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CASA VANNA VENTURI 05 06

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INSTITUTO POLITÉCNICO – Centro Universitário UNA 
TEORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO
ESTUDOS DE OBRAS DO SÉCULO XX E XXI
Casa Vanna Venturi - Robert Venturi
Arquitetura e Urbanismo
Emanuelle Karen e Roberta Júnia
Professor Orientador: Guilherme Maciel Araujo
Belo Horizonte
2017
SUMÁRIO
Introdução 03
Contexto histórico e geográfico da obra 04
Histórico do arquiteto 07
Preceitos teóricos do arquiteto 13
Preceitos teóricos que fundamentaram o projeto 16
Referências formais 19
Limitações externas
Características marcantes
Conclusão 29
CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA OBRA
Vanna Venturi após ficar viúva do Sr. Robert Venturi, em 1959, recebeu uma herança consideravel para viver sua vida e comprar o lote nº 8330 na Rua Millman em Chestnut Hill (Philadelphia) – EUA, cerca de 15 quilômetros ao norte do centro da cidade. Sra. Vanna Venturi, viu a chance de proporcionar ao seu filho jovem arquiteto Robert Venturi, a realização do projeto da casa Vanna Venturi.
Projetada nos anos de 1962 – 1964 em que Venturi elaborava seu livro Complexidade e contradição na arquitetura, a casa, embora um de seus primeiros trabalhos, pode ser colocada no seleto grupo de edifícios canônicos da arquitetura do século XX. 
A casa Venturi é uma elegante declaração para uma arquitetura “indireta”, com a clara intenção de confrontar todos os princípios vigentes da arquitetura do Movimento Moderno, a casa em cada detalhe e ângulo de visão exibe algo complexo e contraditório em ambos os aspectos formais e funcionais da grande arquitetura modernista americana ou europeia, porque é simples e singela no primeiro contato, generosa em seus espaços, tradicional e confortável. 
Imagem 1 - Casa Vanna Venturi. 1961-4. Robert Venturi.
Fonte: Disponível em <http://www.archdaily.com.br> Acessado em Abril 2017.
Venturi atribui a casa como um dos exemplares de Arquitetura Pop. Com efeito nenhum dos movimentos artísticos modernos como o Futurismo, o Construtivismo, o Purismo, a Nova Objetividade, o Neoplasticismo justificaria o que Venturi desejava para a casa: a imposição de conteúdo, a complexidade, o modo convencional pela inserção inesperada de elementos incomuns, a presença desalinhada. Somente a Pop Art, com seu gosto pela colagem, pela cultura popular, pela comunicação direta, pelas figuras do dia a dia, pela expansão da escala, pelo seu desafeto à alta cultura elitista, seria capaz dar combustível às ideias do recente arquiteto. 
Criada para receber sua mãe viúva e idosa, a casa teve sua implantação feita como um pavilhão, centralizada no terreno plano, fechado em seus limites com vegetação e cercas, onde o acesso pelos carros também foi pensado de maneira que sua posição seja perpendicular ao centro da casa.
O projeto tem no pavimento térreo seus aposentos primordiais: uma ampla sala de jantar e estar, com uma varanda na lateral ao norte, uma cozinha com despensa, um banheiro e dois dormitórios que estão quase escondidos.
Imagem 2 – Planta do pavimento térreo. 
Fonte: Disponível em <http://www.archdaily.com.br> Acessado em Abril 2017.
Imagem 3 – Interior da Casa Vanna Venturi. Pavimento térreo. 
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
As paredes encurvadas, um componente característico dos traçados de Venturi, atuam não apenas em prol da extensão dos espaços como também, pragmática e funcionalmente, eliminando áreas de circulação secundária desnecessários, permitindo incluir compartimentos como o banheiro; neste, sem a parede inclinada, não se teria à escada que leva ao subsolo.
No piso superior Venturi criou para seu uso um estúdio-dormitório, com um banheiro pequeno, e um balcão dando para os fundos da casa ao sul.
Imagem 4 – Planta do pavimento superior. 
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Imagem 5 – Estúdio no pavimento superior.
Fonte: Disponível em < https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Imagem 6 – Corte transversal da casa Vanna Venturi.
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
A fachada primordial da casa é a parte que mais obteve atenção. Embora seja uma casa aparentemente sutil e singela com duas águas, o desenho clássico de natureza geométrica, cede lugar a um equilíbrio de volumes no desenho, com janelas de diferentes formas, mas que se balanceiam em relação ao eixo central. Esta estabilidade, entretanto, é afetado pelo ligeiro deslocamento da chaminé. 
A entrada ao centro é larga e leva a um pequeno átrio onde lateralmente está a porta de entrada larga de duas folhas, com uma janela de vidro cada, por onde se pode ver o interior. O arco da entrada tem como material a madeira frisando a principal entrada. Sua sobreposição na verga que é de concreto aparente dá um destaque a mais, por um elemento com classificação clássica.
Seu frontão é composto por duas aguas, mas tem um corte que divide suas metades. No arco também acontece esta divisão. Na verga não tem esse procedimento mesmo que ela tenha uma ligação. Atrás do frontão é possível ver a elevação do dormitório do segundo pavimento. Existe uma simetria toda em volta da chaminé e das posições das janelas, sendo elas com guilhotinas e em fita, misturando as fases importantes da arquitetura.
Imagem 7 - Casa Vanna Venturi. Fachada Norte. 
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Na fachada dos fundos, existe um arco simples que se encontra entre a verga, e que leva uma janela e uma porta do dormitório do segundo andar. O frontão seguia no sentido vertical e se dividia em dois. Mas foi alterado para o sentido horizontal, na altura da verga. A parte de cima da fachada foi recuada e foi feita uma pequena varanda onde tem a saída de ar da chaminé.
A casa tem no seu centro sua escada juntamente com a chaminé. É a parte principal da casa, pois a mesma se dá em torno destes dois elementos. A chaminé recorda fogueiras primitivas. A escada acaba tendo mais de uma função no espaço, sendo vista mais como uma escultura.
Imagem 8- Casa Vanna Venturi. Fachada Posterior.
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
HISTÓRICO DO ARQUITETO
Robert Charles Venturi Jr., de Nacionalidade Norte Americana nasceu dia 25 de junho de 1925.
Formou em arquitetura na Universidade de Princeton no ano de 1947 e concluiu seu mestrado também na Universidade de Princeton em 1950.
Imagem 9 - Arquiteto Robert Venturi.
Fonte: Disponível em <https://www.dezeen.com/tag/robert-venturi> Acessado em Abril 2017
Na Arquitetura vemos muita presença de madeira, tijolos, pedras e vidro e aço. Nos arquitetos transformamos sonhos em realidade, ou até mesmo em arte, por meio de obras conceitos ou ideias. Robert Venturi foi um dos poucos arquitetos do século XX que concluiu esta junção. 
Venturi rompeu qualquer limite da arquitetura com a arte, baseando em muitos conceitos e teorias de sua autoria. Neste período, escreveu um livro mais precisamente em 1966 chamado “Complexidade e Contradição na Arquitetura”. 
Ele se expandiu e redefiniu os limites da arte da arquitetura neste século, como, talvez, nenhum outro tenha feito através de suas teorias e obras construídas. Desde o início, seu fino, mas potente livro “Complexidade e Contradição na Arquitetura”, publicado em 1966, é reconhecido por ter desviadoa corrente principal da arquitetura para longe do modernismo.
O arquiteto teve sua participação ativa na separação da arquitetura do modernismo. Teve uma influencia enorme nos ensinamentos do curso, onde Venturi empenhou de mostrar outra visão da arquitetura no Continente Americano além de frisar a beleza das construções comuns. Manifestou assim, uma observação que desfiava a arquitetura funcionalista assim também como o minimalismo americano. 
Venturi também não parou por ai. Concretizou o que acreditava com desenhos em grande escala de construções pioneiras. Seu primeiro projeto da casa de sua mãe foi um dos que formulou suas teses, fazendo com que houvesse divergência de ideias entre as pessoas que ele conhecia. 
Sua tese sobre o contexto urbano na arquitetura deve uma participação de Denise Scott Brown, parceira que participou de varias elaborações de conceitos dele. Com esta parceria houve até uma mudança no curso de arquitetura naquela época, fazendo com que crescesse a liberdade dos arquitetos e consumidores de permitir inconsistências em forma e padrão para agradar o gosto popular.
Robert Venturi sendo arquiteto, projetista, estudioso, autor e professor, se destaca na profissão com seus propósitos e visões de um todo. Elas se baseiam nas teorias do Prêmio de Arquitetura Pritzker onde deixa o capaz de criar seu devido lugar em meio ao mercado da arquitetura com contribuições importantes na sociedade. 
Linha do tempo de Robert Venturi:
1951 – Trabalhou com Eero Saarinen e em seguida com Louis Kahn.
1954 – Recebe a Rome Prize Fellowship, bolsa de estudos concedida pela Academia Americana em Roma, que permitiu estudar e viajar por dois anos pela Europa.
1957 – Torna-se professor por oito anos na University of Pennsylvania.
1958 – Abre o escritório Venturi Rauch em sociedade com o arquiteto John Rauch.
1966 – Publica o manifesto Complexidade e Contradição na Arquitetura.
1972 – Ao lado da arquiteta Denise Scott Brown, sua esposa, e do arquiteto Steven Izenour publica o livro “Aprendendo com Las Vegas”.
1978 – Recebe a medalha AIA pelo livro Complexidade e Contradição na Arquitetura.
1989 – Com a saída do arquiteto John Rauch da sociedade, Venturi funda com sua esposa o escritório que até hoje leva o nome: Venturi, Scott Brown & Associates.
1991 – Recebeu o prêmio Pritzker em Arquitetura.
Imagem 10 - Robert Venturi e Denise Scott Brown.
Fonte: Disponível em < https://archiobjects.org/robert-venturi-the-right-approach-to-architecture> Acessado em Abril 2017.
PRECEITOS TEÓRICOS DO ARQUITETO
· O que ele pensa da arquitetura
Robert Venturi tem um comportamento diferente. Não segue a arquitetura a partir de outros livros ou retrabalhando conceitos já conhecidos, ele vai às ruas e descobre a realidade, não a escrita em livros - investiga a sociedade contemporânea, examina fatos. Ele prossegue sem qualquer preconceito, sendo livre para pensar o que quer. E ele também mostra que muitas vezes quem fala sobre história não tem uma compreensão adequada do mesmo.
A partir dessa observação, Venturi começa a entender muitas coisas e, graças a seu método, ele pode olhar a realidade com um olhar objetivo - introduzindo o conceito de "inclusão" e tornando-o paralelo com a arquitetura contemporânea. "Tudo isso mostra a vitalidade que pode ser obtida graças a uma arquitetura de" inclusão "e, por outro lado, a imobilidade morta que deriva de uma preocupação excessiva para o bom gosto e para o planejamento total. "A inclusão do diário nos arredores, sagrado e profano: isso é o que falta à arquitetura moderna." - (" Aprendendo de Las Vegas", Robert Venturi, Denise S. Brown, Steven Izenour ).
Suas conclusões lidam, além disso, com a sua maneira de olhar para a arquitetura, mas o professor americano nos ensina que um arquiteto tem que ser capaz de olhar ao redor, ele não tem que esperar para as práticas arquitetônicas para ser traduzido em teoria para conhecê-los.
PRECEITOS TEÓRICOS QUE FUNDAMENTARAM O PROJETO
Tendo como semelhança o texto de Aldo Rossi, é nítida a influência dos sentimentos de Venturi ao projetar a casa pra sua mãe. O projeto é caracterizado pela sua complexidade e simplicidade, transformando assim, uma casa residencial norte-americana em um projeto inovador, mostrando a peculiaridade do seu estilo de projetar. Todos os detalhes da casa foram estudados minunciosamente, desde os materiais utilizados aos detalhes da fachada e do interior da casa, o que a tornou um exemplo de arquitetura pós-moderna que marcou a época.
Podendo traduzir a tipologia de uma casa com formas simples, Venturi resolveu fazer o oposto, chocar. Na época da elaboração do projeto da casa de sua mãe, Robert estava escrevendo um livro o que o teve ainda mais  influência em seu pensamento e sentimentos nessa época.
A planta é fachada em um retângulo cuja proporção é pouco maior que dois para um. Tanto na planta como na fachada vemos uma intenção de simetria, que é desmentida pelo ligeiro deslocamento da lareira. Para se acessar o espaço principal, o caminho é estreito e tortuoso. O visitante é obrigado a mudar de direção pelo menos duas vezes, para poder descortinar o espaço principal. De alguma forma, a planta lembra uma solução recorrente de Frank Lloyd Wright, de ceder o centro de força da casa à lareira, que, por sua vez é envolvida pela escada para o segundo pavimento. É mais uma citação, como Venturi gosta de fazer, trazendo para seus projetos uma referência nobre, mais do que propriamente uma semelhança, pois a escada vai se desenvolver de uma maneira tortuosa, parecendo lutar com a lareira pelo seu espaço[11].
Uma outra curiosa disputa que parece ocorrer entre elementos arquitetônico é aquela entre o pilar isolado e a esquadria. Este pilar na sala de jantar é o que Venturi chamaria um elemento vestigial, não supérfluo. Estruturalmente falando poderia ser visto como desnecessário, de vez que Venturi optou pela inexistência de pilares aparentes e as paredes laterais da varanda poderiam perfeitamente incluir o elemento estrutural. O elemento vestigial, entretanto, contém um duplo significado. Parece que este pilar vai homenagear a outra figura sagrada do Movimento Moderno: Le Corbusier
Robert Venturi foi um dos que mais frisou na crítica do urbanismo, a questão retórica onde as cidades contemporâneas se perdem pela construção em tabula rasa. As primeiras linhas de seu Learning from Las Vegas estabelecem diretamente esse diálogo. “Aprender da paisagem existente é a maneira de ser um arquiteto revolucionário. E não de modo óbvio, como arrasar Paris para começar tudo de novo como propunha Le Corbusier nos anos vinte, mas sim de um modo distinto, mais tolerante, pondo em questão nossa maneira de ver as coisas.”
Ele se aproximou muito de Vegas, onde tem críticos rigorosos. Venturi não quis “curar” a cidade naquela época. Ele teve a ideia de leitura do que já existe no local não só privando pela contemplação. Seria preciso um pouco mais, com projetos que frisassem o quesito observar, melhorando o rotulo de luzes e cores de uma cidade vista somente por milhares de letreiros brilhantes e coloridos onde são lidos em meio a velocidade. “O processo de aprendizagem é algo paradoxal: olhamos para trás, à história e à tradição, para avançar; também podemos olhar para baixo para ir acima. A suspensão do juízo pode-se utilizar como instrumento para formular logo um juízo mais sensato. Eis aqui um modo de aprender com todas as coisas.” (22 (20) VENTURI, Robert, Aprendiendo de Las Vegas, El simbolismo olvidado de la forma arquitectónica. Barcelona: Gustavo Gilli, 1988, p. 23.)
REFERENCIAS FORMAIS
O arquiteto declarou diversas fontes de referências, uma delas foi Miquelangelo que no momento inicial motivou o tamanho vertical da chaminé e por pouco resultou em reprovação da obra.
Os pendentes laterais bem proporcionados e a abertura central, existem no Nyhphaeum da Villa Barbaro, de Palladio. Um dos traços mais significativos da construção, os pendentes contrastam a ideia do telhado plano, bandeira do Movimento Moderno, Venturi vai encontrarno mais puro e tradicional Shingle americano de McKim, Mead and White. A separação da fachada é adicionada a um modelo da arquitetura moderna, do arquiteto Luigi Moretti, demonstrando que não é apenas na arquitetura histórica que Venturi vai buscar seus conceitos.
Essa diversidade de exemplos, afastados no período de tempo e no espaço vai auxiliar para a originalidade da construção e articular seu valor, como conjunto de um amplo glossário de ilustrações da arquitetura doméstica, resgatando a conceito fundamental de segurança e continuidade. Venturi, entretanto, desconsidera o epíteto “Arquitetura Pós-Moderna”, que habitualmente lhe atribuem. A edificação é um dos maiores exemplificadores da Arquitetura Pop, como antepunha, pelo menos há algumas décadas atrás.
O sinuoso desenvolvimento da Casa Vanna Venturi inclui também uma troca de valores entre Robert Venturi e Louis I. Kahn, um percurso de mão dupla. É nítido a predominância das chaminés na Casa Korman e a Casa Esherick de Louis I. Kahn em relação a Casa Vanna Venturi. 
Imagem 11 - Casa Vanna Venturi. Estudo de 1959 e Casa Korman, Whitemarsh. Pensilvânia.1971-73. Louis I. Kahn. Maquete.
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Imagem 12 - Casa Vanna Venturi e  Esherick House 1959-63 Louis I. Kahn
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Outra inspiração na casa Vanna Venturi é o salão restaurante Phillips Exeter de Kahn, como determina Carter Wiseman, tendo como referência a janela guilhotina da casa de Venturi. Uma ilustração que não podemos deixar de referir, pelo que contém de simbólico e definitivo das intenções do arquiteto, é a modestia da silhueta da casa, que, como tem sido dito excessivamente na crítica, devido sua parecença com a simples ilustração de uma criança, algo que já foi mencionado muitas vezes parecer a casa de sua mãe.
Imagem 13 - Salão Restaurante Phillips Exeter. New Hampshire. 1965-71. Louis I. Kahn
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
A busca por fundamentos históricos foi constante, isso pode ser identificado na fachada principal, que lembra a “Porta Pia de Michelangel” em Roma, o frontão quebrado lembra faz referência aos templos gregos. 
Imagem 14 -  Porta Pia – Michelangelo
Fonte: Disponível em < https://commons.wikimedia.org> Acessado em Abril 2017.
Imagem 15 -   Frontão grego
Fonte: Disponível em < http://arq-contemporanea-eg.blogspot.com.br> Acessado em Abril 2017.
LIMITAÇÕES EXTERNAS
A implantação da casa é feita como um pavilhão, concentrada no centro do terreno plano, fechado em seus limites com árvores e cercas; onde o acesso por carros também é pensado de maneira complexa, sendo distorcido em sua posição perpendicular ao centro da casa. 
"O manifesto moderado de Venturi teve um impacte extraordinário nos círculos arquiteturais, talvez porque ele é virtualmente o único arquiteto com um discurso polémico vasto e consistente. De qualquer forma, os seus argumentos a favor de uma ‘arquitectura inclusiva' que pode usar quaisquer elementos (desde cartazes de Las Vegas [...] a arcos clássicos), desafiavam efectivamente os argumentos exclusivistas prevalescentes, favoráveis à pureza e à restrição. [...] Num certo sentido, a sua polémica é dirigida contra a ideia de uma sensibilidade historicista, que pretende restringir as metáforas disponíveis àquelas que são apenas correntes ou tecnologicamente de vanguarda. A ideia é que, na idade das viagens e do turismo, na idade do ‘museu sem paredes', esta restrição já não é relevante e que, em qualquer grande cidade com a sua pluralidade de subculturas, uma tal limitação é extremamente paternalística."
Tudo é dito no contexto da arquitetura atual, e, por conseguinte, certos alvos são atacados - em geral, as limitações da arquitetura e do urbanismo modernos ortodoxos e em particular os arquitetos triviais, que trocam integridade, tecnologia ou programação eletrônica como fins em arquitetura, os popularizantes, que pintam ‘contos de fadas sobre nossa caótica realidade' e suprimem aquelas complexidades e contradições inerentes à arte e à experiência. 
Imagem 16 -  Vanna Venturi. Implantação.
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
CARACTERISTICAS MARCANTES
 A casa tem como elementos principais: curvas, diagonais e retangulares, que são pensados empregados cada um com um simbolismo característico. Os retângulos são elementos dominantes no espaço, as diagonais referem-se de maneira direcional na entrada e determinam o fechamento e escoamento das águas do telhado; por fim as curvas que se relacionam com as direções espaciais e simbolismo da entrada.
Venturi optou, por paredes maciças de fechamento, com a utilização tijolos de alvenaria cobertos com madeira e verniz.
O arquiteto queria que a casa tivesse diferentes traços: a complexidade, a sobreposição de significados, a feição convencional complexificada pela inserção de elementos incomuns e desordenados em seu exterior e principalmente interior.
O formato alterado da casa e a inter-relação dos espaços internos indicam uma complexidade alcançada por Venturi, que é o principal traço do projeto, com extravagâncias a uma residência individual.
Um dos motivos pelo qual a casa Vanna Venturi representou um marco está ligado à arquitetura do século XX e dos séculos seguintes. Vincent Scully tem uma importante passagem referindo-se à famosa fotografia canônica da casa com a proprietária sentada à porta, a qual comparou com a famosa ilustração, de Leonardo da Vinci, do “Homem Vitruviano”.
Imagem 17 -  Homem Vitruviano. Leonardo da Vinci  e Vanna Venturi.
Fonte: Disponível em <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com> Acessado em Abril 2017.
Todas as incorporações anteriores da centralidade humana neste diagrama têm sido da heroica figura masculina, um ser agressivo e atlético que se encaixa, mas basicamente domina as formas essenciais do mundo. Mas aí está Vanna Venturi, sentada na sua cadeira da cozinha, com um vaso de gerânios ao seu lado. Ela é pequena, mas o espaço explode a sua volta. Bem acima de sua cabeça, a empena se rasga para libertar sua energia do círculo e do quadrado para o firmamento (…) Contrastando com a tradicional figura masculina, Vanna Venturi é ao mesmo tempo anti-heroica e feminista em significado (…) Ela é mais forte que ele (…) (SCULLY, Vincent)
Por esse motivo Scully segue dizendo que, Venturi ficou sendo odiado rigidamente pelos seus colegas. Ele atacou a autoimagem heroica que os arquitetos alimentavam, mesmo sendo um pensamento ridículo em si, e negativa para a arquitetura, foi encorajada pelo romantismo e pelo modernismo tardio.
Com isso, além de toda preparação arquitetônica, de toda a polêmica envolvida, de todas as palavras escritas, a casa representou a primeira abordagem antielitista e anti-heroica da arquitetura doméstica, considerando a necessidade dos usuários, as rotinas de uma casa, a importância da memória e do lugar comum.
· Quais os condicionantes observados para as decisões sobre a implantação? O projeto estabelece uma relação de contraste ou integração com seu entorno? Porque o arquiteto buscou essa relação? É belo, é feito, por que? Toca os sentimentos? Toca o intelecto? Como as partes se relacionam com o todo? A obra consegue estabelecer uma lógica própria para essa relação (harmonia ou dissonância) ou ela é dúbia, aparentemente fugindo ao controle do arquiteto? Houve displicências, partes mal resolvidas? Há coerência entre os preceitos teóricos ou as intenções e o resultado concreto? Quais são os elementos de maior efeito da obra sobre seu público? Tais elementos são formais, tridimensionais ou tratam-se de elementos adicionados ao espaço posteriormente para torna-lo mais instigante? A escala da obra é coerente com sua articulação formal? A obra dá margem para mudanças de uso ou sua funcionalidade é rígida?
A Implantação feita no projeto da CasaVenturi foi algo mais brando pelo fato do lote não apresentar uma topografia complexa. Concentrada no centro do terreno plano e fechado com seus limites com arvores e cercas. O acesso por carros também é pensado de maneira complexa, sendo distorcido em sua posição perpendicular ao centro da casa.
Seu entorno é todo trabalhado envolto a natureza e suas condicionantes. O arquiteto declarou diversas fontes de referências, uma delas foi Miquelangelo que no momento inicial motivou o tamanho vertical da chaminé e por pouco resultou em reprovação da obra.
Os pendentes laterais bem proporcionados e a abertura central existem no Nyhphaeum da Villa Barbaro, de Palladio. Um dos traços mais significativos da construção, os pendentes contrastam a ideia do telhado plano, bandeira do Movimento Moderno, Venturi vai encontrar no mais puro e tradicional Shingle americano de McKim, Mead and White. A separação da fachada é adicionada a um modelo da arquitetura moderna, do arquiteto Luigi Moretti, demonstrando que não é apenas na arquitetura histórica que Venturi vai buscar seus conceitos. Nota-se em sua obra o uso insistente de diferentes formas geométricas que acabam complementando uma a outra no conjunto da obra. Este uso de formas transforma a casa em um edifício tanto quanto harmonioso e curioso. Onde sua fachada diferente incita o ato de conhecer a parte interna da casa, chamando atenção com o arco central que é conhecido como assinatura de Venturi em suas obras. 
BIBLIOGRAFIA
http://www.arqbacana.com.br/internal/news/read/846/pritzker-1991---robert-venturi
https://www.passeidireto.com/arquivo/11016705/casa-vanna-venturi
https://archiobjects.org/robert-venturi-the-right-approach-to-architecture/
VENTURI, Robert. Complexity and contradiction in Architecture. Nova Iorque: The Museum of Modern Ar, 1966.
VENTURI, Robert. “Diversity, relevance and representation in historicism”. In: VENTURI, Robert , SCOTT-BROWN, Denise.  A view from the Campidoglio: selected essays 1953-1984. Nova Iorque: Harper & Row, 1984.
 FRIEDMAN, Alice T. “It’ a Wise Child:  The Vanna Venturi House”. Women and the Making of the Modern House. A social and architectural History. Nova Iorque. Harry N. Abrams, Inc Publishers, 1998.
Pórticos, letreiros, lareiras le corbusier e robert venturi, sobre simbolismo e velocidade no modernismo - Rafael Urano Frajndlich 2010
http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=315

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