualmente válido. 
 
Escore espirométrico: 
 
Escore CAT - escore de avaliação de sintomas 
 
GRUPO A – “baixo risco de exacerbações e pouco sintomático 
GRUPO B – “baixo risco e muito sintomático”; 
GRUPO C – “alto risco e pouco sintomático”; 
GRUPO D – “alto risco e muito sintomático 
 
Exemplo​: Imagine dois pacientes com VEF1 < 30% após a prova broncodilatadora (GOLD                         
IV) e muito sintomáticos (escore CAT = 20). Esses pacientes só podem ser grupo B ou                               
grupo D... Agora, imagine que um deles nunca exacerbou a doença, ao passo que o outro                               
apresentou três exacerbações no último ano. O primeiro, portanto, será classificado como                       
DPOC GOLD IV – grupo B –, e o segundo DPOC GOLD IV – grupo D. 
 
Exacerbações: 
● Definida como a piora aguda dos sintomas respiratórios (além da variação circadiana                       
esperada) que requer mudanças igualmente agudas no esquema terapêutico. 
● O diagnóstico de uma exacerbação é essencialmente clínico, feito pelo reconhecimento                     
de piora da dispneia, da tosse e/ou da expectoração (em particular quando um escarro                           
previamente claro se torna purulento,além de ser produzido em maior quantidade 
● Na maioria das vezes as exacerbações são desencadeadas por infecções respiratórias                     
(bacterianas e/ou virais) e Exposição a elevados níveis de poluição ambiental também                       
parecem ser desencadeadoresfrequentes 
● O maior fator de risco para exacerbações futuras da DPOC é a história de exacerbações                             
prévias, particularmente quando estas motivaram uma internação hospitalar. 
COMORBIDADES ASSOCIADAS 
● Podem ser consequências diretas da DPOC ou de fatores de risco “compartilhados”, 
Osteoporose 
● A osteoporose é prevalente nos pacientes portadores de DPOC e independe do estágio                         
da doença ou do sexo.  
● Fraturas com compressão vertebral são relativamente comuns e o resultado é o                       
aumento da cifose que pode reduzir ainda mais a função pulmonar 
● A osteoporose nestes pacientes é de origem multifatorial, associada à inflamação                     
sistêmica, a idade avançada, a mobilidade reduzida, o tabagismo, a nutrição                     
prejudicada, o IMC baixo e a altas doses de corticoide inalatório assim como cursos de                             
corticoides orais(3).  
● A DMO deve ser avaliada em todos pacientes, principalmente em pacientes com                       
diminuição de massa magra.  
● A recomendação de consensos atuais para tratamento de osteoporose em pacientes com                       
DPOC que não apresentarem contra indicações devem receber suplementação de cálcio                     
e bifosfonados. 
Depressão 
● Devido à capacidade física prejudicada, os pacientes com DPOC são frequentemente                     
isolados e não conseguem participar de muitas atividades sociais.  
● A presença de ansiedade e depressão são frequentes (19% a 42%)(3) e parece ser mais                             
prevalente em relação à outras doenças crônicas.  
● Além disso, como os sintomas de ansiedade e/ou de depressão podem ser confundidos                         
com sintomas da DPOC, são frequentemente negligenciados na prática clínica.  
● Geralmente acontece devido a fator genético, o envelhecimento, a ​hipoxemia na função                       
cerebral​, a inflamação sistêmica e também o fato que o tabagismo é mais frequente na                             
população com sintomas de ansiedade e depressão(3). 
● A depressão não tratada aumenta a frequência e tempo da hospitalização e também                         
causa piora da qualidade de vida e morte prematura.  
● A literatura ainda não mostra conclusivamente o benefício do tratamento com                     
antidepressivos nestes pacientes.  
● Por outro lado, a reabilitação pulmonar associada ou não a psicoterapia pode melhorar                         
os sintomas de ansiedade e depressão 
Doenças cardiovasculares 
● A DPOC e doenças arteriais coronarianas são muito prevalentes e dividem os mesmos                         
fatores de risco, como a exposição à fumaça do cigarro, inflamação sistêmica, idade                         
avançada e sedentarismo.  
● Dados da literatura mostram que pacientes com DPOC apresentam maior fator de risco                         
de morrer por IAM, independentemente da idade, sexo ou história de tabagismo.  
● Os pacientes portadores de ​DPOC leve têm maior chance de morrer por causa                         
cardiovascular em relação à insuficiência respiratória.  
● A inflamação sistêmica da DPOC está associada na patogênese da doença isquêmica                       
cardíaca e aterosclerose. Portanto, evidências sugerem que os pacientes com DPOC                     
devam ser investigados quanto à presença de aterosclerose concomitante. 
 
TRATAMENTO 
● A terapia farmacológica responde melhor do que nos casos de asma 
● Objetivos: 
➔ abstinência ao tabagismo; (reduz mortalidade) 
➔ tratamento farmacológico das exacerbações;  
➔ tratamento farmacológico crônico;  
➔ programas de reabilitação cardiopulmonar; 
➔ oxigenoterapia nos pacientes francamente hipoxêmicos; (reduz mortalidade) 
➔ transplante pulmonar ou cirurgia pneumorredutora (reduz mortalidade) 
 
1. Abstinência ao tabagismo 
● Programas de aconselhamento + Terapia farmacológica combinada 
● O aconselhamento mesmo que breve é comprovadamente capaz de aumentar a                     
taxa de abstinência ao tabaco. quanto mais o médico se dedicar a convencer e                           
ajudar o paciente a parar de fumar, mais sucesso ele terá. 
● Fármacos:  
- reposição de nicotina (goma de mascar, administração inalatória ou                 
intranasal, adesivo transdérmico);  
- bupropiona (antidepressivo inibidor da recaptação de serotonina) 150               
mg VO 12/12h;  
- vareniclina 1 mg VO 12/12h. (risco de suicídio) 
● Taxa de sucesso = 20 a 30% 
2. Oxigenoterapia domiciliar 
● O uso contínuo de oxigênio domiciliar em pacientes hipoxêmicos com DPOC melhorou a                         
sobrevida e a qualidade de vida desses indivíduos. 
● O aumento da sobrevida é proporcional ao número de horas diárias de oxigenioterapia. 
Indicações 
● PaO2 ≤ 55 mmHg ou uma SaO2 ≤ 88% são indicações precisas (por mais de 15h). 
● Quando a PaO2 está entre 55 e 60 mmHg (ou a SaO2 entre 88 e 90%), devemos                                 
verificar se existem critérios para o diagnóstico de cor pulmonale ou eritrocitose.  
● Oxigenioterapia contínua = na presença de sinais de falência crônica do ventrículo                       
direito (ex.: edema de membros inferiores devido à congestão sistêmica, alterações na                       
onda P no ECG compatíveis com onda “P pulmonale”), ou hematócrito acima de 55%  
 
Tratamento das exacerbações 
● antibioticoterapia 
- indicações: 1) aumento do volume do escarro; (2) alteração do seu aspecto para                         
purulento; (3) aumento da intensidade da dispneia 
- não se faz como prevenção apenas como tratamento, aquela se faz apenas com a                           
vacinação contra a gripe (influenza anual) e contra pneumococo (polivalente) 
- realizada de acordo com a tabela de classificação de gravidade específico para                       
cada patógeno 
- Na maioria dos casos, as bactérias implicadas são o ​Haemophilus influenzae, o                       
Streptococcus pneumoniae e a Moraxella catarrhalis​. 
- nas exacerbações graves há a presença de micro-organismos Gram-negativos                 
entéricos, como a​ Pseudomonas aeruginosa. 
 
 
 
 
 
● broncodilatadores: 
- beta-2-agonista de curta duração + anticolinérgico brometo de ipratrópio  
- via inalatória (nebulização ou spray de aerossol, melhor a 1ª)  
- beta 2 agonista: salbutamol, fenoterol ou terbutalina; efeito rápido 
- anticolinérgico: efeito duradouro 
● corticosteroides sistêmicos  
- Benefícios: redução da duração da internação, melhora mais rápida do quadro                     
clínico e diminuição da chance de nova exacerbação futura).  
- Atualmente são drogas indicadas de rotina, por um período de 7-10 dias 
 
● Teofilina ou Aminofilina (opcional):  
- Apresentam aumento da contratilidade diafragmática, efeito broncodilatador             
moderado e ativador do movimento ciliar.  
- São usados em casos graves, consideradas drogas de segunda linha 
- Efeitos: grande potencial de toxicidade, convulsões e arritmias.  
- O ideal é que seja feito o acompanhamento do nível sérico dessas drogas com                           
dosagens sanguíneas seriadas. 
● Oxigenoterapia: todos os pacientes devem receber suplemento de oxigênio para manter                     
a SaO2 entre 88-92%. 
● Ventilação não invasiva 
- Indicações: (1)dispneia moderada a grave, com uso dos músculos acessórios e                     
movimento abdominal paradoxal; (2) acidose moderada a grave (pH entre                   
7,30-7,35) com hipercapnia entre 45-60 mmHg; (3) frequência respiratória >                   
25 ipm. 
- Métodos: (1) CPAP: máscara é acoplada a uma fonte de ar enriquecida com O2                           
cujo fluxo contínuo mantém uma pressão positiva inspiratória; (2) BiPAP:                   
difere do CPAP por ter uma pressão inspiratória maior do que a pressãoexpiratória (dois níveis de pressão). 
● Ventilação invasiva 
 
 
TRATAMENTO DOS PACIENTES CRÔNICOS 
 
ATENÇÃO: 
O GOLD 2018 traz como destaque: 
● Alguns estudos, colocam resultados melhores com LAMA em relação ao LABA, quando                       
em monoterapia. Essa foi a base da recomendação de uso do LAMA como primeira opção                             
no grupo C.  
● No grupo D os autores preferem o início já com a associação LAMA + LABA e não a                                   
monoterapia, apesar que a evidência não é muito robusta ainda.  
● O corticoide inalatório (ICS) pode ser uma faca de dois gumes: em alguns doentes reduz                             
exacerbações, em outros aumenta o risco de pneumonia. O ponto central está em                         
identificar quais doentes se beneficiam. Estudos sugerem que pacientes com componente                     
alérgico ou asmático (DPOC-asma) e aqueles com eosinofilia são os candidatos ideias ao                         
ICS 
 
● Beta-2-Agonistas Inalatórios:  
- LABA: Beta-2-agonistas de longa ação (salmeterol e formoterol) são                 
broncodilatadores de primeira linha no tratamento crônico da DPOC!  
 
Os beta-2-agonistas de ação curta (salbutamol, fenoterol e terbutalina) geralmente são                     
reservados para terapia de resgate nos pacientes em crise. 
 
● Anticolinérgicos Inalatórios ou antimuscarínicos de longa duração:  
- LAMA:​ Glicopirrónio e Tiotrópio 
- O principal agente é o brometo de tiotrópio (Spiriva), sendo considerado por                       
alguns autores como o broncodilatador de escolha nos pacientes apesar de seu                       
custo mais elevado 
- associação com os beta-2-agonistas inalatórios ou de maneira isolada.  
-  
● Corticoides Inalatórios:  
- Na atualidade, são genericamente prescritos para todos os pacientes nos grupos                     
C e D da classificação da DPOC em associação com LABA 
● Corticoides Sistêmicos: não estão indicados no tratamento crônico só no tratamento das                       
exacerbações. 
● Inibidores da Fosfodiesterase-4 (PDE-4):  
- Roflumilast​ é um novo fármaco no armamentário contra a DPOC.  
- Tem ação predominantemente anti-inflamatória, e não broncodilatadora. Por               
este motivo, é particularmente indicado em portadores de bronquite crônica                   
obstrutiva. 
- Útil em reduzir o número de exacerbações em pacientes de alto risco (ex.: duas                           
ou mais exacerbações prévias). 
 
 
REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR 
● fundamental na terapia da DPOC - aumento da sobrevida 
● indicada para todos os pacientes.  
● Os estudos mostraram um aumento significativo da capacidade funcional após a                     
realização de exercícios físicos controlados por fisioterapeutas.  
 
VACINAS 
● vacinas anti-influenza: anual, composta por vírus vivo inativado ou vírus morto)  
● anti-pneumocócica: uma dose com reforço após cinco anos

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