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BOAS PRÁTICAS EM DOMICÍLIO – PREVENÇÃO E CONVIVÊNCIA COM O CORONAVÍRUS E OUTROS MICRORGANISMOS AULA 1 Profª Aline Adriano 2 TEMA 1 – A ORIGEM DO NOVO CORONAVÍRUS 1.1 Introdução O nome coronavírus não se refere a um vírus específico, mas a um grupo de vírus, que assim como todos os coronavírus também é constituído por um RNA de fita simples (ácido ribonucléico, o material genético do vírus) e uma membrana lipídica de glicoproteína. “Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa” (Secretaria da Saúde do Estado do Paraná, [S.d.]). Responsáveis por causar infecções respiratórias e por várias crises de saúde pública nas últimas décadas, o surto atual é só o exemplo mais recente. A infecção causada por esse novo coronavírus (COVID-19) está agora disseminada, com mais de 100.000 casos confirmados em mais de 110 países do mundo e dados cada vez mais crescentes. Dessa forma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em março de 2020 a pandemia, para o Covid- 19. Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. Indica que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa (o que é..., 2020). A nova pandemia se trata de uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida de animais para seres humanos. As zoonoses são transmitidas pelos animais por meio de vírus, bactérias, fungos, protozoários e outros microrganismos diversos. O objetivo deste curso é informar a população sobre uma nova pandemia, a origem e transmissão de diversos microrganismos, medidas de higiene e soluções caseiras de limpeza para se evitar a contaminação e disseminação desses microrganismos dentro de casa e entre os residentes. É nosso objetivo informar, também, as boas práticas ao sair de casa (quando necessário) e voltar sem contaminar os demais. 2 Crédito: Creativeneko/Shutterstock. 1.2 Como o vírus conseguiu migrar para seres humanos? Em dezembro de 2019, começaram os primeiros relatos da circulação do novo coronavírus em Wuhan, na China. Esses relatos pareciam ter vínculo com o mercado de animais da cidade e muito se estuda sobre a possibilidade de uma fonte animal presente no local. Após os primeiros achados, pesquisadores iniciaram a investigação sobre o possível agente causador e as possíveis fontes de transmissão da doença. Devido à semelhança do SARS-CoV-2 com o coronavírus do tipo SARS-CoV, confirmada por estudos comparativos de sequência genética, foi possível a conclusão de que ambos pertenciam a mesma espécie. Dessa forma, Sars-Cov-2 é o nome oficial do novo coronavírus, que em tradução livre significa Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2, adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para facilitar a sua identificação. COVID-19 é o nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus. Voltando um pouco na história sobre esse grupo de vírus, podemos perceber que seguiram caminhos muito parecidos. No início dos anos 2000, o coronavírus responsável por causar a SARS (síndrome respiratória aguda grave), que ocorreu também na China, teve sua origem em morcegos, porém, chegou aos humanos por meio do contato com mamíferos conhecidos como civetas, nativos da Ásia e África tropicais. Houve também o causador da MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio), doença parecida com a atual, que causou mortes em 2012 e também surgiu em morcegos, provavelmente passando para os humanos por meio de camelos (Carbinatto, 2020). 2 O novo coronavirus é o sétimo vírus desse grupo, conhecido por infectar seres humanos. Sendo que SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2 podem causar doença grave, enquanto HKU1, NL63, OC43 e 229E estão associados a sintomas leves. Desde o surgimento da síndrome respiratória aguda grave (SARS) em 2002, um grande número de coronavírus relacionados à SARS (SARSr-CoVs) foi descoberto em seu hospedeiro natural, morcegos. Embora ainda sejam encontradas algumas divergências genéticas, inclusive entre os estudos já publicados, especialistas em saúde acreditam que morcegos devem ter sido os primeiros reservatórios dos vírus. Isso se deve ao seu sistema imunológico, que tolera agentes infecciosos com bem mais parcimônia que o nosso e o dos demais mamíferos, fazendo com que se tornem reservatórios ideais a partir do qual podem chegar a outros organismos. A transmissão para humanos, no entanto, pode ter ocorrido por meio de outras espécies, pois o vírus que se encontra no morcego não é capaz de se fixar aos receptores em humanos, precisando passar por outra espécie para se adaptar ao homem, ou seja, um hospedeiro intermediário, no caso, um mamífero chamado pangolim. É um animal que habita também regiões da Ásia e da África e lembra visualmente um tatu. Sua carne é considerada uma iguaria em algumas regiões da Ásia e partes do animal, como suas escamas, também são usadas em procedimentos da medicina tradicional chinesa (Carbinatto, 2020). Uma avaliação sobre animais selvagens determinou que os genomas das sequências de vírus estudadas no pangolim eram 99% semelhantes aos dos pacientes infectados pelo novo coronavírus em Wuhan (Cientistas..., 2020). Outros estudos mostram uma similaridade um pouco menor, há relatos de 90,3% e outro estudo ainda encontrou algo entre 85,5% e 92,4%. É muito válido lembrar que apenas o grau de similaridade não é suficiente para se chegar ao resultado final. As divergências em estudos são muitas ainda, mas as pesquisas seguem em larga escala. Os morcegos continuam nessa lista, porém, apesar da semelhança encontrada com o coronavírus causador da pandemia, ainda é necessário estudar melhor o fato de que eles precisam do auxílio de um intermediário para fazer os vírus chegarem a nós. Sem dúvida alguma, é de extrema importância o conhecimento sobre a origem dessa pandemia, a compreensão sobre como um vírus animal ultrapassou os limites das espécies para infectar seres humanos, a identificação de um potencial hospedeiro intermediário para uma possível evolução; esses 2 estudos podem ajudar na prevenção de futuros eventos zoonóticos. Por exemplo, se o SARS-CoV-2 for pré-adaptado em outra espécie animal, existe o risco de futuros eventos de reemergência (Artigo..., 2020). A nova possibilidade também aumenta a pressão sobre o governo da China, que já há algum tempo vem sendo acusado de ser brando no combate ao tráfico de animais selvagens. Com o novo surto de coronavírus, instituições internacionais pediram que o comércio de vida selvagem acabe totalmente no país. (Carbinatto, 2020) 1.3 Sinais e sintomas do COVID-19 Os sinais e sintomas do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado, mas podem também causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, ainda são necessários mais estudos e investigações para que se possa caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença. Os sintomas mais comuns são: • Febre • Tosse • Dificuldade de respirar • Outros sintomas gripais Outros sintomas menos comuns: • Dores no corpo • Congestionamento nasal • Inflamação na garganta • Diarreia Caso sejam percebidos os sintomas, inicialmente, o ideal é ligar para o 136 e, após esse contato, seguir as orientações sobre procurar ou não atendimento em um posto de saúde ou até hospital. 1.4 Finalizando Neste tema, vimos que coronavírus não se refere somente a um vírus específico, mas sim a um grupo de vírus. Vimos também suas características, fisiopatogenia e de onde se originou, como se deu a principal pandemia dos últimos tempos, bem como os sinais e sintomas da infecção por COVID-19. 2 TEMA2 – TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS, COMO A CONTAMINAÇÃO CHEGA ATÉ VOCÊ 2.1 Introdução O coronavírus penetra em nosso corpo geralmente por meio de gotículas suspensas que inspiramos pelo nariz ou pela boca (Como..., 2020) e se ligam a células do sistema respiratório. Poucas partículas do vírus são necessárias para infectar uma pessoa. Uma vez dentro da célula, o vírus começa então a replicar o seu material genético, que se multiplica exponencialmente à medida que progride no corpo humano, para causar estragos no organismo do hospedeiro (Como..., 2020). Alguns grupos de indivíduos se tornam mais suscetíveis, se infectados, a uma evolução rápida e grave do quadro, tendo comprometimento severo do sistema respiratório e podendo vir a óbito. Esses indivíduos do grupo de risco são, em sua maioria, pessoas com comorbidades pré-existentes e idosos. 2.2 Como ocorre a transmissão do novo coronavírus? O coronavírus pode ser transmitido principalmente de uma pessoa para outra, através do ar, contato próximo ou com secreções e objetos contaminados. Outras possíveis formas de transmissão ainda estão em estudo. Dessa forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda manter uma distância de pelo menos um metro das demais pessoas. Deve(m) ser evitado(s): • Aperto de mão: uma das principais formas de transmissão. Evite nesse momento cumprimentar as pessoas com aperto de mão, beijo ou abraço. • Contato próximo com gotículas de saliva, tosse, espirro: mantenha uma distância segura dos demais em qualquer situação. • Objetos ou superfícies contaminadas: chaves, celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, computadores etc. Ensinaremos mais adiante como as mãos e os objetos podem estar contaminados. 2 Crédito: Nys/Shutterstock; Alx1618/Shutterstock; Stas11/Shutterstock. Proteja-se independente de encontrar pessoas com sintomas ou não, pois já se sabe que o período de incubação do vírus, que é o tempo entre o dia do contato com alguém doente até o início dos sintomas, é de 5 dias ou, em casos mais raros, em torno de 14 dias. Por isso, mantenha sempre uma boa higiene e a distância recomendada. 2.3 Animais de estimação Até o momento, não há evidências de que animais de estimação possam se contaminar ou transmitir a doença, porém, é de extrema importância manter a higiene após os passeios, pois os animais podem transportar os microrganismos para dentro de nossas casas e, assim, levar até nós. Essa higiene não vai matar o coronavírus ou outros microrganismos, mas vai atuar em sua remoção e impedir que cheguem até nossa casa. 2.3.1 Higiene após o passeio Você tem duas opções para a limpeza: uma boa lavagem das patas com água e sabão, sem esquecer as áreas interdigitais ou o uso de lenços umedecidos que são muito práticos e já possuem produtos antissépticos incorporados. Não fazem mal ao animal e podem ser usados tranquilamente. 2.4 O risco para as gestantes e o feto Ainda não existem dados específicos, mas sabe-se que as gestantes passam por mudanças imunológicas e fisiológicas que podem deixá-las mais vulneráveis. Lembrando que é de extrema importância manter os mesmos cuidados recomendados a toda população, e o principal para esse grupo é que 2 continuem também com todos os cuidados do seu pré-natal, ele não deve ser interrompido. Muito se tem falado sobre o recente caso no Brasil do bebê recém- nascido, com apenas cinco dias de vida. No entanto, ainda não há informações suficientes sobre a possibilidade desta transmissão. A secretaria informou que o recém-nascido apresentava insuficiência respiratória, mas ainda não esclareceu se ele já nasceu com o problema ou se era resultado da doença. Por mais que o teste tenha dado positivo, ainda não se sabe se o contágio foi pós-parto. É necessária uma investigação mais aprofundada sobre os dados e a contaminação. 2.5 Grupos de risco Os idosos estão mais suscetíveis às complicações da doença devido a alterações no sistema imunológico naturais da idade. Mas também estão no grupo de risco portadores de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, asma e outras doenças respiratórias, além de pessoas com problemas cardiológicos, renais ou neurológicos, em tratamento de câncer ou que estejam com a imunidade comprometida, pois se sabe que são fatores que podem favorecer a agressividade da infecção, em que o mais recomendado é restringir o contato social. 2.6 Como é definido um caso suspeito • Síndrome Gripal (SG): indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre1, mesmo que apenas relatada, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade respiratória. No caso de crianças, na ausência de outro diagnóstico específico, pode-se ainda considerar a obstrução nasal. • Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): síndrome gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto. 1Na suspeita de COVID-19, a febre pode não estar presente. 2 2.6.1 Caso suspeito da doença Considerando a dispersão do vírus no mundo, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, desde março de 2020, passou a vigorar as definições operacionais para a saúde pública nacional a seguir: • Viajante: pessoa que apresente febre e pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia), e com histórico de viagem para país com transmissão sustentada ou área com transmissão local nos últimos 14 dias. • Contato próximo: pessoa que apresente febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia), e histórico de contato com caso suspeito ou confirmado para COVID-19 nos últimos 14 dias. 2.6.2 Caso provável da doença • Contato domiciliar: pessoa que manteve contato domiciliar com caso confirmado de COVID-19 nos últimos 14 dias e que apresente febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia). Nessa situação, é importante observar a presença de outros sinais e sintomas, como fadiga, mialgia/artralgia, dor de cabeça, calafrios, manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação e inapetência. Os próximos módulos serão exclusivamente para orientar sobre a convivência e cuidados com higiene. 2 2.6.3 Caso confirmado da doença • Laboratorial: caso suspeito ou provável com resultado positivo. • Clínico-epidemiológico: caso suspeito ou provável com histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente por COVID-19, que apresente febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica. 2.7 Tratamento e novas perspectivas Apesar dos inúmeros testes em andamento, ainda não existe um tratamento oficial contra a COVID-19. Até a conclusão desses estudos, pelo Brasil e por todo o mundo, a estratégia dos médicos é basicamente controlar os sintomas enquanto o próprio corpo se cura da infecção. 2.8 Finalizando Nesse tema, foi possível perceber a importância de definir quem são osindivíduos do grupo de risco, para, assim, definir cuidados especiais e algumas restrições específicas, bem como cuidados com os animais de estimação, pois podem levar microrganismos para dentro de casa mesmo que não sejam contaminados. De acordo com os sintomas e histórico clínico, um indivíduo pode ser considerado um caso suspeito da doença, mas são necessários alguns procedimentos laboratoriais e clínico-epidemiológicos para confirmação. TEMA 3 – COMO LIMPAR E PREVENIR A ENTRADA DE MICRORGANISMOS EM CASA? 3.1 Introdução O que torna o coronavírus perigoso é sua alta transmissibilidade e a progressão rápida e grave da doença em alguns indivíduos. No entanto, é um vírus que possui uma estrutura frágil, sendo fácil sua inativação. Para o cuidado domiciliar, algumas soluções de limpeza caseira e práticas de higiene pessoal são suficientes para a prevenção de disseminação do vírus. 2 3.2 Como proteger sua casa dos microrganismos • Ao chegar em casa: o Entrada – capacho de vinil: § O objetivo é eliminar os microrganismos que podemos trazer para nossas casas. Você pode fazer uma solução com: 1 litro de água e adicionar 3 colheres de sopa de água sanitária. Coloque essa mistura em um borrifador para facilitar. Ao chegar em casa, borrife no tapete e limpe os pés antes de entrar, deixando ao lado um outro pano de chão para enxugar o sapato. A ação do capacho já vai reduzir cerca de 85% e, juntamente com o cloro, fica ainda mais eficiente a ação contra a entrada dos microrganismos. o Dispenser para objetos: § Após a limpeza dos sapatos na entrada, utilize o álcool gel para higienizar as chaves, até anéis e alianças. Reserve um local só para guardar esse tipo de item. Higienize também suas mãos em seguida. o Roupas: § Ao chegar em casa, vá direto para a lavanderia e deixe as roupas já dentro da máquina de lavar. As roupas não precisam ser lavadas separadamente, a ação do sabão será suficiente contra os microrganismos. 3.3 Soluções de limpeza em casa 3.3.1 Limpeza da casa A limpeza das nossas casas pode ser realizada uma vez ao dia e não há necessidade de exageros, basta varrer e utilizar um pano úmido. No piso, podemos usar uma mistura de água com água sanitária – para cada litro de água, 3 colheres de sopa de água sanitária podem ser adicionadas, respeitando as instruções de diluição presentes na embalagem. Em pisos em que não se recomenda o uso de água sanitária, pode-se adicionar algumas gotas de desinfetante comum. Para não ter que realizar esse procedimento mais vezes, respeite a dica de não entrar em casa com os sapatos, ou higienizá-los 2 antes de entrar. Por fim, mantenha as janelas abertas para favorecer a circulação e renovação do ar. E foco constante na lavagem correta das mãos. Bastam água e sabão para mantê-las limpas. 3.3.2 Higienize os aparelhos eletrônicos (computadores, celulares, controle remoto, fones de ouvido etc.) A melhor forma de higienizar os aparelhos eletrônicos é utilizando um lenço de papel com álcool isopropílico. Esse álcool é o mais apropriado para este fim, pois a porcentagem de água é menor que 1%; dessa forma, a hipótese de oxidação das peças é quase nula. Realize a higienização com os equipamentos desligados. No caso dos celulares, retire a capa e a higienize também. Isso deve ser realizado pelo menos uma vez por semana. 3.3.3 Higienize os brinquedos Você pode preparar uma solução com 1 copo de água e algumas gotas de detergente. Passe em todos os brinquedos. Naqueles que são de pano ou peluciados, você pode usar uma esponja levemente umedecida com a mesma solução. Não é necessário encharcar os brinquedos, apenas passar levemente. 3.3.4 Higienize objetos de alto toque (maçanetas, chaves, interruptores de luz, mesas, cadeiras, pias etc.) Pode ser feita a seguinte solução: para cada litro de água, 2 colheres de sopa de água sanitária podem ser adicionadas. Você pode usar essa mistura para praticamente tudo em casa; respeitando, é claro, os lugares em que não se pode usar água sanitária, faça o teste antes. Esses itens frequentemente estão em contato com as mãos, por isso é muito importante higienizá-los. Lembrando que essas dicas de higienização podem ser realizadas uma vez por semana, mas, em caso de alguém doente em casa, recomenda-se uma frequência diária para reduzir a disseminação dos microrganismos. 2 3.4 Como nos prevenir com ações de higiene As mãos constituem uma das principais vias de transmissão de diversos microrganismos. É um importante reservatório e também uma via de fácil contaminação. Seja pelo contato direto ou indireto da pele e por meio do contato com objetos ou superfícies contaminadas, podemos disseminar diversos microrganismos, alguns bastante graves, como é o exemplo da pandemia atual. Algumas medidas de higiene são muito simples, fáceis de realizar e de extrema importância para a eficiência na prevenção da propagação de doenças. Entre as principais medidas, estão as que listamos a seguir. 3.4.1 Higienização das mãos É a medida individual mais simples, porém, a mais eficaz. Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos com água e sabão, lave bem o dedão, as pontinhas dos dedos e unhas também. O sabão vai ajudar a remover microrganismos invisíveis a olho nu e que você corre o risco de levar para casa, ou, no caso das crianças, até se contaminar levando a mão à boca. Adote táticas como cantar a música parabéns a você duas vezes, isso pode te ajudar, ou higienize com álcool em gel 70% se estiver fora de casa. 3.4.2 Ao tossir ou espirrar Cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, nunca com as mãos. Assim, você evita a propagação de doenças, desde uma simples gripe até outras mais graves. Mantenha uma distância mínima cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando. 3.4.3 Não toque olhos, nariz ou boca Evite tocar olhos, nariz e boca sem antes lavar as mãos. Você pode ter tocado superfícies contaminadas e levar microrganismos para a região do rosto. 3.4.4 Evite contato muito próximo Evite abraços, beijos e principalmente apertos de mãos. São gestos simples e que fazem parte da nossa rotina, mas que nesse momento precisamos 2 evitar. Não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos e copos. Evite aglomerações e mantenha os ambientes limpos e bem ventilados. 3.4.5 Cuidados e prevenção ao sair de casa Ao retornar para sua casa, não se esqueça de aplicar todos os cuidados já mencionados, com os sapatos na chegada, com os objetos que você utilizou, não esquecendo de tirar a roupa assim que chegar e, principalmente, de lavar bem as mãos com água e sabão. Mas vamos ver outras dicas e orientações para se adotar nas ruas, quando você precisa ir a supermercados, farmácias ou comércio em geral. Procure levar sua própria sacola ou carrinho ao supermercado. Se você não tiver, higienize a parte que você toca das cestas e carrinhos, pois inúmeras pessoas encostam ali o tempo todo. Evite ficar muito tempo e tente manter uma distância segura das demais pessoas, inclusive nos caixas. O mais importante é a atenção para não tocar os olhos, nariz ou boca. No retorno para casa: • Higienize as embalagens: é importante higienizar as embalagens trazidas do supermercado, mas não há necessidade de limpar absolutamente tudo. Limpe principalmente caixas, enlatados e vidros. Você pode utilizar a mesma solução já citada acima, para a limpeza dos itens de casa, nessas embalagens também. Relembrando: para cada litro de água, 2 colheres de sopa de água sanitária. Com um pano, você pode limpar os itens antes de guardá-los. • Higienize frutas e verduras: para esses itens, você pode deixar os alimentos em água corrente e, depois, colocá-los em um recipiente com água e água sanitária – para cada litro de água, 1 colher de sopa de água sanitária.Deixe as frutas e verduras nessa solução por cerca de 10 ou 15 minutos no máximo e, em seguida, lave bem em água corrente, deixando secar naturalmente para então guardá-las. Lembre-se que esses são cuidados diários importantes, para serem realizados em qualquer compra e que são eficazes contra os microrganismos de maneira geral. Esses produtos passam pelas mãos dos funcionários da loja, 2 além de clientes que, às vezes, pegam e não levam. Por isso, podem estar contaminados. 3.5 Finalizando Neste terceiro tema, vimos como algumas soluções caseiras, de fácil acesso, orientações importantes a serem seguidas ao sair e voltar para casa, em conjunto com higiene pessoal e de objetos, são capazes de inativar e prevenir a disseminação do vírus. TEMA 4 – TENHO UMA PESSOA DOENTE EM CASA, COMO POSSO PROTEGÊ-LA E COMO ME PROTEGER? 4.1 Introdução No caso de ter alguém já doente em casa, os demais moradores devem continuar seguindo as mesmas ações preventivas já mencionadas anteriormente, principalmente nas ações individuais. Redobrar a atenção na higiene das mãos e evitar tocar os olhos, nariz ou boca, para que este que já está infectado não transmita o vírus para os demais. 4.2 Conduta de todos os moradores São de extrema importância os cuidados e prevenção de todos contra a contaminação por microrganismos. Métodos de higiene podem prevenir e até mesmo evitar essas doenças, principalmente quando temos em casa um idoso ou alguém que faz parte do chamado grupo de risco, pois são mais suscetíveis a microrganismos e a desenvolverem uma doença por terem o sistema imunológico mais fragilizado. Dessa forma, mantenha sempre os hábitos de higiene já mencionados, de higiene pessoal, de limpeza com a casa e os demais itens utilizados, ao retornar de supermercados e até mesmo do retorno de passeio com animal de estimação, tudo isso com o intuito de proteger a todos dentro de casa. Se você estiver com problemas para respirar, procure atendimento médico, mas ligue primeiro. Ligue para o seu médico ou para o pronto socorro antes de ir até o local e relate seus sintomas. Eles poderão lhe passar melhor orientação. 2 No caso de ter alguém doente em casa, a pessoa deve ficar em isolamento domiciliar, longe das outras pessoas e animais de estimação. A distância mínima entre o paciente e os demais moradores é de um metro. Se for possível, manter o doente num quarto isolado dos demais. Mantenha as janelas abertas para circulação do ar, a porta fechada durante todo o isolamento e limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária. É importante ressaltar que a limpeza dos objetos de alto toque (mesas, cadeiras, maçanetas, interruptores de luz, telefones, computadores, controles remotos, mesas, banheiros, pias etc.) deve ser realizada diariamente, seguindo corretamente as instruções de higiene para cada item. Se não houver banheiro separado, ele deve ser limpo e desinfetado após cada uso por uma pessoa doente. Itens que precisam ser separados: • O lixo produzido pelo paciente contaminado precisa ser separado e descartado. o Pessoas que estão em isolamento domiciliar ou quarentena por suspeita ou infecção pelo novo coronavírus precisam tomar alguns cuidados com o lixo produzido em casa. Primeiramente, essa pessoa precisa ter uma lixeira de uso exclusivo, no cômodo reservado para ela. Quem estiver infectado não pode ter contato com o exterior do saco, apenas descartar seus resíduos dentro dele. A pessoa não infectada deve retirar o saco do cesto pelo lado de fora e fechá-lo de forma que não vaze ar nem líquidos, para que o vírus fique dentro do saco de lixo. Pode ser adicionada também ao interior desse saco 1 colher de sobremesa de bicarbonato de sódio e borrifar álcool 70% tanto do lado de dentro quanto do lado de fora. Com esses cuidados, o lixo poderá ser manipulado por qualquer pessoa, como outros moradores da casa ou as pessoas responsáveis pelo recolhimento do lixo. • Toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos usados pelo paciente. • Sofás e cadeiras também não podem ser compartilhados. • Os móveis da casa precisam ser limpos frequentemente com água sanitária ou álcool 70%. 2 4.3 Como proteger os demais moradores Pessoas com diagnóstico confirmado de COVID-19 precisam ficar em isolamento domiciliar. Veja como proteger sua família. Atenção! Em casas com apenas um quarto, os demais moradores devem dormir na sala, longe do paciente infectado. • Utilize máscara o tempo todo. • Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo. • Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão e sempre limpe vaso, pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária para desinfecção do ambiente. Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo, todos os moradores ficam em isolamento por 14 dias também. Caso outro morador da casa também inicie os sintomas leves, ele deve reiniciar o isolamento de 14 dias. Se os sintomas forem graves, como dificuldade para respirar, ele deve procurar orientação médica. 4.4 Devo usar máscara facial? Crédito: Vojta Herout/Shutterstock. 2 Diante do crescente número de casos confirmados da infecção pelo COVID-19, muito se tem discutido a respeito do uso de máscaras por toda a população e houve mudanças com relação a essa orientação. Segundo a Nota Técnica da ANVISA atualizada e publicada em março de 2020, elaborada por uma equipe técnica de especialistas, inclusive com a participação da Sociedade Brasileira de Infectologia, o uso das máscaras cirúrgicas deve ser apenas para os pacientes com sintomas respiratórios (tosse, espirro, dificuldade para respirar), os profissionais de saúde e os profissionais de apoio que prestarem assistência ao paciente suspeito ou confirmado de COVID-19. Com a escassez dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em face da pandemia, recomenda-se o uso das máscaras de pano. Para a população que necessita sair de suas residências, a máscara de pano pode ser recomendada como uma forma de barreira mecânica, sendo seu objetivo diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo sem saberem, porém, é importante lembrar que não protege o indivíduo que a está utilizando, pois não possui a capacidade de filtragem. Lembrando também que o uso dessas máscaras deve ser individual e nunca compartilhado, e que precisam ser lavadas logo após o uso. 4.4.1 Confecção das máscaras Sugere-se que a população produza suas próprias máscaras caseiras em tecido de algodão, tricoline e TNT. O importante é que as máscaras sejam feitas nas medidas corretas e cubram totalmente o nariz e a boca e sejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais. 4.4.2 Como higienizar sua máscara Você pode deixar de molho em uma solução de água e água sanitária, podendo usar 2 colheres de sopa de água sanitária em um litro de água, por 30 minutos. Após esse período de espera, pode-se lavar normalmente com água e sabão e, se possível, secar ao sol. Caso não seja possível a lavagem logo após o uso, guarde a máscara em uma sacola plástica, já que a mesma pode estar contaminada e realize o procedimento de higienização o quanto antes. 2 4.5 Finalizando Estudamos sobre o coronavírus, suas características, formas de transmissão, sinais e sintomas e como identificar casos suspeitos da doença, bem como quais seus procedimentos de confirmação. Vimos quem são os indivíduos do chamado grupo de risco e cuidados adicionais que estes devem tomar, também cuidados importantes com as gestantes e animais de estimação. Como já citado, o vírus tem alta transmissibilidade e agravamento rápido da saúde, porém, medidas simples de higiene pessoal e cuidados domésticos com soluçõescaseiras são eficientes para inativação do vírus, contribuindo para a não disseminação da doença. 2 REFERÊNCIAS ARTIGO científico descarta hipótese de Covid-19 ser um vírus de laboratório. Diário do Centro do Mundo, 17 abr. 2020. Disponível em: <https://www.diariodocentrodomundo.com.br/artigo-cientifico-descarta- hipotese-de-covid-19-ser-um-virus-de-laboratorio/>. Acesso em: 23 abr. 2020. CARBINATTO, B. Este pode ter sido o animal que passou o novo coronavírus para humanos. Super Interessante, 25 mar. 2020. Disponível em: <https://super.abril.com.br/saude/este-pode-ter-sido-o-animal-que-passou-o- novo-coronavirus-para-humanos/>. Acesso em: 23 abr. 2020. CIENTISTAS chineses identificam pangolim como principal canal na transmissão do coronavírus, Gauchazh, 7 fev. 2020. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2020/02/cientistas-chineses- identificam-pangolim-como-principal-canal-na-transmissao-do-coronavirus- ck6c53zho062001plq7kcq7i1.html>. Acesso em: 23 abr. 2020. COMO o coronavírus infecta células humanas passo a passo. National Geographic, [S.d.]. Disponível em: <https://nationalgeographic.sapo.pt/ciencia/actualidade/2396-como-o- coronavirus-infecta-celulas-humanas-passo-a-passo>. Acesso em: 23 abr. 2020. O QUE É uma pandemia. G1, 11 mar. 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/11/o-que-e-uma- pandemia.ghtml>. Acesso em: 23 abr. 2020. SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO PARANÁ. O que é coronavírus, [S.d.]. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3509> . Acesso em: 23 abr. 2020.
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