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Material de Apoio 01 - Teoria Geral das Obrigações

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Resumo Direito das Obrigações 
Referências: Flávio Tartuce – Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona – Carlos Roberto 
Gonçalves 
Introdução: 
1) Conceito básico – Débito e Responsabilidade 
 
Obrigação – Ponto de vista jurídico 
1) Relação de crédito e débito 
2) Transitória 
3) Sujeito Ativo – Credor 
4) Sujeito Passivo – Devedor 
5) Objeto – Prestação economicamente apreciável 
 
Exemplos: Doctum – Prestação – Rodrigo 
A Doctum é CREDORA de Rodrigo DEVEDOR de uma prestação (OBRIGAÇÃO DE 
FAZER) 
➔ Tenho obrigação de vir até aqui e ministrar aula 
➔ Confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação – 
da prestação 
➔ Se ele não cumprir com a obrigação (prestação) ele será responsabilizado 
 
Elementos da relação obrigacional: 
1) Caráter Transitório – Ela nasce para ser cumprida 
Ex: A obrigação firmada entre a Doctum e eu para essa disciplina ela é transitória, haja 
vista que, ao final do cumprimento da carga horária, terei prestado o serviço e a relação 
jurídica obrigacional será extinta 
2) Vínculo jurídico com exigibilidade patrimonial – Se o devedor não cumprir com 
a prestação, ele terá seu patrimônio atingido 
3) Prestação exigível 
4) Relação existente entre pessoas – Relação entre pessoas – Seja pessoa jurídica ou 
pessoa física 
Elementos da relação jurídica obrigacional 
o Elemento Subjetivo 
o Elemento Objetivo ou Material 
o Elemento Jurídico ou Imaterial 
Elemento Subjetivo 
o Sujeitos da relação obrigacional: Sujeito ativo e Sujeito ativo 
o Sempre dúplice: Credor e Devedor 
o Sujeitos são móveis – Obrigações podem ser transmitidas 
▪ Exceção: Obrigação personalíssima – Devedor é o elemento causal 
da prestação – Não pode colocar outra pessoa para realizar a 
atividade Ex: Contratação de um restaurador especializado em 
peças Sacrossantas. 
o Sujeito pode ser determinado ou determinável [Promessa de recompensa] 
o Sujeito único ou plural. Sempre teremos duas partes. Há possibilidade de 
ter mais de um sujeito. 
Elemento Objetivo 
o Prestação 
o Ex: Carro 
▪ Objeto imediato: a prestação em si [atividade] – atividade de 
ENTREGAR o carro – Ação positiva [dar, fazer] ou negativa [não 
fazer] 
▪ Objeto mediato: bem da vida [é o carro em si] 
o Objeto determinado [no ato do estabelecimento da obrigação] ou 
determinável [futuramente – pelo credor ou pelo devedor ou por terceiro 
por eles indicados] – Indeterminação não pode ser absoluta [coisa incerta] 
Objeto: Não pode ser objeto de contratação herança de pessoa viva. Art. 426 – “Pacta de 
Corvina” 
Elemento Ideal ou Imaterial – Vínculo Jurídico 
o Aquilo que liga o Credor e o Devedor em torno de uma prestação 
▪ Ex: Contrato em vocês e a instituição de ensino superior 
Requisitos do Objeto – Art. 104, II – CC/02 
o Lícito 
o Possível 
▪ Impossibilidade física: Alcançar a todos indistintamente [absoluta] 
– e ser real [não é mera particularidade] – Ex: Colocar o mar dentro 
do copo d’água 
▪ Impossibilidade jurídica: Proibição decorre do ordenamento 
jurídico – Ex: Herança de pessoa viva; 
o Determinável 
 
Direito das Obrigações – Estruturado sobre dois pilares 
1) Débito (schuld) – É aquilo que você efetivamente deve. 
No exemplo dado, o débito existente é “Ministrar Aula” 
2) Responsabilidade (haftung) – Regra geral, incidirá no descumprimento do débito. 
A soma da relação clássica obrigacional nos trará a relação jurídica obrigacional 
civil ou perfeita - Brinz 
 
Responsabilidade – Historicamente – Lei das XII Tábuas – Fundo Pessoal 
➔ Devedor que não cumprisse com seu débito, não adimplisse com sua obrigação, 
ele respondia pela obrigação de forma pessoal, ou seja, ele respondia com seu 
próprio corpo. 
Sujeito era conduzido ‘ab torso’ – pelo pescoço – até a feira e era anunciado como devedor 
3x vezes, para ver se alguém pagava a sua conta; se ninguém pagasse sua conta, aquele 
sujeito era preso. Se após esse período, ninguém pagasse a conta, o credor poderia: 1) 
vender o devedor; 2) escravizar o devedor; 3) matar o devedor. 
• Se o sujeito tivesse vários credores, ele era levado para o rio Tibre (região da 
Toscana), era fatiado e entregava-se a maior parte ao maior credor e a menor parte 
ao menor credor 
Responsabilidade – Historicamente – Lex Poetelia Papira – Fundo Patrimonial 
➔ Uma vez descumprida com a obrigação, o devedor responderá com o seu 
patrimônio e não mais com seu corpo. 
Questão: Hoje a responsabilidade patrimonial ela é a vigente em nosso ordenamento 
jurídico. Mas, será que essa responsabilidade em caso de descumprimento, ela é limitada 
ou ilimitada? 
R: Art. 391 do Código Civil – Inadimplemento – Responsabilidade = Todos os bens do 
devedor. 
• Interpretação literal do artigo 391 CC/02 – Patrimonial + Ilimitada – Minoritária 
• Fachin – Necessidade de ler o artigo com valores constitucionais 
➔ Existência de um patrimônio mínimo – mínimo existencial 
➔ Noção de que, para o SER ser digno, há necessidade de ter o mínimo de 
patrimônio – mínimo de: educação, lazer, saúde – núcleo duro e 
inatingível, ainda que tenhamos débitos 
Exemplo: 1) Direito à moradia – Art. 6º CF/88; 2) Bem de família – Lei. 8.009/90 (bem 
de família legal) e art. 1711 e ss (bem de família convencional) do CC/02; 3) 
Impenhorabilidade do CPC – Art. 832 e 833; 4) 789 do NCPC, responde com todos os 
bens – atuais e futuros – salvo restrições legais 
• Súmula 364 – STJ – Bem de família se aplica ao cidadão solteiro – Single Family 
• Promoção da interpretação sistematizada do direito e não interpretação isolada 
Se a responsabilidade é patrimonial, como defender no Brasil, a existência de prisão civil? 
➔ Art. 5º, LXVII – Não há prisão civil por dívida – Duas exceções 
➔ STF – Info. 531 – Pacto de San José da Costa Rica – Aboliu a prisão do depositário 
infiel – Prisão apenas do devedor de alimentos 
Regra Geral – Débito e Responsabilidade funcionam como corpo e sombra – Andam 
juntos – Lado a Lado – Mas, será que existe alguma modalidade diferente dessa? 
• Débito Sem Responsabilidade: Obrigações Naturais 
São aquelas obrigações imperfeitas, pois existe débito e não há responsabilidade 
1) Por ter débito, se eu pagar voluntariamente, não há como exigir a repetição, ou seja, a 
devolução do valor pago; 
2) Por não ter responsabilidade, ela é inexigível, se eu não pagar, não há como exigir 
(obrigar, coagir) que eu realize esse pagamento. 
➔ Art. 882 CC/02 – Cumprimento voluntário de obrigação prescrita – 
Irrepetibilidade. 
➔ Dívida prescrita – Eu posso recusar o pagamento. Não porque não exista 
mais o débito, mas por não haver condições de exigibilidade – falta a 
coercibilidade 
Ex¹: Art. 189 – Perdi o prazo para realizar essa cobrança – Dívida Prescrita – Pretensão 
Creditória Prescrita – Há debito, mas não tenho como exigir o pagamento – Se houver 
pagamento voluntário, não tenho exigir a devolução daquilo que foi realizado pagamento. 
Ex²: Dívida de jogo – Jogo do Bicho – Obrigação natural 
➔ Julgamento STJ – Se a dívida foi contraída no exterior e no Estado/Estado-
membro onde foi contraído a dívida o jogo é legalizado, ela poderá ser cobrada 
no Brasil – 3ª Turma STJ 
 
• Responsabilidade Sem Débito: Obrigações de Garantia 
Regra geral, o dever jurídico (débito) e a responsabilidade recaem sobre a mesma pessoa. 
Ocorre que há momento que o credor, para fortabelecer sua posição, o devedor oferece 
outras garantias (externas) ao seu próprio patrimônio. 
Ex: O fiador não tem débito originário – não é pessoalmente responsável pela obrigação. 
Ele assume a responsabilidade por débito de outra pessoa – garantindo em caso de não 
cumprimento da obrigação. 
 
Direito Obrigacional como Processo 
O direito das obrigações não é mais visto como um direito estático 
➔ Novo conceito obrigacional – Dinâmico – Como um conjunto de atos praticados 
pelo credor e pelo devedor na busca do adimplemento da obrigação – atividades 
realizadas para satisfazer o interesse do credor 
Série de condutas/ atos para satisfazer o crédito – Tanto credor quanto devedor devem 
cooperar para que a obrigação seja cumprida 
 - Credor e devedor não devem ser vistos como inimigos. Ex: Ringue de box, onde 
um quer nocautear o outro; Tênis, onde um quer pontuar em cima do outro. 
 - Busca-se a colaboração entre ambos para que a obrigação seja satisfeita. Credor 
receba a prestação pactuada; Devedor consiga cumprir com o vínculo obrigacional 
estabelecido. 
 - Lembra jogo de frescobol, onde credor e devedor não devem deixar a bola cair. 
Portanto, ambos deverão participar na condução do cumprimento obrigacional. 
Novos elementos integrantes da relação jurídica obrigacional: 
1) Ordem de cooperação entre as partes 
2) Deveres anexos impostos a ambas as partes – Outros deveres decorrentes do dever 
principal – Ex: Chegar no horário; Tratar todos com cordialidade, com ética; 
2.1) Cumprimento obrigacional não é apenas cumprir com a obrigação 
principal – Ex: Cumprimento mais largo 
Surgem valores pilares da nova dinâmica obrigacional 
1) Eticidade – Dever ético, probidade, confiança, íntimo diálogo com a boa-fé. 
Traduz-se pela boa-fé objetiva, ou seja, como a concretização da lealdade e 
confiança. 
- Boa-fé subjetiva romana: “Bona Fides”, ou seja, uma boa-fé interna, ligada a psique do 
sujeito. Era você pensar / racionar de maneira ética. 
- Boa-fé objetiva alemã: Não basta pensar eticamente. Ter intenção de ser ou realizar. 
Você tem que materializar, concretizar pensamentos – em ações, em comportamentos. 
 - Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. 
 - Digo: Coisas lindas; Faço: Coisas que preferiria esconder. 
Previsão: Código Civil art. 113, 422; Constituição Federal art. 1º, III, 3º III e 5º; CDC 4º, 
III e 51, IV. 
Tríplice função: 
• Função Interpretativa ou Otimização dos Contratos: 
Art. 113 – Negócios jurídicos interpretados de acordo com a boa-fé e usos (costumes) do 
lugar da celebração. 
- Interpretado pela lente da boa-fé, pelos valores sedimentados na sociedade, mantendo a 
eficácia social e possa solucionar problemas inexistentes ao tempo da edição 
 
• Função Integrativa ou Função de Reequilíbrio dos contratos 
- Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
- Em toda relação jurídica obrigacional nós temos deveres anexos. 
- Ainda que não haja previsão expressa, ou seja, ainda que não esteja expressamente 
previsto [escrito] no contrato existirão esses deveres, para equilibrar a relação jurídica 
existente. 
Deveres anexos [de conduta] [rol exemplificativo] subdividem-se em: 
a) Deveres de proteção: Proteger a outra parte dos riscos de dano à sua pessoa e seu 
patrimônio durante a relação obrigacional. Ex: O médico tem o dever de sigilo 
com o paciente; O advogado tem o dever de sigilo em relação aos dados do cliente 
b) Deveres de esclarecimento: Ex: Dever de informação a satisfazer o interesse do 
titular do direito. 
c) Deveres de lealdade: Abstenção de qualquer conduta que possa falsear o objetivo 
da obrigação 
a. Ex: Imaginemos a situação onde dois carros colidam. Um dos motoristas, 
completamente errado, sai do carro e diz que vai acionar o seguro, 
assumindo sua responsabilidade do acidente. Ao buscar um telefone, por 
exemplo, o credor [motorista que não teve culpa] percebe que seu carro 
começa a soltar uma fumaça e, posteriormente, inicia um pequeno 
incêndio. Ao invés de tentar apagar, ele pensa: Melhor um carro novo do 
que um consertado, vou deixar queimar. Ele tem que mitigar [diminuir] os 
riscos relacionados – não deve alargar o próprio prejuízo. 
b. Ex: Uma senhora, no mato grosso, ao chegar em casa percebeu que seu 
carro estava com uma fumaça no motor, com um princípio de incêndio. 
Por conta disso, ela jogou um balde de água no motor para apagar o fogo. 
Só que não pode, haja vista que estraga, causando perda total no veículo. 
Ainda assim, ela conseguiu a indenização, pois tentou diminuir eventuais 
prejuízos relacionados àquele incêndio. 
 
• Função Restritiva ou Função Limitadora 
- Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
- Permite ao magistrado adentrar uma relação jurídica e limitar ou restringi-la para que se 
adeque aos usos [costumes], à boa-fé. Ex: Ações de revisão de contrato – revisão da taxa 
de juros, adequando a limites 
 - CJF (Conselho da Justiça Federal) – Enunciado 26: Cláusula contida no art. 422, 
impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-
fé objetiva, entendida como exigência de comportamento leal entre os contratantes. 
2) Sociabilidade Obrigacional: A função social 
- As relações privadas devem servir não apenas aos envolvidos, devem servir a eles mas 
também devem servir aos não contratantes, aos não envolvidos. Assim, elas devem gerar 
ganhos para toda a sociedade. 
- Mitigo direito subjetivo em face da função social 
 - Enunciado 23 [CJF]: Função social do contrato [art. 421] do novo Código Civil, 
não elimina o princípio da autonomia individual, mas atenua ou reduz o alcance desse 
princípio quando presentes interesses metainviduais ou interesse individual relativo à 
dignidade da pessoa humana. 
* Terceiro Ofensor [Terceiro Cúmplice]: Aquele que desrespeita uma relação 
jurídica previamente estabelecida – Contribui para o descumprimento da obrigação 
 - Realização de um segundo contrato, incompatível com o primeiro, 
frustrando as finalidades do credor 
 - Ainda que a AMBEV não tenha sido signatária do contrato entre Zeca 
Pagodinho e Schincariol, sua conduta, ao deixar de observar o pacto da exclusividade 
nele contido, é potencialmente apta a gerar dano indenizável. 
* Terceiro Ofendido: 
 - Terceiros que estão expostos a riscos [danos] pessoais e patrimoniais 
oriundos de outra relação obrigacional. 
[Eu] contratei a seguradora [Protejo o Bem – Seguro de carro] 
 - [Eu] bato no carro de [Flávio] – culposamente – Maneira correta: Eu aciono a 
seguradora e pago pelo dano causado 
 - [Eu] não quero pagar a conta, me nego a acionar o seguro 
 - [Flávio] terceiro ofendido – Teria direito a ser reparado o dano pela seguradora 
Súmula 529 – STJ + Enunciado 544 CFJ 
➔ Não posso ajuizar exclusivamente contra a seguradora, mas, caso inclua o ofensor 
[Eu], poderá o autor [Flávio] ajuizar ação diretamente contra ela. 
➔ Tem que ser apurada a conduta do segurado, por isso não pode ajuizar a ação 
diretamente em face da seguradora 
Boa-fé [eticidade] + Função social [sociabilidade] = retratos de um sistema aberto 
• Tese do adimplemento substancial [Inadimplemento mínimo][Substancial 
performance] 
o Art. 475 – Confere ao lesado dois caminhos na hipótese do 
descumprimento obrigacional de maneira culposa [onde há culpa do 
devedor] 
▪ Lesado – 1) Pedir a resolução do contrato + acrescido das pernas e 
danos 
▪ Lesado – 1) Cumprimento da prestação + perdas e danos 
Crítica: Pela previsão legal, o artigo vai punir da mesma forma quem cumpriu com 1% 
do contrato e quem cumpriu com 97,5% do contrato 
 - Será que alguém que pagou 1% da obrigação deverá ser punido da mesma forma 
que alguém que pagou 97,5% da obrigação? Ou será que as punições devem ser diversas? 
• A tese do adimplemento substancial – inadimplemento mínimo, se se verificar 
uma substancial performance, o pagamento quase que integral, o art. 475 deverá 
ser relido, ressignificado, aplicando a boa-fé, a função social – sendo proporcional 
e razoável. 
• Enunciado 361 do CJF - “O adimplemento substancial decorre dos princípios 
gerais contratuais, de modo a fazer preponderar à função social do contrato e o 
princípio da boa-fé, balizando a aplicação do art. 475”. 
• Enunciado 360 do CJF - A substancial performance significa isto: adimplida 
quase toda a obrigação, nãocaberá a extinção do contrato, mas apenas outros 
efeitos jurídicos visando sempre a manutenção da avença como numa “eficácia 
interna da função social dos contratos, entre as partes contratantes”. 
• Enunciado 586 do CJF - Também entende a doutrina que para a caracterização do 
adimplemento substancial se deve levar em conta “tanto os aspectos quantitativos 
quanto qualitativos”. 
Leading Case – STJ 
 - Sujeito que estava fazendo uma alienação fiduciária. A pessoa foi comprar um 
carro, mas não tinha grana para pagá-lo, financiou com o banco. O banco, então, tem o 
carro em sua propriedade e esse sujeito vai pagando as parcelas mês a mês até a quitação 
integral e o carro passa a ser dele. 
 - Ele acertou que pagaria o carro em 100 parcelas e já tinha realizado o pagamento 
de 96 parcelas e se tornou inadimplente nas duas últimas. 
 - Banco ajuizou uma ação para resolução do contrato e pediu as perdas e danos. 
“Me dê cá esse caro e me pague uma indenização por conta do seu atraso” – Cidadão: 
“Banco, eu paguei quase todo o carro. Ele é mais meu que o seu.” 
 - Para análise, vê-se as questões quantitativas [quanto ele deixou de pagar] e 
qualitativas [por qual motivo deixou de pagar] / No caso específico, o sujeito havia 
deixado de pagar por perda do emprego. 
3) Princípio da operabilidade ou concretude 
- O objetivo do presente princípio é alcançar a pessoa como destinatário direto da 
norma. O direito ganha efetividade, aplicando de forma cirúrgica em cada caso. Sai da 
forma abstrata e vem para a forma prática.

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