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A supervisão educacional em perspectiva histórica

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A supervisão educacional em perspectiva histórica
A escola, historicamente, responde aos interesses da sociedade capitalista a qual está inserida, bem como sua organização e funcionamento. 
O cargo de  supervisor, presente na história escolar, por um longo período foi responsável direto pela reprodução do modelo industrial nos meios educacionais. Ainda hoje, mesmo que discretamente, isso acontece. 
O supervisor é aquele que inspeciona se um determinado modelo de escola está sendo aplicado, a grande diferença está em uma responsabilidade na participação mais direta junto aos professores da escola.
O presente artigo pretende apresentar uma contextualização histórica do supervisor escolar, relatando seu processo histórico de mudanças na atuação junto aos professores, evidenciando suas contribuições a escola brasileira.
Para a coleta de dados bibliográficos, a técnica de leitura analítica possibilitou uma maior compreensão graças as várias atividades que esta propõe, principalmente o fichamento conceitual.
SUPERVISÃO ESCOLAR: UMA PRÁTICA EM TRANSFORMAÇÃO
A educação brasileira compreendida a partir de determinantes históricos apresenta-se em constantes mudanças de acordo com os interesses de classe, prevalecendo os interesses dominantes.
Ao longo dos anos, com uma visão progressista, avaliam-se as metodologias visando o favorecimento de uma educação a serviço da transformação social. 
A escola passa ser entendida como a interventora entre o educando e o mundo da cultura construída socialmente.
A ação supervisora, parte integrante do processo educacional tem sua origem, segundo Folquié apud Saviani (2006, p. 14) nos primórdios das comunidades primitivas, onde a educação se dava de forma difusa e diferenciada. 
O tipo de produção de existência se dava de forma coletiva, ou seja, para se apropriar
dos meios de vida trabalhavam coletivamente. 
A educação coincidia com a própria vida, sendo uma ação espontânea. 
Os adultos educavam, de forma indireta, por meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelo exemplo, supervisionando-as de acordo com Saviani (2006, p. 15) “a supervisão deve aparecer aos olhos dos alunos como uma simples ajuda às suas fraquezas”.
No Brasil, a idéia de supervisão aparece a partir de 1549, no plano de ensino formulado pelo Padre Manuel da Nóbrega. 
Foi destacada, principalmente após sua morte, com adoção do “Ratio Studiorum”, em 1570.
Com a instituição das reformas pombalinas, especificamente em 28 de junho de 1759, com a expulsão dos Jesuítas e a extinção do seu sistema de ensino foram criadas as aulas régias, ficando descaracterizado a função do supervisor concentrada no prefeito dos estudos
Saviani (2006, p. 22) apresenta a nova função do supervisor:
(…) a ideia de supervisão englobava os aspectos políticos administrativos (inspeção e direção) em nível de sistema concentrados na figura do diretor geral, e os aspectos de direção, coordenação e orientação do ensino, em nível local, a cargo dos comissários ou diretores dos estudos, os quais operavam por comissão do diretor geral dos estudos.
Com a Independência do Brasil, são instituídas as escolas de primeiras letras, em 15 de outubro de 1827, foi determinado o “método de ensino mútuo” onde o professor absorvia a função de docência e de supervisão.
Saviani (2006, p. 22):
Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor limitou-se a supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada círculo e cada mesa tendo à sua frente um monitor, um aluno mais avançado, que ficava dirigindo. 
Saviani (2006, p. 22):
Fora destas horas, os monitores recebiam, diretamente dos professores, uma instrução mais completa, e não era raro ver os mais inteligentes adquirirem a instrução primária superior.
Esse modelo durou pouco tempo, em 1834, o Império postula que essa função seja exercida por agentes específicos.
Saviani (2006, p 23):
(…) as escolas de ensino mútuo, por uma razão qualquer, não correspondem às nossas esperanças: eu me vejo obrigado a confirmar esta observação. O bem do serviço, Senhores, reclama imperiosamente a criação de um Inspetor de Estudos, ao menos na capital do Império. 
Saviani (2006, p 23):
É uma coisa impraticável, em um país nascente, onde tudo está para ser criado, e com o péssimo sistema de administração que herdamos, que um ministro presida ele próprio aos exames, supervisione as escolas e entre em todos os detalhes.
Em 1854, a reforma Couto Ferraz
Estabeleceu uma supervisão permanente. 
As atribuições eram a de supervisionar todas as escolas, colégios, casas de educação, estabelecimentos de instrução primária ou secundária, públicas ou particulares, cabendo-lhe também presidir exames dos professores e conferir-lhes o diploma, autorização de abertura de escolas particulares e correção de livros.
Vários foram os debates que se travaram no final do período monárquico, apresentando a necessidade de uma organização de um sistema nacional de educação. 
Saviani (2006, p. 24) apresenta que “neste contexto, a ideia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos ao mesmo tempo que as condições objetivas começaram a abrir perspectivas para se conferir a essa ideia o estatuto de verdade”.
início do período republicano
No, com a reforma da instrução pública de São Paulo, Casemiro dos Reis Filho discorda das atribuições burocráticas sobre as técnicas pedagógicas na função do inspetor e afirma, Saviani, que “burocratizar a ação educativa é fazer incidir sobre a
rotina a preocupação do inspetor, que deveriam ser orientadores”. 
No entanto, não houve consolidação desta reforma, ficando a direção e a inspeção de ensino sob a responsabilidade de um inspetor geral, em todo o estado, auxiliado por dez inspetores escolares, voltando-se a prática anterior.
O Estado Novo
Período caracterizado por uma ideologia antiliberal e antidemocrática marcada por uma política que pretendia eliminar todas as forças de resistência no país, foi palco da criação do curso de Pedagogia (Decreto Lei Nº 1190 de 4 de abril de 1939). 
Tal Decreto instituiu o chamado “Padrão Federal”, cujo objetivo era formar bacharéis e licenciados para as áreas específicas e para o setor pedagógico. 
O licenciado em Pedagogia devia fazer o curso de Didática que o habilitava para a docência das disciplinas específicas do Curso Normal como também formava o “técnico em Educação”, o equivalente ao Especialista em Educação. O que conhecemos como supervisor educacional.
A supervisão gestada no âmbito das reformas escolanovistas tinham como eixo de suas atividades, a escola. Esperava-se que os supervisores atuassem sobre o trabalho do professor nas escolas.
Com a expansão do ensino, a lei 4.024/61 (Art. 52), trazia uma breve referência, na qual previa a formação de professores, orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário por meio do ensino normal.
É importante ressaltar que o ideário que orientou a formação do supervisor, especificamente, se fundamentou na pedagogia tecnicista. 
Que tinha como objetivo político a capacitação e o treinamento dos Supervisores e demais profissionais da educação, para atender as demandas do setor produtivo capitalista.
Seguindo o modelo Taylorista implantado nas fábricas.
Lei 5292/71, como a lei profissionalizante, que objetivava preparar mão-de-obra para trabalhar na máquina estatal e no mercado, e ainda especializar os trabalhadores para atender as iniciativas da propriedade privada. 
Foi a referida lei que consolidou a obrigatoriedade do Especialista da educação nos estabelecimentos de ensino.
É importante destacar que existiram inúmeras discussões acerca da regularização do exercício da profissão e das nomenclaturas, sendo elas:
Supervisão Educacional e Supervisor escolar. 
Discutida a questão define-se pela designação “Supervisor Escolar”,por ser mais abrangente e caracterizar melhor a área de atuação destes profissionais.
Assim, ao menos em termos legais, o supervisor passava de meramente técnico, restrito ao âmbito escolar, a educacional, exercido por um educador comprometido com as transformações da escola, da educação.
SAVIANI, Demerval. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função à profissão pela mediação da idéia. In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto (Org.) et al., Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 5. ed. São Paulo: cortez, 2006.

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