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A economia cafeeira durante a primeira República no Brasil

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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................4-10
4 CONCLUSÃO.........................................................................................................11
REFERÊNCIAS.........................................................................................................12
ANEXOS....................................................................................................................13
ANEXO A – Café, Candido Portinari.......................................................................14
1 INTRODUÇÃO
A cultura do café constituiu o principal motor da economia brasileira. De fato, esse produto ultrapassou o cultivo da cana-de-açúcar, liderando a exportação na época. Partindo do pressuposto da economia cafeeira, pode-se citar três processos que a complementam: a imigração de estrangeiros, a urbanização e a industrialização. Assim, a presença dos centros urbanos proporcionou o aparecimento de empregos urbanos assalariados o que favoreceu o fluxo de produtos manufaturados e o desenvolvimento das indústrias. Um dos exemplos mais marcantes dessa modernização foi a construção de ferrovias para o transporte do café, o que aumentou significativamente a velocidade do transporte e interligou as regiões produtoras de café aos locais de escoamento da produção.
O objetivo deste trabalho é de grande importância ressaltar que a produção cafeeira se efetivou pelo uso da mão-de-obra escrava, como também pelo trabalho dos negros, imigrantes e migrantes, o que se tornou imprescindível para o desenvolvimento das lavouras de café. 
2 DESENVOLVIMENTO
PROJETO INTERDISCIPLINAR
1) Tema: A economia cafeeira durante a Primeira República no Brasil 
2) Ano/ Série: 2º ano do Ensino Médio 
3) Duração: 4 aulas 
4) Objetivos: 
· Analisar as relações de produção, capital e trabalho no período cafeeiro.
· Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e sociais ligadas à exploração da mão-de-obra nas lavouras de café. 
· Caracterizar e analisar os impactos das transformações nas relações sociais e de trabalho sofridos pela industrialização durante a primeira república.
5) Justificativa: 
· O presente projeto nos leva à reflexão e importância acerca do café para a economia brasileira, bem como a origem para o motor do acumulo de riquezas na história nacional.
· O uso de museus virtuais nos proporciona preservar e divulgar a memória de forma digital. Assim, com o auxílio da tecnologia, o projeto visa o diálogo e a promoção do acesso a memória cultural à distância.
· A obra Café, de Candido Portinari, presente nesse projeto, nos apresenta a importância da mulher e do homem como trabalhadores, cooperadores do desenvolvimento econômico brasileiro, responsável pela riqueza nacional que apresentou o Brasil ao mundo pela grande exportação. 
· Interdisciplinaridade desse projeto, entre as disciplinas de história e geografia visa a promoção e integração dos conteúdos a serem estudados, a fim de que as áreas do conhecimento se complementem de forma que os materiais de estudo sirvam de apoio ao aprendizado. 
6) Ferramenta a ser utilizada: Google Arts & Culture que pode ser acessada por meio do link https://artsandculture.google.com/ 
7) Metodologia: 
	
	ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
	DATAS
	1º Aula
	Apresentação do projeto para a turma. Nesta aula os professores irão realizar uma contextualização do conteúdo “A economia cafeeira durante a Primeira República no Brasil”, com o auxílio dos livros didáticos, slides, mapas, bem como de vídeos educativos. Ex: “Os imigrantes e o ciclo do café”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=catx_sJGxwU
Deixar que os alunos expressem seus conhecimentos adquiridos no decorrer da aula e do vídeo. 
	
	2º Aula
	O professor irá disponibilizar um momento no laboratório de informática para que os alunos possam visitar através da plataforma online Google Arts & Culture o Museu Nacional de Belas Artes e conhecer a obra “Café” realizando um tour virtual. Incentivando os alunos, através da apresentação visual, uma experiência para o aprendizado, bem como a importância dos museus na era tecnológica.
	
	3º Aula
	Realizar uma construção de pesquisa visual. 
· Leitura de imagem do contexto histórico.
· Contexto social que influenciou na elaboração da obra pelo artista.
· História dos negros e imigrantes na cultura do café, na relação direta destes personagens com a obra.
· Os acontecimentos históricos que permearam Café e o modernismo.
	
	4º Aula
	Os professores envolvidos (História e Geografia) deverão propor os seguintes questionamentos: Candido Portinari retratou em sua obra “Café” aspectos do seu tempo. Quais referencias geográficos podem ser reconhecidos na presente obra? Como podemos relacioná-las com a economia cafeeira e qual a importância disso para o desenvolvimento econômico brasileiro?
Os alunos deverão ser divididos em quatro equipes:
· Apresentação oral.
· Apresentação de jogral. 
· Elaboração de slides.
· Elaboração de vídeo documentário.
Os professores irão auxiliá-los na realização das atividades de acordo com o tema. 
	
As datas serão preenchidas de acordo com a disponibilidade do professor.
8) 
Documentos históricos: A obra “Café” de Candido Portinari. (Consulte o anexo). Disponível em: CAFÉ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1951/cafe>. Acesso em: 23 de Mar. 2020. 
9) 
Avaliação: Os alunos serão avaliados pelos professores de História e de Geografia durante todo o decorrer das atividades desenvolvidas no projeto. 
A economia cafeeira durante a Primeira República no Brasil.
Pensando na economia cafeeira é comum nos atrelarmos para o imaginário de que foi a partir dela que a urbanização e a industrialização teriam se formado no país. Na medida em que o desenvolvimento urbano-industrial se efetivava em São Paulo no final do século XIX e nas três primeiras décadas do século seguinte que o Brasil começava a fazer parte da dinâmica econômica internacional, no entanto, para muitos historiadores, jornalistas etc., era apenas em São Paulo que se efetuava a história do Brasil, onde a imagem da grande metrópole era tida como locomotiva do país, ou seja, um modelo a ser seguido. Essa visão partia da ideia do poder do fazendeiro e do industrial, que promovia a modernização do Brasil, já que este tinha o mando político da nação. 
A expressão café-indústria é tida por muitos como um momento primordial da história do Brasil, estando ligada a Primeira República, o que caracteriza o desenvolvimento industrial bem como a economia. Logo, pode-se dizer que desde o século XVI que o Brasil se desenvolvia industrialmente, a partir do açúcar nos engenhos, da construção naval e das manufaturas que foram constituídas como as atividades de grande importância do período colonial. A partir do século seguinte, com a dinamização da cafeicultura que houve um processo de modernização geral do país. Parte desse processo estava articulado a exportação de capitais dos países industrializados envolvidos na forte concorrência imperialista para regiões menos desenvolvidas. Isso se deu pelo fato de que com a abolição do tráfico negreiro, os investimentos se dirigiam em especial para a economia cafeeira. Conforme se expandia estimulava uma ocupação de terras cada vez mais interiores, especialmente em São Paulo e Minas Gerais. Com o forte desenvolvimento industrial, a reforma financeira gerou condições ao lado da grande exportação cafeeira, para um aumento no investimento cada vez maior em industrias, já que os lucros gerados pelas exportações de café levaram ao melhoramento urbano e a saúde da balança de pagamentos no exterior.
São Paulo cresceu demasiadamente graças ao bom êxito da produção do café, dessa forma,um número consideravelmente grande de imigrantes principalmente italianos vinham substituir a mão de obra escrava se concentrando nas cidades do interior, principalmente na região nordeste do estado de São Paulo. 
Pode-se descartar, neste caso, a grande seca que a região nordeste do Brasil enfrentava na década de 1930, como não havia políticas públicas, grande parte dessa população nordestina migrou para os grandes centros, em busca de melhorias e novas oportunidades de trabalho, provocando o êxodo rural e grande aumento populacional nos centros urbanos das cidades como São Paulo. A industrialização, fruto da alta do café, incentivou para a busca de uma identidade nacional, dessa forma, transformou as relações sociais e a urbanização, logo, gerou a possibilidade de uma nova mão de obra nos plantios cafeeiros, isso marcou uma nova fase da vida brasileira, pois deu início ao crescimento desenfreado, levando a contratação de mão de obra estrangeira. As terras paulistas começavam a se destacar, colocando a produção paulista em primeiro lugar. Assim, já tendo o apoio no crescimento da demanda mundial, a expansão da acumulação cafeeira intensificou-se partindo do pressuposto de que com o fortalecimento dos métodos de beneficiamento e a construção de ferrovias, permitiu a ampliação dos lucros, através do aumento da produtividade e da redução dos custos. Assim, com a expansão da fronteira agrícola, fez crescer a necessidade de força de trabalho.
As condições econômicas facilitaram para o início do fluxo de trabalhadores estrangeiros, o que serviu para a diminuição dos custos na produção do café. O Estado entrou com fundamental importância, demostrando sua participação no financiamento para o transporte de imigrantes que não tinham outra opção senão vender sua força de trabalho, o que permitiu a manutenção dos baixos padrões salariais e do nível de trabalhadores nas fazendas. 
O nacional livre, mesmo desprezado por ser pobre, também cumpriu um grande papel no que se refere ao aumento da oferta de mão de obra, seu trabalho por empreitada facilitou a abertura de novas fazendas, bem como para a formação de novos cafezais, assim, em meio à crise do escravismo, o trabalhador nocional e o imigrante resultaram na redução dos custos de reprodução do trabalho na economia cafeeira, lembrando que onde não havia capitais para investir na imigração, aproveitava-se na mão de obra livre. 
Da economia cafeeira, resultam três processos que se complementam: a imigração intensiva de estrangeiros para o Brasil, a urbanização e a industrialização. Partindo do pressuposto de que a imigração de europeus foi fomentada pelo governo brasileiro, visando a necessidade de mão de obra livre e qualificada para o trabalho nas lavouras cafeeiras, já que a mão de obra escrava que era utilizada sofria altas críticas e pressão pelos políticos abolicionistas e republicanos.
Segundo Prado (1945, p. 140) “Nesta fase que ora se inicia, a imigração no Brasil tomará um novo rumo. Abandona-se o sistema de parceria adotado anteriormente, e os trabalhadores serão fixados nas fazendas como simples assalariados; isto é, a sua remuneração deixará de ser feita com a divisão do produto, passando a realizar-se com o pagamento do salário”
Logo após a Primeira Guerra Mundial em 1918, uma nova onda migratória chegava ao Brasil, época em que a economia cafeeira havia se transformado num grande complexo econômico. As cidades como Rio de Janeiro e São Paulo se desenvolvia cada vez mais sua urbanização, facilitando a distribuição do café, bem como para a exportação. A presença dos imigrantes nos centros urbanos serviu para o aparecimento de empregos urbanos como fonte de renda, essa forma de trabalho favoreceu o fluxo das manufaturas, o que levou para o desenvolvimento das indústrias nos espaços urbanos. Assim, várias estruturas fabris chegavam no Brasil, já que muitos produtores de café passaram a investir nas fábricas, assim, a modernização agrícola contribuiu para o desenvolvimento industrial.
Prado (1945, p. 196) nos relata que um fator favorável a indústria brasileira seria a produção local do algodão, que fez com que a maquinofatura se iniciasse no Brasil com a indústria têxtil que representou sua parte substancial. 
Assim, a crise de 1929 provocou uma queda nas exportações de café, produto em que os países do exterior deixariam de importar, com isso, a mão de obra se concentrou nos interiores do país, os trabalhadores da cafeicultura passavam a se dirigir para as cidades na tentativa de encontrar novos trabalhos. O êxodo rural proporcionou um grande inchaço da população urbana.
Candido Portinari, artista plástico brasileiro nos mostra em sua obra “Café” os aspectos da cafeicultura brasileira. A obra retrata a cena de uma colheita onde nos leva a reflexão para a importância da mulher e do homem como trabalhadores, cooperadores para o desenvolvimento da economia. O trabalho diário nas lavouras de café, exigia força, o que é observável nos primeiros planos da pintura, a força e a estrutura física dos homens carregando as sacas de café. Esse olhar de Portinari presente em sua obra, nos revela a força do trabalho braçal e manual dos escravos e camponeses que trabalhavam nas fazendas de café. Nesse sentido, mostra-nos que eles foram os fatores preponderantes para a formação do estado moderno, importando salientar que o café serviu de grande valia para a economia, bem como a industrialização do Brasil. 
3 CONCLUSÃO
Dessa forma, pode-se dizer que a indústria cafeeira garantiu o acúmulo de capitais para a urbanização de algumas localidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo e cidades do interior paulista, além de prover inicialmente os capitais necessários ao processo de industrialização do país e criar as condições para o desenvolvimento do sistema bancário. Graças aos recursos das exportações, que no final do século XIX respondia por cerca de 80% dos recursos da balança comercial. O café sem dúvidas serviu como elemento fundamental da economia, o que proporcionou a sustentação do aparelho político e administrativo do Regime Republicano. 
REFERÊNCIAS
ARIAS Neto, José Miguel. Primeira República: economia cafeeira, urbanização e industrialização. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 2003. Disponível em:<file:///C:/Users/Usuario/Downloads/PRIMEIRA%20REPUBLICA,%20ECONOMIA%20CAFEEIRA,%20URBANIZA%C3%87%C3%83O%20E%20INDUSTRIALIZA%C3%87%C3%83O.%20NETO,%20Jos%C3%A9%20Miguel%20Arias.%20(2).pdf> Acesso em 18 mar. 2020.
BERNARDO, Hebe de Carmargo. Os trabalhadores do Café: análise de uma obra de Portinari.Dissertação de Mestrado em Artes. UNESP. São Paulo, 2012. Disponível em:<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/86904/bernardo_hc_me_ia.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 26 de mar. 2020.
CARDOSO, Olga C. Silva; AMARAL, Érico Hoff. A utilização do museu virtual no ensino da disciplina de História. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em:<https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1387/Cardozo_Olga_Cristiane_Silva.pdf?sequence=1>Acesso em 10 de abr. 2020. 
GONÇALVES, Paulo Cesar. Procuram-se braços para a lavoura: imigrantes e retirantes na economia cafeeira paulista no final do oitocentos. Revista Brasileira de História [online]. v. 34, n. 67, São Paulo, jan./jun. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010201882014000100013&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 15 de abr. 2020.
HENRIQUES, Amilson Barbosa. A moderna agricultura no final do século XIX em São Paulo algumaspropostas. História [online]. v. 30, n. 2, p. 359-380. 2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0101-90742011000200017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em 19 de abr. 2020.
TOSI, Pedro Geraldo; FALEIROS, Rogério Naques. Domínios do café: ferrovias, exportação e mercado interno em São Paulo (1888 - 1917). Economia e Sociedade [online]. v. 20, n. 2, p. 417-442. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/his/v30n2/a17v30n2.pdf>Acesso em 24 de abr. 2020.
JÚNIOR, Caio Prado. História Econômica do Brasil. 26º ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1945. 
ANEXOS
ANEXO A – Café, Candido Portinari
Disponível em: CAFÉ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1951/cafe>. Acesso em: 23 de Mar. 2020. 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
FERNANDA SILVA RIBEIRO
A economia cafeeira durante a Primeira República no Brasil.
Feira de Santana
2020
FERNANDA SILVA RIBEIRO
A economia cafeeira durante a Primeira República no Brasil.
Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em História da Universidade Pitágoras Unopar, para as disciplinas de Gestão Educacional; História do Brasil República I; História do Brasil República II; Geografia Geral; Patrimônio, Museus e Arquivos, como requisito parcial para a obtenção de média semestral.
Orientador: Simone do Amaral Theodoro
Profs. Vilze Vidotte Costa; Julho Zamariam; Bruno Jose Rodrigues Frank; Erica Ramos Moimaz. 
Feira de Santana
2020

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