Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS IPUC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE ALVENARIA ESTRUTURAL PROJETO PILOTO EM ALVENARIA ESTRUTURAL: HOSPITAL PROFESSOR: Carlos A. C. d'Ávila ALUNOS: Jacqueline Fonseca Juliângelo Sangi Lívia Brandão Maíra Teixeira Belo Horizonte – MG Abril/2016 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS IPUC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE ALVENARIA ESTRUTURAL PROFESSOR: Carlos A. C. d'Ávila ALUNOS: Jacqueline Fonseca, Juliângelo Sangi, Lívia Brandão, Maíra Teixeira TRABALHO PRÁTICO: PROJETO PILOTO DE HOSPITAL EM ALVENARIA ESTRUTURAL PROJETO INTEGRADO 1. INTRODUÇÃO A construção de edificações tem exigido cada vez mais sistemas racionalizados e de qualidade. Nesse contexto, a alvenaria estrutural com blocos de concreto tem sido muito empregada na construção civil, principalmente no Brasil, graças aos avanços tecnológicos, custo competitivo e possibilidade de utilização desse sistema em larga escala. A alvenaria estrutural é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de dimensões e peso que as fazem manuseáveis, ligada por argamassa, tornando o conjunto monolítico. A alvenaria estrutural tem suas origens na Pré-História, sendo assim, um dos mais antigos sistemas de construção da humanidade. Inicialmente eram utilizados blocos de rocha como elementos de alvenaria, mas a partir de 4.000 a.C. a argila passou a ser trabalhada, consequentemente possibilitando a produção de tijolos. O sistema construtivo desenvolveu-se inicialmente através do simples empilhamento de unidades (tijolos ou blocos), e os vão eram executados com peças auxiliares (vigas de madeira ou pedra). 1.1. Objetivos Este trabalho tem como finalidade a elaboração e desenvolvimento de um projeto de uma unidade hospitalar em alvenaria estrutural não armada aplicando os princípios da construtibilidade e desempenho integrando os projetos arquitetônicos, estruturais e de instalações visando, desta forma, racionalidade e qualidade da edificação. 1.2. Requisitos O projeto consiste em projetar o edifício para um hospital, em alvenaria estrutural, com dez andares típicos, caracterizado por um pavimento-tipo, com uma área construída igual ou superior a 600 m², abrigando pelo menos 20 apartamentos ou enfermarias por andar, e todas as instalações auxiliares, incluindo ainda elevadores (pelo menos um elevador para macas), escadas e rampas de acesso para cadeira de rodas e macas. A estrutura de paredes deve, obrigatoriamente, se iniciar no pavimento térreo, sendo necessário adaptar esse pavimento para finalidades hospitalares. 2. PROJETO 2.1. Caracterização do local da construção Para o presente projeto, a área escolhida está localizada Rua Vicente Dutra, Bairro Diamante, na cidade de Belo Horizonte - MG. O terreno em questão possui 60 x 135m, e está dentro da zona de adensamento preferencial (ZAP), de acordo com dados do Mapa compilado da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo Horizonte (Lei 7.166/96 e alterações). Logo, o local é adequado à instalação do hospital. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte De acordo com a lei nº 7166/1996, a qual estabelece normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no município de Belo Horizonte, são aplicáveis às edificações destinadas à atividade de hospital os seguintes parâmetros urbanísticos: coeficiente de aproveitamento máximo igual a 2,5; taxa de ocupação máxima de 45% e taxa de permeabilidade mínima de 40%. Com auxílio da ferramenta Google Earth, obtivemos informações referentes à topografia da área escolhida: Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth 2.2. Definição do projeto Nesta etapa, foram captadas e analisadas duas plantas de hospital a fim de verificar qual desses projetos seria o mais apropriado para a execução em alvenaria estrutural não armada. a) Hospital São Lucas b) Novo Hospital Para que pudéssemos avaliar os projetos e escolher qual é o mais adequado para ser executado em alvenaria estrutural, utilizamos alguns parâmetros avaliativos das seguintes características dos projetos em análise: a) Área de fachada; b) Área construída; c) Área de paredes; d) Pontos de fundação; e) Topografia do terreno; f) Grau de industrialização. HOSPITAL SÃO LUCAS NOVO HOSPITAL Área de Fachada (m²) 387,80 635,71 Área Construída (m²) 1106,25 1804,08 Área de Parede (m²) 1470,84 2358,10 Área de Fachada / Área Construída(1) 0,35 0,35 Área de Parede / Área Construída(2) 1,32 1,31 Pontos de Fundação / Área Construída(3) 0,06 0,05 2. A relação entre área de fachada por área construída é importante para mostrar a área de vento que exercerá pressão e forças horizontais sobre o edifício. Quanto menor for essa relação, menor pressão de vento exercida sobre a edificação. 3. A relação entre área de paredes e área construída é importante para mostrar o travamento do edifício. Quanto maior esta relação, maior a estabilidade da construção. 4. A relação entre pontos de fundação e área construída é uma estimativa da quantidade de estacas seriam necessárias para determinado empreendimento por m² construído. Logo, quanto menor essa relação, mais favorável. Com base nos parâmetros acima demonstrados, constata-se que projetos apresentam indicadores semelhantes. Nesse contexto, avaliamos que o HOSPITAL SÃO LUCAS apresenta o maio grau de industrialização e, portanto, deverá ser o adotado como nosso projeto padrão. 3. HOSPITAL SÃO LUCAS Sequencialmente à escolha do Hospital São Lucas como projeto padrão, iremos detalhá-lo e desenvolvê-lo. 3.1. Estabilidade do Projeto A estabilidade de um edifício executado em alvenaria estrutural está ligada diretamente à forma do projeto. A geometria e a volumetria de uma edificação em alvenaria estrutural (paredes estruturais, de vedação e de contraventamento) são de suma importância para se garantir a estabilidade. Tão importante quanto a geometria da edificação é definir o sentido de colocação e amarração das lajes que trabalharão em conjunto com o sistema estrutural, visto que são nas lajes que as cargas são uniformizadas e transferidas as paredes estruturais da edificação. 3.2. Paredes Foram definidas e identificadas quais paredes do projeto seriam consideradas paredes estruturais e quais seriam paredes de vedação. As paredes destacadas em verde serão utilizadas como paredes hidráulicas. 3.3. Lajes Nesta etapa de projeto, identificamos e definimos as lajes pré-fabricadas e as direções de apoio destas tomando como base os conceitos de distribuição de cargas. 3.4. Blocos Estruturais Normalizados A modulação da alvenaria em projetos executados em alvenaria estrutural é atividade primordial. Nesta etapa é que será acertada as dimensões (família) dos blocos estruturais e de vedação que serão utilizados no projeto, de forma que sejam evitados cortes ou ajustes na execução das paredes. Para este projeto, optamos por utilizar a família de blocos 14 x 39. 3.5. Paginação das fiadas Paginação da primeira fiada • Paginação da segunda fiada 4. DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS DE PAREDES 5. DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS HORIZONTAIS De acordo com a localização do terreno, obtivemos os seguintes dados: Baseado no mapa das isopletas da velocidade básica (V0), temos para a região em análise: S1 - Fator topográfico: Pela NBR 6123/88, , tem-se: S2 – Rugosidade do terreno: Nosso projeto é caraterizado como Categoria IV e Classe B. Logo, temos: Z (m) S2 0 0,76 5 0,7610 0,83 15 0,88 20 0,91 25 0,94 30 0,96 32 0,97 S3 – Fator estatístico: Como o projeto em questão é um hospital – Grupo I: Velocidade característica do vento: Z (m) Vk 0 27,17 5 27,17 10 29,67 15 31,46 20 32,53 30 34,32 32 34,68 Pressão dinâmica do vento: Z (m) q (N/s) 0 452,52 5 452,52 10 539,72 15 606,71 20 648,78 30 722,03 32 737,15 Força do vento: Z (m) Força de vento (KN) 0 0 5 110,13 10 262,71 15 442,97 20 631,58 30 1054,34 32 1148,19 6. DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS VERTICAIS Peso próprio da parede: Carga permanente unitária da laje: Carga unitária acidental da laje: 7. DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES A determinação e análise das tensões geradas em um projeto de alvenaria estrutural é de suma importância para que ele seja dimensionado de forma que sua estabilidade seja garantida. Desta forma, temos: Distancia em relação ao centro de gravidade do edifício (m) Grupo X Y Tensão Normal Pvto Térreo (kN/m) Largura da parede (m) Tensão (kN/m²) 1 -12,29 21,97 247,32 0,14 1766,59 2 -12,29 17,57 438,25 0,14 3130,40 3 -12,29 12,37 453,56 0,14 3239,70 4 -12,29 7,72 1270,73 0,14 9076,62 5 -12,29 3,17 1893,14 0,14 13522,44 6 -12,29 1,07 1259,76 0,14 8998,26 7 -12,29 -4,08 851,58 0,14 6082,70 8 -12,29 -6,98 282,61 0,14 2018,66 9 -12,29 - 11,53 1081,85 0,14 7727,45 10 -12,29 - 14,98 1038,68 0,14 7419,11 11 -12,29 - 18,13 1059,79 0,14 7569,87 12 -12,29 - 21,28 1110,55 0,14 7932,49 13 -12,29 - 22,32 1090,65 0,14 7790,33 14 21,97 -9,69 1053,81 0,14 7527,19 15 21,97 6,60 1106,73 0,14 7905,26 16 12,97 -6,84 610,21 0,14 4358,63 17 10,51 -6,84 134,40 0,14 959,99 18 8,55 -6,84 1077,30 0,14 7694,99 19 8,41 -3,34 663,07 0,14 4736,21 20 -6,65 -6,84 1546,11 0,14 11043,63 21 -10,56 -6,84 1893,65 0,14 13526,06 22 -12,71 -6,84 400,49 0,14 2860,63 23 -12,71 -4,39 589,10 0,14 4207,85 24 -15,06 -6,84 747,98 0,14 5342,70 25 1,11 10,54 134,40 0,14 960,02 26 6,06 9,64 795,82 0,14 5684,45 27 6,21 8,44 433,70 0,14 3097,87 28 6,06 5,54 569,63 0,14 4068,80 29 2,93 1,89 800,16 0,14 5715,43 30 6,21 -1,61 594,80 0,14 4248,57 31 6,21 -3,01 134,40 0,14 959,99 32 6,21 -6,46 897,30 0,14 6409,27 33 1,26 -7,96 371,20 0,14 2651,41 34 6,21 - 10,06 1580,70 0,14 11290,69 35 6,21 - 11,46 297,90 0,14 2127,83 36 6,21 - 12,81 524,00 0,14 3742,83 37 8,56 - 15,16 203,00 0,14 1449,97 38 10,06 21,97 229,40 0,14 1638,62 39 8,56 21,07 703,30 0,14 5023,61 40 12,71 21,97 330,90 0,14 2363,62 41 12,71 19,32 303,90 0,14 2170,75 42 12,71 17,05 837,70 0,14 5983,61 43 12,71 13,57 532,20 0,14 3801,46 45 12,71 10,54 855,82 0,14 6113,02 46 12,71 5,54 571,30 0,14 4080,73 47 10,20 0,99 467,94 0,14 3342,43 48 12,71 3,01 487,71 0,14 3483,65 49 12,71 -1,61 134,40 0,14 960,00 50 12,71 -6,52 860,11 0,14 6143,63 51 8,56 -8,16 268,25 0,14 1916,06 52 12,71 - 11,91 508,42 0,14 3631,55 53 12,71 - 10,26 335,45 0,14 2396,05 54 12,71 - 13,70 386,60 0,14 2761,40 55 12,71 - 18,16 779,29 0,14 5566,32 56 12,71 - 21,23 733,67 0,14 5240,46 57 12,71 - 22,28 1581,03 0,14 11293,03 8. ESTIMATIVA DE CUSTO Nossa estimativa de custo será realizada baseado no Custo Unitário Básico (CUB), que é o principal indicador do setor da construção civil. O CUB é atualizado (calculado) mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil de todo o país. Para tal estimativa, consideramos dados do SINDUSCON-MG referente ao mês de março/2016, visto que a obra se localiza em Belo Horizonte – MG. A estimativa deve ser realizada de acordo com os projetos-padrão apresentados pelo SINDUSCON-MG. Desta forma, adotamos para nosso projeto o Projeto-Padrão Comercial – Alto. Os valores/m², e sua composição pode ser vistos abaixo: Fonte: SINDUSCON – MG R$ Custo base CUB 1682904,94 Projetos, aprovações, impostos e taxas 20000,00 Fundação* 27104,85 Outros 20000,00 BDI (20%) 350001,96 Custo real total 2100011,75 *Estaca tipo hélice DN 90cm
Compartilhar