Resumo - A dimensão investigativa no exercício profissional Yolanda Guerra

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Resumo 
A dimensão investigativa no exercício profissional – Yolanda Guerra
O resumo apresentado, trata da dimensão investigativa na prática profissional do assistente social materializada através do uso da pesquisa como ferramenta principal, tornando relevante a profissão de assistente social, considerada de caráter investigativo frente aos problemas sociais.
O perfil do assistente social obteve mudanças a partir dos anos 1990, devido as transformações realizadas no projeto pedagógico que alcançou valores e diretrizes com o intuito de que o profissionais priorizassem as dimensões técnicas, críticas e políticas.
Os referenciais teórico-metodológicos também sofreram modificações bem como os posicionamentos críticos. O objetivo do trabalho é apresentar a pesquisa como parte indispensável a praxis profissional do assistente social como patrimônio intelectual e bibliográfico, principalmente no âmbito da pós-graduação stricto senso com influência da tradição marxista.
A pesquisa obteve maior destaque e passou a ser essencial para o desvendamento de dimensões constituitivas da questão social visando a recosntrução crítica da profissão, atingindo assim sua maioridade intelectual.
1- Natureza interventiva e o significado do conhecimento
A profissão surgiu das demandas negativas das produções capitalistas onde as lutas de classes resultaram na questão social, que tem em suas expressões a base do trabalho do assistente social. 
Ao longo dos seus 70 anos, o Serviço Social vem tentando consolidar e definir suas atribuições e competências que estão regulamentadas desde os anos 1960.
A lei nº 8662/1993, afirma a importância da pesquisa como um elemento essencial do trabalho profissional competente em qualificado onde os assistentes sociais podem não só criar e executar projetos, mas também avaliá-los, assim como realizar pesquisas, vistorias, perícias e laudos.
2- A pesquisa da realidade: conhecer e intervir
A pesquisa é um resultado da relação entre o conhecimento e a realidade. A realidade que nos deparamos no dia a dia influencia no campo da intervenção prático-material.
A pesquisa parte da superficialidade do real e o conhecimento adquirido em cada parte, nos permite uma apropriação do mundo.
O conhecimento se inicia a través da intuição, já o empirismo estabelece a máxima que só se aprende a fazer fazendo. Para adquirimos conhecimento é necessário que não nos delimitemos no campo do conhecimento, agregando novos saberes e se despindo de velhos preconceitos.
O conhecimento originário do intelecto (formal-abstrato) possui um entendimento do que está posto, já o proveniente da razão dialética capta o movimento do objeto, seu processo de constituição, seu fundamento e sua capacidade de transformação.
O conhecimento teórico busca captar e reproduzir a realidade por meio do pensamento. Com base no conhecimento teórico, o conhecimento prático é obtido através das intervençôes profissionais, e as intervenções são possíves, devido a evolução dos conhecimentos.
A pesquisa científica exige rigidez, método e técnicas apropriadas, sem que seja como mera sistemização de dados, tendo em vista que se trata de uma preliminar ao momento inicial do processo do conhecimento.
O processo de sistematização da prática consiste em identificar e problematizar as condições do exercício profissional, nos indicando a necessidade de criação de projeto de intervenção e a falta de conhecimento para que os possíveis problemas sejam solucionados.
3- A busca dialética da própria coisa
A relação dialética entre investigar e intervir nos proporciona conhecer a realidade aplicando os procedimentos adiquiridos, tendo em vista um conhecimento temporário.
Antes que qualquer pesquisa seja realizada, é preciso que tenhamos a noção de que o objeto pesquisado não possui algo a mais a ser conhecido. Segundo Kosik, precisamos captar o fenômeno real, para melhor atingirmos a sua essência e dessa forma o entendimento se tornar melhor e mais amplo.
Em toda realidade social, manifestam-se características de âmbito universal, particular e singular. São partes costituitivas que sempre se articulam, se autoimplicam e se autoexplicam.
No aspécto crítico-dialético das instituições, observamos que elas não se constituem como blocos monolíticos, porém são constituitivas e constituintes da contradição.
A realidade trás elementos novos e velhos, fazendo com que o passado conviva com o presente apontando tendências para o futuro. A pesquisa fornece para o serviço social elementos e subsídios essensciais a sua instrumentalidade.
O assistente social convive com multíplas expressões das relações sociais do dia dia, permitindo dispor de um privilegiado acervo de dados e informações sobre várias maneiras de manifestações das desiguladades e da exclusão social em sua existência.
Ao realizarmos entrevistas, exercemos a dimensão investigativa da profissão através de informações tiradas da realidade por meio do estudo social, laudos e pareceres, colhendo informações diretas e indiretas.
A dimensão investigativa está ligada com a dimensão interventiva, a qualidade de um influencia na realização da outra.
4- Rumo a consolidação da maioridade acadêmica e profissional
Desde o final nos anos 1980, o Brasil tem a sua produção científica e bibliogáfica ampliada para outros paises da America Latina, sendo reconhecida sua importância devido a contribuição do referencial marxista.
Dois desafios que se colocam a profissão de assistente social são: 
1) Intervir na pesquisa qualificada, buscando mediações afim de desencandear possibilidades de acesso aos canais institucionais.
2) Investir em uma política nacional de pesqisa socialmente compromissada, tratando de aspectos relevantes para a sociedade.
A pesquisa desenvolve a capacidade investigativa nas relações e nas demandas profissionais, favorecendo o conhecimento crítico rumo a liberdade, autonomia, competência e compromisso, fatores esses que só são possíveis através da pesquisa científica.