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Material de Apoio 02 - Ação de Exigir Contas

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Ação de Exigir Contas 
- Introdução 
 Quando confiar a administração de bens, valores ou interesses de uma pessoa é 
confiada a outrem, haverá necessidade de prestação de contas, ou seja, relacionar de 
maneira pormenorizada as receitas e as despesas havidas no desenvolvimento da 
administração. 
• Receitas: Entrada de recursos que ocorrem na empresa. 
o Nem toda entrada é receita, já que esta está vinculada a atividade fim. 
• Despesas: Saída dos recursos que ocorrem na empresa. 
o Nem toda saída é despesa, como por exemplo, adquirir equipamento, 
mesmo que saia recurso, ela é considerada investimento e será 
recuperado em determinado prazo. 
 
- Ação de exigir contas surgirá sempre que existir um conflito entre os sujeitos que 
participam daquela relação jurídica de direito material 
* Prestação de contas envolve duas situações: 
 1) A solicitação da realização da prestação de contas – apresentar a receita e 
despesa 
 - Condenação à prestação de contas (obrigação de fazer) 
 2) Verificar se há restituição e pagamento a ser realizado 
 - Condenação ao pagamento do saldo residual (obrigação de pagar) 
- Por conta dessa segunda característica da ação de exigir contas, ela é considerada uma 
ação de natureza condenatória. 
- Legitimidade 
 CPC 1973 x CPC 2015 
- CPC/73 – Ação de exigir contas e ação de dar contas 
• Qualquer dos sujeitos da relação jurídica tinha legitimidade para propor 
o Autor seria aquele que primeiro buscasse o Poder Judiciário diante do 
conflito 
▪ Sujeito que realizou a administração – Ação de dar contas 
▪ Sujeito que teve seus bens administrados – Ação de exigir 
contas 
- CPC/15 – Ação de exigir contas 
• Legitimidade ativa – Aquele que afirma que teve seus bens, valores e 
interesses administrados (Art. 550/NCPC) 
o Antes de discutir a validade das contas apresentadas, deverá 
comprovar que o réu tem o dever de prestá-las 
o Deverá demonstrar que houve recusa na prestação extrajudicial das 
contas 
▪ Testemunha, documentos. Ex: Prova documental – Envio um 
telegrama para a pessoa solicitando a prestação de contas e ela 
permanece inerte no prazo estabelecido – Demonstração de que 
não houve a prestação 
- Lei pode exigir a prestação de contas em juízo? 
R: Sim. Inventariante, tutor, curador – Há naturalmente um interesse de agir presumido. 
• Portanto, naqueles casos em que não houver exigência na prestação de contas, 
tenho que suprir a presunção com a efetiva comprovação da necessidade de 
prestar contas 
- Como funciona em sociedades? Condomínios? Cooperativas? 
R: Aqueles sócios, condôminos, cooperados que não estão na administração da sociedade 
têm legitimidade ativa para propor ação de prestação de contas em face do gerente. 
• Exceção: Caso tenha havido a aprovação de contas por órgão interno – 
assembleia geral – não será admitida a demanda judicial 
• Não adianta querer exigir contas se órgão interno já aprovou. Carece de objeto 
- Art. 550 – Aquele que afirma que teve seus bens, valores ou interesses administrados. 
* Deverá comprovar que o réu tem o dever de prestá-las 
* Tenho direito de exigir contas por conta do interesse em relação aos bens, 
interesses e valores administrados por terceiros 
- Natureza Dúplice 
1) Prestação de contas 
2) Condenação em pagar saldo devedor apurado 
* O bem da vida – dinheiro resultante do saldo devedor – irá obrigatoriamente ficar com 
uma das partes 
• Autor: Caso o réu seja condenado a pagar 
• Réu: Caso o autor seja condenado a pagar 
- Se verificado que, além da obrigação de fazer [prestar contas], houver um saldo residual, 
ou seja, um valor remanescente a pagar, o réu será condenado a esse pagamento 
• Só que pode ocorrer o inverso. As contas são prestadas e verifica-se que não 
há saldo residual em favor do autor, mas sim em favor do réu, necessitando o 
autor complementar os valores repassados ao Réu, que foi inferior àquele 
realmente devido 
• Inverte-se o jogo – Quem vira credor [por conta da natureza dúplice] será o 
Réu 
- Entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência é que não cabe reconvenção, já 
que a simples defesa do réu é suficiente para lhe entregar o bem da vida em disputa 
- Competência 
1) Competência Relativa: Art. 53, IV, b – Foro competente o lugar do ato ou fato da ação 
em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios 
• Admissível a prorrogação do foro em razão da não contestação do ajuizamento 
da ação em lugar diverso desse; 
• Admissível em virtude da eleição de um foro competente no momento que 
atribuo a administração dos meus bens a alguém 
2) Competência Absoluta: Juízo que tiver nomeador – inventariante, tutor, curador ou 
depositário – para julgar ações de prestação de contas proposta contra eles – Art. 553 
• Art. 61 do CPC – Processamento da ação acessória – Juízo competente para 
julgar ação principal 
• Processar em apenso aos autos onde forem nomeados 
• Caso não preste e tenha valor a receber pelo serviço realizado ele sofrerá 
sanções estabelecidas no parágrafo único do art. 553 
• A competência absoluta perpetuará mesmo após o encerramento do processo 
principal, no qual o administrador foi nomeado pelo juízo 
- Procedimento 
- São duas fases procedimentais 
1) Petição Inicial: Dois pedidos 
 1.1) Condenação do réu a prestar contas 
 1.2) Condenar o réu ao pagamento do saldo devedor a ser apurado 
- Especificação detalhada das razões pelas quais deve o réu prestar contas 
 
Primeira fase – Decisão sobre o dever de prestar contas 
• Mérito será decidido em dois momentos distintos 
• Art. 1.015, II – Mérito do processo – Agravo de Instrumento 
- Apesar de definir o mérito, ela tem natureza de decisão interlocutória por ausência do 
seu caráter terminativo 
• Decido, mas não encerro a fase cognitiva do processo de conhecimento 
Pergunta: E se eu recorrer por apelação? 
R: Entendo – Daniel Assumpção e Elpídio Donizetti – que deve ser aplicado o princípio 
da fungibilidade recursal até pacificação do tema. 
- Prazo de resposta: 15 dias 
 1) Apresentar contas e não contestar: Reconhece o dever jurídico de prestar contas 
(primeira fase) – Passe-se a analisar a segunda fase do processo – Ver se tem saldo 
devedor a ser pago 
 2) Apresentar contas e contestar: Aqui não há divergência em relação à 
obrigatoriedade de prestar contas – Há divergência em relação ao conteúdo 
o Ex: Sou sócio de uma empresa de transportes e ela pertence a um grupo 
econômico que tem várias empresas. Na ação de exigir contas, peço 
que ele preste contas da empresa de transportes, mas também exijo 
saber as contas em relação à fábrica de pneus e cachaça. 
o Empresa apresentará as contas em relação à empresa de transportes, 
mas contestará o pedido em relação às outras 
 
3) Contestar e não apresentar contas: Alega a inexistência de dever de prestar 
contas. Poderá alegar todas as matérias admitidas em direito. 
4) Não contestar e não apresentar contas: Será considerado revel. Mesmo assim, 
o juiz poderá determinar ao autor especificar provas para demonstrar a veracidade das 
alegações dos fatos constitutivos de seu direito. 
 
➔ Resultados possíveis: 
o 1) Decisão que extingue sem resolução ou julga improcedente o dever de 
prestar contas – Decisão de mérito terminativa – Caberá apelação 
o 2) Decisão que acolhe pedido do autor 
- Segunda fase procedimental – Acolhimento do pedido do autor 
• Apuração de ter ou não saldo a ser aferido nas contas apresentadas e julgadas 
Procedimento: 
1) Réu apresentar as contas: Autor manifestará em 15 dias sobre elas, devendo 
impugnar – se houver – de maneira fundamentada e específica 
a. Poderá produzir prova pericial, se necessário 
b. Havendo impugnação específica, o Réu poderá apresentar documentos 
que justifiquem os lançamentos especificamente impugnados 
2) Réu não apresentar as contas: Autor manifestará [prestará as contas] em 15 dias, 
não podendo o réu manifestar sobre elas, sofrendo uma punição– sanção Art. 550 
– parágrafo 6º 
a. Entretanto, isso não significa que o juiz não possa determinar a produção 
das provas que entender necessárias para o esclarecimento da questão 
b. Observe que o juiz pode determinar sim a realização de perícia, mas aqui, 
ainda que não esteja claro, já há um peso: o réu descumpriu uma ordem 
judicial, portanto, poderá influenciar na própria decisão do magistrado o 
não atendimento a ordem judicial 
- Joga-se a responsabilidade ao Réu, dizendo a ele que, se não participar da formação e 
análise das contas, indicando as suas, ele também não poderá discutir aquelas que o autor 
apresentar 
- Sentença será título executivo 
- Contas de inventariante, tutor, curador ou qualquer outro administrador serão 
prestadas em apenso aos autos do processo.

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