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LIVRO CONTABILIDADE COMERCIAL

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Prévia do material em texto

2012
Contabilidade ComerCial
Prof. Fabio Darci Kowalski
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Fabio Darci Kowalski
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
657.839
K886c Kowalski, Fabio Darci
 Contabilidade Comercial / Fabio Darci Kowalski.
 Indaial : Grupo UNIASSELVI, 2012.
 217 p. il. 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-363-1
 1. Contabilidade Comercial
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
Impresso por:
III
apresentação
A Contabilidade é uma ciência social, pois é a ação humana que 
pode modificar toda a estrutura patrimonial de qualquer tipo de empresa. 
Sendo assim, na contabilidade faz-se necessária a utilização de diversos 
controles, regras, leis e princípios que devem ser seguidos, os quais 
permitirão que as empresas saibam, a todo o instante, qual a sua situação 
e o caminho que deve ser seguido. 
Dentre os vários ramos da contabilidade, destaca-se a Contabilidade 
Comercial, na qual se aplica o estudo e o controle do patrimônio das empresas 
comerciais, cuja finalidade é oferecer informações sobre sua composição e 
suas variações, além do resultado decorrente da atividade mercantil. Logo, o 
contador tem um papel fundamental, o de ser o responsável por esse controle.
O Caderno de Estudos da disciplina de Contabilidade Comercial 
foi construído com esta intenção, ou seja, proporcionar, ao(à) acadêmico(a), 
conhecimento suficiente para que este(a) possa atuar, além de contador(a), 
como um(a) consultor(a) de empresas. 
Dessa forma, apresentamos, na Unidade 1, as principais características 
e elementos de uma sociedade e o conjunto de contas necessárias para 
construir a Demonstração do Resultado do Exercício. Na Unidade 2, os 
tributos incidentes sobre as compras e vendas de produtos, mercadorias ou 
serviços, bem como, devoluções, fretes e abatimentos. E por fim, na Unidade 
3, apresentamos operações contábeis envolvendo juros e descontos, provisão 
para créditos de liquidez duvidosa e uma revisão do Caderno de Estudos de 
Contabilidade Comercial.
Então, vamos seguir em frente! Desejo, a todos vocês, ótimos estudos.
Prof. Fabio Darci Kowalski
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os 
seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que 
possuem o código QR Code, que é um código que 
permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
 SOCIEDADES COMERCIAIS ................................................................................. 1
TÓPICO 1 – SOCIEDADES COMERCIAIS .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 HORIZONTES DA ESPECIALIZAÇÃO DO CONTADOR DE ENTIDADES 
 COMERCIAIS .................................................................................................................................... 3
2.1 DEVERES LEGAIS DO CONTADOR ............................................................................... 5
3 EMPRESA COMERCIAL ................................................................................................................. 8
3.1 CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS ........................................ 10
3.2 NOME SOCIAL ......................................................................................................................... 15
3.3 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS .............................................................................. 15
4 LIVROS OBRIGATÓRIOS .............................................................................................................. 16
5 LIVROS AUXILIARES ...................................................................................................................... 20
5.1 LIVRO RAZÃO .......................................................................................................................... 21
6 LIVROS FISCAIS ............................................................................................................................... 25
7 DOCUMENTOS FISCAIS ............................................................................................................... 26
8 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED ................................................ 26
8.1 SPED CONTÁBIL ..................................................................................................................... 29
8.2 SPED FISCAL ............................................................................................................................ 29
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 31
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 35
TÓPICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ..................................... 41
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41
2 CRITÉRIOS BÁSICOS CONTÁBEIS ............................................................................................ 41
2.1 PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA .............................................................. 44
2.2 PRINCÍPIO DO CONFRONTO COM AS DESPESAS ................................................ 44
2.3 CRITÉRIOS BÁSICOSDE APRESENTAÇÃO DE ACORDO COM A LEI 
 Nº 11.638/07 ...................................................................................................................................... 46
3 EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .............................. 55
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 64
UNIDADE 2 – OPERAÇÕES ENVOLVENDO COMPRAS E VENDAS ................................... 69
TÓPICO 1 – TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS ................................ 71
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 71
VIII
2 IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – ICMS ................ 72
2.1 DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS DE ICMS - DIFA .................................................... 78
2.2 ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .............................................................................. 79
2.3 ICMS SOBRE COMPRAS E VENDAS NORMAIS ....................................................... 85
2.4 ICMS INCIDENTE SOBRE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO ............................. 93
3 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI ............................................... 97
4 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISSQN ............................... 104
5 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS E CONTRIBUIÇÃO PARA 
 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS .................................................. 108
5.1 REGIME NÃO CUMULATIVO ........................................................................................... 109
5.2 REGIME CUMULATIVO....................................................................................................... 116
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 122
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 125
TÓPICO 2 – OPERAÇÕES DIVERSAS QUE AFETAM AS COMPRAS E VENDAS DE 
 MERCADORIAS ........................................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 131
2 REGISTRO EM CONTAS DESDOBRADAS ............................................................................... 131
3 SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO E SISTEMA DE INVENTÁRIO 
 PERMANENTE................................................................................................................................... 132
4 FRETES E SEGUROS SOBRE COMPRAS ................................................................................... 137
5 ABATIMENTOS SOBRE COMPRAS ............................................................................................ 139
6 DESCONTOS INCONDICIONAIS OBTIDOS........................................................................... 140
7 DEVOLUÇÕES DE COMPRAS ...................................................................................................... 142
8 DEVOLUÇÕES DE VENDAS ......................................................................................................... 144
9 ABATIMENTOS SOBRE VENDAS ............................................................................................... 146
10 DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS ............................................................... 147
11 FRETES SOBRE VENDAS ............................................................................................................. 148
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 152
UNIDADE 3 – OPERAÇÕES DIVERSAS EM CONTABILIDADE COMERCIAL ................. 159
TÓPICO 1 – JUROS E DESCONTOS ............................................................................................. 161
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 161
2 JUROS ATIVOS, JUROS PASSIVOS, DESCONTOS OBTIDOS E DESCONTOS 
 CONCEDIDOS ................................................................................................................................... 161
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 170
TÓPICO 2 – PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA – PCLD .......... 177
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 177
2 CÁLCULO DA PCLD ........................................................................................................................ 177
3 CONTABILIZAÇÃO DA PCLD ...................................................................................................... 179
4 REVERSÃO DA PCLDA .................................................................................................................. 180
5 PCLD CONFORME O REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA.................................. 183
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 186
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 190
IX
TÓPICO 3 – INVENTÁRIO PERMANENTE .................................................................................. 193
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 193
2 SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE ............................................................................ 193
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 205
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 206
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 215
X
1
UNIDADE 1
A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS 
SOCIEDADES COMERCIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer as principais características e elementos de uma sociedade;
• identificar o conjunto de contas necessário para construir a Demonstração 
do Resultado do Exercício.
Esta unidade de estudo está dividida em dois tópicos. Em cada um deles você 
encontrará os conceitos básicos de uma sociedade e os critérios que devem 
ser seguidos na elaboração da Demonstração de Resultado do Exercício, 
além de exercícios de fixação. 
TÓPICO 1 – SOCIEDADES COMERCIAISTÓPICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SOCIEDADES COMERCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico vamos conhecer as principais características e 
elementos de uma sociedade. Veremos desde a definição de contabilidade 
comercial, a perspectiva do profissional contador nessa área, bem como as 
obrigações legais, fiscais e contábeis exigidas no decorrer das atividades.
Notaremos que, no cotidiano, não basta apenas gerarmos a informação 
em grande quantidade, é preciso trabalhar de maneira tal que essa represente 
de forma qualitativa a atual situação vivida pela sociedade, ou seja, o contador 
precisa se adequar às obrigações exigidas diariamente pelos usuários internos e 
externos da contabilidade, proporcionando, cada vez mais, a agregação de valor 
em sua informação prestada.
2 HORIZONTES DA ESPECIALIZAÇÃO DO CONTADOR DE 
ENTIDADES COMERCIAIS
A Contabilidade Comercial pode ser definida como o ramo da 
Contabilidade aplicado ao estudo e ao controle do patrimônio das empre sas 
comerciais, cuja finalidade é oferecer informações sobre sua composição e suas 
variações, além do resultado decorrente da atividade mer cantil. Logo, o contador 
tem um papel fundamental, o de ser o responsável por esse controle.
A perspectiva profissional do Contador de empresas comerciais, até pouco 
tempo atrás, era bastante modesta, seja pelo número de empresas em que este 
prestava serviços ou pela própria dimensão das entidades, que eram consideradas 
pequenas. Atualmente, cada vez mais é cobrada do contador uma posição diferente 
do que se exigia há algum tempo atrás, ou seja, o contador não está no mercado de 
trabalho apenas para fornecer informações ao fisco, calcular os impostos e enviar 
as guias de arrecadação para as empresas. O contador está assumindo a função de 
gestor, pois é ele, muitas vezes mais do que ninguém, que sabe e pode dizer para 
onde vai essa empresa, quais rumos devem ser tomados, mercados que devem ser 
analisados, produtos que devem ser vendidos e que trarão benefícios às empresas. 
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
4
Não há mais empresas grandes ou pequenas, todas são e devem ser vistas 
pelo contador como únicas, cada uma com suas peculiaridades. Todas as empresas 
querem a melhor informação possível, de preferência algo que lhes garanta sua 
presença no mercado, trazendo bons retornos sobre o capital investido. Segundo 
Iudícibus e Marion (2002, p. 28):
Com o desenvolvimento dos conglomerados em que a atividade 
de dis tribuição é um dos pontos básicos e mesmo com a ampliação 
e moderniza ção das empresas mercantis, que atuam em grandes 
mercados, às vezes ul trapassando até as fronteiras geográficas de um 
país, multiplicam-se as oportunidades para tais profissionais.
Para que o contador possa fornecer esse tipo de informação, precisará ter 
uma boa formação, ampla e flexível. Dessa forma, por exemplo, é preciso conhecer 
e interpretar informações do tipo: qual o verdadeiro custo do produto, mercadoria 
ou serviço, qual o preço de venda adequado, qual o capital de giro necessário para a 
empresa, quando e como captar recursos de terceiros ou próprios, como administrar 
a mão de obra empregada nos mais diversos departamentos, entre outras. 
ESTUDOS FU
TUROS
No decorrer do curso de Ciências Contábeis você verá e aprenderá a gerar e 
interpretar ess\as informações.
A cobrança desses conhecimentos, das empresas para os contadores, será 
sempre maior. Espera-se que não dependa da empresa, por exemplo, a iniciativa 
de buscar novos benefícios fiscais, como redução da carga tributária. Sendo 
assim, depende do contador a informação eficaz e, uma vez que há cada vez mais 
pessoas qualificadas, quem souber mais e souber repassar esse conhecimento é 
que se sairá bem no mercado de trabalho.
NOTA
Cultura, conhecimento técnico, bons relacionamentos profissionais e o mínimo 
de empatia podem ser o diferencial do contador comercial.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
5
2.1 DEVERES LEGAIS DO CONTADOR
O contador deve respeitar e seguir todas as normas exigidas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Caso contrário, poderá sofrer punições 
financeiras ou até mesmo perder seu registro como contador. O Código Civil 
aprovado pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, comenta nos artigos 1177 
e 1178, Seção III, onde trata da responsabilidade civil dos contadores, que caso o 
contabilista venha a provocar qualquer dano à empresa ou à sociedade, este será 
responsável solidariamente junto com o empresário pelos seus atos:
Art. 1177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se 
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele.
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
Art. 1178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do 
estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes 
conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou 
cópia autêntica do seu teor.
FONTE: Disponível em: <http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=codcivil2livro2tit4c3.>. 
Acesso em: 16 jan. 2011.
O contador é a pessoa responsável por todas as informações contábeis, 
ou seja, responde diretamente pela veracidade dessas informações, indiferente se 
este alegar estar ciente ou não do que ocorreu ou está ocorrendo na sociedade. É 
preciso ficar atento a todas as exigências legais, uma vez que, a partir do momento 
em que o contador assume a contabilidade da sociedade, esta então passa a ser de 
sua responsabilidade.
O Código de Ética do Profissional Contabilista – CEPC, instituído pela 
Resolução nº 803/1996 do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, define em seu 
Capítulo II, artigo 2o, os deveres do contabilista, os quais são enunciados a seguir:
I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada 
a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou 
empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
6
II - guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional 
lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos 
em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os 
Conselhos Regionais de Contabilidade;
III - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos 
serviços a seu cargo;
IV - comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento 
reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele 
que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação 
a sócios e executores;
V - inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre 
qualquer caso;
VI - renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de 
confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com 
trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos 
mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os 
motivos da renúncia;
VII - se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos 
que devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom 
desempenho das funções a serem exercidas;
VIII - manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para 
o exercício da profissão;IX - ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade 
profissional, seja propugnando por remuneração condigna, seja zelando 
por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da 
Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
FONTE: Disponível em: <http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=codetica>. Acesso em: 16 
jan. 2011.
E quanto ao desempenho de suas funções, o CEPC, em seu Capítulo II, 
artigo 3o, comenta que é vedado ao contabilista:
I - anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, 
conteúdo que resulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da 
classe, sendo sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços 
oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes;
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
7
II - assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, 
com prejuízo moral ou desprestígio para a classe;
III - auferir qualquer provento em função do exercício profissional que 
não decorra exclusivamente de sua prática lícita;
IV - assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, 
alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização;
V - exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos;
VI - manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela 
legislação pertinente;
 
 VII - valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse 
nos honorários a receber;
VIII - concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou 
destinado a fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como 
crime ou contravenção;
IX - solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem 
que saiba aplicação ilícita;
X - prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua 
responsabilidade profissional;
XI - recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, 
comprovadamente, confiadas;
 
 XII - reter abusivamente livros, papéis ou documentos, 
comprovadamente confiados à sua guarda;
XIII - aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições 
expressas em lei ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras 
de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
XIV - exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com 
finalidades ilícitas;
XV - revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador 
para acordo ou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento;
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
8
XVI - emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com 
quebra de sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho 
que tenha realizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles;
XVII - iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de 
terceiros, alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como 
fornecendo falsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;
XVIII - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos 
Regionais de Contabilidade, depois de regularmente notificado;
XIX - intitular-se com categoria profissional que não possua, na 
profissão contábil;
XX - elaborar demonstrações contábeis sem observância dos Princípios 
Fundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade;
XXI - renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer 
restrições ou imposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu 
trabalho;
XXII - publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou 
técnico do qual não tenha participado.
FONTE: Disponível em: <http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=codetica>. Acesso em: 16 
jan. 2011.
3 EMPRESA COMERCIAL
As empresas podem ser separadas em três segmentos distintos: indústria, 
comércio e/ou prestadoras de serviços. 
As indústrias em geral são responsáveis pela operação que modifique 
a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do 
produto, ou o aperfeiçoe para consumo. Nesse sentido, segundo o Regulamento 
do IPI aprovado pelo Decreto 7.212/2010, considera-se industrialização:
● Transformação: a que, exercida sobre matéria-prima ou produto 
intermediário, importe na obtenção de espécie nova.
● Beneficiamento: a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer 
forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência 
do produto. No beneficiamento não há a fabricação de um produto.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
9
● Montagem: a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que 
resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma 
classificação fiscal.
● Acondicionamento ou reacondicionamento: a que importe em alterar 
a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em 
substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine 
apenas ao transporte da mercadoria.
● Renovação ou Recondicionamento: a que, exercida sobre produto usado 
ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou 
restaure o produto para utilização. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/decreto7212_2010.htm>. 
Acesso em: 16 jan. 2010.
Já nas empresas consideradas como prestadoras de serviços não há a 
venda de algum bem ou produto, mas sim da própria prestação de serviços, ou 
seja, considera-se como prestação de serviço o resultado de um trabalho realizado 
por um indivíduo, que tem como consequência uma remuneração. Ocorre a 
circulação econômica, não de um bem material, mas sim, de capital intelectual, 
ou seja, é fornecido o trabalho e não a mercadoria.
As práticas existentes no ato do comércio possibilitam definir a Empresa 
Comercial como sendo aquela que serve de intermediária ou mediadora entre o 
produtor e o consumidor ou usuário dos bens, para obtenção de resultados positivos. 
Conforme Iudícibus e Marion (2008, p. 3), “a atividade comercial é uma 
das mais importantes, pois permite colocar à disposição dos consumidores, física 
ou economicamente delimitados, grande variedade de bens e serviços, necessários 
à satisfação das necessidades humanas”.
Obviamente que numa mesma empresa é possível encontrar vários 
segmentos reunidos, ou seja, a empresa pode ter como atividade a prestação 
de serviços, a industrialização e o comércio, dividida em atividades primárias e 
secundárias, conforme o ato constitutivo.
A empresa comercial poderá ser constituída por uma só pessoa física, no 
exercício individual do comér cio, ou por um grupo de pessoas sob a forma de 
sociedade.
Segundo Andrade (2002, p. 7), a “sociedade mercantil é a união de duas ou 
mais pessoas que celebram con trato e mutuamente se obrigam a combinar esforços, 
com o objetivo de tirar proveito dos atos de comércio praticados em comum”.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
10
A sociedade tem como início a ideia de uma ou mais pessoas físicas que no 
decorrer do tempo é colocada em prática através de uma nova pessoa, a Jurídica, 
que pode ser caracterizada pelos seguintes elementos:
• Diversidade de pessoas: duas ou mais pessoas concorrem para sua criação, 
sejam elas físicas ou jurídicas.
• Patrimônio próprio: constituído, inicialmente, por sócios, acionistas ou 
associados.
• Finalidade lucrativa: o objetivo social de toda empresa comercial é o resultado 
positivo, ou seja, a remuneração do investimento aplicado.
Assim, pode-se dizer que tudo começa de uma boa ideia, na qual, após 
várias análises sobre a viabilidade de pô-la ou não em prática, poderá então 
surgir a empresa, através de aportes de bens e direitos, tendo como finalidade a 
melhor remuneração destes do que em outra fonte de investimento.
3.1 CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A partir do momento emque a sociedade é constituída e registrada, 
assume personalidade jurí dica própria, ou seja, personalidade independente dos 
sócios. Conforme Andrade (2002), essa situação permite à empresa:
• Agir em defesa de seus próprios fins.
• Possuir seu patrimônio.
• Assumir direitos e obrigações.
• Assumir em juízo. 
A sociedade tem vida própria e capacidade de, através das pessoas 
físicas ou jurídicas que a compõem, atingir plenamente seus objetivos sociais. A 
sociedade, na maioria das vezes, é constituída por contrato, onde é identificada 
por um nome social pelo qual será reconhecida publicamente. O contrato deve 
designar, também, quem representará a sociedade nos direitos e obrigações que 
vier a ter em decorrência de suas atividades.
Uma das formas mais comuns de sociedade é a Sociedade por Cotas de 
Responsabilidade Limitada, representada pela sigla LTDA, em que o capital é 
dividido em cotas e cada quotista ou sócio entra com uma parcela do capital.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
11
As Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada ou Sociedades 
Limitadas foram reformuladas pelo Código Civil de 2002, que, de forma 
expressa, derrogou o Decreto nº 3.708/1919. A sociedade limitada é o tipo de 
sociedade na qual cada sócio responde pelo valor de sua cota, porém, todos terão 
responsabilidade solidária pela integralização do chamado capital social. 
A constituição da sociedade LTDA se dá mediante contrato escrito, 
particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará 
as informações abaixo; sendo ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto 
separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato segundo preleciona 
o disposto nos artigos 997 e 1.054 do Código Civil:
• nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos 
sócios, se jurídicas;
• denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
• capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação pecuniária;
• a quota de cada sócio no capital social e o modo de realizá-la;
• as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
• as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade e seus 
poderes e atribuições;
• a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
• se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
FONTE: Disponível em: <http://www.cartoriosaojose.com.br/infopjsoccso.htm>. Acesso em: 16 
jan.1011.
Nos 30 dias subsequentes à constituição da sociedade, deverá a mesma 
requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do 
local de sua sede, consoante determina o art. 998 do Código Civil. O pedido de 
inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato e, se algum 
sócio nele tiver sido representado por procurador, da respectiva procuração.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
12
ESTUDOS FU
TUROS
No decorrer do curso de Ciências Contábeis você verá outras formas jurídicas 
de Sociedades Mercantis, como, por exemplo, as sociedades por ações, mais conhecidas 
como Sociedades Anônimas.
O patrimônio é da sociedade, ou seja, da Pessoa Jurídica, não podendo 
ser confundido com o patrimônio de seus sócios. A partir do momento em 
que a empresa é registrada, nasce uma nova pessoa, a Pessoa Jurídica, que é 
independente do patrimônio das pessoas que a fundaram.
Para que haja quaisquer modificações na sociedade, como, por exemplo, 
alteração de capital, do quadro social, do nome social, dentre tantas, desde que 
seja legal, basta, pela vontade de seus sócios, modificar a estrutura da sociedade 
elaborando uma alteração contratual. 
Quanto à forma de tributação, a maioria das empresas comerciais, pelo 
fato de serem Microempresas – ME ou Empresas de Pequeno Porte – EPP, optam 
pelo regime tributário simplificado, denominado Simples Nacional.
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado 
e favorecido, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, a partir de 01.07.2007.
• Microempresa (ME) é a sociedade empresária, a sociedade simples e o 
empresário (individual) que, no ano calendário anterior, auferiu receita bruta 
igual ou inferior a R$ 240.000,00.
• Empresa de pequeno porte (EPP) é a sociedade empresária, a sociedade 
simples e o empresário (individual) que, no ano calendário anterior, auferiu 
receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.
NOTA
As micro e pequenas empresas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), representam: 67% do pessoal ocupado, 20% do Produto Interno Bruto 
(PIB) e 99% das empresas de comércio, indústria e serviços do país.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
13
Dentre as principais características do Simples Nacional, destacam-se:
• Ser facultativo.
• Ser irretratável para todo o ano calendário.
• Abranger os seguintes tributos: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, ICMS, ISS, 
Contribuição Previdenciária Patronal.
• Apurar e recolher os tributos abrangidos mediante documento único de 
arrecadação.
• Disponibilizar às ME e às EPP sistema eletrônico para a realização do cálculo 
do valor mensal devido.
• Apresentar declaração anual, única e simplificada, de informações 
socioeconômicas e fiscais.
• Vencer no último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao do 
período de apuração.
• Possibilitar aos Estados adotarem sublimites de EPP em função da respectiva 
participação no PIB.
FONTE: Adaptado do site: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/sobre/caracte-
risticas.asp>.Acesso em: 16 jan. 2011.
Entretanto, há outras formas de tributação em que as empresas comerciais 
podem optar, dentre as mais comuns: Lucro Presumido e Lucro Real. Nessas 
duas formas de tributação, os tributos: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, ICMS, ISS 
e Contribuição Previdenciária Patronal são calculados separadamente, ou seja, 
uma guia para cada imposto, ao contrário do que acontece no Simples Nacional, 
onde todos os impostos podem ser pagos em guia única. 
O Lucro Presumido é uma variável usada por muitos contribuintes com a 
finalidade de apurar o lucro e, por consequência, o Imposto de Renda das pessoas 
jurídicas que, partindo do total da receita bruta, encontra uma presunção de lucro, 
que na verdade á uma ficção tributária criada para simplificar o pagamento dos 
impostos de determinados contribuintes previamente selecionados.
Já o regime do Lucro Real, por ser a forma mais exata de determinação da 
base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, 
resulta, na maioria das vezes, ser mais vantajoso do que o lucro presumido, 
simplesmente pelo fato de que pelo Lucro Real é pago IRPJ e CSLL sobre o lucro 
e não sobre as receitas, como acontece no Lucro Presumido.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
14
NOTA
Atualmente, no Brasil:
• Temos cerca de 5,5 milhões de empresas com CNPJ ativo; dessas, 250 mil estão no 
Lucro Real e as restantes são Lucro Presumido e Simples Nacional.
• De cada R$ 100,00 arrecadado, R$ 84,00 são de empresas que estão no Lucro Real.
• Lucro Real (maioria empresas de grande porte) = 4% das empresas do Brasil = 84% da 
arredacação nacional.
• Lucro Presumido (maioria empresas de pequeno e médio porte) = 26% das empresas do 
Brasil = 10% da arrecadação nacional.
• Simples (micro e pequenas empresas) = 70% das empresas do Brasil = 6% da arrecadação 
nacional.
Algumas estão obrigadas a optar pelo Lucro Real, como, por exemplo: 
- bancos comerciais;
- bancos de investimentos;
- bancos de desenvolvimento;
- caixas econômicas;- sociedades de crédito;
- financiamento e investimento;
- sociedades de crédito imobiliário;
- sociedades corretoras de títulos;
- valores mobiliários e câmbio;
- distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
- empresas de arrendamento mercantil;
- cooperativas de crédito;
- empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência 
privada aberta;
- empresas que auferiram lucros, rendimentos ou ganhos de capital no exterior, 
prestação de serviços (factoring).
As empresas cujas receitas brutas no ano anterior foram superiores a 
R$ 48.000.000,00 ou a R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses de 
atividade do ano calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, estão 
obrigadas a optar pelo Lucro Real. Esse fato faz com que esta forma de tributação 
seja responsável por 84% de toda a arrecadação nacional. São poucas empresas 
(4% das empresas no Brasil), mas empresas gigantes, como, por exemplo, a 
Petrobrás S/A.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
15
NOTA
Não há como concluir, de forma generalizada, qual a melhor forma de tributação, 
pois cada empresa apresenta situações diferentes. Por isso, é obrigação do contador analisar 
a melhor alternativa, dentro da legalidade, para não onerar a empresa em sua carga tributária.
3.2 NOME SOCIAL
Obrigatoriamente, as sociedades precisam de um nome pelo qual desejam 
ficar conhecidas publicamente. De acordo com o Código Civil de 26 de dezembro de 
2002, artigo 1158, há duas classificações técnicas para dife renciar os nomes sociais:
a) Firma ou razão social: é composto pelo nome de um, de alguns, ou de to dos os 
sócios por extenso ou abreviadamente. Exemplo: Silva e Soares.
b) Denominação social: quando a empresa utiliza algum nome, sem que possa 
identificar algum sócio ou sócios, mas que indique qual a sua atividade. 
Exemplo: Imobiliária Central, Padaria dos Sonhos.
Em função da forma jurídica da sociedade mercantil, haverá casos em 
que a lei exigirá somente a razão social, a denominação social ou ambas em sua 
identificação pública. No caso das Sociedades Limitadas, vistas até o momento, 
poderão utilizar ambas: denominação ou razão social.
3.3 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
A responsabilidade do sócio com relação às dívidas sociais varia segundo 
a forma jurídica que a sociedade assumir, podendo ela ser classificada em li-
mitada ou ilimitada.
De acordo com o Código Civil de 26 de dezembro de 2002, artigo 1052, 
quando a responsabilidade é limitada, os sócios, com relação às dívidas sociais, 
respondem somente pelo valor do capital por eles subscritos, mas todos respondem 
solidariamente pela integralização do capital social. Entretanto, quando a 
responsabilidade é ilimitada, respondem também com seus bens particulares. 
Por exemplo: O Sr. Fulano e o Sr. Beltrano resolveram abrir uma empresa com 
o nome de Fulano e Beltrano Padaria Ltda. Ambos iniciaram a empresa com um 
capital de R$ 10.000,00 cada, num total de R$ 20.000,00. Se, por acaso, a empresa 
vier a ter dívidas sociais e não quitá-las, a dívida alcançará apenas o total de R$ 
20.000,00, que faz parte do capital da empresa. Entretanto, se fosse uma sociedade 
ilimitada, a dívida alcançaria, além dos R$ 20.000,00 que fazem parte do capital 
da empresa, também os bens particulares do Sr. Fulano e do Sr. Beltrano.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
16
NOTA
Conforme o artigo 1158, § 3, do Código Civil de 2002, a omissão da palavra 
“limitada” determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim 
empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
4 LIVROS OBRIGATÓRIOS
Na constituição da empresa faz-se necessário alguns livros obrigatórios, 
onde serão registradas as operações referentes às atividades da mesma. Na 
sociedade comercial há o Livro Diário, onde, como o próprio nome já diz, são 
registradas todas as operações que aconteceram no dia, em ordem cronológica, 
com individualização, clareza e caracterização do documento respectivo. 
A obrigatoriedade do Livro Diário está prevista:
a) no novo Código Civil, pela Lei nº 10.406/2002, art. 1.180;
b) no Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/1999), em seu art. 258; e
c) na Lei das S.A. (Lei nº 11.638/2007), em seus artigos 100, 176 e 177.
De acordo com o art. 258 do Regulamento do Imposto de Renda de 26 
de março de 1999, o Livro Diário poderá ser substituído por folhas numeradas 
seguidamente, quando empregadas na escrituração mecanizada, devendo o livro 
ou folhas do Diário conter termos de abertura e de encerramento, submetidos 
à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio, ou seja, onde foi 
registrado o ato constitutivo da empresa.
A autenticação é um registro (assinatura) adquirido junto ao órgão 
competente do Registro do Comércio. A autenticação é feita na primeira folha do 
Livro Diário, ou seja, no termo de abertura, fazendo com que, dessa forma, o livro 
não seja posteriormente alterado.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
17
No termo de abertura e de encerramento do Livro Diário deverá constar a 
finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de folhas, a firma 
individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou estabelecimento, 
o número e data do arquivamento dos atos constitutivos no órgão de registro do 
comércio e o número de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Os termos de abertura e encerramento serão datados e assinados pelo 
comerciante ou por seu procurador e por contabilista legalmente habilitado, ou 
seja, que tenha registro no CRC.
O novo Código Civil (Lei nº 10.406/2002), em seu art. 1.179, § 2º, dispensa 
o pequeno empresário da escrituração contábil. A legislação fiscal dispensa 
as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, assim como as 
microempresas e empresas de pequeno porte, da escrituração contábil, desde que 
mantenham escrituração em Livro Caixa e Registro de Inventário.
Apesar de essas empresas estarem dispensadas da escrituração contábil, a 
utilização do Livro Diário é essencial a todas as empresas que detêm patrimônio, 
tendo em vista que a escrituração contábil é uma ferramenta da administração 
dos negócios das empresas.
A entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e 
fatos administrativos por intermédio de processo manual, mecanizado ou eletrônico.
A escrituração será executada:
• em idioma e moeda corrente nacional;
• em forma contábil (partidas dobradas);
• em ordem cronológica de dia, mês e ano (o Livro Diário poderá ser escriturado 
por meio de partidas mensais, resumida ou sintética, com valores totais que 
não excedam a operações de um mês, desde que haja escrituração analítica 
lançada em registros auxiliares;
• com ausência de espaço em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou 
transportes para as margens;
• com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, 
em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos 
administrativos.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
18
A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significado das 
transações.
O uso de códigos e/ou abreviaturas nos históricos dos lançamentos é admitido, 
desde que permanentes e uniformes, devendo constar, em elenco identificador, do 
Livro Diário ou de registro especial revestido das formalidades extrínsecas.
No caso de ser adotada a escrituração contábil mecanizada ou eletrônica, 
os formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão 
destacados e encadernados em forma de livro.
Exemplo simples de escrituração no Livro Diário: 
A Cia. Alfenas Ltda. teve as seguintes operações no mês de setembro: 
(Neste exemplo não estão sendo reconhecidos os encargos sobre os salários e os 
tributos sobreas operações de compra e venda de mercadorias).
02-09 – Integralização de capital social no valor de $ 50.000 pelo sócio Ademar 
Bel em dinheiro, cujo depósito foi feito no Banco do Brasil em conta corrente.
04-09 – Comprou à vista, via banco, através do Cheque 001, um veículo 
marca/modelo MB 2428 no valor de $ 10.000. O veículo foi adquirido do fornecedor 
Carro Bom Ltda., através da Nota Fiscal 234.239. 
 
08-09 – Comprou à vista, via banco, através do Cheque 002, um computador 
modelo Windows XP 4600 no valor de $ 1.000. O computador foi adquirido do 
fornecedor Computel Ltda., através da Nota Fiscal 4.899.
10-09 – Compra a prazo de 10 unidades da mercadoria tipo A para 
o estoque no valor total de $ 2.000. A mercadoria foi adquirida do fornecedor 
Albatroz Ltda., através da Nota Fiscal 432.
15-09 – Venda à vista, via banco, de 6 unidades da mercadoria tipo A no 
valor total de $ 2.280. A mercadoria foi vendida ao cliente Comércio MM Ltda., 
através da Nota Fiscal 001.
20-09 – Pagamento da compra efetuada em 10-09 do fornecedor Albatroz 
Ltda. Nota Fiscal 432. O pagamento foi via banco, através do Cheque 003.
30-09 – Provisão de salários no mês no valor de $ 600,00.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
19
QUADRO 1 – EXEMPLO DE LIVRO DIÁRIO
DATA CONTA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
02/09 Capital
Integralização de capital em dinheiro do 
Sócio Ademar Bel em dinheiro, numa 
conta corrente no Banco do Brasil.
50.000
02/09 Banco do Brasil
Integralização de capital em dinheiro do 
Sócio Ademar Bel em dinheiro, numa 
conta corrente no Banco do Brasil.
50.000
04/09 Veículo
Aquisição de 01 veículo marca/modelo 
MB 2428, do fornecedor Carro Bom Ltda., 
através da Nota Fiscal 234.239 – pago pelo 
cheque 001 BB.
10.000
04/09 Banco do Brasil
Aquisição de 01 veículo marca/modelo 
MB 2428, do fornecedor Carro Bom Ltda., 
através da Nota Fiscal 234.239 – pago pelo 
cheque 001 BB.
10.000
08/09 Computador
Aquisição de 01 computador modelo 
Windows XP 4600, do fornecedor 
Computel Ltda., através da Nota Fiscal 
4.899 – pago pelo cheque 002 BB.
1.000
08/09 Banco do Brasil
Aquisição de 01 computador modelo 
Windows XP 4600, do fornecedor 
Computel Ltda., através da Nota Fiscal 
4.899 – pago pelo cheque 002 BB.
1.000
10/09 Estoque
Compra a prazo de 10 unidades da 
mercadoria tipo A, do fornecedor Albatroz 
Ltda., através da Nota Fiscal 432.
2.000
10/09 Fornecedores
Compra a prazo de 10 unidades da 
mercadoria tipo A, do fornecedor Albatroz 
Ltda., através da Nota Fiscal 432.
2.000
15/09
Receita de 
Venda
Venda à vista, via banco de 6 unidades da 
mercadoria tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota Fiscal 001.
2.280
15/09 Banco do Brasil
Venda à vista, via banco de 6 unidades da 
mercadoria tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota Fiscal 001.
2.280
15/09
Custo da 
Mercadoria 
Vendida
Venda à vista, via banco de 6 unidades da 
mercadoria tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota Fiscal 001.
1.200
15/09 Estoque
Venda à vista, via banco de 6 unidades da 
mercadoria tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota Fiscal 001.
1.200
20/09 Fornecedores
Pagamento da compra efetuada em 10-09, 
do fornecedor Albatroz Ltda. Nota Fiscal 
432 - pago pelo cheque 003 BB. 
2.000
20/09 Banco do Brasil
Pagamento da compra efetuada em 10-09, 
do fornecedor Albatroz Ltda. Nota Fiscal 
432 - pago pelo cheque 003 BB. 
2.000
30/09 Salário Provisão de salários no mês. 600
30/09 Salário a pagar Provisão de salários no mês. 600
Total 69.080 69.080
FONTE: O autor
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
20
Este é apenas um simples exemplo de escrituração, mas há outras 
informações que deveriam ser lançadas no campo histórico, como, por exemplo, 
número da conta do Banco do Brasil na qual foi lançada a integralização, melhor 
descrição da marca ou modelo dos bens etc. 
NOTA
Desde 1º de janeiro de 1992, as empresas optantes pela tributação no Lucro 
Real estão obrigadas a escriturar também o Livro Razão. Porém, para as demais empresas 
não optantes do Lucro Real, o Livro Razão é considerado apenas um livro auxiliar.
5 LIVROS AUXILIARES
Os livros auxiliares são livros facultativos, porém necessários internamente 
na empresa para melhor rapidez e exatidão nas informações. Os livros auxiliares 
mais utilizados e úteis na contabilidade são:
• Razão: um dos mais importantes livros do dia a dia contábil. Registra, 
individualmente, cada conta do Livro Diário. Utilizado para analisar a 
movimentação exclusiva de determinada conta, de forma rápida e simples, 
facilita a busca de informações. O seu for mato, assim como o Diário, pode ser 
em fichas, folha solta etc;
• Caixa: registra toda a movimentação de dinheiro da empresa. Indispensável 
para qualquer empresa, independentemente do seu tamanho;
• Livro de Contas a Pagar e Contas a Receber: utilizados para controle das 
contas a receber e a pagar da empresa.
A maioria das empresas já possui esses livros em meio eletrônico. Há 
alguns anos se notava que, principalmente, as pequenas empresas mantinham um 
controle do livro caixa e de contas a pagar e a receber em cadernetas ou cadernos, 
o que muitas vezes provocava erros no saldo do caixa, falta de cobranças, falta de 
pagamentos etc. 
As operações eletrônicas aprimoraram os controles na contabilidade 
e tendem a cada vez mais facilitar e deixar de forma mais eficiente e eficaz o 
trabalho do contador. 
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
21
5.1 LIVRO RAZÃO
O Livro Razão é uma forma individualizada de evidenciar o Livro Diário, 
uma vez que este último demonstra a movimentação diária da empresa, de todas as 
contas juntas naquele dia, porém, o primeiro evidencia cada conta separadamente, 
facilitando a conciliação de saldos e a procura por determinados valores.
Conforme o artigo 259, do Regulamento do Imposto de Renda de 1999, 
desde 1º de janeiro de 1992 tornou-se obrigatória, para as pessoas jurídicas 
tributadas com base no lucro real, a escrituração e a manutenção do Livro 
Razão ou fichas, utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subcontas, os 
lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais exigências e condições 
previstas na legislação. A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo-
se a ordem cronológica das operações.
Também de acordo com o artigo 259, do Regulamento do Imposto de Renda 
de 1999, o Livro Razão ou as respectivas fichas estão dispensados de registro ou 
autenticação em qualquer órgão. Entretanto, na escrituração deverão ser obedecidas 
as regras da legislação comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral.
A não manutenção do Livro Razão ou fichas, nas condições determinadas na 
legislação, implicará no arbitramento do lucro da pessoa jurídica (RIR/1999, art. 530, inciso VI 
e art. 259, §2º).
ATENCAO
O Livro Razão pode ser considerado como sendo o Razonete da conta 
contábil, ou seja, a individualização de todas as contas que tiveram algum 
movimento no período.
Exemplo simples de escrituração no Livro Razão: 
Com base nas informações da Cia. Alfenas Ltda., vistas anteriormente e 
escrituradas do Diário, será registrado o Livro Razão:
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
22
QUADRO 2 – LIVRO RAZÃO – BANCO DO BRASIL
Conta: BANCO DO BRASIL RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 02/09
Integralização de capital em 
dinheiro do sócio Ademar 
Bel, numa conta corrente no 
Banco do Brasil.
 50 000 D 50 000
04/09
Aquisição de 01 veículo 
marca/modelo MB 2428, 
do fornecedor Carro Bom 
Ltda., através da Nota Fiscal 
234.239 – pago pelo cheque 
001 BB.
10 000 C 40 000
08/09
Aquisição de 01computador 
modelo Windows XP 4600, 
do fornecedor Computel 
Ltda., através da Nota Fiscal 
4.899 – pago pelo cheque 
002 BB.
1 000 C 39 000
15/09
Venda à vista, via banco, de 
6 unidades da mercadoria 
tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota 
Fiscal 001.
2 280 D 41 280
20/09
Pagamento da compra 
efetuada em 10-09 do 
fornecedor Albatroz Ltda. 
Nota Fiscal 432- pago pelo 
cheque 003 BB.
2 000 C 39 280
 SALDO MÊS D 39 000
FONTE: O autor
QUADRO 3 – LIVRO RAZÃO – ESTOQUE
Conta: ESTOQUE RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 10/09
Compra a prazo de 10 
unidades da mercadoria tipo 
A, do fornecedor Albatroz 
Ltda., através da Nota Fiscal 
432.
 2 000 D 2 000
15/09
Venda à vista, via banco, de 
6 unidades da mercadoria 
tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota 
Fiscal 001.
1 200 C 800
 SALDO MÊS D 800
FONTE: O autor
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
23
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
QUADRO 4 – LIVRO RAZÃO – VEÍCULO
Conta: VEÍCULO RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 04/09
Aquisição de 01 veículo 
marca/modelo MB 2428, 
do fornecedor Carro Bom 
Ltda., através da Nota Fiscal 
234.239 – pago pelo cheque 
001 BB.
 10 000 D 10 000
 SALDO MÊS D 10 000
QUADRO 5 – LIVRO RAZÃO – COMPUTADOR
Conta: COMPUTADOR RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 08/09
Aquisição de 01 computador 
modelo Windows XP 4600, 
do fornecedor Computel 
Ltda., através da Nota Fiscal 
4.899 – pago pelo cheque 
002 BB.
 1 000 D 1 000
 SALDO MÊS D 1 000
QUADRO 6 – LIVRO RAZÃO – FORNECEDOR
Conta: FORNECEDOR RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 10/09
Compra a prazo de 10 
unidades da mercadoria tipo 
A, do fornecedor Albatroz 
Ltda., através da Nota Fiscal 
432.
 2 000 C 2 000
 20/09
Pagamento da compra 
efetuada em 10-09, do 
fornecedor Albatroz Ltda. 
Nota Fiscal 432- pago pelo 
cheque 003 BB.
 2 000 D 0 000
 SALDO MÊS 0 000
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
24
QUADRO 7 – LIVRO RAZÃO – SALÁRIOS A PAGAR
Conta: SALÁRIOS A PAGAR RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 30/09 Provisão de salários no mês 600 C 600
 SALDO MÊS C 600
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
QUADRO 8 – LIVRO RAZÃO – CAPITAL
Conta: CAPITAL RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 02/09
Integralização de capital em 
dinheiro do sócio Ademar 
Bel numa conta corrente no 
Banco do Brasil.
 50 000 C 50 000
 SALDO MÊS C 50 000
QUADRO 9 – LIVRO RAZÃO – RECEITA DE VENDA
QUADRO 10 – LIVRO RAZÃO – CUSTO DA MERCADORIA
Conta: RECEITA DE VENDA RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 15/09
Venda à vista, via banco, de 
6 unidades da mercadoria 
tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota 
Fiscal 001.
 2 280 C 2 280
 SALDO MÊS C 2 280
Conta: CUSTO DA MERCADORIA 
VENDIDA RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 15/09
Venda à vista, via banco, de 
6 unidades da mercadoria 
tipo A, ao cliente Comércio 
MM Ltda., através da Nota 
Fiscal 001.
 1 200 D 1 200
 SALDO MÊS D 1 200
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
25
FONTE: O autor
QUADRO 11 – LIVRO RAZÃO – SALÁRIOS
Conta: SALÁRIOS RAZÃO
Código Ano 
Data Histórico Débito Crédito D/C Saldo
 SALDO ANTERIOR 0 00 
 15/09 Provisão de salários no mês 600 D 600
 SALDO MÊS D 600
Este também é apenas um simples exemplo de escrituração. 
Automaticamente, as outras informações que deveriam ser lançadas no campo 
histórico apareceriam também no Livro Razão. Nota-se que aparece a palavra 
código nas fichas do Livro Razão. Este código será o número da conta que aparece 
no plano de contas do sistema contábil. 
Perceba que o Livro Razão é escriturado seguindo a ordem do plano de contas, 
ou seja, primeiro as contas do ativo, depois passivo e em seguida as de resultado.
6 LIVROS FISCAIS
São os livros exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. Dentre 
os mais importantes destacam-se:
• Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR (apura o lucro tributá vel base para 
cálculo do Imposto de Renda);
• Livro de Apuração do IPI: utilizado pelos estabelecimentos industriais 
e equiparados a industrial, para controle do Imposto sobre Produtos 
Industrializados;
• Registro de Entrada de Mercadorias: utilizado para registro de todas as 
entradas de produtos ou mercadorias;
• Registro de Saída de Mercadorias: utilizado para registro de todas as saídas 
de produtos ou mercadorias;
• Livro de Apuração do ICMS: utilizado para registro de todas as entradas 
e saídas de produtos ou mercadorias, independente se houver ou não a 
tributação do ICMS;
• Livro de Inventário: utilizado pelos estabelecimentos que mantiverem 
estoques, prontos ou em elaboração;
• Livro Registro de Apuração do ISSQN: utilizado para escriturar as prestações 
de serviços da empresa e o respectivo imposto devido sobre essas;
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
26
• Registro de Impressão de Documentos Fiscais: utilizado pelos estabelecimentos 
que confeccionarem documentos fiscais, para o uso próprio ou para terceiros;
• Registro de Empregados: utilizado em todas as atividades, para registrar 
informações acerca dos funcionários e sua movimentação. Poderá ser feito 
através de livros, fichas ou sistema eletrônico.
7 DOCUMENTOS FISCAIS
Há vários tipos de documentos fiscais a serem emitidos, dentre os principais 
destacam-se:
a) Nota Fiscal - modelo 1
b) Nota Fiscal de Produtor - modelo 4
c) Nota Fiscal Avulsa
d) Nota Fiscal Conta de Energia - modelo 6
e) Nota Fiscal de Venda a Consumidor - modelo 2 série D
f) Cupom Fiscal
g) Nota Fiscal Eletrônica - modelo 55
h) Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas - modelo 8
i) Nota Fiscal de Serviço de Comunicação - modelo 21
j) Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicação - modelo 22
Porém, nas empresas comerciais, o documento fiscal mais comum a ser 
utilizado nas saídas, mais comumente as vendas, é a Nota Fiscal, modelo 1, a Nota 
Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2 série D, o Cupom Fiscal e a Nota Fiscal 
Eletrônica, modelo 55, as quais são utilizadas na comercialização de mercadorias.
Já nas entradas, mais comumente as compras, a empresa poderá receber 
qualquer tipo de documento, dependendo de sua operacionalidade.
8 SISTEMA PÚBILICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED
Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o projeto do 
Sistema Público de Escrituração Digital - SPED faz parte do Programa de 
Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e, conforme 
a Receita Federal do Brasil – RFB (2011), constitui-se em mais um avanço na 
informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.
De acordo com a RFB (2011), o SPED consiste na modernização da 
sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos 
contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-
se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, 
garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
27
Dentre as principaiscaracterísticas do SPED destaca-se que:
• É composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital, 
Escrituração Fiscal Digital e a NF- e - Ambiente Nacional.
• Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três 
esferas governamentais: federal, estadual e municipal.
• Possibilita, com as parcerias fisco-empresa, planejamento e identificação de 
soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às 
exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias.
• Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos meios 
de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação 
tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses 
instrumentos maior grau de legitimidade social.
• Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua, 
com reflexos positivos para toda a sociedade.
O SPED tem como objetivos, entre outros:
• Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e 
compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as 
restrições legais.
• Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, 
com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações 
acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores.
• Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do 
controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização 
mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.
FONTE: Disponível em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/objetivos.htm>. 
Acesso em: 16 jan. 2011.
Quanto aos principais benefícios do SPED (Sistema Público de Escrituração 
Digital), destacam-se:
• Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de 
documentos em papel e até mesmo a eliminação do papel.
• Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações 
acessórias.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
28
• Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas 
unidades federadas.
• Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas.
• Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas 
instalações do contribuinte.
• Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da 
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito 
entre unidades da federação).
• Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de 
informações entre as administrações tributárias.
• Rapidez no acesso às informações.
• Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos 
para coleta dos arquivos.
• Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a 
partir de um leiaute padrão.
• Redução de custos administrativos; melhoria da qualidade da informação.
• Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais.
• Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos 
distintos e concomitantes.
• Redução do “Custo Brasil”.
• Aperfeiçoamento do combate à sonegação.
• Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
FONTE: Adaptado do site: <http://www.fiscosoft.com.br/a/4idu/sistema-publico-de-escritura-
cao-digital-sped-glauce-vianna>. Acesso em: 16 jan. 2011.
A facilidade de acesso à escrituração, ainda que não disponível em tempo 
real, amplia as possibilidades de seleção de contribuintes e, quando da realização 
de auditorias, gera expressiva redução no tempo de sua execução.
A maioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de informática 
para efetuar tanto a escrituração fiscal como a contábil. As imagens em papel 
simplesmente reproduzem as informações oriundas do meio eletrônico.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
29
8.1 SPED CONTÁBIL
O SPED contábil também é conhecido pela sigla ECD – Escrituração 
Contábil Digital. De acordo com a RFB (2011), é a substituição da escrituração 
em papel pela Escrituração Contábil Digital - ECD, também chamada de SPED-
Contábil. Trata-se da obrigação de transmitir em versão digital os seguintes livros:
 
I - Livro Diário e seus auxiliares, se houver; 
II - Livro Razão e seus auxiliares, se houver; 
III - Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias 
dos assentamentos neles transcritos. 
FONTE: Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2007/in7872007.htm>.
Acesso em: 16 jan. 2011.
Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007, 
estão obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir 
de 1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento 
econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 
de novembro de 2007, e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no 
Lucro Real (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março 
de 2009); em relação aos fatos contábeis desde 1º de janeiro de 2009, as demais 
sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no 
Lucro Real. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março 
de 2009). Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa. 
As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte 
optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.
8.2 SPED FISCAL
O SPED fiscal também é conhecido pela sigla EFD – Escrituração Fiscal 
Digital. De acordo com a RFB (2011), a Escrituração Fiscal Digital - EFD é um 
arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos 
fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e 
da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de 
impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. 
Dentro da EFD já está em andamento o Projeto Nota Fiscal Eletrônica 
(NF- e), o qual está sendo desenvolvido, de forma integrada, pelas Secretarias 
de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, desde a assinatura do 
Protocolo ENAT 03/2005, de 27/08/2005, que atribui ao Encontro Nacional de 
Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação 
e a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto NF- e.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
30
De forma geral, o SPED fiscal já vem sendo utilizado por várias empresas 
desde o ano de 2005 e, segundo a RFB (2011), a tendência é que todas as empresas 
venham a adotar essa sistemática eletrônica.
DICAS
Maiores informações sobre o SPED podem ser obtidas no site da Receita Federal 
do Brasil em:<http://www.receita.gov.br.>. Neste site você poderá verificar quais empresas 
estão obrigadas a utilizar o SPED e a partir de que período.
ESTUDOS FU
TUROS
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conteúdos, sugerimos a leitura 
complementar do texto a seguir, do livro Contabilidade Comercial, de autoria de Eurídice 
Mamede de Andrade (2002, p. 16-18). A partir dele teremos condições de compreender que 
a função do contador já não é apenas a escrituração, mas também, a consultoria.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
31
LEITURA COMPLEMENTAR
Eurídice Mamede de Andrade
Antes da constituição da sociedade, o profissional da área contábil é 
comumente chamado a opinar sobre os diversos aspectos dos novos negócios ou 
sobre as necessárias alterações dos já existentes.
Durante a entrevista inicial com o empreendedor é necessário averiguar 
alguns aspectos fundamentais para o início e o sucesso do empreendimento, ou seja:
1) Oportunidade
2) Projeto
3) Recursos
4) Capacidade
Para tornar viável a prestação de um bom serviço é necessário que ocon sultor mantenha-se sempre informado, ou seja, adquira cultura geral inces-
santemente e, antes da entrevista, informe-se sobre as características particu-
lares daquele negócio, através de contato com as associações de classe, revis tas 
especializadas etc.
No quesito “oportunidade” é fundamental avaliar se o momento é 
oportuno para o início da atividade proposta. Questões relacionadas com o 
mercado consumidor, o momento econômico, condições climáticas, cultura 
socioeconômica da região, à sazonalidade, dentre outras, devem ser avaliadas em 
conjunto com o empreendedor.
O projeto do futuro empresário, em geral, não está formalizado. Normal-
mente, encontra-se apenas em sua ideia, sem nenhuma anotação em papel ou 
meio magnético. A formalização do projeto é fundamental para um início pro-
missor. O projeto nada mais é do que um plano, um estudo, com desenho e 
descrição de qualquer coisa que se deseja realizar. Pode configurar-se, também, 
como o conjunto de medidas que se devem tomar para realizar alguma coisa.
Ao discriminar, no papel, o tipo, as dimensões, a estrutura física, o nível de 
estoques, a quantidade de empregados, os móveis, os utensílios, as máquinas, os 
equipamentos, dentre outros itens necessários ao início e à manutenção das atividades, 
o empreendedor terá uma visão geral do negócio que preten de realizar; terá, ainda, a 
oportunidade de visualizar falhas ou pontos fracos do próprio projeto. Nesta fase, o 
consultor deverá auxiliar na elaboração ou reformulação do projeto inicial, de modo 
a viabilizar a implantação do negó cio, no menor prazo e custo possíveis.
UNIDADE 1 | A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
32
Uma vez aprovado o projeto, será necessário identificar as fontes de re-
cursos para realizá-lo. Normalmente, a fase de alocação de recursos é paralela 
à fase de ajuste e reformulação do projeto, ou seja, o projeto se submeterá aos 
recursos disponíveis e estes devem ser aplicados de forma a oferecer o melhor 
retorno possível.
Nessa avaliação devem estar incluídos não só os recursos financeiros 
próprios ou de terceiros, como os recursos humanos e os recursos materiais. Com 
esta finalidade, convém avaliar a disponibilidade de:
• Recursos financeiros próprios - se suficientes para montar e manter o negócio 
durante seu prazo de maturação, ou seja, período necessário para atingir e 
ultrapassar o ponto de equilíbrio.
• Linha de crédito liberada para utilização imediata, com amortização prevista 
no médio prazo.
• Recursos humanos residentes próximos ao local do estabelecimento - seu 
nível de conhecimentos e habilidades, se algum treinamento será preciso, e 
apreciação de outras alternativas.
• Recursos materiais para aquisição ou necessidade de encomendas prévias; 
possibilidade de escassez devido à conjuntura econômica e social ou situação 
climática iminentes.
Por último, porém tão importante quanto as demais, deve-se avaliar a 
questão da capacidade pessoal dos sócios para gerenciar o negócio. Pelo me nos um 
deles deve possuir conhecimentos indispensáveis sobre o ramo de atividade que vão 
operar. Não basta apenas que o conheça superficialmente. A operacionalidade do 
processo poderá fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso do empreendimento. 
Deve-se conhecer todo o giro do negócio, des de as particularidades até as 
generalidades. Alguns itens devem fazer parte desses conhecimentos, não apenas 
teóricos, mas também colhidos na prática; dentre outros, a saber:
• Principais fornecedores e suas condições de vendas.
• Processamento do material, principais problemas e suas soluções.
• Alternativas de produção, terceirização, importação.
• Rede de distribuição, logística.
• Hábitos, localização, perfil dos clientes.
• Fatia do mercado que pretende alcançar.
• Principais concorrentes.
TÓPICO 1 | SOCIEDADES COMERCIAIS
33
• Associações de classe.
• Condições gerais do mercado.
FONTE: Adaptado de: ANDRADE, Eurídice Mamede de. Contabilidade comercial: teoria e prática. 
Rio de Janeiro: Campus, 2002.
Em resumo, o contador deve averiguar, junto ao empreen dedor, suas reais 
condições de desenvolver o projeto com a eficiência e eficá cia, que poderão fazer 
dele um referencial no mercado em que operará. Para que isso ocorra, o contador 
precisa estar atento ao mercado de trabalho e às necessidades do empreendedor, 
buscar fontes de informações confiáveis e participar de cursos de educação 
continuada, eventos, palestras etc. constantemente, uma vez que a legislação 
brasileira e o próprio mercado globalizado mudam rapidamente. 
NOTA
Sempre quando formos prestar quaisquer serviços de consultoria, temos 
que estar profundamente atualizados. Em função disso, o profissional contábil jamais 
para de estudar, uma vez que sempre haverá novas empresas, novas atividades e clientes 
necessitando de informações fidedignas, as quais, nós, contadores, temos como fornecer.
34
Neste tópico vimos a definição de contabilidade comercial e a posição 
que um contador deve tomar frente às atividades exigidas diariamente em seu 
trabalho. Observamos também que a contabilidade comercial está amarrada a 
várias obrigações, sejam elas fiscais, contábeis ou administrativas, mas todas com 
suas características que devem ser seguidas. Percebemos que o contador, a partir 
de agora, deve ser muito mais do que um simples prestador de serviços, o qual 
está ali para cumprir as obrigações junto ao fisco, ou seja, ele deverá ser a pessoa 
que dará pontos norteadores capazes de direcionar as empresas para a melhor 
tomada de decisão.
RESUMO DO TÓPICO 1
35
1 Qual função o contador de empresas comerciais vem assumindo? Por quê?
2 Complete a seguinte sentença:
 As práticas existentes no ato do comércio possibilitam definir a Empresa 
Comercial como sendo aquela que serve de _______________________ou 
_____________________ entre o produtor e o consumidor, ou usuário dos 
bens, para obtenção de resultados positivos. 
3 Explique esta afirmação: 
 A parir do momento em que a sociedade é constituída e registrada, assume 
personalidade jurí dica própria, ou seja, personalidade independente dos 
sócios.
4 Complete a seguinte sentença:
 Nas sociedades comerciais, o Livro obrigatório é o _____________. Porém, 
tão importante quanto ele é o Livro _________________, uma vez que:____
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
5 O Código de Ética do Profissional Contabilista – CEPC define como o 
contabilista deve se portar frente ao mercado de trabalho. Quando o 
contabilista deseja opinar sobre determinado caso, o que o CEPC enuncia 
sobre esta situação? Por quê?
6 Cite os principais diferenciais entre uma empresa que seja considerada 
prestadora de serviços, comércio e indústria.
7 Qual a diferença entre uma Microempresa (ME) e uma Empresa de Pequeno 
Porte (EPP)?
8 Quais as três principais formas de tributação existentes hoje no mercado?
9 Qual o livro contábil que pode ser considerado como o Razonete da conta 
contábil? Por quê?
10 Qual a diferença entre SPED Fiscal e SPED Contábil?
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 10
Assista ao vídeo de
resolução da questão 6
36
11 Com base nas informações a seguir, escriture o Livro Diário, em seguida o 
Livro Razão:
A Cia. Camargo Ltda. teve as seguintes operações no mês de setembro:
 
02-09 – Integralização de capital social no valor de $ 60.000 pelo sócio João 
Matos em dinheiro, cujo depósito foi feito no Banco do Brasil em conta corrente.
04-09 – Comprou à vista, via banco, através do Cheque 001, um veículo marca/
modelo VW 160, no valor de $ 16.000. O veículo foi adquirido do fornecedor 
FeedCar Ltda., através da Nota Fiscal

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