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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ESTEVAM ELPÍDIO CAMPOS JÚNIOR REESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE NA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO PORTUÁRIA - CVRD São Luís 2006 1 ESTEVAM ELPÍDIO CAMPOS JÚNIOR REESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE NA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO PORTUÁRIA – CVRD Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. M. Sc. Antonio Pereira e Silva São Luís 2006 2 Campos Júnior, Estevam Elpídio Reestruturação da área de planejamento, programação e controle na gerência de manutenção portuária – CVRD / Estevam Elpídio Campos Júnior. – São Luís, 2006. 74 f. Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) Universidade Estadual do Maranhão, 2006. 1. Planejamento 2. manutenção. I. Título CDU: 627: 658.012.2 3 ESTEVAM ELPÍDIO CAMPOS JÚNIOR REESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE NA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO PORTUÁRIA – CVRD Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica. Aprovada em / / BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Prof. M. Sc. Antonio Pereira e Silva (Orientador) _________________________________________ Prof. Ivan Braga _________________________________________ Prof. M. Sc. Wellinton de Assunção 4 A Deus, fonte da vida e inspiração. À minha mãe, pelo incentivo e apoio em todos os momentos. Ao meu pai, Estevam Campos (in memoriam) pelos ensinamentos deixados. Aos meus irmãos pela compreensão e incentivo nos momentos difíceis. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, que me iluminou dando-me força e coragem para realizar este trabalho. À minha mãe, pelo auxílio e dedicação constante. Aos meus irmãos e amigos, pela compreensão por eventuais ausências para a elaboração deste trabalho. À Caroline Santos, pelo companheirismo em todos os momentos. Ao Professor Antonio Pereira, pela orientação e compromisso durante a elaboração deste trabalho. Ao professor Wellinton de Assunção pela compreensão e colaboração durante a elaboração deste trabalho. Aos meus amigos Kardilson Pereira e Josenildo Lopes, pelo apóio e incentivo constantes. 6 “Perseverar é um dos grandes segredos do êxito. Muitas coisas na vida dependem da continuidade da perseverança que tudo alcança”. Roque Schneider 7 RESUMO Planejamento, programação e controle da manutenção. Apresentam-se as etapas realizadas para estruturar a área de planejamento, programação e controle da manutenção em uma empresa de grande porte. Enfatizam-se as atividades realizadas em cada uma dessas etapas. Apresentam-se os cargos necessários para essa estrutura, indicando as atividades e fluxos a serem seguidos para a execução de cada atividade dentro desta área. Apresentam-se as fases necessárias para a elaboração de um mapa de 52 semanas, bem como sua importância dentro de uma estrutura de planejamento de manutenção. Enfatiza-se um sistema informatizado de manutenção, capaz de dar suporte à área de planejamento, programação e controle da manutenção. Apresenta-se uma estrutura de controle da manutenção capaz de garantir a disponibilidade de dados confiáveis para a gestão da manutenção. 8 ABSTRACT Planning, Programming and maintenance control. Are presented the stages realized to structuralize the area of plannig, programming and maintenance control in a big company. Are emphasized the activities realized in each one of the stages. Are presented the necessary employments to that structure, indicating the activities and flows to be followed to the execution of each activity of this area. Are presented the necessary stages to elaboration of a 52-week´s map, as well as your importance inside a Planning of maintenance structure. A maintenance’s software, able to give support to the Planning programming and control area is emphasized. Is presented a maintenance control structure, able to guarantee the availability of trustworthy datas to the maintenance management. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 8.1 – Organograma CVRD...........................................................................30 Figura 8.2 – Organograma GEPON ....................................................................... 31 Figura 8.3 – Pilares de sustentação do projeto ProAtivo........................................ 35 Figura 8.4 – Pirâmide do SGM................................................................................36 Figura 8.5 – Diagnóstico dos blocos da pirâmide do SGM..................................... 37 Figura 8.6 – Organograma do PPC antes da reestruturação................................. 41 Figura 8.7 – Critérios para definição da criticidade dos equipamentos.................. 45 Figura 8.8 – Critérios de criticidade A,B e C........................................................... 46 Figura 8.9 – Planilha de criticidade ProAtivo.......................................................... 48 Figura 8.10 – Planilha de criticidade dos equipamentos.......................................... 49 Figura 8.11 – Estratégias de manutenção............................................................... 50 Figura 8.12 – Mapa de 52 semanas......................................................................... 52 Figura 8.13 – Tela de apresentação do MÁXIMO.................................................... 54 Figura 8.14 – O.S. encerrada no MÁXIMO...............................................................54 Figura 8.15 – Códigos de serviços realizados pela manutenção............................. 55 Figura 8.16 – Indicadores de desempenho da manutenção ................................... 63 Figura 8.17 – Indicadores de desempenho dos ativos............................................. 64 Figura 8.18 – Planilha de aderência ao planejamento..............................................65 10 LISTA DE SIGLAS CCO – Centro de Controle Operacional CVRD – Companhia Vale do Rio Doce DIFN – Departamento de Ferrosos Norte DF – Disponibilidade Física FDM – Ficha de Devolução de Materiais GAPUN – Gerência de Manutenção Portuária GEPON – Gerência Geral de Operações Portuárias LIC – Lista de Ítens Críticos MTBF – Mean Time Between Failure (Tempo Médio Entre Falhas) MTTR - Mean Time to Repair (Tempo Médio para Reparo) O.S. – Ordem de Serviço PPC – Área de Planejamento, Programação e Controle da Manutenção SGM – Sistema de Gerenciamento da Manutenção TMPM – Terminal Marítimo de Ponta da Madeira 11 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES .....................................................................................................9 LISTA DE SIGLAS.................................................................................................................10 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14 2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO....................................................................................16 3 CONCEITOS DE MANUTENÇÃO ..................................................................................164 TIPOS DE MANUTENÇÃO ..............................................................................................17 4.1 Manutenção Corretiva .................................................................................................18 4.1.1 Manutenção corretiva não planejada .......................................................................18 4.1.2 Manutenção corretiva planejada ...............................................................................19 4.2 Manutenção Preventiva...............................................................................................20 4.3 Manutenção Preditiva ..................................................................................................21 4.4 Engenharia de Manutenção .......................................................................................22 5 ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO..............................................................................23 6 SISTEMA INFORMATIZADO DE MANUTENÇÃO......................................................25 7 PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÃO .........................................................................26 7.1 Considerações Gerais .................................................................................................26 7.2 Conceitos ........................................................................................................................27 7.3 Objetivos do Planejamento ........................................................................................28 7.4 Vantagens de um Bom Planejamento de Manutenção .......................................29 8 ESTUDO DE CASO NA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO PORTUÁRIA DO TMPM NA CVRD ................................................................................................................................30 8.1 Visão Geral da CVRD ...................................................................................................33 8.2 Visão Geral da GAPUN ................................................................................................33 8.3 A manutenção como Função Estratégica ..............................................................34 12 8.4 Criação do Proativo......................................................................................................35 8.4.1 Diagnóstico da manutenção da CVRD.....................................................................36 8.4.2 Plano de implantação..................................................................................................38 8.5 Reestruturação da Área de Planejamento, Programação e Controle da Manutenção ...........................................................................................................................39 8.5.1 Situação atual da área de planejamento, programação e controle da manutenção ............................................................................................................................40 8.5.2 Elaboração da nova estrutura de PPC.....................................................................42 8.5.3 Criação da equipe de programadores de turno (Help Desk) ................................43 8.5.4 Mapa de 52 semanas..................................................................................................44 8.5.4.1 Definição da criticidade dos equipamentos..........................................................45 8.5.4.2 Definição da estratégia de manutenção ...............................................................50 8.5.4.3 Elaboração dos planos de manutenção ...............................................................52 8.5.4.4 Elaboração do mapa de 52 semanas ...................................................................53 8.5.5 Sistema informatizado.................................................................................................54 8.5.6 Definição das atividades e fluxos da área de PPC ................................................56 8.5.6.1 Planejador de manutenção .....................................................................................57 8.5.6.2 Aprovisionador de materiais ...................................................................................58 8.5.6.3 Programador de manutenção.................................................................................59 8.5.6.4 Programador de turno (Help Desk) .......................................................................61 8.5.6.5 Técnico de gestão de sobressalentes...................................................................62 8.5.6.6 Controladores............................................................................................................63 8.5.7 Reestruturação da área de controle da manutenção.............................................63 8.5.8 Implantação da nova estrutura de PPC na GAPUN ..............................................66 9 CONCLUSÃO .....................................................................................................................68 13 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................70 GLOSSÁRIO............................................................................................................................71 ANEXOS..................................................................................................................................72 14 1 INTRODUÇÃO A manutenção deixou de ser, nas últimas décadas, uma simples atividade de reparo para se tornar um meio essencial ao alcance dos objetivos e metas da organização. Coloca-se, estrategicamente, como parte fundamental do processo produtivo em um ambiente onde, cada vez mais, se utilizam equipamentos de última geração, com os mais modernos sistemas mecânicos e eletro-eletrônicos, de maior grau de complexidade, alto custo e exigências elevadas quanto ao nível da manutenção. A maior complexidade dos equipamentos e diversidade dos ativos físicos fez da manutenção uma função igualmente complexa, levando ao desenvolvimento de novas técnicas, modernas ferramentas de gestão e abordagens inovadoras quanto à organização e estratégia de manutenção. Gerenciar corretamente esses modernos meios de produção exige conhecimento de métodos e sistemas de planejamento e execução que sejam ao mesmo tempo eficientes e economicamente viáveis. Equipamentos parados em momentos inoportunos comprometem a produção e podem significar perdas irrecuperáveis num ambiente altamente competitivo. Diante desse cenário, a estrutura de planejamento, programação e controle da manutenção tem um papel importantíssimo: fazer com que a manutenção trabalhe de forma planejada, para que os recursos sejam aplicados de forma correta, no momento adequado garantindo assim a disponibilidade dos equipamentos e conseqüentemente uma maior produtividade. Neste trabalho serão apresentadas todas as etapas de implantação de uma nova estrutura na área de planejamento, programação e controle da 15 manutenção na Gerência de Manutenção Portuária, enfatizando a organização da mesma com cargos e fluxos bem definidos e utilizando um sistema informatizado de manutenção capaz de suportar as necessidades de crescimento da gerência e da companhia. 16 2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO Até 1914, inexistência de manutenção, as empresas reparavam seus equipamentos com o efetivo disponível. De 1914 a 1930 (1ª Guerra Mundial), aparece a manutenção corretiva como parte integrante do organograma das empresas (em nível de seção). De 1930 a 1940 (2ª Guerra Mundial), aparece a manutenção preventiva atuando junto à corretiva. Os organogramas das empresas apresentam um órgão de supervisão de manutenção do mesmo níveldo de produção. De 1940 a 1950, surge a Engenharia de Manutenção em nível departamental, subordinada a uma gerência de manutenção e em mesmo nível do órgão de execução de manutenção. De 1950 a 1966, o órgão de Engenharia de manutenção assume posição mais destacada, passando a desenvolver controle de manutenção a processo de análise, visando a redução de custos de manutenção. De 1966 à época atual, o órgão de Engenharia de Manutenção se vale de processos sofisticados de controle, usando o computador e programas para análise de resultados, passando a aplicar fórmulas mais complexas para o cálculo dos mesmos. (VIANA, 2002) 3 CONCEITOS DE MANUTENÇÃO “Combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual 17 possa desempenhar uma função requerida” NBR 5462 (1994 apud DRUMOND, 2004, p. 103). “Garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custo adequados” (PINTO e XAVIER, 1999, p.16). 4 TIPOS DE MANUTENÇÃO Segundo Viana (2002) os tipos de manutenção, nada mais são do que as formas como são encaminhadas as intervenções nos instrumentos de produção, ou seja, nos equipamentos que compõem uma determinada planta. Neste sentido observamos que existe um consenso, salvo algumas variações irrelevantes, quanto aos tipos de manutenção. Segundo a classificação de Pinto e Xavier (1999), são estes os principais tipos de manutenção: Manutenção Corretiva Manutenção Preventiva Manutenção Preditiva Engenharia de Manutenção Desta classificação foi excluída a manutenção detevtiva, por entender que se trata apenas de uma técnica utilizada para realizar a manutenção preditiva. 18 4.1 Manutenção Corretiva “Manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane, destinada a colocar um item em condições de executar uma função requerida” NBR 5462 (1994 apud DRUMOND, 2004, p. 103). “É a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado” (PINTO e XAVIER, 1999, p. 32). Segundo Pinto e Xavier (1999), é importante lembrar que a manutenção corretiva ocorre em duas situações específicas: quando o equipamento apresenta um desempenho abaixo do esperado, apontado pelo monitoramento do equipamento; ou quando ocorre a falha do equipamento. Dessa forma, podemos verificar que a principal função da manutenção corretiva é restaurar ou corrigir as condições de funcionamento de um determinado equipamento ou sistema. E baseado nisto, a manutenção corretiva se divide em: Planejada ou Não Planejada. 4.1.1 Manutenção corretiva não planejada “É a correção da falha de maneira aleatória” (PINTO e XAVIER, 1999, p. 32). Este tipo de manutenção, segundo Pinto e Xavier (1999), acontece após a falha ou perda de desempenho de um equipamento sem que haja tempo para a preparação dos serviços, trazendo prejuízos enormes para as empresas, pois implica em altos custos (causados pela interrupção da produção ou pelos altos 19 custos necessários para realizar esta manutenção inesperada) e dependendo da atividade da empresa, perda da qualidade do produto. Segundo Pinto e Xavier (1999), um dos grandes desafios da manutenção é conseguir evitar esse tipo de manutenção, que apesar de todos os transtornos, ainda é muito praticada nos dias de hoje. 4.1.2 Manutenção corretiva planejada “É a correção do desempenho menor do que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela atuação em função de acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra” (PINTO e XAVIER, 1999, p. 34). Segundo Pinto e Xavier (1999), este tipo de manutenção depende da qualidade da informação fornecida pelo acompanhamento preditivo e possibilita um planejamento para a execução das tarefas, de forma que os custos podem ser minimizados, uma vez que estamos esperando a falha ou a perda de rendimento do equipamento. A decisão por este tipo de manutenção pode advir de vários fatores: a falha não oferece qualquer possibilidade de risco às pessoas e ou instalações; possibilidade de conciliar a necessidade da intervenção com os objetivos de produção; garantia de disponibilidade de sobressalentes e ou ferramentas necessárias à execução da manutenção; existência de recursos humanos necessários à execução da atividade. 20 4.2 Manutenção Preventiva “Manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item” NBR 5462 (1994 apud DRUMOND, 2004, p. 104). “É a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou quebra no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo” (PINTO e XAVIER, 1999, P. 35). Segundo Pinto e Xavier (1999) a manutenção preventiva, ao contrário da corretiva, visa evitar a falha do equipamento. Este tipo de manutenção é realizado em equipamentos que não estejam em falha, ou seja, estejam operando em perfeitas condições. Desta forma podemos ter duas situações bastante diferentes quando realizamos este tipo de manutenção: a primeira situação é quando paramos o equipamento bem antes do necessário para fazer a manutenção do mesmo; a segunda situação é a falha do equipamento, por termos estimado o período de reparo do mesmo de maneira incorreta. Baseando-se nestas duas situações é importante que a definição do período de parada dos equipamentos seja efetuada por pessoas experientes, ou seja, que conheçam bem o equipamento a ser manutenido, baseando-se em informações do fabricante do equipamento e principalmente nas condições climáticas que estes se encontram, pois um mesmo equipamento pode se comportar de maneira bem distinta quando submetido a condições climáticas diferentes. Segundo Pinto e Xavier (1999), a manutenção preventiva tem um lado negativo, pois pode introduzir defeitos não existentes no equipamento devido a: falhas humanas, falhas nos componentes sobressalentes, contaminações em 21 sistemas de óleo dos equipamentos, falhas ocasionadas durante partidas e paradas dos equipamentos e falhas nos procedimentos de manutenção. 4.3 Manutenção Preditiva “Manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva” NBR 5462 (1994 apud DRUMOND 2004, p. 104). “É a atuação realizada com base em modificações de parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática” (PINTO e XAVIER, 1999, p. 35). Na verdade este tipo de manutenção, nada mais é do que uma manutenção preventiva baseada na condição do equipamento. Este tipo de manutenção é interessante, pois permite o acompanhamento do equipamento através de medições realizadas com o equipamento em pleno funcionamento, o que lhe possibilita uma maior disponibilidade, já que este vai sofrer intervenção, somente quando estiver próximo de um limite estabelecido previamente pela equipe de manutenção. Podemos dizer que a manutenção preventiva prediz a falha do equipamento e quando se resolve fazer a intervenção para o reparo do mesmo, o que acontece, é na verdade uma manutenção corretiva programada. 22 Segundo Pinto e Xavier (1999), as condições básicas para que seja estabelecido este tipo de manutenção, são as seguintes: a) o equipamento, sistema ou instalação deve permitir algum tipo de monitoramento; b) o equipamento, sistema ou instalação deve ter a escolha por este tipo de manutenção justificada pelos custos envolvidos; c) as falhas devem ser originadasde causas que possam ser monitoradas e ter sua progressão acompanhada; e) adoção de um programa de acompanhamento, análise e diagnóstico, sistematizado. 4.4 Engenharia de Manutenção A Engenharia de Manutenção é na verdade uma evolução da manutenção industrial. Segundo Pinto e Xavier (1999, p. 42), “Engenharia de Manutenção significa perseguir benchmarks, aplicar técnicas modernas, estar nivelado com a manutenção de Primeiro Mundo”. Segundo Fabro (2003), quando a área de manutenção de uma empresa passa a praticar a engenharia de manutenção, ela começa a mudar sua cultura; passa a investigar as causas das quebras e interrupções, modificar situações crônicas, melhorar sistemáticas, enfim, almeja garantir maior disponibilidade à planta, utilizando técnicas consagradas a custos aceitáveis. Neste mesmo sentido, a engenharia de manutenção encarrega-se da gestão do processo de manutenção, procurando melhorar continuamente a eficiência do mesmo. 23 Dentre as atividades, que geralmente são atribuídas à Engenharia de Manutenção, podemos citar segundo Fabro (2003). a) arquivo técnico: documentação técnica em geral, elaboração de procedimentos; b) desenvolvimento de fornecedores; c) estudos, automações e melhorias de manutenção; d) apoio técnico a manutenção; e) normalizações: componentes, sobressalentes, treinamentos. 5 ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO Segundo Menezes e Almeida (2002), a estratégia de manutenção para cada equipamento consiste na escolha da política de manutenção mais adequada para o equipamento, visualizando-se os objetivos claros de: maior disponibilidade através do aumento da confiabilidade e manutenibilidade (MTBF máximo e MTTR mínimo), maximização da vida útil e minimização dos custos. E essa escolha é fundamental para que a empresa obtenha êxito na manutenção dos equipamentos. Segundo Fabro (2003), para que possamos determinar corretamente quais os tipos de manutenção são mais adequados para os equipamentos que serão manutenidos, é importante a verificação de alguns fatores, como: a) recomendações do fabricante; b) segurança; c) características do equipamento; d) meio ambiente; e) custos; 24 É importante a verificação de manuais do fabricante do equipamento para que possam ser observados aspectos relevantes para cada tipo de equipamento, como por exemplo: periodicidade de manutenção, procedimentos de correção de falhas, etc. O aspecto segurança deve ser colocado em primeiro plano, para que não tenhamos acidentes fatais por conseqüência da quebra de um equipamento. Uma boa harmonia Homem – Máquina – Meio Ambiente deve sempre existir. Para que isso ocorra, aspectos legais devem sempre ser observados e seguidos à risca. As características dos equipamentos não podem ser esquecidas, já que para a determinação da estratégia de manutenção, aspectos como tempo médio entre falhas, vida dos componentes, tempo médio do reparo, são muito importantes. O fator econômico, também é determinante para a definição da estratégia de manutenção e deve ser analisado com muita frieza, uma vez que é determinante para o sucesso de qualquer empresa. Devem ser observados, neste caso, todos os custos relacionados com a parada do equipamento, como por exemplo: quanto vai custar para a empresa deixar de produzir por um determinado intervalo de tempo para fazer manutenção em certo equipamento, ou quanto vai custar à quebra de um determinado equipamento que não parou para receber manutenção. Outro aspecto importante é quanto a empresa irá gastar com recursos humanos, ferramentas e peças para realizar uma determinada estratégia de manutenção. Uma vez definidas as políticas de manutenção mais adequadas para cada equipamento, devem ser elaborados os planos de manutenção. Através dos Planos de Manutenção Preventiva são operacionalizadas as políticas de manutenção dos 25 equipamentos, estabelecendo-se as freqüências e abrangências das intervenções bem como os parâmetros de monitoramento. 6 SISTEMA INFORMATIZADO DE MANUTENÇÃO Segundo Branco Filho (2005), um sistema de manutenção informatizado permite a interligação da manutenção com as demais áreas da empresa, tornando o gerenciamento de custos, materiais e pessoal mais ágil e seguro. O fator primordial da informatização da manutenção é o gerenciamento dos equipamentos e instalações, visando possibilitar a formação de um banco de dados histórico dos equipamentos, o planejamento e programação de recursos para a manutenção, orientar atividades e estabelecer o panorama das condições dos equipamentos. O uso de sistemas informatizados no gerenciamento da manutenção segundo Dias (2002 apud Fabro 2003, p. 29), “é fundamental para a execução da política de manutenção, em razão do alto volume de informações manuseado pela equipe e do pequeno número de profissionais envolvidos”. Desta forma podemos dizer que um sistema de manutenção informatizado possui um papel importante na evolução do processo de manutenção, dinamizando o mesmo, através do fluxo rápido das informações, sendo utilizado como ferramenta para o gerenciamento, além de formar um banco de dados, permitindo o uso de históricos na busca de informações para o planejamento e para o rastreamento de problemas que já ocorreram. 26 7 PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÃO 7.1 Considerações Gerais Segundo Branco Filho (2005), é através de um planejamento adequado de manutenção que se consegue obter melhores níveis de disponibilidade do equipamento e conseqüentemente do processo produtivo, sendo a disponibilidade operacional o grande indicador da excelência da manutenção e da garantia de produtividade. O processo de manutenção, cada vez mais tem importância no alcance dos objetivos globais da organização, principalmente aqueles relacionados com a estratégia de produção. O processo de manutenção deve servir de apoio para que a produção consiga atingir seus objetivos, ou seja, ele deve estar adequado às suas necessidades. Este alinhamento desejado entre o processo de manutenção e os objetivos de produção é alcançado com um bom planejamento de manutenção. De acordo com Fabro (2003), o planejamento de manutenção é resultante do processo de manutenção, que deve ser desenvolvido com base nas estratégias de produção e deve estar conseqüentemente orientado pelo planejamento estratégico da empresa. Assim, tanto o planejamento de manutenção quanto seu processo de gestão, precisam ser constantemente revistos e readequados para o atendimento das necessidades cada vez mais flexíveis da produção. Se tivermos atividades de manutenção realizadas sem planejamento, corremos o risco de trazer prejuízos e comprometer inclusive a imagem da empresa junto a seus clientes. Imaginemos que uma empresa deixe de produzir porque está com equipamentos danificados e o tempo de reparo destes foi muito grande e 27 comprometeu a produção diária. Esta empresa está correndo o risco de comprometer os prazos de entrega dos produtos junto aos seus clientes, perder a credibilidade e afetar negativamente a imagem da empresa. Segundo Barbosa (2002), a média de trabalho de funcionário de manutenção é cerca de quatro horas para uma jornada de oito horas. Isso mostra que diversas empresas têm uma deficiência muito grande para planejar suas atividades de manutenção. Os principais problemas que afetam a manutenção e comprometem os tempos de reparo, segundo Barbosa (2002) são: muitas idas ao almoxarifado e a ferramentaria, falta de material no local de trabalho (esperando entrega do almoxarifado), insuficiência de mão-de-obra programada, transferência de mão-de- obra para outro local de trabalho por causa de manutenção de emergência, etc. Todos estes problemas podem ser evitados se existir um planejamento bem feito para as atividades, onde os materiais e a mão-de-obra sejam alocados de maneira correta,o almoxarifado entregue os materiais em tempo hábil, as ferramentas sejam programadas com antecedência e estejam no local de trabalho para a execução dos serviços. 7.2 Conceitos “Elaboração, por etapas, com bases técnicas, de planos e programas com objetivos definidos” Aurélio (1986 apud BARBOZA, 2002, p. 6). “Análise e decisões prévias das intervenções, seqüência, métodos de trabalho, materiais e sobressalentes, dispositivos e ferramentas, mão-de-obra e 28 tempo necessário para a reparação de um item, máquina e instalação” (BRANCO FILHO, 1996). O planejamento tem como finalidade comunicar as intenções daquilo que se planeja, levando outras pessoas a conhecerem a realidade que se pretende e, assim, à execução das etapas que conduzem às metas e objetivos. Segundo Viana (2002),todo plano tem duas características: a) tarefas: coisas a fazer; b) recursos: pessoas, máquinas, materiais - que serão utilizados para a realização das tarefas. 7.3 Objetivos do Planejamento Segundo Fabro (2003) o planejamento visa proporcionar maior confiabilidade, manutenibilidade e conseqüentemente disponibilidade ao equipamento. Deve atender bem os equipamentos críticos da produção, por isso sua elaboração precisa ser orientada pela união de objetivos e políticas de produção juntamente com os de manutenção. Cabe a engenharia de manutenção proporcionar um processo de manutenção que dê sustentação para a eficiente elaboração e execução de um plano de manutenção. Plano este que deve ser orientado em função da criticidade dos processos, e ou equipamentos, visando direcionar os esforços para os equipamentos dos processos realmente críticos, e economizando os esforços para os menos críticos. 29 7.4 Vantagens de um Bom Planejamento de Manutenção De acordo com Fabro (2003), a adoção de um bom planejamento pode trazer muitos benefícios para a área de manutenção da empresa. Abaixo estão listadas algumas vantagens importantes, como: a) possibilidade de planejamento de recursos humanos; b) evita erros na contratação de terceiros e na aquisição de sobressalente (possibilita o gerenciamento de sobressalente); c) possibilidade de aquisição de materiais com melhor qualidade e com menor custo; d) através de planos de trabalho, cronogramas podem ser preparados e coordenados com planos de produção; e) permite a identificação de padrões de trabalho ainda não elaborados; f) o senso de responsabilidade das pessoas pode ser estimulado; g) evita-se o trabalho desnecessário; h) possibilita a manutenção de oportunidade (quando há uma paralisação do equipamento para preparações, falta de matéria-prima, ou outro fator que permita a entrada da equipe de manutenção para a realização de manutenção); i) é possível estimar o número de etapas envolvidas no plano de manutenção e o custo de cada uma. 30 8 ESTUDO DE CASO NA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO PORTUÁRIA DO TMPM NA CVRD Este estudo foi realizado na CVRD, no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, mais especificamente na Gerência de Manutenção Portuária (GAPUN), que está ligada à Gerência Geral de Operações Portuárias (GEPON), Gerência esta que faz parte da Diretoria de Ferrosos Norte (DIFN). Na figura 1 é mostrado o organograma da CVRD até o nível da GEPON. Na figura 2 é mostrado o organograma da GEPON, situando a GAPUN bem como a área de planejamento, programação e controle da manutenção. 31 Figura 8.1 – Organograma CVRD. Fonte GAPUN. Conselho de Administração Auditoria Interna Diretor Presidente Secretaria de Apóio à Gov. e Ass. Corp. Depto de Gestão Ambiental e territorial Consultor Geral Depto de Relações Institucionais Nac. Fundação Vale do Rio Doce Depto de relações Internacionais Depto de serviços Jurídicos Depto Jurídico Corporativo Diretoria de Ferrosos Departamento de Ferrosos Norte (DIFN) Gerência Geral de Operações Portuárias (GEPON) 32 Figura 8.2 – Organograma GEPON. Fonte GAPUN. GEPON Gerência Geral de Operações Portuárias Coordenação de Estudos de Capacidade e Processos Coordenação de Gestão Integrada (Econômica, Contratos e Materiais) Coordenação de Qualidade, Segurança e Meio Ambiente GAPON Gerência de Operações Porto - Ferrosos GAPUN Gerência de Manutenção GANOG Gerência de Operações Porto – Carga Geral Staff Facilitador SSO, Qualidade e Meio Ambiente. Gestão integrada de contratos Engenheiros de Manutenção Analista de Gestão de Manutenção PPC Inspeção Descarga & Peneiram. Embarque Máquinas de Pátio Transport. De correia Força e Energia Lubrificação Turno 33 8.1 Visão Geral da CVRD A CVRD é a maior empresa de mineração diversificada das Américas. Presente em 14 estados brasileiros e em cinco continentes, opera mais de 9 mil quilômetros de malha ferroviária e 10 terminais portuários próprios. Líder mundial no mercado de minério de ferro e pelotas, a Vale é a segunda maior produtora integrada de manganês e ferroligas, além de maior prestadora de serviços de logística do Brasil. Maior exportadora global de minério de ferro e pelotas, comercializa seus produtos para indústrias siderúrgicas do mundo inteiro. No Brasil, o produto é explorado em três sistemas integrados, cada um formado por mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo. No exterior, tem empresas controladas e coligadas nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Peru, França, Noruega e Bahrain, e escritórios em Nova York, Bruxelas, Gabão, Tóquio e Xangai (DRUMOND, 2004). 8.2 Visão Geral da GAPUN No anexo A podemos ter uma visão geral de toda a área do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, onde podemos verificar a grandeza da área com um uma grande quantidade de equipamentos como: transportadores de correia, empilhadeiras, carregadores de navios, etc. A GAPUN é responsável pela manutenção de todos os equipamentos do TMPM, ou seja, é responsável pela garantia da disponibilidade desses equipamentos para a GEPON. Para tanto é imprescindível a existência de uma área 34 de planejamento de manutenção capaz de suportar todas as manutenções realizadas pela execução. 8.3 A manutenção como Função Estratégica Em 2003, ao analisar seus gastos, a CVRD observou que cerca de 40% do custo total da Companhia era relacionado à manutenção. No segundo semestre de 2003, a Vale contratou os serviços da DATAFCVV Consultoria Empresarial e Representações Ltda, com o objetivo de levantar a situação da Confiabilidade Técnica das Gerências de engenharia e manutenção do desempenho da função dos equipamentos ou instalações da CVRD. Verificou-se o gerenciamento da rotina, o ciclo de vida dos equipamentos ou instalações, apresentando os resultados obtidos nas reuniões informativas com as equipes, através da amostragem do acompanhamento das tarefas de execução, das atividades da rotina de manutenção na área, desde as suas diretrizes, passando pelo planejamento, inspeção, programação etc., até a avaliação do comportamento do sistema de gestão da manutenção, conforme modelo proposto pelo SGM/CVRD no Manual de Manutenção Industrial, material elaborado por empregados da Vale. Em 2004, foram discutidas na CVRD as estratégias para que a empresa pudesse avançar com mais velocidade em busca de patamares mais elevados. Foi constatado que a falta de um sistema de manutenção unificado para toda a empresa não estava contribuindo para esse objetivo. A partir de então, e com a oficialização do manual do SGM pelo presidente da CVRD, foram dados os primeiros passos em busca da excelência da 35 manutenção, ou seja, elevar a manutenção da CVRD ao nível de manutenção Classe Mundial (DRUMOND, 2004). 8.4 Criação do Proativo A meta do presidente da CVRD era estar entre as 03 maiores mineradoras do mundo até 2010 (DRUMOND,2004). Para que esta meta fosse alcançada, foram levantados alguns pontos importantes e indispensáveis: a) aumento da capacidade produtiva; b) aquisição de outras empresas; c) produzir mais com os mesmos ativos. Produzir mais com os mesmos ativos foi o ponto chave e o principal motivo para que começasse um processo de transformação da manutenção na CVRD. Este passou a ser o foco da manutenção. Contudo, notou-se que somente a implantação dos processos do SGM não levaria a manutenção ao status de Classe Mundial, era necessário também dar atenção especial às pessoas, qualificando e capacitando a força de trabalho. Além disso, era necessário um sistema de manutenção que interagisse de maneira eficaz com as demais interfaces e tornasse mais fácil o manuseio e geração de informações. Para isto, foi implantado em paralelo o projeto ELO, com o objetivo de unificar todos os sistemas de informação da companhia. 36 Em agosto de 2004, uma equipe formada por 12 engenheiros da CVRD e 11 consultores da empresa ACCENTURE, reuniu-se e deu início então ao Projeto ProAtivo, tendo como pilares de sustentação do mesmo: as pessoas, os processos e a tecnologia e como meta atingir a Manutenção de Classe Mundial até o ano de 2008 (DRUMOND, 2004). Figura 8.3 – Pilares de sustentação do projeto ProAtivo. Fonte: Drumond, 2004. 8.4.1 Diagnóstico da manutenção da CVRD Era necessária uma ferramenta de comparação com os melhores processos de manutenção em nível mundial (Benchmarking) para avaliação das áreas de manutenção da CVRD. Para isto a equipe do projeto baseou-se nos processos da pirâmide do SGM (ver figura 4) e elaborou o guia de implantação do SGM, que serviu de ferramenta para o diagnóstico da manutenção. A pirâmide é dividida em 4 estágios. As metas de 2005 a 2008 são o alcance de 85% de cada estágio por ano. O ProcessosProcessos TecnologiaTecnologiaPessoasPessoas Práticas SGMEstrutura Perfil Capacitação ELO -MAXIMO Meta 2008 Manutenção de Classe Mundial Meta 2008Meta 2008 Manutenção Manutenção de Classe de Classe MundialMundial Objetivo Objetivo Longo PrazoLongo Prazo Programa de Transformação da Manutenção ProAtivoPrograma de Transformação da Manutenção ProAtivoPrograma de Transformação da Manutenção ProAtivo 37 Figura 8.4 – Pirâmide do SGM. Fonte: Drumond, 2004. Em outubro de 2004, a equipe do ProAtivo realizou o diagnóstico que retratou a situação das áreas de manutenção. Cada uma das 80 áreas diagnosticadas recebeu o seu resultado específico, mostrando a aderência em relação aos processos da pirâmide do SGM. As áreas passaram a ser chamadas de funções manter. Na oportunidade a equipe do projeto levantou as melhores práticas das áreas e elaborou o guia de melhores práticas. Este serve como balizador para a realização das atividades da pirâmide. Na figura 5 pode ser verificado o resultado do diagnóstico, que mostra o benchmark interno para cada um dos blocos da base da pirâmide, bem como a média CVRD. 38 Figura 8.5 – Diagnóstico dos blocos da pirâmide do SGM. Fonte: Drumond, 2004. 8.4.2 Plano de implantação Após o diagnóstico, foi dado início à fase de planejamento das atividades do projeto. O ProAtivo entregou para cada Função Manter um kit de implantação, arquivo em Excel contendo todas as ações do Guia de Implantação do SGM. De posse desta ferramenta, cada Função Manter verificou as ações que se traduziram em iniciativas do projeto de transformação, de forma que ao final de 2005 o primeiro estágio da pirâmide estivesse implantado. O direcionamento estratégico do projeto foi que primeiramente a Função Manter deveria garantir o cumprimento de todos os requisitos de fundamento da manutenção, para somente então partir para outros estágios. 0% 20% 40% 60% 80% 100% Implantatação SGM Priorização Planejamento Manut.Preventiva Sistematização PadrãoGer.Materiais e Contratos Falhas Sistema Padrão Resultado de Desempenho Benchmark interno Média CVRD 39 Uma vez garantido que tais fundamentos estivessem implementados adequadamente, o direcionamento é que fossem priorizadas as iniciativas que trouxessem maior benefício e com menor dificuldade de implantação. A partir destas definições foi elaborado um cronograma contendo todas as atividades que deveriam ser realizadas para que fosse possível atingir a base da pirâmide. Neste cronograma todas as atividades foram descritas com seus respectivos prazos e recursos necessários para realização, bem como os responsáveis pela execução das mesmas. 8.5 Reestruturação da Área de Planejamento, Programação e Controle da Manutenção A atividade de reestruturação da área de planejamento, programação e controle da manutenção está contemplada no bloco dois da base da pirâmide da excelência (figura 8.4). O fato do bloco de planejamento está localizado na base da pirâmide, mostra o quanto ele é importante para a atividade de manutenção e que uma estrutura bem definida na área de planejamento é fundamental para uma área que quer ser considerada como manutenção de Classe Mundial. Para reestruturar a área de planejamento, programação e controle da manutenção na GAPUN, fez-se necessária primeiramente uma avaliação da situação atual, ou seja, a real situação da área antes da implantação do projeto ProAtivo. 40 8.5.1 Situação atual da área de planejamento, programação e controle da manutenção Segundo observações realizadas na área e o depoimento do novo Supervisor de PPC, Anderson Souza, que foi contratado para juntar-se a equipe do ProAtivo na GAPUN para reestruturar a área no que diz respeito a planejamento, programação e controle da manutenção, a situação não é muito confortável, pois atividades essenciais estão sendo colocadas de lado por falta da devida organização na estrutura do planejamento. A seguir são mostradas algumas das dificuldades enfrentadas pela área: a) um dos problemas detectados na estrutura do PPC é a inclusão da inspeção como parte desta área, ou seja, existe na verdade uma área de planejamento, programação, controle e Inspeção (PPCI). Isto até pode ser aceito, porém devido ao tamanho da área de manutenção no Porto de Ponta da Madeira, fica complicado para um único supervisor comandar duas equipes distintas, ou seja, trabalhar junto aos inspetores na inspeção e trabalhar junto aos planejadores, programadores e controladores no PPC. Ainda neste ponto, verificamos que é necessária uma adequação da estrutura para atender todas as áreas da gerência. b) o efetivo não consegue desempenhar suas funções corretamente. Isto se deve principalmente ao fato da não existência de fluxos definidos para cada função. c) utilização de um sistema informatizado de manutenção com muitas falhas devido à inserção incorreta de dados. A área não possui um 41 histórico confiável dos dados dos equipamentos. Outro problema é a falta de interação com os demais sistemas corporativos, prejudicando a realização das atividades de planejamento, programação e controle da manutenção. Um exemplo típico é que para verificar a existência de materiais no almoxarifado é necessário o acesso a um programa diferente daquele utilizado para fazer a programação das atividades. d) falta de direcionamento na realização das atividades. Planejadores realizando atividades de planejamento sem a existência de um plano anual de manutenção (mapa de 52 semanas). Isto faz com que o planejador execute suas atividades de maneira aleatória, não tendo condições de controlar os recursos necessários e sem ter uma previsão de quanto a GAPUN gastará com a manutenção dos seus ativos (equipamentos) durante o ano, o que acaba comprometendo o orçamento anual da gerência. e) falta de controle eficiente das atividades de manutenção. Este problema tem como principal causa, a inserção incorreta de dados nosistema de manutenção (SISMAN), devido à falta de mão-de-obra dedicada á realização desta atividade. f) não realização de manutenção de oportunidade (manutenção realizada nos intervalos de funcionamento dos equipamentos) por falta de programação dos serviços. Isso faz com que a área tenha que parar o equipamento para manutenção num horário em que o mesmo poderia está sendo utilizado, prejudicando às vezes a operação, porque não soube como aproveitar os espaços oferecidos. 42 Estes são os principais problemas encontrados por falta de uma estrutura bem definida na área de planejamento, programação e controle na GAPUN. São elementos básicos, que devem fazer parte da manutenção do dia-a-dia de qualquer área de manutenção que pretende ser considerada como Classe Mundial. Para a reestruturação da área de PPC foi seguido o referencial teórico citado neste trabalho, bem como sugestões da equipe de implantação do projeto ProAtivo – CVRD. 8.5.2 Elaboração da nova estrutura de PPC Como foi verificado anteriormente, um dos problemas encontrados foi exatamente a inclusão da Inspeção na estrutura de PPC e a não adequação desta estrutura à realidade da gerência. A figura 8.6 mostra este modelo de estrutura. Figura 8.6 – Organograma do PPC antes da reestruturação. Fonte GAPUN. Para solucionar este problema foi elaborada uma nova estrutura de PPC, separando a área de inspeção e adequando a estrutura com a realidade atual da gerência. PPCI INSPEÇÃO. PPC DESCARGA PÁTIOS EMBARQUE VULC./ TRANSP. EQUIP.AUX. MECÂNICA ELÉTRICA ANÁLISE END 01 Planejador 01 Programador 01 Planejador 02 Programadores 09 Técnicos 03 Técnicos 11 Técnicos 14 Técnicos 25 Técnicos CONTROLE 02 Técnicos 01 Planejador 01 Programador 03 Técnicos 01 Planejador 01 Programador 43 Este trabalho contou com a participação do supervisor da área de PPC e da equipe do ProAtivo – GAPUN e foi realizado de acordo com a necessidade de cada área e os cargos necessários para uma estrutura de PPC. O resultado pode ser verificado no anexo B, que mostra uma estrutura mais completa e capaz de abranger todas as áreas da GAPUN. 8.5.3 Criação da equipe de programadores de turno (Help Desk) Para solucionar o problema da não execução dos serviços de manutenção de oportunidade, seria necessária a existência de alguém focado nos horários de funcionamento dos equipamentos, para que a equipe de manutenção pudesse executar suas atividades nos intervalos de funcionamento dos mesmos. Para tanto foi criada a equipe de Help Desk (ver figura 8.8), cujo principal objetivo é observar as janelas (tempo que o equipamento está ocioso) e programar para estes intervalos manutenções pendentes ou cumprimento dos planos de manutenção. Outro objetivo desta equipe é verificar todas as quebras dos equipamentos durante todo o dia, ou seja, esta equipe registra todas as manutenções realizadas corretivamente 24 horas por dia. Isso possibilita uma obtenção confiável de dados para que possam ser controlados os índices de manutenção corretiva. Esta equipe foi composta por seis técnicos que fazem revezamento de turno e ficam localizados no Centro de Controle Operacional (CCO), onde podem obter informações de todos os equipamentos da planta, o que é essencial para a programação de serviços. 44 Abaixo estão descritos os papéis do programador de turno: a) direcionar e controlar os tempos das manutenções corretivas (MTTR); b) programar as manutenções de oportunidade de acordo com a priorização das O.S. planejadas; c) requisitar material de manutenção corretiva; d) encerrar as O.S. executadas de manutenção corretiva; e) reportar dificuldades ocorridas no turno para uma correta execução das manutenções corretivas; f) solicitar ajuda extra. Com esta equipe de programadores de turno resolve-se o problema de falta de aproveitamento das oportunidades de manutenção e garante-se que todas as paradas e manutenções corretivas por quebra serão registradas e tratadas pelos responsáveis, permitindo assim um melhor gerenciamento da manutenção. 8.5.4 Mapa de 52 semanas O mapa de 52 semanas consiste num plano anual que contempla todas as paradas ao longo do ano em todos os equipamentos da planta. Este planejamento deve conter além do número da semana que os equipamentos sofrerão manutenção preventiva, todos os recursos necessários para a realização destas manutenções, tais como: recursos financeiros, materiais e mão-de-obra. Porém, para a elaboração deste planejamento, é imprescindível que se conheça o plano de manutenção de cada equipamento, que por sua vez é determinado de acordo com a estratégia de manutenção definida para o mesmo. Esta estratégia é determinada em função da criticidade de cada equipamento, por 45 isso será mostrado como foi realizada cada uma destas etapas durante o processo de reestruturação da área de PPC na GAPUN. 8.5.4.1 Definição da criticidade dos equipamentos A definição da criticidade de cada equipamento é na verdade, a maneira utilizada para determinar o grau de importância de cada equipamento dentro do processo produtivo, levando-se em conta aspectos importantes como: segurança, meio ambiente, custo, etc. Dentro deste conceito, um equipamento pode ser classificado como: A (equipamento crítico), B (equipamento importante) ou C (equipamento auxiliar). A criticidade dos equipamentos A, B ou C define qual a estratégia a ser aplicada no mesmo, visando principalmente o tipo de manutenção a ser aplicado e a atuação das equipes de manutenção em cada equipamento; seu objetivo é orientar a abordagem de manutenção adotada, assim permitindo a focalização do esforço de manutenção, e a hierarquização das prioridades de atendimento. Para a definição da criticidade dos equipamentos foi utilizada a seguinte metodologia: a) seguiu-se as indicações propostas pelo grupo de implantação do projeto ProAtivo, que padronizou cinco critérios para a avaliação da criticidade dos equipamentos, como mostra a figura 8.7; 46 Figura 8.7 – critérios para definição da criticidade dos equipamentos. Fonte: GAPUN. b) em seguida foi adotada uma planilha elaborada também pelo grupo de implantação do projeto ProAtivo. Esta planilha foi confeccionada de acordo com os critérios citados na figura acima, e a criticidade de cada equipamento depende de uma combinação de resultados, que estão mostrados nas figura 8.8 (a) a 8.8 (f). Na figura 8.9 é apresentado o modelo da planilha utilizada para a avaliação da criticidade dos equipamentos de acordo com os critérios definidos pela equipe de implantação do projeto ProAtivo - CVRD; 47 Figura 8.8 (a) – Critérios de criticidade A Figura 8.8 (b) – Critérios de criticidade A Figura 8.8 (c) – Critérios de criticidade B Figura 8.8 (d) – Critérios de criticidade B Figura 8.8 (e) – Critérios de criticidade C Figura 8.8 (f) – Critérios de criticidade C 48 Classificação A: 1º) Um dos níveis assinalados na figura 8.8 (a). 2º) Um dos níveis assinalados da primeira coluna mais um dos níveis assinalados da segunda coluna da figura 8.8 (b). Classificação B: 1º) Um dos níveis assinalados na figura 8.8 (c) e os demais na segunda ou terceira coluna. 2º) Pelo menos dois dos níveis assinalados na segunda coluna da figura 8.8 (d)e os demais na coluna 3. Classificação C: 1º) Um dos níveis assinalado na segunda coluna da figura 8.8 (e) e os demais na terceira coluna. 2º) Todos os níveis assinalados na terceira coluna. 49 Figura 8.9 – Planilha de criticidade ProAtivo. Fonte: GAPUN. Para a obtenção da critidade de um equipamento basta inserir o TAG do mesmo na primeira coluna da tabela acima, a sua classe na segunda coluna, a descrição(nome do equipamento) na terceira coluna e preencher as colunas 5,6,7,8 e 9 de acordo com os critérios estabelecidos na figura 8.7. c) reuniram-se os representantes das áreas de planejamento, engenharia, operação e manutenção para que juntos analisassem os critérios definidos e classificassem assim a criticidade de todos os equipamentos. 50 Na figura 8.10 é apresentada a criticidade de alguns equipamentos após a avaliação da criticidade, seguindo os critérios determinados. Figura 8.10 – Planilha com a criticidade de equipamentos. Fonte: GAPUN. 8.5.4.2 Definição da estratégia de manutenção A estratégia de manutenção é o tratamento de manutenção dado a cada equipamento de acordo com a sua classe de criticidade com o objetivo de racionalizar o esforço, a ordem e a prioridade de tratamento de suas necessidades. As estratégias de manutenção adotadas para cada classe de criticidade de equipamentos, definidas com a participação das áreas de PPC, engenharia e equipe ProAtivo – GAPUN, foram as seguintes: 51 Classe A – Equipamento Crítico: definida através do cumprimento do planejamento de Manutenção preventiva conforme planos periódicos, melhorias e monitoramento de subconjuntos / componentes para substituição conforme condição (preditiva). Classe B – Equipamento Importante: necessita de Manutenção Periódica baseada em limpeza, lubrificação e inspeção a intervalos regulares e Manutenção Programada orientada pelos resultados de inspeção e planos do sistema. Classe C – Equipamento Auxiliar: Lubrificação, inspeção com intervalos de freqüência maiores e manutenção preventiva. Na figura 8.11, mostramos algumas estratégias de manutenção definidas para cada classe de criticidade de equipamentos. Figura 8.11 – Estratégias de manutenção em função da criticidade. Fonte: GAPUN. 52 8.5.4.3 Elaboração dos planos de manutenção Apesar da elaboração dos planos de manutenção fazer parte das etapas para criação do mapa de 52 semanas, não é de total responsabilidade da área de PPC a execução desta tarefa. A responsabilidade pela elaboração dos planos de manutenção é compartilhada com a engenharia de manutenção, ou seja, a área de PPC fornece o planejador de manutenção para acompanhar os trabalhos de elaboração dos planos junto à engenharia de manutenção. Após a elaboração dos planos a responsabilidade pela programação dos mesmos passa a ser inteiramente da área de PPC, que utiliza esses planos como balizadores para a elaboração do mapa de 52 semanas. Para a realização desta atividade, que depende da dedicação exclusiva de seus executantes para que o trabalho seja executado com qualidade, foi contratada uma empresa que ficou responsável tanto pela elaboração quanto pela inserção de todos os planos no sistema informatizado de manutenção MÁXIMO. Um fator muito importante para a elaboração dos planos de manutenção é o conhecimento dos equipamentos, por partes dos elaboradores. Por isso todos as pessoas contratadas para a realização desta atividade possuem grande experiência na área e conhecimento profundo dos equipamentos. É importante colocar que para muitos equipamentos já haviam planos elaborados, cabendo à equipe contratada apenas fazer a revisão desses planos. 53 8.5.4.4 Elaboração do mapa de 52 semanas Após a definição da criticidade dos equipamentos, a melhor estratégia de manutenção e os planos de manutenção, pode então ser elaborado o mapa de 52 semanas (mapa anual de paradas) para todos os equipamentos da área, levando-se em consideração aspectos econômicos, mão-de-obra necessária para a realização das intervenções e principalmente os intervalos determinados para cada equipamento no seu respectivo plano de manutenção. Na figura 8.12 mostramos um modelo simples de mapa de 52 semanas. Este mapa contém as informações básicas necessárias ao mesmo, como por exemplo: mês que o equipamento vai sofrer a MP (manutenção preventiva) com sua respectiva semana, valores a serem gastos com recursos materiais e quantidade de HH (homem hora) necessária para a execução das atividades no tempo programado, com seus respectivos valores. Figura 8.12 – Modelo de mapa de 52 semanas. Fonte: GAPUN. 54 8.5.5 Sistema informatizado O sistema informatizado de gerenciamento da manutenção é uma ferramenta extremamente importante para o controle e o sucesso das ações de melhorias, pois o histórico dos serviços executados, quando bem detalhado e cadastrado, possibilita o real conhecimento da situação da área de manutenção. A Ordem de Serviço, que é o principal documento da manutenção, deve ser bem registrada e para que isso aconteça faz-se necessário um sistema que, ao mesmo tempo, seja de fácil interação com o usuário, simples, objetivo e possa gerar relatórios e indicadores confiáveis. A CVRD possuía mais de vinte sistemas diferenciados de manutenção. E estes não tinham interface com outras áreas, tais como financeira, suprimentos, etc. Para resolver essas dificuldades, a empresa resolveu adotar um sistema único para a manutenção em todas as áreas. O MÁXIMO é o mais novo sistema informatizado de gestão da manutenção da companhia e será adotado como padrão. O novo sistema veio através do projeto conhecido como ELO, que objetivou a unificação de vários sistemas, facilitando a interface entre diversas áreas da Companhia. A elaboração e implantação do MÁXIMO contaram com a participação de representantes das Funções Manter. Isto possibilitou que as particularidades das diversas áreas fossem consideradas na elaboração do projeto. Isso inclui a lista de indicadores gerados, que varia de acordo com a especialidade da área, como por exemplo: porto, ferrovia, mina. Nas figuras abaixo são mostradas algumas telas desse novo sistema, O MÁXIMO. 55 Figura 8.13 Tela de apresentação do MÁXIMO. Fonte: GAPUN. Fig 8.14 OS encerrada no Sistema MÁXIMO. Fonte: GAPUN. 56 No MÁXIMO são encontrados todos os tipos de serviços realizados pela manutenção com seus respectivos códigos. Estes tipos de serviços permitem planejar e programar as atividades de acordo com cada situação. Na figura 8.15 pode ser verificada a relação dos tipos de serviços com seus respectivos códigos. Os programadores utilizam também para realizar as programações semanais e diárias o programa Ms Project, ferramenta importante capaz de gerar gráficos de Gantt, que permitem uma melhor visualização do início e término das atividades a serem executadas, permitindo assim uma programação de atividades mais segura e de fácil visualização. Código Tipo de Serviço MC Manutenção Corretiva de Emergência CP Manutenção Corretiva programada MP Manutenção Preventiva Sistemática PC Manutenção Condicional IP Inspeção / Preditiva MM Manutenção de Melhoria RR Reformas / Recuperações FR Fabricação / Recuperação AS Serviços de Apóio NI Novas Instalações AC Aferição / Calibração Figura 8.15 – Códigos dos serviços realizados pela manutenção. Fonte: GAPUN. 8.5.6 Definição das atividades e fluxos da área de PPC Um problema encontrado na estrutura do PPC foi a realização das atividades sem um fluxo definido. Isto acontece principalmente quando não temos papéis definidos para cada função, exatamente o problema da área de PPC da GAPUN. O resultado disso é desastroso, pois alguns empregados acabam 57 realizando atividades que não deveriam ser realizadas por eles, acumulando assim a função de um outro empregado, que por sua vez pode ficar com uma carga de trabalho reduzida em virtude disso. Para solucionar este problema foram definidas todas as atividades para cada cargo dentro da área de PPC. Este trabalho contou com a participação do supervisor de PPC, empregados da área de PPC e equipe do projeto ProAtivo GAPUN. Durante a definição das atividades os empregados puderam colocar as suas atribuiçõesatuais e suas principais dificuldades para a realização das mesmas. Neste ponto foram identificados alguns problemas como, por exemplo: planejadores realizando atividades de programação, programadores realizando atividades de aprovisionamento, dentre outras. Em seguida foram definidas as atividades coerentes para cada cargo, utilizando o Manual de Manutenção Industrial da CVRD, e por fim foram elaborados os fluxos para cada um desses cargos. A união desses fluxos fecha o ciclo de todas atividades que devem ser realizadas pela área de PPC. Abaixo estão descritas as atividades para cada um dos cargos. 8.5.6.1 Planejador de manutenção A função do planejador de manutenção é definir os métodos e tarefas de manutenção preventiva que levem à maximização do Desempenho Global dos Equipamentos e minimização do custo global de Manutenção. O planejador de manutenção irá definir basicamente O QUE fazer e QUANDO fazer, no sentido das freqüências ou periodicidades, o que é mostrado em um mapa de 52 semanas, conforme tratado na seção 8.8.4.4. Esse planejamento é realizado com base nos planos de manutenção. 58 Também é função do planejador, realizar o planejamento das atividades de manutenção de acordo com os dados levantados pela área de inspeção, ou seja, quando um inspetor verifica alguma anormalidade em determinado equipamento, ele abre uma ordem de serviço que fica no status de aguardando planejamento. A partir desse momento a responsabilidade de fazer o planejamento da manutenção para corrigir a anormalidade detectada, é do planejador de manutenção. 8.5.6.2 Aprovisionador de materiais As atividades do aprovisionador de materiais têm um peso muito grande para a manutenção dos equipamentos, pois a falha da mesma pode acarretar no atraso de uma manutenção ou até mesmo na não realização da mesma por falta dos materiais necessários. A seguir temos a descrição das atividades do aprovisionador de materiais. a) receber do planejamento as OS. Dependendo da complexidade da manutenção de um equipamento o aprovisionador deve se antecipar ao planejamento preparando os subconjuntos para a manutenção. Isto ocorre porque a preparação / recuperação dos subconjuntos depende das condições de atendimentos da oficina; b) abrir OS para oficina. Os materiais utilizados na recuperação dos componentes deverão ser solicitados no almoxarifado pelo aprovisionador (rolamentos, buchas, rodas, eixos); c) devolver material / componente para almoxarifado. Na devolução do material o aprovisionador deverá preencher uma ficha de devolução de materiais (FDM), solicitar a autorização do gerente de área e 59 encaminhar a ficha aos gestores de estoques para análise e verificação do item. Somente após esta verificação o material poderá ser encaminhado ao almoxarifado limpo e identificado; d) informar gestor de estoque. Verificar no sistema informatizado os parâmetros de reposição do item e solicitar alteração dos mesmos, quando necessário; e) encaminhar OS para programação. Depois de disponibilizado todo o material, o aprovisionador deverá, no MÁXIMO, alterar o status da OS para aguardando programação. De acordo com a descrição das atividades, listamos abaixo os papéis e responsabilidades do aprovisionador de materiais. a) requisitar ao almoxarifado todos os materiais necessários à execução dos serviços; b) acompanhar as recuperações dos subconjuntos junto à oficina; c) acompanhar, junto ao técnico de gestão de sobressalentes, as recuperações externas; d) disponibilizar materiais para a equipe de execução; e) devolver materiais não utilizados ao almoxarifado; 8.5.6.3 Programador de manutenção As atividades do programador estão listadas abaixo. a) análise da carteira de serviço: atualizar diariamente a carteira semanal de O.S. pendentes e ordenar as O.S. por Prioridade (Urgência): 0 (zero) = urgente - no máximo uma semana para executar. 1 (um) = 60 normal - acima de uma semana para executar; Verificar se as O.S. estão planejadas adequadamente e caso não estejam, reunir com o planejador e solicitar o replanejamento das O.S., informando os motivos do replanejamento; Mudar a situação das O.S. a serem replanejadas para "aguardando planejamento". b) análise das condições dos recursos: verificar se os recursos materiais e logísticos necessários à execução dos serviços estão disponíveis, caso não estejam verificar com o planejador se é possível replanejar e solicitar o replanejamento. Não sendo possível, o Programador deverá acionar o Aprovisionador para providenciar os recursos faltantes. Se o Aprovisionador não conseguir os recursos, deverá solicitar apoio do Superior imediato. c) análise das condições físicas, operacionais e de segurança: verificar se há condições físicas, operacionais, de segurança e meio ambiente para execução do serviço, em caso positivo, programar os serviços observando as prioridades das O.S. Em caso negativo, providenciar as condições físicas, operacionais e de segurança necessárias. Isto deve ser realizado através de contato com a operação ou outros órgãos de apoio. d) programação de serviços: Elaborar cronograma semanal de serviço (7 dias) no software de manutenção "Máximo / MS Project" para cada equipe executante; estabelecer as O.S. a serem executadas, a seqüência de execução, as interferências, as especialidades, a quantidade de pessoas e o tempo de execução para cada O.S. 61 e) negociação de paradas: o planejador deverá passar uma cópia do cronograma para o programador negociar as paradas dos equipamentos com a Operação toda quarta-feira. f) fechamento da programação: tendo as paradas dos equipamentos confirmadas pelo programador deverá fechar a programação toda quinta-feira e distribuir cópias do cronograma e PROs para os supervisores das equipes executantes. g) confirmação de paradas: diariamente o programador deverá confirmar com a Operação as paradas dos equipamentos para manutenção. h) encerramento das Ordens de Serviço: o executante deverá encerrar as O.S. fornecendo todos os dados para registro histórico e cálculo de KPI (indicadores) de manutenção. i) reprogramação: as ordens de serviço que não forem executadas deverão ser reprogramadas. Este retorno deverá ser dado pelo executante da tarefa, voltando a Ordem de Serviço para a condição de "Aguardando programação”. 8.5.6.4 Programador de turno (Help Desk) Estas atividades foram definidas na seção 8.8.3 quando foi criada a equipe de programadores de turno. As atribuições desta equipe estão descritas abaixo. a) direcionar e controlar os tempos das manutenções corretivas (MTTR); 62 b) programar as manutenções de oportunidade de acordo com a priorização das O.S. planejadas; c) requisitar material de manutenção corretiva; d) encerrar as O.S. executadas de manutenção corretiva; e) reportar dificuldades ocorridas no turno para execução das manutenções corretivas; f) solicitar ajuda extra 8.5.6.5 Técnico de gestão de sobressalentes As atribuições para o técnico de gestão de sobressalentes são as seguintes: a) acompanhar o processo de inspeção de recebimento de material realizado pelo almoxarifado através das inspeções periódicas ao almoxarifado; b) verificar e auditar inventário realizado pelo almoxarifado; c) acompanhar recuperação externa de componentes; d) acompanhar evolução do valor de estoque; e) controlar a lista de itens críticos (LIC); f) controlar as solicitações de materiais de rodízio; g) participar de grupos de padronização de itens na CVRD. 63 8.5.6.6 Controladores Com a nova estrutura de PPC na GAPUN verificamos a existência de dois tipos de programadores. O primeiro tipo cuida do controle da O.S. que são executadas, ou seja, suas atribuições são as seguintes: a) verificar a consistência dos dados inseridos na O.S. durante a execução(H.H. executado, materiais utilizados, tempo de serviço, assinatura do supervisor na O.S., descrição das atividades realizadas); b) devolver a O.S. ao programador, caso os dados inseridos na mesma estejam incoerentes ou faltantes; c) encerrar a O.S. no sistema informatizado de Manutenção; d) fazer a movimentação dos componentes ou equipamentos substituídos, no sistema de manutenção informatizado; O segundo tipo de controlador tem as seguintes atribuições: a) controlar todos os indicadores de manutenção, por exemplo: MTBF, MTTR, Disponibilidade Física (DF), etc; b) fornecer dados diários dos indicadores para todos os supervisores de manutenção e também para o gerente de manutenção; c) fornecer os indicadores de manutenção mensalmente para a equipe de implantação do Projeto ProAtivo. 8.5.7 Reestruturação da área de controle da manutenção Após a adequação da área de planejamento de manutenção, com a utilização de um novo sistema de informatizado de manutenção, com uma equipe de 64 planejadores e programadores capazes de elaborar bons planejamentos e programações de acordo com a realidade da área, com uma equipe completa dando suporte, é necessário medir o resultado do trabalho dessa equipe. Para realizar essa medição e verificar se o trabalho está rendendo bons frutos é necessária uma estrutura de controle de manutenção capaz de organizar os dados que servirão de base para as análises. Surgiu então a necessidade de reorganizar a estrutura de controle da manutenção. Para tanto foi seguida a seguinte seqüência: Primeiramente foram verificados quais os indicadores seriam medidos. Para isso foram escolhidos os indicadores sugeridos pela equipe de implantação do projeto ProAtivo, que indicou os seguinte indicadores: Indicadores de desempenho da manutenção Índice de manutenção planejada (%) Relação entre as horas de manutenção planejada e as horas totais de manutenção no período Retrabalho (%) Relação entre as horas de retrabalho e o total de Hh executados no período. Aderência ao planejamento Relação entre Nº de ordens de serviço planejadas e o Nº de O.S. executadas. Cumprimento dos Planos (%) Percentual de horas executadas de planos periódicos em relação ao total de horas previstas no período Cumprimento da Programação (%) Percentual dos serviços realizados em relação aos serviços programados em um período determinado Cumprimento das Rotas de Inspeção (%) Percentual entre as rotas de inspeção realizadas e as rotas de inspeção programadas Backlog Total de dias necessários para atendimento de todas as ordens de serviço em carteira Utilização da mão-de-obra (%) Percentual de horas reais trabalhadas em relação às horas diretas totais Eficiência (%) Percentual de horas padrão produzidas em relação ao total de horas totais trabalhadas Produtividade (%) Percentual de horas padrão produzidas em relação às horas diretas totais Fig. 8.16 – Indicadores de desempenho da manutenção. Fonte: GAPUN. 65 Indicadores de desempenho dos Ativos Disponibilidade física (%) Percentual de tempo em que o equipamento ou sistema esteve disponível para operar Disponibilidade Intrínseca (%) Relação entre o tempo médio entre as falhas e o tempo médio para reparo Utilização Percentual do tempo utilizado em relação ao tempo disponível Rendimento Relação entre as horas efetivamente trabalhadas e o total de horas calendário Taxa de performance devido à manutenção (%) Percentual de tempo em que o sistema esteve operando sem perdas de produtividade devido a problemas de manutenção Produtividade Unidades de produção (ou movimentação) por hora trabalhada Tempo médio entre falhas - MTBF (h) Relação entre o tempo de operação e o número de falhas dos equipamentos Tempo médio para reparo - MTTR (h) Relação entre o tempo de reparo dos equipamentos e número de falhas Tempo médio entre ações de manutenção - MTBM Relação entre o tempo de operação e as ações de manutenção de qualquer natureza Tempo médio de intervenções preventivas e corretivas - MDT (Mean Downtime) Relação entre o tempo de interrupção de qualquer natureza e o número de intervenções (inclui atrasos por motivos administrativos ou logísticos) Custo horário de manutenção Relação entre o tempo executado e o total de horas trabalhadas Custo unitário de manutenção Custo executado para realização das atividades de manutenção em relação ao total de produto gerado Fig. 8.17 – Indicadores de desempenho dos ativos. Fonte: GAPUN. Em seguida foram estabelecidas as metas para cada um dos indicadores. Estas metas são estabelecidas a nível gerencial. Após a definição das metas foram elaboradas planilhas para cada indicador, no programa Excel, que permite ao controlador inserir os dados fornecidos pelo sistema de manutenção e gerar gráficos automaticamente indicando se o indicador está acima ou abaixo da meta estabelecida. Estas planilhas facilitam o a gestão por parte dos supervisores, porque permite uma visualização rápida dos dados já organizados sem a necessidade de verificação no sistema de manutenção MÁXIMO. 66 Na figura 8.19 pode ser verificado um modelo de planilha utilizado para o indicador de cumprimento da programação. Figura 8.18 – Planilha de aderência ao planejamento. Fonte: GAPUN. 8.5.8 Implantação da nova estrutura de PPC na GAPUN Para a obtenção do sucesso esperado na implantação da nova estrutura de planejamento, programação e controle da manutenção foi necessário uma preparação prévia por parte de todos os envolvidos no processo. Essa preparação aconteceu através de treinamentos dos fluxos definidos para cada função do PPC, divulgação do mapa de 52 semanas para que todos conhecessem e soubessem para que serve e como funciona essa ferramenta, e principalmente através dos cursos oferecidos para todos os empregados da área da manutenção no sistema informatizado de manutenção MÁXIMO. 67 Esses treinamentos foram essenciais para que a nova estrutura fosse implantada, pois a base da mesma está na utilização correta das ferramentas, ou seja, na utilização correta do mapa de 52 semanas e na utilização correta do sistema MÁXIMO para planejar, programar e controlar as atividades de manutenção. A implantação do sistema de manutenção MÁXIMO aconteceu em novembro de 2005. Espera-se com a nova estrutura de PPC uma adaptação tranqüila ao novo sistema e com isso uma melhora na manutenção do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. 68 9 CONCLUSÃO Neste trabalho foram apresentadas as etapas para a reestruturação da área de planejamento, programação e controle da manutenção na GAPUN, de acordo com as orientações propostas pelo projeto de transformação da manutenção (ProAtivo). Foi apresentada uma seqüência de atividades para a elaboração de um mapa de 52 semanas capaz de atender as necessidades da área, dando suporte inclusive para uma previsão dos gastos com manutenção num horizonte de um ano. Foi apresentado também um sistema informatizado de manutenção que permite a interface entre diversas áreas, permitindo uma maior agilidade nas atividades da área de PPC e execução de manutenção. Foi evidenciada uma sistemática para controlar os indicadores de manutenção que permite o controle eficiente dos mesmos, possibilitando um gerenciamento seguro da manutenção na gerência em estudo. Como resultado dessa reestruturação podemos destacar: a realização das atividades de forma mais consciente e segura por parte dos empregados da área de PPC, o que permitiu uma melhoria significativa na área, através do melhor planejamento das atividades; uma melhor gestão da manutenção, em virtude de um total controle dos indicadores; uma melhor interface com as áreas de manutenção devido a proximidade do PPC com as mesmas; e podemos destacar também uma melhor qualificação
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