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Fundamentos da Linguagem Visual Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Denis Mandarino Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Coordenadas Espaciais • Introdução; • O Espaço Mongeano; • Localização dos Pontos no Espaço; • Projeção na Épura; • Exercícios Propostos; • Respostas dos Exercícios Propostos. • Organizar o pensamento, de forma progressiva, a fi m de que o aluno seja capaz de inter- pretar e representar objetos volumétricos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Coordenadas Espaciais UNIDADE Coordenadas Espaciais Introdução Nesta unidade, estudaremos os fundamentos da linguagem Mongeana. Gaspar Monge foi um matemático francês que criou a Geometria Descritiva, a qual é utilizada por todos os programas que trabalham com modelos tridimensionais. Designers de produtos utilizarão a Mongeana cotidianamente; designers gráfi- cos, por sua vez, a utilizarão quando desenvolverem suvenires, calendários, jogos, embalagens e outras peças que dependam do suporte espacial para a efetivação do seu trabalho gráfico. Nosso objetivo inicial pretende trabalhar o cérebro e organizar o pensamen- to, para que você consiga interpretar e expressar ideias espaciais. Estudaremos, aqui, somente pontos, e você verá, no decorrer da unidade, que as retas e os planos são consequências naturais. Você encontrará informações e demonstrações na videoaula da unidade. O Espaço Mongeano Monge dividiu o espaço projetivo em quatro partes, por meio de dois planos de projeção: o vertical e o horizontal. Segundo postulado de Euclides, que afirma que uma reta divide um plano em dois semiplanos, teremos quatro semiplanos, a saber: Semiplano Vertical Superior (SPVS); Semiplano Vertical Inferior (SPVI); Semiplano Horizontal Anterior (SPHA); e Semiplano Horizontal Posterior (SPHP). Essa divi- são originou quatro setores espaciais chamados de Diedros ou Quadrantes. A Linha de Terra, que no início foi chamada de Linha de Monge, é a linha de interseção entre os planos vertical e horizontal, pertencendo a ambos (Fig. 1). Figura 1– Espaço projetivo idealizado por Gaspar Monge Fonte: Mandarino (2019) 8 9 Monge adotou que os observadores estariam situados no infinito, o que faz com que as projeções sejam cilíndricas ortogonais. Em outras palavras, não importa a posição em que um elemento esteja, ele será projetado perpendicularmente. Um plano, por exemplo, que esteja paralelo ao plano de projeção, será projetado em tamanho real (Verdadeira Grandeza ou VG). Se ele não estiver paralelo, será pro- jetado em tamanho menor, podendo, inclusive, ser projetado como uma linha reta. Depois dessa apresentação, podemos concluir que um ponto poderá estar em dez diferentes locais do espaço projetivo, sendo eles: 1º diedro; 2º diedro; 3º diedro; 4º diedro; SPHA; SPHP; SPVS; SPVI; LT; e Infinito. Localização dos Pontos no Espaço Para localizar os pontos no espaço, segue-se o tri-eixo cartesiano. A partir de uma origem (0), os pontos seguem direções positivas e negativas (Fig. 2). Em dese- nho, o sinal de menos (-) representa que houve uma mudança de direção. Figura 2 – Tri-eixo cartesiano (X, Y, Z) Fonte: Mandarino (2019) Um ponto precisa de três coordenadas para ser localizado no espaço. São elas: 1. Eixo X, que é a própria LT; 2. Eixo Y, que determina quanto o ponto se afasta do plano vertical; 3. Eixo Z, que determina quanto o ponto se afasta do plano horizontal. É também chamado de eixo das alturas. Para localizarmos um ponto A, precisaremos das coordenadas A = (3, 4, 7), por exemplo, que pode ser lido das seguintes formas: • A = (LT, afastamento, cota); • A = (X, Y, Z); • A= (A0, A1, A2), entre outras. 9 UNIDADE Coordenadas Espaciais É importante salientar que A0 representa a localização do ponto na LT; A1 representa a projeção do ponto no plano horizontal; A2 representa a projeção do ponto no plano vertical (altura). Vamos fazer um exercício de aplicação. Analise atentamente a figura 3 e iden- tifique as coordenadas do ponto A = (3, 4, 7). Cada quadrado da malha, em pers- pectiva isométrica, representa uma unidade. O ponto A será o vértice de uma pirâmide de base retangular, que estará apoia- da no plano horizontal (Fig. 4). Os demais vértices serão dados pelas coordenadas: • B = (-1, 1, 0); • C = (7, 1, 0); • D = (7, 7, 0); • E = (-1, 7, 0). Figura 3 – Coordenadas do ponto A Fonte: Mandarino (2019) Figura 4 – Pirâmide de base retangular determinada por seus vértices Fonte: Mandarino (2019) Depois de desenharmos a pirâmide a partir dos seus vértices, é possível notar que as arestas são determinadas pelo segmento de reta traçado entre dois pontos. Do mesmo modo, conjuntos de três e quatro planos determinam as faces (superfí- cies) da pirâmide. Quantos vértices, quantas arestas e quantas faces compõem essa pirâmide de base retangu- lar? A resposta será dada no decorrer desta unidade.Ex pl or 10 11 Projeção na Épura Depois de representar essa pirâmide no espaço, os seus elementos devem ser projetados ortogonalmente nos planos de projeção. Finalmente, o plano horizontal será rotacionado até que os planos de projeção coincidam (Fig. 5). Figura 5 – Rotação dos planos de projeção até que coincidam Fonte: Mandarino (2019) O resultado dessa projeção é chamado de Épura, e originou as vistas ortogonais do desenho técnico que compõem a interface dos programas que trabalham com modelos volumétricos. O desenho acima da LT é a vista frontal, e o desenho abaixo da LT é a vista superior (Fig. 6). Figura 6 – Projeções na Épura Fonte: Mandarino (2019) No Brasil, como norma da ABNT, os projetos são feitos no primeiro diedro. No sistema ANSI, os desenhos são feitos no terceiro diedro. 11 UNIDADE Coordenadas Espaciais Exercícios Propostos Vamos projetar os pontos em outras posições. Projete, no espaço, as seguintes coordenadas e determine a localização dos pontos: A = (6, 6, 2) localiza-se ______________________________________; B = (3, 0, 5) localiza-se ______________________________________; C = (4, 0, 0) localiza-se ______________________________________; D = (-1, -3, 4) localiza-se ______________________________________; E = (-1,-4, 0) localiza-se ______________________________________; F = (2, -5, -5) localiza-se ______________________________________; G = (-2, 0, -5) localiza-se ______________________________________; H = (0, 6, -4) localiza-se ______________________________________. Figura 7 – Tetraedro para a localização dos pontos no espaço projetivo Fonte: Mandarino (2019) Depois de localizar os pontos no espaço, projete os pontos de A até L na Épura. Foram adicionados pontos em relação ao exercício anterior, são eles: I = (8, 2, 3) localiza-se ___________________________________________; J = (12, -4, -7) localiza-se ______________________________________; K = (15,-3, 0) localiza-se ______________________________________; 12 13 L = (16, 6, 7) localiza-se ______________________________________. Figura 8 – Épura para a projeção dos pontos propostos Fonte: Mandarino (2019) A videoaula desta unidade resolve inteiramente os exercícios propostos e mostra como manusear o par de esquadros nesta resolução. A resolução dos exercícios está na sequência, caso prefira estudar de posse do material teórico impresso. Os exercícios de avaliação desta unidade versarão sobre tudo o que foi estudado. Respostas dos Exercícios Propostos O mais recomendado é que você resolva o exercício juntamente com a videoaula. A seguir, estão os gabaritos dos exercícios propostos. 1. A pirâmide, de base retangular, tem: 5 vértices, 8 arestas e 5 faces. 2. A localização dos pontos no espaço projetivo é a seguinte: A = (6, 6, 2) localiza-se no primeiro diedro; B = (3, 0, 5) localiza-se no semiplano vertical superior (SPVS); C = (4, 0, 0) localiza-se na linha de terra (LT); D = (-1, -3, 4) localiza-se no segundo diedro; E = (-1,-4, 0) localiza-se no semiplano horizontal posterior (SPHP); F = (2, -5, -5) localiza-se noterceiro diedro; G = (-2, 0, -5) localiza-se no semiplano vertical inferior (SPVI); H = (0, 6, -4) localiza-se no quarto diedro; I = (8, 2, 3) localiza-se no primeiro diedro; 13 UNIDADE Coordenadas Espaciais J = (12, -4, -7) localiza-se no terceiro diedro; K = (15,-3, 0) localiza-se no semiplano horizontal posterior; L = (16, 6, 7) localiza-se no primeiro diedro. Figura 9 – Gabarito da localização dos pontos em perspectiva isométrica Fonte: Mandarino (2019) 3. Projeção dos pontos na Épura: Figura 10 – Gabarito da projeção dos pontos na Épura Fonte: Mandarino (2019) Caso você tenha gostado ou queira se aprofundar, vou sugerir alguns links no material complementar. 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Geometria Descritiva: retas e planos em mongeana MANDARINO. D. Geometria Descritiva: retas e planos em mongeana. São Paulo: YouTube, 2019. Vídeos Geometria Descritiva: retas e planos em mongeana https://youtu.be/A5FFoS4X_Oc Geometria Descritiva: rebatimento https://youtu.be/NyaM9h4-HPs Geometria Descritiva: pertinência https://youtu.be/Gz1WC9tvQ9E Geometria Descritiva: interseção de planos https://youtu.be/sLNog9p8dmA Geometria Descritiva: seção https://youtu.be/71Loc1LRWFk 15 UNIDADE Coordenadas Espaciais Referências JUNIOR, A. R. P. Noções de Geometria Descritiva. v. 2. São Paulo: Nobel, 2014. MANDARINO, D.; ROCHA, A. J. F.; LEIDERMAN, R. Geometria Descritiva e Fundamentos de Projetiva. São Paulo: Ed. Plêiade, 2011. MACHADO, A. Geometria Descritiva. São Paulo: Editora Atual, 1985. ________. Perspectiva. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 1979. MONTENEGRO, G. A. Geometria Descritiva. São Paulo: Blucher, 2016. 16
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