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Interdição: Capacidade Civil e Procedimento Judicial

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Interdição 
1) Considerações Gerais 
- Todas as pessoas têm capacidade de direito, isto é, têm aptidão para adquirir direitos na 
órbita civil, seja por si, seja assistida ou representada. 
• Direito decorre da personalidade 
o Aquisição no nascimento e dura até a morte 
- Mesmo que todas as pessoas possuam personalidade civil e, portanto, capacidade de 
direito, nem todas podem exercê-la de fato [capacidade de fato] 
• Elas estão impossibilitadas de exercer, por si próprias, os atos da vida civil. 
1.1) Modificação da Incapacidade Absoluta e Relativa 
- Incapacidade absoluta: menor de 16 anos 
• Não haverá mais uma ação de interdição absoluta – especialmente por menores 
não serem interditados 
• Todas as pessoas que antes eram tratadas como absolutamente incapazes passam 
a ser, para o direito civil, como plenamente capazes 
o Inclusão social, voltando o olhar para participação e inclusão, efetivando 
o direito fundamental da dignidade da pessoa humana 
- Representação: Menor de 16 anos 
- Assistência: Relativamente incapazes 
• Assistente atuará AO LADO do assistido e não mais representando-o 
- Novas orientações: 
Compete aos pais representar os filhos menores, judicial e extrajudicialmente, até os 16 
anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, 
suprindo-lhes o consentimento. 
E quanto aos maiores, como se dará a assistência quando eles forem considerados 
relativamente incapazes (incisos II, III e IV do art. 4º do CC)? A fim de que seja 
declarada a incapacidade e, consequentemente, nomeada pessoa incumbida de assistir o 
incapaz, deve-se promover a chamada ação de interdição. 
• Esta nada mais é do que um procedimento judicial, de jurisdição voluntária, por 
meio do qual se investiga e se declara a incapacidade de pessoa maior, para o fim 
de ser representada ou assistida por curador. 
o Exemplo: maior de 18 anos viciado em cocaína pode sofrer interdição, 
assim como aquele que está em coma e, justamente por isso, não é capaz 
de exprimir sua vontade. 
- Quando não houver capacidade de regência ou a tem, mas de maneira diminuída, existe 
o instituto da curatela 
• Encargo público a alguém para dirigir a pessoa e administrar os bens dos maiores, 
quando não puderem realizar por si. 
1.2) Pessoas sujeitas à curatela 
- Art. 1.767 
• aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
• os ébrios habituais e os viciados em tóxicos 
- Importante: Pessoa com deficiência física ou psíquica não necessitará mais de curador, 
tem assegurado o direito do exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições 
com as demais pessoas 
Pergunta: Mas e se a pessoa com deficiência não tiver condições de exercer, por si só, 
determinados atos da vida civil? 
R: A pessoa com deficiência não será incapaz, mas poderá, SE NECESSÁRIO, se valer 
dos institutos assistenciais para condução de determinados atos, cabendo ao juiz definir 
os poderes do curador. 
3) Procedimento da Interdição 
3.1) Competência 
- Foro ou domicílio do interditando [art. 46] 
• Se porventura o interditando mudar o domicílio, a competência também será 
alterada. 
3.2) Legitimidade 
[art. 747] 
1. Cônjuge ou companheiro; 
2. Parentes ou tutores; 
3. Representante da entidade onde se encontra abrigado 
4. Ministério Público 
a. Competência do MP só ocorrerá em caso de doença mental grave ou 
inexistência de legitimados ou estes forem incapazes. 
b. Requisitos: doença mental, omissão ou incapacidade são 
CUMULATIVOS 
3.3) Petição Inicial 
- Comprovação da existência do vínculo que lastreia a legitimidade para a interdição. 
• Certidão de nascimento, certidão de casamento ou instrumento público declarando 
a união estável, documento indicando a entrada do interditando na unidade de 
abrigo 
- Especificação dos fatos que demonstrem a incapacidade para [administrar os bens e/ou 
praticar atos da vida civil] – indicando momento que a incapacidade se revelou. 
- Laudo médico [documento indispensável] 
3.4) Citação 
- Citação será para comparecimento perante o juiz que o entrevistará de maneira 
minuciosa para convencer da sua capacidade [ou não] de praticar os atos. 
• Poderá, sempre que necessário, o interditando ser ouvido no local em que se 
encontrar [art. 751, §1º] 
• Caso sinta necessidade, o juiz pode intimar especialista e utilizar recursos 
tecnológicos 
Objetivo é alcançar a verdade real no processo, evitando interdição de pessoas que sejam 
capazes de exprimir sua vontade. 
- Prazo: 15 dias após a entrevista, poderá impugnar o pedido. 
• Ministério Público funcionará como fiscal da ordem jurídica 
- Prova pericial: Exigência [art. 753, §1º e 2º] de profissionais com formação 
multidisciplinar 
4) Efeitos 
- Sentença [ainda que pendente de recurso de apelação] tem efeito IMEDIATO 
- Inscrição no Registro de Pessoas Naturais e Publicação na rede mundial de 
computadores, editais CNJ [permanência de 6 meses), imprensa local [uma vez] e órgão 
oficial [três vezes] 
- Efeitos ex nunc – Dali para frente 
• Não impede que os atos por ele praticados anteriores sejam anulados por ação 
própria 
5) Levantamento Curatela 
- Curatela poderá ser levantada a qualquer tempo, desde que cesse a causa que a 
determinou. 
6) Interdição parcial 
- Sentença fixará os limites da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do 
interdito 
• Ex: No caso do pródigo, a restrição deve limitar-se a atos como fazer empréstimos, 
assinar recibos de altos valores, vender, hipotecar, casar com comunhão total de 
bens 
o Restrição fica relacionada aos atos que envolvam a incapacidade do 
“gastador”; “esbanjador”; “generoso”.

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