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Cultura um conceito antropologico

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Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência 
(ISFIC) 
 
Licenciatura em Psicologia Social e do Trabalho 
1ᵒ Ano Pós-Laboral 
Trabalho em grupo 
 
DISCIPLINA: Antropologia Cultural 
TEMA: Cultura um conceito antropológico 
 
 
Nome do discente: Docente 
Albertina Mulungo Arcanjo Nharucue 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Maio de 2020 
 
1. Em que consiste o determinismo biológico na cultura do homem? 
O determinismo biológico ancora a explicação da diversidade cultural com base nas características 
inatas (genéticas) às “raças” ou outros grupos humanos, referindo que este factor seria 
determinante no comportamento humano. 
Por exemplo, alguns acreditavam que: 
✓ os nórdicos são mais inteligentes do que os africanos; 
✓ que os alemães têm mais habilidade para a mecânica, 
✓ que os judeus são negociantes por natureza, 
✓ que os japoneses são trabalhadores e cruéis; 
✓ que os brasileiros herdaram a “preguiça” dos africanos, a imprevidência dos índios e 
a luxúria dos portugueses. 
Na realidade constatou- se que não existe correlação significativa entre a distribuição dos 
caracteres genéticos e os comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser 
educada e m qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de 
aprendizado. “O nível das aptidões mentais é aproximadamente o mesmo em todos os grupos 
étnicos”. 
Portanto o determinismo biológico não constitui uma explicação coerente para a diversidade 
cultural. 
 
2. Explique como actua o determinismo geográfico na cultura do homem? 
Os defensores desta corrente consideram que as diferenças no ambiente físico condicionam a 
diversidade cultural (pensamento vem desde a antiguidade). 
A partir de 1920 antropólogos como Boas, Wissler e Kroeber refutaram tais explicações e 
demostraram que existem limitações da influência geográfica sobre os fatores culturais. É possível 
e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente 
físico. 
 Antropologia moderna considera que, não há como se admitir uma ação mecânica das forças 
naturais sobre uma humanidade puramente receptiva. A cultura age seletivamente sobre seu meio 
ambiente explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento. As forças 
decisivas ao desenvolvimento estão na própria cultura e na história da cultura. 
Portanto, o determinismo geográfico não constitui uma explicação coerente para a diversidade 
cultural. 
 
3. Enumere os respetivos antecedentes históricos do conceito de cultura? 
No final do século XVIII e no princípio do seguinte, a palavra germânica Kultur era utilizada para 
simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade e na mesma época a palavra francesa 
Civilization simbolizava às realizações materiais de um povo. Edward Tylor (1832-1917) 
promoveu a junção das palavras alemã e francesa criando o termo do inglês Culture. Tylor define 
este novo termo tomado em seu amplo sentido etnográfico, é este todo complexo que inclui 
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos 
adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. Nesta definição Tylor abrangia em uma 
só palavra todas as possibilidades de realização humana, formalizando uma ideia que vinha 
crescendo na mente humana. Os primeiros vestígios acerca da definição de cultura como a expressa 
por Tylor ganhou consistência antes mesmo de John Locke que defendia a endoculturação, 
afirmando que a mente é uma caixa vazia quando nascemos e que somente absorve o que é 
aprendido. 
De acordo com as idéias de Locke, importa referir o antropólogo o norte americano Marvin Harris 
(1969) que diz: “Nenhuma ordem social é baseada nas verdades inatas, uma mudança no ambiente 
resulta numa mudança no comportamento.” 
Várias definições foram formuladas após Tylor na primeira metade do século XX, tais definições 
serviram mais para estabelecer mais uma confusão do que ampliar os limites do conceito. Tanto é 
que, em 1973, Geertz foi necessário diminuir a amplitude do conceito e modificá-lo, tornando-o 
um instrumento mais especializado do ponto de vista teórico. 
Sendo assim, em 1871, Tylor definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo 
aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje. 
O ser humano age de acordo com sua cultura. Cada ser humano é resultado do meio em que foi 
socializado. 
 
4. Como se desenvolve o conceito cultura? 
O primeiro conceito de cultura foi desenvolvido por Edward Tylor que viu a possibilidade de 
analisar e estudar os fenômenos culturais. Ele acreditava que a cultura evoluía e que era um 
fenômeno natural. Logo se depara com a ideia da natureza sagrada do homem e surge o livre 
arbítrio humano que da liberdade as suas ações. A partir disso todas as raças eram consideradas 
realmente humanas. Isso pode ser percebido na concepção de Tylor sobre o conceito de cultura, 
onde ele afirma sobre a uniformidade de comportamentos sociais em todas as raças. Diante desta 
afirmação, Roque Laraia declara que mais do que preocupado com a diversidade cultural Tylor 
preocupa-se com a igualdade existente na humanidade. Tylor rompeu com a mentalidade da 
época, trazendo igualidade a todas as raças humanas. De facto, ele acreditava que a diversidade 
cultural acontecia porque algumas sociedades estavam mais adiantadas no estágio da evolução, 
mas reconheciam que sua própria sociedade europeia havia passado por esse estágio e com essa 
mentalidade igualavam todas as sociedades como sociedades humanas. 
Franz Boas começa a mudar essa mentalidade, pois reconhece que todas a s sociedades não 
podem ter o mesmo padrão para serem avaliadas, pelo contrário, cada cultura segue seus próprios 
caminhos em função dos diferentes e ventos históricos que enfrentou. Com este particularismo 
histórico, ele funda a Escola Cultural Americana. 
Alfred Kroeber, antropólogo americano, mostrou como a cultura actua sobre o homem, afirmando 
que graças à cultura a humanidade distanciou-se do mundo animal, considerando que o homem é 
um ser que está acima de suas limitações orgânicas, o que tem sido o modo de pensamento 
característico da civilização ocidental, uma formulação de síncrises complementares, que se 
excluem. Kroeber tinha a preocupação de evitar a confusão, entre o orgânico e o cultural. O 
homem sendo membro da ordem dos primatas, depende muito de seu equipamento biológico, para 
se manter vivo, independente do sistema cultural ao qual pertença. Ele tem que satisfazer um 
número determinado de funções vitais. Embora estas funções sejam comuns a toda humanidade, 
a maneira de satisfazê-las varia de uma cultura para outra. 
. 
5. Quais foram as ideias sobre a origem da cultura? 
Segundo Laraia, para Richard Leackey e Roger Lewin este fato ocorreu por causa da vida 
arborícola que os primatas viviam, que em conjunto com a visão estereoscópica e a utilização das 
mãos possibilitava a esses primatas relacionarem cores, formas, pesos e cheiros. 
Claude Lévi-Strauss considera que a cultura surgiu quando o homem se deparou com a primeira 
regra, a proibição do incesto, norma presente em todas as sociedades. 
Os católicos dizem que o homem adquiriu cultura no momento em que recebeu do Criador uma 
alma imortal. E esta somente foi atribuída ao primata no momento em que a divindade considerou 
que o corpo do mesmo tinha evoluído organicamente o suficiente para tornar-se digno de uma 
alma, e consequentemente, de cultura. 
De acordo com os conhecimentoscientíficos atuais, a cultura provém de muito antes dos conceitos 
religiosos como a concepção da alma. O Antropólogo norte-americano, Clifford Geertz mostrou 
em seu artigo “A transição para a humanidade” que o Australopiteco é uma espécie de homem que 
já trazia aspectos culturais, uma vez que ele era capaz de caçar e confeccionar objetos com este 
fim, mesmo com um cérebro 1/3 menor da nossa atual capacidade e com cerca de 1,20m de altura, 
o que provavelmente elimina a possibilidade de o mesmo possuir uma linguagem. Pelo animal ser 
incapaz de adquirir outros aspectos de cultura, há uma dúvida sobre a teoria do citado “ponto 
crítico”. Geertz afirma que o mesmo está errado, por acreditar que o desenvolvimento cultural já 
se vinha processando bem antes de cessar o desenvolvimento orgânico, fato que torna o homem 
não apenas o produtor da cultura, mas também, num sentido biológico, o produto da cultura. 
A cultura então desenvolveu-se juntamente com o equipamento biológico, e é, portanto, 
compreendida como parte das características da espécie, assim como o bipedismo e de um 
adequado volume cerebral. 
 
6. Enumere as teorias modernas sobre a cultura. 
Para enumerar as teorias modernas sobre cultura irei tomar como base, o esquema elaborado por 
Roger Keesing, onde classifica as tentativas modernas de obter uma precisão conceitual do termo 
cultura. 
✓ Sistema adaptativo 
Esta teoria considera a cultura como um sistema adaptativo. Nesse sentido, as culturas são sistemas 
que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. 
✓ Teorias idealistas 
Em um segundo momento, temos as teorias idealistas de cultura, que subdivide em três diferentes 
abordagens: 
✓ Sistema Cognitivo 
Os defensores desta abordagem consideram cultura como sistema cognitivo, isto é, a análise dos 
modelos da comunidade a respeito de seu próprio universo. Onde a cultura é vista como um sistema 
de conhecimento consistindo em tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar 
de maneira aceitável dentro de sua sociedade. 
✓ Sistema Estruturais 
Os defensores desta abordagem consideram as culturas como sistemas estruturais, ou seja, que 
define a cultura como um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da mente humana. 
✓ Sistemas Simbólicos 
Nesta abordagem a cultura é considerada como sistemas simbólicos, que foi desenvolvida nos 
Estados Unidos por dois antropólogos Clifford Geertz e David Schneider. Neste aspecto, a cultura 
é um sistema de símbolos e significados, compreendendo categorias ou unidades e regras sobre 
relações e modos de comportamento.

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