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P á g i n a | 1 Aneurisma de Aorta Abdominal Uma das cirurgias com maior mortalidade no transoperatório e pós operatório, mas tem reduzido a mortalidade com novas medidas no transoperatório. Entretanto, as medidas não alteram a alta mortalidade a longo prazo. Dilatação focal e permanente de um vaso qualquer - em mais de 50% do diâmetro normal - em virtude de um processo inflamatório crônico com destruição da matriz celular, depleção da camada muscular e remodelação da parede. • Ectasia: dilatação focal < 50% • Arteriomegalia: alargamento difuso > 50%, envolvendo vários segmentos arteriais • Uma aorta abdominal tem cerca de 1,8-2 cm. Até 3 cm é ectasia e > 3cm é aneurisma. • Dilatação de > 50% do diâmetro normal (VR: 28 mm na transição toraco abdominal e 18-24 mm ao nível das aa. Renais, na bifurcação tem 15-14mm) • Doença degenerativa multifatorial – aterosclerótica, deficiência de musculo liso com elastina e colagenase, é hipertensivo... • 95% são de localização infrarrenal (menor quantidade de elastina, maior quantidade de colágeno e força de arrasto parietal, maior quantidade de MMP-9) • 25% envolvem as artérias ilíacas – trata no mesmo procedimento • 12% tem aneurisma em aorta torácica • 3,5% tem aneurismas periféricos Aneurisma verdadeiro: envolve as 3 camadas arteriais – i.e. a lesão representa uma dilatação total da parede vascular. • Requer tratamento dependente da causa. Aneurisma falso: representa o tecido conjuntivo resultante da ruptura da parede com aneurisma em formação (pseudoaneurisma). É mais comum em Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 procedimentos endovasculares que fazem hematoma, formam mais trombos e tem mais risco de romper. Requer tratamento imediato. • Principal tipo de aneurisma verdadeiro. • Principal cirurgia vascular. • 40.000 casos operados anualmente (EUA). • 15ª causa de morte (EUA). • AAA roto: o Mortalidade de 40 a 50% na hora da ruptura o 30 a 40% dos pacientes morrem antes de chegarem ao hospital • Mortalidade aumenta 10% por hora. Relação elastina X colagenase X músculo liso • Elastina confere resistência a dilatação • Colagenase confere resistência a ruptura Outros fatores: • Fator infeccioso (Chlamydia pneumoniae)? • Necrose cística da média • Trauma – pseudoaneurisma em lesão de desaceleramento de aorta descendente • Arterite – dissecção, úlcera de aorta • Genética • Tabagismo (relação com carga tabágica), mais fuma mais chance de ter aneurisma e maior o aneurisma • > 50 anos (homens) />60 anos (mulheres) • Homens – relação 4,8:1 • Brancos • História familiar (15-25%) – screening do paciente • Hipertensão • Hipercolesterolemia • DAP • Aumento da incidência – 2,4% aa (EUA) 70 – 75% são assintomáticos • Ao exame físico: acurácia pobre, superestimado em pacientes magros • Sinal de DeBakey → envolvimento de ramos viscerais, além das artérias renais. • 90% dos aneurismas são são infrarenais, que tem tratamento diferente, já bem estabelecido. Se toraco-abdominal, o problema é maior, podendo ser até inoperável. • Pode ser um achado em exames de imagem acidentais, podendo ser pequenos e ectasicos, mas eventualmente aparecem alguns que precisam de cirurgia. P á g i n a | 3 • Chervu et al: 243 pacientes operados, 93 aneurismas palpáveis. • 4 tipos mais frequentes de aneurisma abdominal. • Não se palpa o limite superior do aneurisma, mas consegue palpar bem o limite lateral. Palpação abaixo do processo xifoide consegue sentir o caimento da aorta, podemos dizer que é infra-renal. • Se não palpa limite no xifoide - é toraco-abdominal. • Tipo de cirurgia não depende disso. Sintomáticos • Sinal de ruptura ou expansão aguda – nem sempre identifica como aneurisma. • AngioTC sem extravasamento de contraste e não tem espessamento de parede, mas se está com aorta > 55 mm, pode fazer cirurgia. Pode estar crescendo em vias de ruptura. • Se pede ecografia e não viu outra causa de dor abdominal, até que se prove ao contrário é um aneurisma com sinais de ruptura. • Podem referir “coração batendo na barriga”. Outros sinais e sintomas: • Hidronefrose com compressão ureteral. • Náuseas e vômito por compressão duodenal (principalmente de 4 porção). • Trombose venosa com compressão das ilíacas ou cava. • Erosão vertebral com dor lombar. • Isquemia periférica por embolização distal. Indicativo de cirurgia em qualquer um desses casos. P á g i n a | 4 • Mortalidade global associada ao AAAr: 78% • 50% morre na ruptura, e rompendo tem um retroperitônio que mantem o sangue mais consumado no local, com sangramento mais lento. • Quando não são grandes centros, a mortalidade é maior. • 15% morrem no transoperatório, maioria na UTI (50% na UTI, 40% no pré operatório e 10% no pós operatório). • Apresentação: • Dor abdominal, lombar súbita com irradiação para o flanco • Hipotensão • 80% rompe para o retroperitônio • Pode haver rompimento para TGI, veia cava • 26% se apresentam com a forma clássica = Hipotensão + Massa pulsátil + Dor lombar • ¼ vão se apresentar com quadro clássico. • Se rompe no retroperitônio, então pode não ter sangramento grande → não podemos subestimar hipotensão/dar diagnóstico pela hipotensão. • Se tem massa palpável e dor lombar, pensar e aneurisma. • Pode ir para outros locais, com a veia cava... • Perda temporária da consciência (17%) • Perda temporária da consciência + Dor (50%) Fatores predisponentes ao aneurisma roto • Hipertensão • Assimetria sacular - resultado de um trauma/infecção – fusiforme. Irregulares favorecem a ruptura. • Coágulos intra-saculares • Trombo intramural • DPOC • Diâmetro: < 5 cm (1%), 5-7 cm (5-10%), > 7 cm (10-25%) • Estima-se que o risco de ruptura em 5 anos para aneurismas com < 5 cm de diâmetro seja inferior a 5%, enquanto maiores que 5 cm, o risco acumulado se eleva para 25 a 43%. • Bolhas no saco aneurismático. • É relacionada a aneurismas grandes, de crescimento rapidamente progressivo ou com início recente dos sintomas. Exemplo clínico Dor lombar Hipotensão Massa palpável P á g i n a | 5 Paciente com aneurisma roto, com necessidade de clampeamento da aorta para não ter sangramento no momento da cirurgia (se não fizesse ia ter sangue até no teto). Vemos o intestino, antes de liberar está bem aderido e depois tem úlcera de duodeno, quando libera a aorta. Foi um achado pelo contraste em um exame de imagem que foi para TGI vindo da aorta, vindo por fistulização para o intestino e aderência com fistula para veia cava. O melhor exame para diagnóstico é US e para indicar e planejar cirurgia é angioTC. RX de Abdômen: calcificação da parede, pode aparecer dilatação. Raio x de aneurisma de aorta, com calcificação de parede, já indo em direção a direita. Não se toma conduta cirúrgica ou diagnostico firmado em cima. Precisa de USG depois pra ver tamanho extensão USG: exame para diagnóstico e seguimento. Usado no screening. Ressonância: preserva da radiação e do contraste iodado não usa radiação mas é muito caro e demorado Aortografia: subestima o tamanho do aneurisma, útil na avaliação de ramos viscerais e avaliações de estenoses, não vê a parede em si, só a luz do aneurisma Angiotomografia: decisão e planejamento cirúrgico – melhor método diagnóstico • Colo com as artérias renais • Posição do aneurisma • Presença de rim em ferradura • Avaliação do tronco celíaco, ilíacas e aorta torácica • Tortuosidades e angulações ← Tamanho do aneurisma, com 7,5 cm. Medidas de aneurisma e planejamento cirúrgico. → P á g i n a | 6 Cirurgia convencional • Objetivo: Prevenção da ruptura ao substituir o segmento afetado por prótese • Indicações • Casos assintomáticos selecionados • Crescimento >5-6 mm/6 m ou 10 mm/ano • Tamanho > 55 mm (H) e > 50 mm (M) – diametro lateroateral e anteroposterior não longitudinal • < 55 mm quando associados a tratamento de doença oclusiva aortoilíaca, que pode apresentar claudicação como sintoma. • Associados a inflamatório, com grande aderência aos tecidos de aorta abdominal e também pacientes com crescimento elevado e espessamento de parede. • Ruptura consumada • Casos sintomáticos, independente do diâmetro, e incluem dor/desconforto lombar e/ou abdominal, embolização distal ou manifestações de compressão de estruturas vizinhas. • Complicações decorrentes do AAA: embolização, fistulização com tecidos adjacentes • Aneurismas atípicos: dissecantes, micóticos, saculares → maior chance de romper. • Contra indicações • Considerar o risco de ruptura, da terapia cirúrgica, expectativa de vida, qualidade de vida esperada após o reparo • Neoplasias terminais • Qualidade de vida pós cirúrgica incompatível • Infarto agudo do miocárdio há < 6 meses • Idade avançada* - nem sempre é contra-indicação. • Expectativa de vida < 2 anos (em aneurismas assintomáticos, com complicações locais ou periféricas, aneurismas atípicos). • Cirurgia aberta • Técnica transperitonial e retroperitonial • Retroperitonial: em abdômen hostil, obesos, radiação prévia, anastomose acima das renais, pneumopatas, complicações da cirurgia pulmonares são menores. DPOC • Transperitonial: incisão xifo-púbica • Uso de próteses de Dácron ou PTFE (mais cara) • Cuidados com hipotensão após liberação dos clampes da aorta (liberação lenta, infusão de sangue ou hidratação), cuidar apar não fazer hipotensão • Verificar a formação de coágulos, se ausentes reverter a heparina, evitar trombose Clampeamento, abre o aneurisma de aorta longitudinal, coloca prótese e sutura a carcaça por cima da prótese, evitando o contato com o tecido GI, para evitar aderência. P á g i n a | 7 Adversidades no reparo do AAA: • Aneurisma Inflamatório: 5%, reação com fibrose e inflamação em tecidos adjacentes. Correção com aneurismectomia. • Rim em ferradura: 1/200 AAA operados, atentar para artérias anômalas que nutrem o rim, reimplantar se necessário • Anomalias venosas: veia renal esquerda anelar ou retroaórtica, duplicação da cava ou transposição da cava para esquerda • Isquemia do cólon: < 1%, ocorrendo por embolização da AMI, que gera hipofluxo, hipotensão perioperatória severa, anticoagulação ineficaz. Transmural X Mucosa. Colonoscopia. Complicações • Isquemia intestinal • Sangramento • Insuficiência renal • Embolização distal - + frequentes - pode fazer embolectomia no final da cirurgia • Infecção da prótese - catastrófica • Lesão de estruturas adjacentes • Paraplegia – torácica é mais comum Tem aumentado porque tem se deixado de fazer e só faz quando já são pacientes complicados que não dá pra fazer endovascular. Cirurgia endovascular (EVAR) • Técnica realizada em 50% dos pacientes no EUA • Em SCS 80-90% são por técnica endovascular. • Taxa de sucesso – 95% • Conversão para cirurgia aberta – 3 a 5% • Mortalidade – 1 a 3% • Mortalidade em 30 dias em torno de 2-3% em Santa Cruz do Sul (RS). Endoprotese que abre abaixo das a. renais até a a. ilíaca, conecta com outra endoprotese, podendo colocar extensões até ilíaca externa. Indicações de colocação: • Aneurisma > 50mm • Idade mais avançada, porque a mortalidade a longo prazo é grande. Pacientes jovem tem qualidade de vida maior, podendo ter maior risco cirúrgico. No idoso, tu vai ter menos complicações, idosos com maior risco cardiovascular. • Colo de pelo menos 2 cm. Complicações relacionadas Hematomas inguinais (7%) Trombose arterial (3%) – oclui artéria femural Ruptura de artéria ilíaca (1,5%), principalmente com muitas calcificações de artéria ilíaca Endoleaks (10 – 20%) – vazamentos que acontecem pacientes com aorta P á g i n a | 8 I- Distal da prótese II- Vazamento de artérias lombares ou ilíacas, vasos com relação ou origem da aorta abdominal que vazam por sangramento retrógrado, nutrindo o saco aneurismático. III- Desconexão das partes IV- vazamento das porosidades, aumentado porque o calibre de incersão das endoproteses tem reduzido. I, II e IV- tem que corrigir Aberta x EVAR • EVAR • Menor mortalidade cirúrgica • Associado a ruptura do aneurisma • Taxa de conversão para cirurgia aberta • Acompanhamento com exame de imagem • Pode estar mais associado a intervenções secundárias (revascularização, controle de endoleak) • Ruptura considerável em casos de endovascular que não tem em cx aberta. • DPOC tem mortalidade menor em endovascular. • EVAR x Convencional: Seguimento a médio prazo com mortalidade semelhante • Mortalidade EVAR 1,6%, AAAOR 4,6%
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