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Livro Eletrônico Aula 00 (Profs. Gabriel e Luciano) Direito Tributário p/ CLDF (Consultor Técnico Legislativo - Contador) Professores: Ali Mohamad Jaha, Fábio Dutra, Gabriel Rabelo, Luciano Rosa, Wagner Damazio 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 118 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 2 COMO FUNCIONARÁ O CURSO? ........................................................................................................... 3 COMEÇANDO .................................................................................................................................. 5 1. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA. ........................................................................................................ 5 1.1. IMPOSTOS, TAXAS E TRIBUTOS. ..................................................................................................... 5 1.1.1 - IMPOSTOS .............................................................................................................................. 6 1.1.2. TAXAS .................................................................................................................................... 7 1.2. CONTABILIZAÇÃO ...................................................................................................................... 8 2. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA .............................................................................................. 9 2.1. LUCRO PRESUMIDO................................................................................................................ 9 2.2 – LUCRO ARBITRADO ................................................................................................................. 12 2.3. LUCRO REAL ............................................................................................................................ 15 2.4. TRATAMENTO DO PREJUÍZO ACUMULADO ..................................................................................... 21 2.5 - LEI 12.973/14 - ATUALIZAÇÃO ...................................................................................................... 23 3. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ......................................................................... 26 4. PIS/PASEP E COFINS - REGIME CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO. ................................................... 27 5. IMPOSTOS RECUPERÁVEIS ........................................................................................................ 30 IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ........................................................................... 30 ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS ...................................................... 31 PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL ......................................................................................... 31 COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................ 31 6. IMPOSTOS “POR DENTRO” E “POR FORA”. ..................................................................................... 31 6.1. COMPRA DE MATÉRIA PRIMA ................................................................................................. 34 6.2. COMPRA DE ATIVO IMOBILIZADO ........................................................................................... 35 6.3. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL (AQUISIÇÃO DE INDÚSTRIA) .......................... 38 6.4. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL (AQUISIÇÃO DE EMPRESA COMERCIAL) ........... 39 7. VALOR DA FOLHA DE PAGAMENTOS ........................................................................................... 40 7.1. ENCARGOS SOCIAIS ............................................................................................................. 40 7.2. PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS ................................................................................. 41 7.3. PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE 13º SALÁRIO .......................................................................... 42 7.4. SALÁRIO MÍNIMO E VALE TRANSPORTE ................................................................................... 43 8. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS ...................................................................................................... 44 8.1. CADASTRO NACIONAL DAS PESSOAS JURÍDICAS ........................................................................ 44 8.2. DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS .................................................. 46 8.3. DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS (DACON) ........................................ 48 8.4. DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE – DIRF .................................................. 48 8.5. PER/DCOMP - PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO, RESSARCIMENTO OU REEMBOLSO E DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO ........................................................................................................................ 48 8.6. CONCEITOS SOBRE SPED CONTÁBIL ........................................................................................ 48 9. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL ........................................................................................... 52 10. LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS ...................................................................................................... 53 10.1 LIVRO DIÁRIO ......................................................................................................................... 53 10.2 LIVRO RAZÃO .......................................................................................................................... 55 10.3 LIVRO CAIXA .......................................................................................................................... 55 10.4 LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO E ENTRADA E SAÍDA DE MERCADORIAS .......................................... 56 10.5 LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS ............................................................... 56 11 - PROVISÕES: DEVEDORES DUVIDOSOS, CONTINGÊNCIAS PASSIVAS. .................................................... 56 11.1 - PROVISÃO E OUTROS PASSIVOS ................................................................................................. 58 11.2 - REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA ..................................................................................... 62 11.3 - PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (PDD) ........................................................................... 64 11.4 - CONTINGÊNCIAS PASSIVAS ...................................................................................................... 69 12. QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................... 72 13. QUESTÕES DESTA AULA ........................................................................................................... 105 14. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................. 118 AULA 00: NOCࡤOひES BAばSICAS SOBRE TRIBUTOS, IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUICࡤOひES 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 118 APRESENTAÇÃO Olá, meus amigos. Como estão? Sejam bem-vindos ao Estratégia Concursos, simplesmente o melhor curso preparatório para concursos deste país! É com grande satisfação que estamos aquipara ministrar para vocês o curso de Noções Tributárias e Contabilidade Fiscal para Consultor Técnico Legislativo (Contador) da Câmara Legislativa do Distrito Federal! Este é um curso feito a muitas mãos, portanto, cada professor se apresentará no momento oportuno. Vamos começar pelos professores que ministrarão a aula 00! Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no site do Estratégia. Autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial – FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo – ESAF, este último em co-autoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados pela Editora Método. Meu nome é Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, e professor de contabilidade para concursos no site do Estratégia. Lançamos juntos, pela Editora Método, o livro Contabilidade Avançada Facilitada para Concursos – Teoria e questões e mais de 200 questões comentadas. Este livro é baseado nos Pronunciamentos Contábeis emanados do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e está disponível para venda no site da editora e nas diversas livrarias. Contaremos também neste curso com o apoio do professor Julio Cardozo, Auditor Fiscal da Receita Estadual do Estado do Espírito Santo. O fórum de dúvida deste curso e os mapas mentais estarão, principalmente, a cargo dele. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 118 COMO FUNCIONARÁ O CURSO? O edital foi publicado na data de 21 de agosto de 2017. O concurso será realizado pela FCC e destina-se ao provimento do quantitativo de 04 cargos para Consultor Técnico Legislativo – Contador! As provas serão realizadas em 10 de dezembro de 2017. A remuneração inicial monta a R$ 16.000,00 (no edital). Pois bem, teremos aqui um curso de Direito Tributário + Contabilidade Tributária + Direito Previdenciário + Legislação do ISS. Sim, tudo isso está compreendido no edital sob a seguinte roupagem: Noções Tributárias e Contabilidade Fiscal: Noções básicas sobre tributos, impostos, taxas e contribuições. Obrigações principais e acessórias. Retenções na fonte. Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Programa de Integração Social (PIS). Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Imposto Sobre Serviços (ISS). Contribuição previdenciária (INSS). Apuração tributária pelo método do Lucro Real. Legislação Aplicada e suas atualizações: Decreto nº 3.000/1999 (RIR), Lei nº 9.718/1998, Lei nº 10.833/2003, Lei nº 10.637/2002, Instrução normativa da Receita Federal do Brasil nº 1700/2017, Instrução normativa da Receita Federal do Brasil nº 971/2009, Instrução normativa da Receita Federal do Brasil nº 459/2004, Lei Complementar nº 116/2003 e Decreto Distrital nº 25.508/2005. As nossas aulas serão assim divididas: 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 118 Neste curso, contaremos também com a participação dos seguintes professores: - Fábio Dutra, Auditor Fiscal da Receita Federal e professor de Direito Tributário (Aulas 1, 2 e 3). - Ali Jaha, Auditor Fiscal da Receita Federal e professor de Direito Previdenciário (Aula 4). - Wagner Damazio, Auditor Fiscal da Prefeitura de São Paulo e professor de Legislação Tributária (Aula 5). É isso, pessoal! Esperamos encontrar vocês nos próximos encontros. Quaisquer dúvidas: Temos o destino que merecemos! O nosso destino está de acordo com os nossos méritos! (Albert Einsten) 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 118 COMEÇANDO O tema desta aula é muito amplo. Assim, procuramos cobrir a maior parte dos assuntos que podem cair sob o aspecto contábil tributário! O Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão de 15.03.2017, decidiu que o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não integra a base de cálculo do PIS e da Cofins, no Recurso Extraordinário 574.706, com repercussão geral reconhecida. Nesta aula, mostramos os dois cálculos. Normalmente, demora um tempo até que as “novidades” comecem a ser cobrada pelas bancas. O plantão de dúvidas do site Estratégia Concursos está funcionando a pleno vapor. Vamos utilizá-lo! Como todos aqui são formados em Contabilidade e estão estudando para um concurso de altíssimo gabarito, pressupomos que vocês já têm uma boa noção de Contabilidade Geral, o que facilitará o entendimento da matéria aqui posta. Forte abraço! Gabriel Rabelo/Luciano Rosa. 1. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA. 1.1. IMPOSTOS, TAXAS E TRIBUTOS. Conforme o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN): Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Podemos dividir essa definição em suas partes principais: 1) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória”: o tributo é compulsório, ou seja, é obrigatório. Uma vez realizado o seu fato gerador, o contribuinte tem a obrigação de recolhê-lo. 2) “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”: o tributo deve ser quantificado em dinheiro (moeda). 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 118 3) “que não constitua sanção de ato ilícito”: o tributo não é uma penalidade a um ato ilícito. Assim, multa de trânsito não é tributo. É penalidade a um ato ilícito (cometer alguma infração de trânsito). Mas o IPVA (Imposto de Propriedade sobre Veículos Automotores) é um tributo, que deve ser pago pelos proprietários de veículos. Não há, nesse caso, nenhum ato ilícito. O contribuinte compra um carro e deve, todo ano, pagar o IPVA. 4) “instituída em lei”: os tributos só podem ser cobrados baseados em lei anterior que os defina. Essa lei é o Código Tributário Nacional. Mas é importante lembrar que o governo não pode cobrar tributo que não esteja previsto em lei. 5) “e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”: atividade vinculada é aquela que só pode ser realizada conforme prevê a legislação. Assim, a legislação define a forma como os impostos serão cobrados. Vamos continuar. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN): Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Assim, Tributo é gênero do qual são espécies os Impostos, as Taxas e as Contribuições de Melhoria. Vejamos a definição de cada espécie de tributo: 1.1.1 - IMPOSTOS Conforme o CTN, Art. 16: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” Os principais Impostos são: Da União: Impostos sobre a Importação (II) Imposto sobre a Exportação (IE) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) Dos Estados: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores(IPVA) Dos Municípios: Impostos Sobre Serviços (ISS) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 118 Observação: há outros impostos. Esses são apenas os mais importantes para a contabilidade. 1.1.2. TAXAS Conforme o Código Tributário Nacional (CTN): Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. A taxa envolve uma contraprestação por parte do governo. Ou seja, o exercício do poder de polícia ou a prestação de serviço público pode resultar numa taxa. Exemplos: Taxa de limpeza urbana (taxa do lixo), taxa para licenciamento de veículos, taxa de luz, e várias outras. É importante gravar: Impostos: são cobrados sem nenhum fim específico e sem envolver uma contraprestação. Taxas: são cobradas em função do exercício regular do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviço público. Tem contraprestação. É importante ressaltar que “Poder de Polícia” envolve a regulamentação e fiscalização das atividades realizadas em sociedade. Conforme o CTN: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Por exemplo, qualquer pessoa pode abrir uma boate (casa de diversão). Mas o poder público define alguns parâmetros, como o local em que pode funcionar uma casa de espetáculos, a área mínima, horário de funcionamento, a utilização máxima em função da área, saídas de emergência, enfim, quais as condições mínimas para o funcionamento. Da mesma forma, qualquer pessoa pode construir um prédio para vender apartamentos. Mas o Poder Público define as normas para a construção (altura permitida, normas de segurança, tipo de imóvel, se residencial ou comercial). 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 118 Essa regulamentação e fiscalização compreende o Poder de Polícia. Bem, vamos mencionar rapidamente a contribuição de melhoria: Contribuição de Melhoria: Definida pelo CTN conforme abaixo: Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Vamos supor que determinado município asfalte uma rua. As casas dessa rua terão valorização, em função da obra realizada pelo município. Assim, poderá ser cobrada a Contribuição de Melhoria dos proprietários das residências que foram beneficiadas. Devemos mencionar ainda as Contribuições Sociais. Diferem dos impostos, pois são arrecadadas com um fim específico. Exemplo: PIS (Programa de Integração Social, destinado a complementar a renda dos trabalhadores) e o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Essa pequena introdução aos tributos foi realizada apenas para situar a matéria. Maiores detalhes podem ser estudados em Direito Tributário. 1.2. CONTABILIZAÇÃO Os impostos e contribuições sociais incidentes sobre as vendas (IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS) são contabilizados como Dedução da Receita. Os demais impostos e taxas são contabilizados como Despesa. Na Demonstração do Resultado do Exercício, aparece assim: Faturamento bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento) (-) IPI sobre faturamento bruto Vendas brutas/Receita bruta de vendas/Receita operacional bruta (-) Deduções da receita bruta Impostos e contribuições sobre vendas e serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS) Outras Deduções Vendas líquidas/Receita líquida de vendas/Receita operacional líquida (-) Custo da mercadoria vendida Lucro bruto/Resultado operacional bruto/Resultado com mercadorias (-) Despesas operacionais Impostos, taxas e contribuições 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 118 Demais despesas operacionais ETC... Vejamos, agora, o Imposto de Renda: 2. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é tributo instituído pela União, no exercício da competência regular que lhe confere a Constituição Federal (CF, art. 153, III). As pessoas jurídicas estão sujeitas a um dos seguintes regimes jurídicos para apuração do imposto de renda: a) lucro presumido; b) lucro arbitrado; c) lucro real. 2.1. LUCRO PRESUMIDO O lucro presumido pode ser utilizado pelos contribuintes cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões, no ano calendário anterior, ou R$ 6,5 milhões por mês se ano calendário tiver menos de 12 meses. A receita bruta total, para efeito do lucro presumido, é a receita bruta de vendas somada aos ganhos de capital e às demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade. Receita bruta total = receita bruta vendas + ganhos de capital + demais receitas. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime de caixa ou de competência. No lucro presumido o imposto é calculado trimestralmente. Para achar a base de cálculo, basta que saibamos achá-la por presunção (resultado da receita bruta total x alíquota da presunção). Uma vez encontrada, procede-se à apuração pela multiplicação com a respectiva alíquota. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 118 Atividade Alíquota Indústria e comércio em geral 8% Serviços em geral 32% Serviços hospitalares e de transportes de cargas 8% Demais serviços de transportes 16% Revenda de combustíveis para consumo 1,6% A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento). O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro presumido que exceder ao valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) em cada trimestre. Ou seja: 15% de alíquota normal. O que exceder $20.000 por mês (ou $60.000, no caso de apuração trimestral) terá tributação adicional de 10%. Uma questão sobre o assunto: (CESGRANRIO/Termoaçu/Contador Jr./2008) Uma empresa comercial tributadapelo lucro presumido apresentou as seguintes receitas ao final do 1o trimestre de 2007: • Vendas de mercadorias R$ 1.500.000,00 • ICMS sobre vendas R$ 180.000,00 • Ganho na venda de Imobilizado R$ 1.000,00 Informações adicionais para calcular o imposto de renda • O percentual de presunção na venda de mercadorias é de 8% no Imposto de Renda. • Empresa não possui escrituração contábil regular, utilizando apenas o livro caixa. • O ganho na venda de Imobilizado refere-se à venda de um veículo adquirido em abril de 2004 por R$ 18.000,00 e vendido por R$ 19.000,00 em março de 2007. • Utilizar a alíquota vigente para o imposto de renda, que é de 15%, além do adicional de 10% determinado pela legislação tributária. Considerando a legislação tributária, os números da empresa e as informações prestadas, o imposto de renda devido no 1o trimestre de 2007, em reais, monta a (A) 20.650,00 (B) 23.350,00 (C) 24.250,00 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 118 (D) 26.950,00 (E) 32.950,00 Resolução: Cálculo do IR presumido: Receita bruta x 8% = 1.500.000 x 0,08 = 120.000 Ganho de capital Valor compra 18.000 (–) Depreciação acumulada (10.800) ( (18000 / 60) x 36 ) Valor contábil 7.200 Valor venda 19000 (-) Valor contábil (7.200) Ganho de capital 11.800 Base de cálculo ( 120.000 + 11.800) = 131.800 Cálculo do imposto ( 131.800 * 15%) 19.770,00 Cálculo do adicional (( 131.800-60.000) * 10%) = 7.180,00 Total do imposto 26.950,00 Gabarito D. Uma dúvida nesta questão refere-se ao fato de não ser utilizado 1000 como ganho de capital, não é ? Bem, deve ser usada a depreciação acumulada para calcular o ganho de capital, mesmo que a empresa não tenha escrituração contábil regular. Leia abaixo: “Art. 521, parágrafo 1o. O ganho de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de aplicações em ouro não tributadas como renda variável corresponderá à diferença positiva verificada entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil.” “Nota 1553 – Determinação do ganho de capital – O ganho de capital de que trata este parágrafo corresponde à diferença positiva verificada, no mês, entre o valor da alienação e o respectivo custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada, ainda que a empresa não mantenha escrituração contábil ( DIPJ/2005, Considerações Adicionais, subitem 18.2.6.3.1) “ Conforme “ Regulamento do Imposto de Renda 2005”, de Alberto Tebechrani e outros, pg. 1402. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 118 2.2 – LUCRO ARBITRADO O lucro arbitrado é lançado de ofício pela Secretaria da Receita Federal, por meio de seus auditores fiscais, geralmente, quando flagradas fraudes, vícios, omissões, inconsistências na escrituração de sujeito passivo. No entanto, pode também ser usado pelo contribuinte (o chamado “arbitramento voluntário”), conforme o Regulamento do Imposto de Renda: Art. 531. Quando conhecida a receita bruta e desde que ocorridas as hipóteses do artigo anterior, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto correspondente com base no lucro arbitrado, observadas as seguintes regras: I - a apuração com base no lucro arbitrado abrangerá todo o ano-calendário, assegurada, ainda, a tributação com base no lucro real relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se a pessoa jurídica dispuser de escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodos não abrangidos por aquela modalidade de tributação; A CESPE já cobrou: CESPE/FUB/Contador/2011) O arbitramento do lucro para fins de cálculo do imposto de renda pode ser feito pela autoridade fiscal ou pela própria empresa, sendo, nessa última situação, denominado arbitramento voluntário. Gabarito Certo Vamos em frente. Vejamos o que diz o Regulamento do Imposto de Renda: HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO Art. 529. A tributação com base no lucro arbitrado obedecerá as disposições previstas neste Subtítulo. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 118 Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando: I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido; V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398); VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 118 No caso do arbitramento do lucro, e desde que seja conhecida a receita bruta, a base de cálculo será o percentual do lucro presumido acrescido de 20%. Uma questão sobre o assunto: (CESGRANRIO/Transpetro/Contador Jr./2011) Ao ocorrer o arbitramento do lucro, qualquer que seja a hipótese dentre as previstas no RIR/99, e sendo conhecida a Receita Bruta da companhia, o Imposto de Renda arbitrado será apurado pela utilização das taxas determinadas para o Lucro Presumido, acrescidas de A) 5% B) 10% C) 15% D) 20% E) 25% Gabarito D Se a receita não for conhecida, o Regulamento do Imposto de Renda estipula diversas hipóteses de arbitramento: 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 118 Já foi cobrado: (CESGRANRIO/TermoMacaé/Técnico de Contabilidade/2009) A legislação do imposto de renda estabelece que a base de cálculo do imposto é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração. A apuração do imposto de renda com base no lucro arbitrado ocorre com o arbitramento do lucro de duas formas diferentes, que são: A) lucro bruto conhecido e receita bruta conhecida. B) lucro bruto não conhecido e lucro real não conhecido. C) lucro real conhecido e lucro real desconhecido. D) receita bruta conhecida e lucro real não conhecido. E) receita bruta conhecida e receita bruta não conhecida.Comentário: O lucro arbitrado pode ser calculado de duas formas: quando a receita é conhecida (nesse caso, é o percentual usado para o Lucro Presumido acrescido de 20%) ou quando a Receita não é conhecida. No último caso, são usadas outras bases de cálculo, como 150% do último lucro real apurado ou percentuais sobre o ativo, o Patrimônio Líquido ou o Capital Social. Gabarito E 2.3. LUCRO REAL O lucro real, por seu turno, é o lucro líquido do período ajustado por adições, exclusões e compensações. Funciona da seguinte forma: Lucro apurado na contabilidade antes do IR (LAIR) + Adições (-) Exclusões (-) Compensações Base de cálculo do imposto de renda. As adições aumentam a base do imposto. Um exemplo clássico são as multas. Na demonstração do resultado do exercício, as multas reduzem o valor do lucro e, consequentemente, do imposto a ser apurado. Permitindo-se esta situação, estar-se-ia sendo condescendente com aqueles que cometem ilícitos, uma vez que teriam sua tributação diminuída. As exclusões têm por fim reduzir a base de cálculo do imposto, tendo em vista que no resultado contábil foram considerados resultados que não devem ser 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 118 tributadas, como as receitas de dividendos, que são tributadas na empresa que os distribui. Professores, não entendi como funcionam as adições e exclusões. 1) Adições são receitas tributáveis que não foram lançadas na DRE, portanto, precisam ser adicionadas para serem tributadas pelo IR ou que foram diminuídas da DRE mas devem ser acrescentadas, já que devemos tributar pelo IR. A perda com equivalência patrimonial, por exemplo, se enquadra nesta última hipótese. Se por exemplo, a empresa tem uma despesa com multa, por que está violando um pacto ambiental e está poluindo severamente o meio ambiente, não poderá deduzir este valor para fins de cálculo do IR. Seria premiá-la por seu próprio desleixo. Você está reduzindo o resultado, mas não pode fazê-lo. Deve fazer uma adição! As exclusões são justamente o contrário. Quando se está apurando o lucro real, podemos ter algumas exclusões, que vão diminuir a base de cálculo para pagamento do imposto de renda. São valores que a Receita Federal autoriza sejam diminuídos, resultados positivos, receitas e ganhos que estejam na DRE, mas não sejam computados no lucro real, e o próprio prejuízo fiscal que for apurado em exercícios anteriores (limitado a 30% do lucro líquido ajustado – ver explicações abaixo). O Regulamento do Imposto de Renda prevê os seguintes Ajustes do Lucro Líquido: Adições Art. 249. Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração: I - os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, devam ser computados na determinação do lucro real. Parágrafo único. Incluem-se nas adições de que trata este artigo: I - ressalvadas as disposições especiais deste Decreto, as quantias tiradas dos lucros ou de quaisquer fundos ainda não tributados para aumento do capital, para distribuição de quaisquer interesses ou destinadas a reservas, quaisquer que sejam as designações que tiverem, inclusive lucros suspensos e lucros 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 118 acumulados (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 43, § 1º, alíneas "f", "g" e "i "); II - os pagamentos efetuados à sociedade civil de que trata o § 3º do art. 146 quando esta for controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas (Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, art. 4º); III - os encargos de depreciação, apropriados contabilmente, correspondentes ao bem já integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais previstos neste Decreto; IV - as perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (day-trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável (Lei nº 8.981, de 1995, art. 76, § 3º); V - as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores, ressalvado o disposto na alínea "a" do inciso II do art. 622 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso IV); VI - as contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso V); VII - as doações, exceto as referidas nos arts. 365 e 371, caput (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VI); VIII - as despesas com brindes (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VII); IX - o valor da contribuição social sobre o lucro líquido, registrado como custo ou despesa operacional (Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996, art. 1º, caput e parágrafo único); X - as perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap, que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações (Lei nº 8.981, de 1995, art. 76, § 4º); XI – o valor da parcela da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, compensada com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo com o art. 8º da Lei nº 9.718, de 1998 (Lei nº 9.718, de 1998, art. 8º, § 4º). Exclusões e Compensações 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 118 Art. 250. Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 3º): I - os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam computados no lucro real; III - o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observado o disposto nos arts. 509 a 515 (Lei nº 9.065, de 1995, art. 15 e parágrafo único). Parágrafo único. Também poderão ser excluídos: a) os rendimentos e ganhos de capital nas transferências de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado (CF, art. 184, § 5º); b) os dividendos anuais mínimos distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Decreto-Lei nº 2.288, de 1986, art. 5º, e Decreto-Lei nº 2.383, de 1987, art. 1º); c) os juros produzidos pelos Bônus do Tesouro Nacional - BTN e pelas Notas do Tesouro Nacional - NTN, emitidos para troca voluntária por Bônus da Dívida Externa Brasileira, objeto de permuta por dívida externa do setor público, registrada no Banco Centraldo Brasil, bem assim os referentes aos Bônus emitidos pelo Banco Central do Brasil, para os fins previstos no art. 8º do Decreto-Lei nº 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.105, de 24 de janeiro de 1984 (Lei nº 7.777, de 19 de junho de 1989, arts. 7º e 8º, e Medida Provisória nº 1.763-64, de 11 de março de 1999, art. 4º); d) os juros reais produzidos por Notas do Tesouro Nacional - NTN, emitidas para troca compulsória no âmbito do Programa Nacional de Privatização - PND, controlados na parte "B" do LALUR, os quais deverão ser computados na determinação do lucro real no período do seu recebimento (Lei nº 8.981, de 1995, art. 100); e) a parcela das perdas adicionadas conforme o disposto no inciso X do parágrafo único do art. 249, a qual poderá, nos períodos de apuração subsequentes, ser excluída do lucro real até o limite correspondente à diferença positiva entre os ganhos e perdas decorrentes das operações realizadas nos 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 118 mercados de renda variável e operações de swap (Lei nº 8.981, de 1995, art. 76, § 5º). Uma questão da IBFC: (IBFC/PC RJ/Perito Criminal/2013) De acordo com ao art. 249 do RIR/99 pode(m) ser excluído(s) do lucro líquido do exercício para fins de determinação do lucro real (tributável): I. As perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap, que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações. II. As perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (day-trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável. III. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas e que não integrarão a base de cálculo do imposto da pessoa jurídica beneficiária. Assinale abaixo a opção correta: A) Somente I e II. B) Somente II. C) I, II e III. D) Somente III. E) Somente As assertivas I e II devem ser adicionadas ao lucro, para efeito do IR. Ou seja, as perdas com Swap e com day-trade não podem ser excluídas do lucro líquido. Quanto à assertiva III, conforme o Art. 383 do regulamento do IR: Art. 383. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não integrarão a base de cálculo do imposto da pessoa jurídica beneficiária (Lei nº 9.249, de 1995, art. 10). Assertiva III está correta. Gabarito D Sobre a base de cálculo, incide o imposto de 15%, com adicional de Imposto de Renda de 10%, quando a base de cálculo ultrapassar $20.000 por mês (considerando-se o período de apuração do imposto), conforme abaixo: A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo número dos meses do respectivo período de 0 00000000000 - DEMO 0 NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 118 apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 10% (dez por cento). Vejamos na prática como é... Uma empresa possui registrada em seu LALUR prejuízos fiscais no montante de R$ 100.000,00. Considere os seguintes dados: Em 2010, no primeiro trimestre, o lucro foi de R$ 400.000, sendo 40.000 de provisão para férias e resultado negativo de Método de Equivalência Patrimonial de R$ 40.000. Calcule o imposto de renda devido ao fim do primeiro trimestre. Vamos lá! No primeiro trimestre. Lucro antes do IR = 400.000. + Adições (Perda com MEP) 40.000 - Exclusões 0 Lucro ajustado 440.000. Uma primeira ressalva. A provisão para férias é dedutível, mas como se trata de despesa, já foi considerada, uma vez que apurada antes do lucro líquido do trimestre. O lucro do trimestre já considera todas as despesas do período. O máximo que poderá ser utilizado com as compensações é o montante de 30% deste lucro ajustado, de R$ 440.000, isto é, R$ 132.000. Mas só temos R$ 100.000, logo, poderemos utilizar todo o valor. Lucro ajustado 440.000 (-) Compensações 100.000 Base de cálculo do IR Lucro real 340.000 Agora, calcula-se o IR. A alíquota é de 15%, cobrando-se um adicional de 10% sobre o montante que exceder o número de meses x R$ 20.000. Teremos: Imposto = 15% x 340.000 = 51.000 Adicional = 10% x (340.0000 – (3 x 20.000)) = 28.000 Somando as parcelas, teremos um imposto total de 51.000 + 28.000 = R$ 79.000,00. De acordo com o Princípio Contábil da Competência, se a contabilidade já reconheceu uma receita ou lucro, a despesa de Imposto de Renda deve ser reconhecida nesse mesmo período, ainda que tais receitas e lucros tenham a 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 118 sua tributação diferida para efeitos fiscais, ou seja, o Imposto de Renda incidente sobre elas será pago em períodos futuros. A entidade deve reconhecer esses efeitos fiscais por meio da contabilização do passivo fiscal diferido, no exercício em que ocorrer. Ressalte-se que o diferimento do Imposto de Renda é feito somente para fins fiscais no LALUR, não alterando o lucro líquido na contabilidade, pois em função do regime de competência, na contabilidade não há postergação do reconhecimento do resultado. Nesses casos, a receita ou o lucro já foram registrados contabilmente pelo regime de competência e a despesa de Imposto de Renda também deve ser reconhecida no mesmo período, mediante crédito na conta de Provisão para Imposto de Renda Diferido, classificada no Passivo Circulante ou no Passivo Não Circulante e débito na conta de despesa de Imposto de Renda no Resultado. Quando a receita ou o lucro se tornarem tributáveis, o valor constante da conta de Provisão para Imposto de Renda Diferido será transferido para a conta de Provisão para Imposto de Renda no Passivo Circulante, não alterando o resultado desse período. Esses registros de Imposto de Renda Diferido também podem ocorrer em conta de ativo, denominada Ativo Fiscal Diferido. A despesa tributária (receita tributária) compreende a despesa tributária corrente (receita tributária corrente) e a despesa tributária diferida (receita tributária diferida). Despesa tributária = Despesas tributária corrente + despesa tributária diferida. Receita tributária = Receita tributária corrente + receita tributária diferida. 2.4. TRATAMENTO DO PREJUÍZO ACUMULADO O Prejuízo Acumulado, para efeito do Imposto de Renda, é apurado no LALUR (Livro de apuração do Lucro Real). E apresenta a seguinte particularidade, em relação ao Prejuízo contábil: só pode abater 30% do Lucro Real apurado no exercício. Vamos supor que uma empresa tenha prejuízos acumulados no valor de $10.000 (e que tal prejuízo seja também o prejuízo fiscal, para efeito de IR). 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 118 Caso a empresa obtenha lucro de $12.000 no exercício, para a contabilidade ficará assim: Lucro do exercício $12.000 – prejuízo acumulado $10.000 = $2.000 de lucros acumulados. A empresa irá constituir reservas e pagar dividendos sobre o valorde $2.000. Para o Imposto de Renda: só pode compensar 30% do lucro. Fica assim: Lucro do Exercício $12.000 Prejuízo fiscal (30%) ($3.600) Base para IR $8.400 IR (15% x 8400) $1.260 (FGV/Auditor Fiscal/ISS Cuiabá/2016) Uma empresa apresentava em 31/12/X0 o seguinte balanço patrimonial: No ano X1, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 50.000,00 e incorreu em despesas à vista no valor de R$ 80.000,00. Em 31/12/X1 foi feito um estudo e constatou-se que a empresa apresentava perspectivas de lucros futuros. No ano X2, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 90.000,00 e incorreu em despesas, também à vista, no valor de R$ 70.000,00. Assinale a opção que indica a provisão para o imposto sobre a renda e contribuição social da empresa em 31/12/X2, considerando alíquota de 34%. (A) Zero. (B) R$ 2.040,00. (C) R$ 3.400,00. (D) R$ 4.760,00. (E) R$ 6.800,00 Comentários: Exercício de X1. Receita 50.000,00 (-) Despesa (80.000,00) Prejuízo do exercício (30.000,00) O prejuízo acumulado, para efeito do Imposto de Renda, é apurado no LALUR (Livro de apuração do Lucro Real). E apresenta a seguinte particularidade, em relação ao Prejuízo contábil: só pode abater 30% do Lucro Real apurado no exercício. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 118 Nesse caso, a empresa tinha Prejuízos acumulados no valor de $10.000 (e que tal prejuízo seja também o prejuízo fiscal, para efeito de IR). Como em X2 ela teve lucro no exercício, para a contabilidade ficará assim: Lucro do exercício: 90.000 – 70.000 = 20.000,00 – prejuízo acumulado $30.000 = $10.000 de prejuízos acumulados. Como há prejuízo, não há constituição de reserva e pagamento de dividendos. Mas a questão quer saber o IR. Para o Imposto de Renda: só pode compensar 30% do lucro. Fica assim: Lucro do Exercício $ 20.000 Prejuízo fiscal (30%) ($ 6.000) Base para IR $ 14.000 IR (34% x 14000) 4.760,00 Gabarito D. 2.5 - LEI 12.973/14 - ATUALIZAÇÃO A Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, entrou em vigor em 1º de janeiro de 2015. Mas o contribuinte podia optar por sua aplicação para o ano-calendário de 2014, sendo que tal opção era irretratável. Breve histórico: em 2007, a contabilidade sofreu inúmeras mudanças, para a convergência aos padrões internacionais. Essas mudanças resultavam em alterações no Lucro Contábil. Mas não deveriam alterar o lucro tributável. Afinal, a legislação do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não sofreram alterações. A Lei Nº 11.941, de 27 de maio de 2009, instituiu o RTT – Regime Tributário de Transição, que buscava a neutralidade tributária. Ou seja, para efeitos fiscais (IR e CSLL), valiam as regras vigentes até 2007. Lei 11.941/09: Art. 15. Fica instituído o Regime Tributário de Transição – RTT de apuração do lucro real, que trata dos ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei n° 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pelos arts. 37 e 38 desta Lei. § 1° O RTT vigerá até a entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis, buscando a neutralidade tributária. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 118 A lei que disciplina os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis, e que substituiu o RTT, é a Lei 12.973/14, que estamos estudando. A lei 12.973/14 não alterou a contabilidade. Sua preocupação é com o tratamento tributário para os novos procedimentos contábeis. Para entender melhor: A definição de receita para o IR era assim (conforme o art. 12 do Decreto Lei nº 1598, de 26 de dezembro de 1977): Decreto Lei 1598/77 - Receita de Vendas e Serviços Art 12 - A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados § 1º - A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. Antes da convergência aos padrões internacionais (pronunciamentos do CPC), a contabilidade era muito influenciada pela legislação do IR. Por exemplo, todas as empresas usavam as taxas de depreciação determinadas pelo fisco. Todo arrendamento (operacional ou financeiro) era contabilizado como operacional (por causa do fisco) e por ai vai. A partir de 2008, isso mudou. A contabilidade passou a usar o que é correto contabilmente – e ajusta as diferenças para o fisco no LALUR (livro de apuração do Lucro fiscal). Com isso, o fisco atualizou alguns pontos da legislação do IR. O art. 12 do Decreto Lei nº 1598, de 26 de dezembro de 1977, mudou para a seguinte redação: Art. 12. A receita bruta compreende: I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II - o preço da prestação de serviços em geral; III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nos incisos I a III. § 1º A receita líquida será a receita bruta diminuída de: I - devoluções e vendas canceladas; II - descontos concedidos incondicionalmente; III - tributos sobre ela incidentes; e IV - valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações vinculadas à receita bruta. (...) 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 118 § 5o Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. Houve duas alterações: 1 - foram incluídas, na receita bruta, as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendida nos incisos I a III. Isso se destina a “pegar” aquelas atividades que geravam receita, mas não se encaixavam nos itens I a III; e 2 – na receita bruta, incluem-se os valores decorrentes do ajuste a valor presente; tais valores são deduzidos da receita bruta para o cálculo da receita líquida. Repare que os itens I, II e III já constavam da redação anterior como diminuição para a receita líquida. A “novidade” é o inciso IV – Ajuste a valor presente. Mas isso é novidade para o IR. Para a contabilidade, já é assim desde 2008. Mas a Receita, para conseguir fiscalizar o IR e a CSLL, precisa ter rastreabilidade sobre os valores da contabilidade. Portanto, o Ajuste a Valor Presente deve ser contabilizado assim: Supondo uma venda a prazo com valor de $12.000, sendo que o valor presente é de $10.000, e que a operação seja relevante. Antes da lei 12.973/14, a operação poderia ser contabilizada assim: D – Clientes (Ativo) 12.000 C – Receita financeira a apropriar (Ret.do Ativo) 2.000 C – Receita de vendas (Resultado) 10.000 Agora, deverá ser contabilizado assim: D – Clientes (Ativo) 12.000 C – Receita financeira a apropriar (Ret.do Ativo) 2.000 C – Receita de vendas (Resultado) 12.000 D – Ajuste a Valor Presente (resultado) 2.000 A contabilização, com a receita já deduzidado Ajuste a Valor Presente, prejudica a conferência de tais valores. Portanto, a empresa deverá contabilizar a receita bruta e o Ajuste a Valor Presente, como uma dedução da receita bruta, para permitir a rastreabilidade. Ainda sobre o valor presente, a Lei 12.973/14 determina que os valores decorrentes do ajuste a valor presente sobre VENDAS, relativos a cada 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 118 operação, somente serão considerados na determinação do lucro real no mesmo período de apuração em que a receita ou resultado da operação deva ser oferecido à tributação. Por outro lado, os valores decorrentes do ajuste a valor presente sobre COMPRAS, relativos a cada operação, somente serão considerados na determinação do lucro real no período de apuração em que: I - o bem for revendido, no caso de aquisição a prazo de bem para revenda; II - o bem for utilizado como insumo na produção de bens ou serviços, no caso de aquisição a prazo de bem a ser utilizado como insumo na produção de bens ou serviços; III - o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa, no caso de aquisição a prazo de ativo não classificável nos incisos I e II do caput; IV - a despesa for incorrida, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabilizado diretamente como despesa; e V - o custo for incorrido, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabilizado diretamente como custo de produção de bens ou serviços. § 1o Nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III do caput, os valores decorrentes do ajuste a valor presente deverão ser evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo. Como se percebe, o ajuste a valor presente não gera efeito no IR. Mas então o que mudou com a Lei 12.973/14? Simplesmente isso: para o RTT valiam as regras vigentes até 2007, para efeito de impostos. A Lei 12.973/14 reconhece as alterações na contabilidade e determina os ajustes para que as alterações não tenham efeito tributário. Em outras palavras: O RTT ignorava as alterações na contabilidade, a lei 12.973/14 reconhece e neutraliza as alterações para efeito tributário. 3. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO A CSLL é a contribuição social sobre o lucro líquido. O tributo foi instituído pela Lei nº 7.689/1988. Estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. A alíquota da CSLL é de 9% (nove por cento) para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 118 No imposto de renda, temos Lucro ou Prejuízo. Na CSLL, temos base de cálculo (quando for positiva) ou base de calculo negativa. A pessoa jurídica pode compensar a base de cálculo negativa, observado o limite máximo de redução de 30% da base de cálculo do período. Exemplo: uma empresa apura base de cálculo para a CSLL de 100.000. A empresa tem base de cálculo negativa de 150.000. Nesse caso, a empresa pode compensar 30% (100.000 x 30% = 30.000), e irá pagar CSLL sobre $70.000. Supondo alíquota de 9%, temos: Base de cálculo: R$ 70.000 x 9% = R$ 6.300 de CSLL. 4. PIS/PASEP E COFINS - REGIME CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO. A contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) foi criada pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970. Já a contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) foi criada pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970. A COFINS (antigo Finsocial) foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991. É a Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social. De agora em diante, ao nos referirmos ao PIS/PASEP, escreveremos apenas PIS. Essas contribuições existem na modalidade cumulativa e não cumulativa. Não cumulativa Pode ser adotada apenas pelas empresas tributadas com base no Lucro Real, pelo Imposto de Renda. É semelhante à não cumulatividade do ICMS. A empresa toma o crédito do PIS/COFINS incidente sobre as compras e compensa com o tributo devido pelas vendas. As alíquotas são: PIS não cumulativo 1,65% COFINS não cumulativo 7,6 % A base de cálculo é a receita bruta, que compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria; o preço da prestação de serviços em geral; o resultado auferido nas operações de conta alheia; e outras receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 118 Não integram a base de cálculo do PIS e da Cofins as receitas (conforme Lei 9.718/1998 e Lei 10.637/2002) I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); II - de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; V - referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) VI - decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeito). VII - financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, referentes a receitas excluídas da base de cálculo da Cofins; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) VIII - relativas aos ganhos decorrentes de avaliação do ativo e passivo com base no valor justo; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) IX - de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) X - reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) XI - relativas ao valor doimposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam as alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do § 1o do art. 19 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977; e (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 118 XII - relativas ao prêmio na emissão de debêntures. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) . Receitas que entram (ou não) nas bases do PIS e Cofins (baseado no livro “Contabilidade Tributária para provas e concursos”, de Paulo Henrique Pegas, 2013) Base de cálculo do PIS e da Cofins Não Cumulativo Venda ou revenda de mercadorias no País SIM (-) Devoluções de vendas no Pais (ou vendas canceladas) SIM (-) Descontos incondicionais concedidos (NF) SIM (-) IPI ICMS ST (substituição tributária), se registrados em receita SIM Venda ou revenda de mercadoria no exterior X Prestação de serviços no Pais. SIM Descontos condicionais concedidos (financeiros) X Receitas de aluguel SIM Multas cobradas sobre atraso em contas a receber SIM Receita de propaganda SIM Receita com reversão de provisão X Resultado positivo da Equivalência Patrimonial X Receita com dividendos de investimentos avaliados pelo custo X Receita com venda de bens do Imobilizado, Intangível ou Investimento (ganhos de capital) X Receita com recuperação de créditos baixados a perda X Receita financeira decorrentes do ajuste a valor presente X Receita decorrentes de avaliação com base no valor justo X Receita de subvenção para investimento X Receita de infraestrutura, no caso de concessão de serviços públicos X Receitas relativas ao prêmio na emissão de debêntures X Cumulativa As empresas tributadas pelo Lucro Presumido e as optantes pelo Simples Federal devem usar a modalidade cumulativa. Nesse caso, não há o aproveitamento do crédito do PIS/COFINS referente às compras. As alíquotas são: PIS Cumulativo 0,65% COFINS não cumulativo 3,0% 0 00000000000 - DEMO ==0== NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 118 Há também o PIS sobre a folha de pagamento, na alíquota de 1 %, para os templos, condomínios, partidos políticos e entidades sem fins lucrativos. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, no regime de incidência cumulativa, é o faturamento mensal, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 1º) Exclusões da Base de Cálculo: para fins de determinação da base de cálculo, podem ser excluídos do faturamento, quando o tenham integrado, os valores: (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º, com alterações da MP 2.158-35/2001; IN SRF nº 247, de 2002, art. 23): 1. Das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); 2. Das vendas canceladas; 3. Dos descontos incondicionais concedidos; 4. Do IPI; 5. Do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; 6. Das reversões de provisões; 7. Das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingresso de novas receitas; 8. Dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido (equivalência patrimonial); 9. Dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; 10. Das receitas decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificados como investimento, imobilizado ou intangível. 5. IMPOSTOS RECUPERÁVEIS São os impostos não cumulativos, ou seja, a empresa pode se creditar do imposto cobrado nas operações anteriores. Compreendem o IPI, o ICMS, o PIS e o COFINS. IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS É um imposto “por fora”, o que significa que não está incluído no preço do produto. Portanto, deve ser acrescentado ao preço. Normalmente, a questão informa qual a alíquota que deve ser considerada ou o valor do IPI. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 118 ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS É um imposto “por dentro”, ou seja, já está incluído no preço da mercadoria ou produto. Possui várias alíquotas, sendo que normalmente a questão informa qual deve ser utilizada. PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL É um tributo “por dentro”. Existe nas modalidades cumulativa e não- cumulativa. As alíquotas são: PIS sobre faturamento: Cumulativa 0,65 % Não-cumulativa 1,65 % PIS sobre a folha de pagamentos: Cumulativa. Alíquota 1%. COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL É um tributo “por dentro”. Existe nas modalidades cumulativa e não- cumulativa. As alíquotas são: Cumulativa 3,0 % Não-cumulativa 7,6 % 6. IMPOSTOS “POR DENTRO” E “POR FORA”. Vamos detalhar a forma de cálculo do IPI (por fora) e do ICMS (por dentro). Normalmente, as questões informam o “preço da mercadoria” ou o “preço da compra”. O preço inclui o ICMS (imposto “por dentro”), mas não inclui o IPI (imposto “por fora”). Exemplo: A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, ao preço de $1.000 reais, com incidência de ICMS de 18% e IPI de 10%. Indique a contabilização. Cálculo do imposto: IPI: 1.000 x 10% = 100. Como o IPI não está incluído no preço, deve ser somado. Valor da Nota Fiscal: 1.000 + IPI 100 = $ 1.100 ICMS: 1.000 x 18% = 180 Contabilização (considerando que os dois impostos são recuperáveis): D – Estoque matéria prima 820 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 118 D – ICMS a recuperar 180 D – IPI a recuperar 100 C – Fornecedores 1.100 Já mencionamos que o preço da mercadoria inclui o ICMS, mas não o IPI. Mas devemos atentar para a seguinte “pegadinha”: se a questão mencionar o “valor da Nota Fiscal” ou o “valor pago”, este já inclui o IPI. Explicando melhor: 1) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria ao PREÇO TOTAL de R$ 1.000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da Nota fiscal? R: O preço inclui o ICMS (que é "por dentro") e não inclui o IPI ("por fora"). Assim, o total da NF será: 1.000 + 10% de IPI = 1100 2) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria PAGANDO O TOTAL de 1000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da Nota fiscal? R: Se o comprador pagou 1000, este é o valor total da NF., já com 10% de IPI incluso. Vamos ver, agora, como fica a contabilização do ICMS. A empresa KLS comprou mercadorias, no valor de $10.000, as quais foram revendidas por $ 15.000. Nas operações de compra e venda, incidiu ICMS à alíquota de 18%. As operações foram realizadas a vista. Efetue a contabilização das operações, determine o valor do ICMS a Recolher e apure o lucro bruto. Comentários ICMS sobre as compras: 10.000 x 18% = 1.800 ICMS sobre as vendas: 15.000 x 18% = 2.700 Contabilização da compra da mercadoria: D – Estoque (Ativo)8.200 D – ICMS a recuperar (Ativo) 1.800 C – Caixa/bancos (Ativo) 10.000 Contabilização da venda: Baixa do estoque: D – Custo da mercadoria vendida (resultado) 8.200 C – Estoque (Ativo) 8.200 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 118 Reconhecimento da Receita: D – Caixa/bancos(Ativo) 15.000 C – Receita de Vendas (Resultado) 15.000 Contabilização do ICMS sobre as vendas: D – Despesa com ICMS (Resultado) 2.700 C – ICMS a Recolher (Passivo) 2.700 Calculo do ICMS a recolher: devemos confrontar o saldo das duas contas de ICMS (a recuperar x a recolher). Se a conta ICMS a recuperar for maior, o saldo passa para o próximo mês. Se a conta ICMS a recolher for maior, a empresa deve recolher a diferença entre as contas. Para isso, vamos transferir o salda do ativo (ICMS a recuperar) para o passivo (ICMS a recolher). D – ICMS a recolher (passivo) 1.800 C – ICMS a recuperar (Ativo) 1.800 Após esse lançamento, a conta ICMS a recuperar fica com saldo zero, e a conta ICMS a Recolher fica com saldo de $2.700 - $1.800 = $900. Pelo recolhimento: D – ICMS a Recolher 900 C – Caixa/bancos 900 Repare que a empresa recolheu ICMS apenas sobre a diferença entre o preço de compra e o preço de venda. Esse é o mecanismo da não-cumulatividade. O imposto destacado nas operações anteriores é abatido do valor a recolher. Apuração do Lucro Bruto: Receita de vendas bruta 15.000 (-) ICMS sobre vendas (2.700) Receita líquida 12.300 (-) CMV (8.200) Lucro Bruto 4.100 Há outro ponto que devemos ressaltar. Na compra de mercadoria, o ICMS a Recuperar diminui o custo do estoque. Digamos que um empresa compre mercadorias no valor de $1.000, com ICMS de 18% (portanto no valor de $180). A contabilização fica assim: D – Estoque (Ativo) 820 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 118 D – ICMS a recuperar (Ativo) 180 C – Caixa (Ativo) 1.000 Na venda, a situação muda. A empresa contabiliza o valor total da venda (incluindo o ICMS) e também a despesa com o ICMS, o qual aparecerá na Demonstração do Resultado como Dedução de vendas. Vejamos a contabilização de uma venda no valor de $1.000 com ICMS de 18% ($180): Venda: D – Caixa (Ativo) 1.000 C – Receita de vendas (Resultado) 1.000 ICMS: D – ICMS sobre venda (Resultado) 180 C – ICMS a recolher (Passivo) 180 Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), fica assim: Receita bruta 1.000 (-) ICMS sobre vendas (180) Receita líquida 820 Então ficamos assim: --- Nas compras, o estoque entra pelo valor líquido, sem o ICMS. --- Nas vendas, a receita é contabilizada pelo valor bruto, e o ICMS entra como dedução das vendas. As bancas costumam cobrar apenas ICMS e IPI, nas questões sobre compra de matéria-prima e/ou mercadorias. Mas vamos examinar também a incidência de PIS e Cofins. 6.1. COMPRA DE MATÉRIA PRIMA A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, com preço de $ 100.000,00, com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. Determine a contabilização. IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 ICMS (100.000 x 18%) 18.000 PIS (100.000 x 1,65%) 1.650 COFINS (100.000 x 7,6 %) 7.600 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 118 OBS: Usaremos sempre esse formato de cálculo. A partir do preço da mercadoria (segunda linha na tabela), o IPI irá aumentar o valor da nota fiscal (é “por fora”, lembra?). Por isso, colocamos o cálculo do IPI acima do preço da mercadoria. Já o ICMS, o PIS e a COFINS estão “dentro” do preço da mercadoria, assim não afetam o valor total da nota fiscal. Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 Nesse caso, o IPI é recuperável. O valor do estoque é: 110.000 – 10.000(IPI) – 18.000 – 1.650 -7.600 = 72.750 Assim, a contabilização é a seguinte: D – Estoque 72.750 D – IPI a recuperar 10.000 D – ICMS a recuperar 18.000 D – PIS a recuperar 1.650 D – COFINS a recuperar 7.600 C – Fornecedores 110.000 Cálculo excluindo o ICMS da base do PIS/Cofins. IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 ICMS (100.000 x 18%) 18.000 PIS (82.000 x 1,65%) 1.353 COFINS (82.000 x 7,6 %) 6.232 6.2. COMPRA DE ATIVO IMOBILIZADO A empresa LKS adquiriu uma máquina a prazo, para uso na produção, diretamente do fabricante, com preço de $ 100.000,00, com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e Cofins de 7,6%. Determine a contabilização. O ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos. Neste caso, com se trata de aquisição de Ativo Imobilizado (não é matéria- prima destinada à industrialização e nem mercadoria destinada à comercialização), o IPI será incluído na base de cálculo do ICMS. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 118 O IPI também será incluído na base de cálculo do PIS e COFINS, para o adquirente. (Obs: Para o vendedor, o IPI não integra a base de cálculo do PIS e COFINS) IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 ICMS (110.000 x 18%) 19.800 PIS (110.000 x 1,65%) 1.815 COFINS (110.000 x 7,6 %) 8.360 Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 Nesse caso, o IPI não é recuperável. O valor do imobilizado é: 110.000 – 19.800 – 1.815 – 8.360 = 80.025 Assim, a contabilização é a seguinte: D – Imobilizado 80.025 D – ICMS a recuperar 19.800 D – PIS a recuperar 1.815 D – Cofins a recuperar 8.360 C – Fornecedores 110.000 A Lei Complementar 87/96 (Lei Kandir) estabelece que a aquisição de ativo imobilizado também dá direito aos créditos de ICMS. Mas a compensação deve ser feita em 48 meses, ou seja, o valor do ICMS na aquisição será compensado na proporção de 1/48 avos por mês. Cálculo excluindo o ICMS da base do PIS/Cofins. IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 ICMS (110.000 x 18%) 19.800 PIS (90.200 x 1,65%) 1.488 COFINS (90.200 x 7,6 %) 6.855 Com relação ao PIS e COFINS: as máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços dão direito ao crédito do PIS e COFINS, na modalidade não cumulativa. 0 00000000000 - DEMO NOÇÕES TRIBUTÁRIAS E CONTABILIDADE FISCAL PARA CL DF – CONSULTOR GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO – AULA 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 118 O valor do crédito era determinado inicialmente mediante a aplicação da alíquota de 1,65% para o PIS e de 7,6 % para o COFIN sobre o valor dos encargos de depreciação
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