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O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana

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Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
• Introdução;
• Arte Grega na Antiguidade;
• Arte Romana na Antiguidade.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte da Grécia e da Roma antigas teve para as 
civilizações e os movimentos artísticos posteriores e têm para a função e a atuação do 
designer contemporâneo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Arte Grega e Arte Romana
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Introdução
Nesta Unidade, iremos continuar no período da Antiguidade, para falar sobre os 
movimentos artísticos de duas civilizações extremamente importantes para cultura 
ocidental, além de mencionarmos as influências que tiveram no modo de vida de 
nossa Sociedade atual e também em nós, designers, em nossa atuação profissional.
Continuaremos com o que chamamos de O Design antes do Design, nas an-
tigas Grécia e Roma.
Arte Grega na Antiguidade
Já sabemos que foram os Gregos os responsáveis por divulgar a cultura egípcia 
para o mundo ocidental. A Grécia antiga teve como inspiração o Egito antigo na 
matemática, na Geometria, na Escrita e, como vimos, na Arte, ou seja, a cultura 
egípcia influenciou diretamente a cultura grega.
Isso aconteceu porque a Grécia antiga, enquanto ainda estava se desenvolven-
do como civilização, inspirou-se em uma Sociedade já estabelecida e grandiosa, o 
Egito antigo.
Para começar nossos estudos pela Arte na Grécia antiga, iremos relembrar a 
relação que o Egito antigo e a Grécia antiga tiveram na escrita.
Vimos que as letras sofreram uma transformação desde o Egito até a Grécia para 
ficarem bem próximas ao que conhecemos atualmente. A letra grega “Alfa”, por 
exemplo, derivou do pictograma egípcio da cabeça de um boi e essa transformação 
teve participação também de outras civilizações, como Sinai e Fenícia.
E, como dissemos, isso não acontece somente na escrita. Em suma, o Egito 
antigo está muito presente na cultura e na Arte grega. Os gregos visitavam o Egito 
e refletiam muito sobre o modo de pensar dos egípcios, como o fato de eles não 
terem conceituado a Arte e a beleza.
Essa reflexão dos gregos em relação aos egípcios fez com que nós, atualmente, 
tivéssemos a imagem que temos do Egito antigo, ou seja, foram os gregos que cria-
ram e deixaram a imagem atual do Egito para a eternidade.
Grande parte da cultura artística grega é um diálogo (interpretação) com a (da) 
Arte egípcia. Isso acontece não apenas em relação ao Egito.
A Grécia, por sua vez, tem extrema importância para nós, pois ainda vemos o 
mundo como os gregos viam. Como dissemos, a cultura grega influenciou de ma-
neira significativa a forma como as Sociedades ocidentais vivem até hoje.
Primeiramente, é importante destacar que a Arte grega é extremamente mais 
próxima a nós do que a Arte egípcia, vez que o Egito é uma civilização mais antiga 
do que a Grécia, tanto que, mesmo para os gregos, o Egito era “antiquíssimo”.
8
9
Por exemplo, o grego Heródoto visitou o Egito no século 5 a.C.. A mais antiga 
pirâmide do Egito, a pirâmide de Djoser, é do século 28 a.C., ou seja, foi construída 
mais de 20 séculos antes da visita de Heródoto.
Outra mostra do fascínio dos gregos pelo Egito antigo foi o grego Thales de 
Mileto, que mediu a pirâmide de Quéops pela primeira vez de maneira um tanto 
quanto inusitada.
Ele se colocou ao lado da pirâmide, numa determinada hora do dia, e mediu a 
sua sombra, depois, ele multiplicou o tamanho da sua sombra, comparou com a 
sombra da pirâmide e chegou ao resultado de, aproximadamente, 176 metros.
Importante!
A pirâmide de Quéops, inclusive, foi o maior monumento construído pelo homem na 
Terra até o final do século 19, com a construção da Torre Eiffel.
Você Sabia?
A Grécia acreditava que quem desvendasse os enigmas egípcios teria o conheci-
mento universal. Daí surgiu a lenda de Édipo, que desvenda o enigma da Esfinge e 
é punido pelos deuses por ter adquirido um conhecimento inimaginável.
Mencionamos, também, os gregos acharem extremamente contraditório o fato 
de os egípcios não terem conceituado a Arte e a beleza. Para eles, era um paradoxo 
uma Arte tão bela como a egípcia não ser criada para ser vista pelos olhos huma-
nos, pois era uma Arte tumular, ou seja, para ser enterrada.
Contudo, se os egípcios não conceituaram a Arte e a beleza, os gregos o fizeram.
A Grécia definiu a Arte como a imitação da realidade e, como falamos anterior-
mente, foram gregos como Aristóteles e Platão que tentaram definir a beleza.
Se no Egito existia muito respeito em relação aos deuses, na Grécia também 
existia certo respeito, porém, não tão evidente como no Egito antigo.
Os deuses gregos eram considerados semelhantes aos homens, não só fisica-
mente: os deuses gregos tinham os mesmos defeitos dos homens. Por isso veremos 
obras de Arte gregas, de “pessoas normais”, e não somente de deuses.
Se na Escrita, na Matemática e na Mitologia grega o Egito teve influência, todo 
esse interesse no Egito antigo por parte dos gregos influenciou também na Arte.
A Arte grega também era canônica, ou seja, também tinha diversas regras, mas 
tinha uma particularidade: na Grécia, as regras mudaram durante os anos, en-
quanto no Egito, as regras continuaram as mesmas por mais de 3.000 anos. Essas 
mudanças nas regras gregas possibilitaram perceber diferenças na Arte grega nos 
3 períodos que dividiram a Grécia antiga.
O primeiro período da Grécia é o período Arcaico. Nele, eles estavam mui-
to próximos do sistema de proporcionalidade egípcio. O período Arcaico vai do 
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
 século 7 a.C. ao século 5 a.C., mais precisamente dos anos 650 a.C. até 480 a.C. 
Nesse período, os templos foram construídos em mármore e as esculturas foram 
construídas em bronze para enfeitar esses templos.
O segundo período da Grécia foi o período Clássico, que vai do ano 480 a.C. 
até 323 a.C. (séculos 5 a.C. até 4 a.C.). Começa com a vitória dos gregos sobre os 
persas e foi o período áureo da Grécia antiga, quando a civilização ganhou repre-
sentatividade por causa da filosofia. Essa representatividade também teve efeito na 
Arte, quando “surge” a síntese grega. Foi a “novidade” grega que mudou a forma 
de produzir a Arte. Esse período vai até a morte de Alexandre, o Grande, quando 
o Império romano estende seus domínios até a Grécia.
O terceiro e último período é o período Helenístico, que vai de 323 a.C. até 31 
a.C. (séculos 4 a.C. até 1 a.C.) e acontece durante a influência romana, que fez com 
que a Grécia perdesse sua influência política.
Como falamos, em cada um desses 3 períodos, a Arte grega respeitou uma re-
gra específica que marcou a Arte de cada período; porém, a mudança de uma regra 
de um período para o outro acontece de maneira gradual, ficando mais evidente 
em cada período. Isso é o que veremos a seguir.
Como falamos, o início das esculturas gregas, no período Arcaico, elas têm 
a característica de terem sido feitas em bronze. Esse foi um motivo que fez com 
que grande parte das esculturas gregas em bronze desaparecesse. O bronze era 
aquecido e derretido facilmente para a produção de armas; portanto, sempre que 
necessário, eles se desfaziam das esculturas.
Assim, as peças mais comuns do período Arcaico são peças em cerâmica, mais 
precisamente, os vasos. Os vasos são as obras de Arte grega que mais estão pre-
servadas. 
Os gregos eram antropoplásticos, ou seja, utilizavam o corpo humano para 
entender e descrever seus vasos. Um vaso tinha um ombro, tinha um corpo, um 
pé, uma boca etc. E relacionando com o que comentamos anteriormente sobre o 
Design, os vasos eram uma junção de Arte e função, já que cada vaso tinha sua 
utilidade específica. Existem vasos para carregar água, para servir vinho, para ar-
mazenar óleo etc. e cada um desses vasos tinha um desenho específicoque facili-
tava a sua função.
Em alguns vasos do período Arcaico, vemos reproduzidas algumas figuras sob 
as mesmas regras de visibilidade egípcias. Isso reforça a influência que o Egito teve 
na Grécia, principalmente no início.
Também como acontece nas pinturas egípcias, os vasos gregos do período Ar-
caico são narrativos, ou seja, contam uma história. Existem vasos para contar di-
versas lendas gregas, como, por exemplo, a lenda do Minotauro.
Assim como também aconteceu no Egito antigo, as esculturas gregas arcaicas 
também são chamadas de bidimensionais (apesar de terem 3 dimensões). 
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Nos templos do período Arcaico, podemos ver esculturas que podem ser vistas ape-
nas sob um ângulo e que são construídas sob regras de uma malha de quadrados, 
exatamente como os egípcios. Porém, os gregos eram um pouco mais ousados em 
relação aos egípcios: as esculturas gregas não são completamente compactas como as 
egípcias. Essa ousadia de criar esculturas com espaços vazios vai ser um dos maiores 
erros gregos em relação à durabilidades das obras, como falaremos mais adiante.
Como mencionamos, a passagem das esculturas do período Arcaico para o período 
Clássico vai se insinuando durante os anos, ou seja, não acontece de uma hora para a 
outra; a mudança é gradual. Isso comprova o caráter mutável das regras gregas.
A síntese grega, presente marcantemente no período Clássico, vai se acentu-
ando pouco a pouco, ou seja, ainda no período Arcaico já começamos a perceber 
uma leve mudança nas representações. A escultura deixa de ser “simétrica”, isto é, 
deixa de ter o corpo reto em relação à cabeça, com uma leve “assimetria” do tronco 
em relação à cabeça, e as obras de Arte passam a ser mais expressivas, começam 
a ter um leve sorriso, não mais com as feições sérias.
Importante!
Os gregos do período Arcaico e, principalmente, do período Clássico, é que não eram re-
tratistas, não reproduziam retratos. Uma escultura de um campeão olímpico, por exem-
plo, tinha uma estátua para homenagear sua conquista, mas essa escultura não tinha 
as feições do campeão. Isso acontecia porque eles não estavam preocupados com o que 
diferenciava as pessoas; estavam preocupados com o que as unia.
Você Sabia?
No período Clássico, as esculturas ainda são bidimensionais por influência do 
Egito antigo e do período Arcaico, mas já começam a ter mais espaços vazios. 
Como falamos, a síntese grega vai se insinuando pouco a pouco.
A escultura que marca definitivamente a síntese grega e, por consequência, a 
ruptura com a bidimensionalidade egípcia e arcaica é o discóbolo – o arremessa-
dor de disco.
A intenção dos gregos era reproduzir o momento máximo de tensão da imagem 
momentos antes de o atleta arremessar o disco. Um arremessador ficava pouco 
tempo nessa posição; então, reproduziam esse momento, pensando no ato do 
arremesso. A pessoa que via a obra conseguia prever o movimento do arremesso 
vendo a imagem.
Outra intenção dessa – e de qualquer obra grega clássica – era mostrar o domí-
nio da razão. O arremessador, no momento de maior tensão, não perde o controle 
emocional, isto é, tinha a função social de servir de modelo para o povo, de sempre 
manter razão e de não se deixar levar pela emoção.
A função social da obra de Arte é a captação de uma fração de segundo, preven-
do o movimento; é o que caracteriza a síntese grega do período Clássico. Segundo 
o autor austríaco Ernst Gombrich, a síntese grega é a conquista do movimento.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Como já mencionamos, as regras gregas mudaram durante os anos, e no pe-
ríodo Clássico não foi diferente. Existiam outras regras de reprodução. Durante o 
auge do período Clássico, a regra de proporção das esculturas era a regra das 
7 cabeças, ou seja, a altura total da escultura devia ter a altura da cabeça multipli-
cada por sete.
Além dessa regra das 7 cabeças, a escultura devia sintetizar a estabilidade do 
movimento, dividindo o corpo em 4 quadrantes. Os braços ficavam nos quadrantes 
1 e 3 e as pernas ficavam nos quadrantes 2 e 4.
Pensando nos membros superiores, se o braço do quadrante 1 estivesse em 
movimento, o braço do quadrante 3 deveria estar em repouso e vice-versa. O mes-
mo acontece com os membros inferiores. Se a perna do quadrante 2 estivesse em 
movimento, a perna do quadrante 4 deveria estar em repouso.
Essas regras do período Clássico definem a síntese grega. Para eles, tinha a 
proporção perfeita do corpo humano e representava o equilíbrio entre movimento 
e estabilidade.
Como falamos, serve de modelo para o cidadão grego; representa um equilíbrio 
entre a razão e a emoção, a estabilidade e o movimento.
A regra das 7 cabeças e a síntese do movimento nos quadrantes estão presentes 
em praticamente todas as esculturas do período Clássico.
Assim como ocorreu no período Arcaico, em que vimos obras com insinuação 
da síntese grega, no período Clássico, as obras foram ficando cada vez mais elegan-
tes. Perdem a tensão e ganham elegância! É um prenúncio do período Helenístico 
que estava por vir.
As obras do período Helenístico são referentes à submissão da Grécia ante o 
Império romano. É uma perda da identidade grega, que passa a reproduzir obras 
para os romanos.
Além da elegância e da imponência que as obras de Arte ganham, a principal 
regra do período Helenístico é um alongamento das imagens, ou seja, nesse perí-
odo, a altura total da obra deve ser de 7 cabeças e meia, meia cabeça a mais que 
nos período Clássico.
Nesse período, estão algumas das obras mais famosas da Grécia antiga, como a 
Vênus de Milo que, atualmente, encontra-se no Museu do Louvre, em Paris. 
Outra obra marcante desse período é o Laocoonte e seus filhos, que está expos-
ta no Vaticano, um conjunto escultório que tem a profundidade muito explorada.
Uma característica das esculturas da Grécia antiga não chega a ser uma regra, 
pois está presente nas obras de todos os períodos. Trata-se de mais um princípio 
que é aplicado pelos gregos quando a escultura era exposta no local mais alto. 
Então, as esculturas tinham relações distorcidas que visavam à exposição.
12
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Por exemplo, uma escultura que ficava no alto de um templo ou na proa de um 
navio tinha a parte inferior do corpo menor que a parte superior. Quando olhavam 
de baixo, pela perspectiva, as duas metades do corpo seriam “proporcionais”. Eram 
ajustes que eles chamavam de correções compositivas. 
Isso só ocorria com esculturas que seriam expostas em lugares mais altos e fossem 
vistas por baixo. Uma mesma obra pensada para ser exposta numa altura, quando 
exposta no nível do chão, pareceria distorcida. Um exemplo disso é a escultura da 
deusa da vitória Niqué, que foi esculpida para ficar no alto, na proa de um barco.
Podemos relacionar essa prática com o que falamos anteriormente sobre a experiência que o 
espectador tem ao ver uma obra de Arte exposta num local específico. Os gregos prezavam 
pela experiência do espectador ao apreciar a escultura, mesmo que para isso tivessem de 
alterar a proporção. O mesmo deve ser aplicado para um trabalho realizado por nós, que será 
exposto num local alto ou próximo do expectador.
Ex
pl
or
Vimos que desde o período Arcaico até o período Helenístico, passando pelo 
período Clássico, houve uma busca pelo movimento e pela elegância. A Arte grega 
pode ser caracterizada como a idealização da forma humana; é a representação do 
corpo humano livre no espaço.
Essa intenção dos gregos de reproduzir os braços e as pernas esticadas, sem 
estarem conectadas com o restante da obra por grandes áreas, fez com que as es-
culturas gregas estivessem praticamente destruídas. 
Os braços e pernas livres no espaço são mais fáceis de quebrar com o tempo e 
com a guerras. Diferentemente dos egípcios que construíram peças compactas que 
eram tumulares e, por consequência, duravam muito tempo, os gregos ousavam 
nas representações e expunham essas esculturas em lugares públicos. Isso fez com 
que as obras estivessem mais suscetíveisao tempo e aos desgastes.
Porém, reforçamos, cada período é dividido por acontecimentos históricos, se 
não pela Arte. As obras de cada período são mais evidentes em um determinado 
período, mas vemos que a transição de uma regra para outra foi um movimento 
contínuo e gradual.
Assim como acontece na malha de quadrados do Egito antigo, que usamos até 
hoje em nossos trabalhos, como logotipos e marcas, na ilustração, também usamos 
a regra das cabeças e a ideia de algumas partes do corpo em movimento e outras 
partes em repouso para representar o movimento.
Como mencionamos, o período Helenístico, último período da Grécia antiga, foi 
o período marcado pela anexação da Grécia ao Império romano.
Essa anexação deixou marcas na própria Roma, que foi influenciada pelos gre-
gos. Uma das formas dessa influência se deu nas Artes, já que os romanos mais 
ricos reproduziam estátuas gregas para decorar seus jardins.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Arte Romana na Antiguidade
Como falamos, a Grécia foi dominada pelo Império romano e, por consequên cia, 
deixou-se influenciar pelos dominados, a ponto de reproduzirem estátuas gregas.
Os romanos consideravam os gregos clássicos e, portanto, buscavam obras 
gregas originais para enfeitar suas propriedades ou produziam cópias dos clássi-
cos gregos.
O termo clássico, usado para algo que é tradicional e referencial, foi criado pe-
los romanos para designar as obras de Arte gregas, e significava tudo aquilo que 
merecia ser imitado.
Essa admiração fez com que os romanos fossem considerados os primeiros co-
lecionadores de obras de Arte gregas. As vilas romanas eram adornadas por obras 
de Arte gregas originais, que foram saqueadas durante a anexação ou por cópias 
dessas obras.
Assim como fizemos no capítulo anterior, também iremos começar falando da 
contribuição que os romanos deram para a escrita ocidental. E, mais uma vez, fica 
evidente a inspiração que Roma teve na Grécia. 
Os romanos alteraram o desenho das letras, com base na escrita grega primiti-
va. Vale ressaltar que essa evolução da escrita, do Egito antigo até a Roma antiga, 
passando pela Grécia antiga, deu-nos “apenas” as letras maiúsculas, que usamos 
até hoje.
Além da escrita, nosso idioma é de origem romana, ou melhor, latina. Assim, 
também na Língua que falamos existe uma relação com Roma.
Contudo, nossa civilização e nosso modo de viver também são influenciados 
pela cultura e pela estrutura social romana e, já que os romanos foram influencia-
dos pelos gregos, pode-se dizer que os romanos adaptaram a cultura grega para 
sua civilização e espalharam essa cultura greco-romana para o mundo ocidental. 
A Arte das civilizações ocidentais também tem grande influência da cultura gre-
co-romana, que chamamos de civilização clássica.
De certa maneira, artisticamente, os romanos não trouxeram muita evolução, 
pois eles simplesmente copiavam as esculturas gregas durante o período Helenísti-
co. A contribuição que os romanos tiveram, com essa anexação, foi a expansão da 
Arte grega por vários lugares da Europa, da Ásia e da África.
O início da expansão romana foi no século 3 a.C. e, em “apenas” 400 anos, eles 
aumentaram seus domínios por 3 continentes.
A característica bélica de Roma também determina um fator que os diferencia dos 
gregos. Os gregos eram grandes arquitetos; já os romanos eram grandes engenheiros.
14
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Entre suas obras de Engenharia mais marcantes estão as estradas, tanto que 
existe o ditado: “Todas as estradas levam à Roma.” Projetaram uma rede de estra-
das que levava à capital para facilitar o deslocamento de seus exércitos.
Para atravessar rios durante a expansão, eles construíam pontes resistentes, ra-
pidamente, enquanto o inimigo estava do outro lado, contra atacando. Esse concei-
to do projeto detalhado que os romanos tinham na Engenharia também se refletiu 
em outros setores da Sociedade romana, como falaremos mais adiante.
Falamos que, durante a expansão, quando conquistavam cidades gregas, os ro-
manos saquearam a obras de Arte gregas e levaram para a capital e outras cidades. 
Foi dessa maneira que começou a influência da Arte grega na Arte romana.
Apesar da influência da cultura grega na cultura romana, existia um aspecto que 
era caracteristicamente romano, que podemos relacionar a essa ideia racional da 
Engenharia típica dos romanos e que podemos aplicar para a Arte. A principal par-
ticularidade da Arte romana que os distinguia dos gregos é o realismo. Os romanos 
eram retratistas, diferentemente dos gregos.
Como mencionamos anteriormente, as esculturas gregas não representavam as 
feições de uma pessoa. Lembre-se: eles estavam realmente preocupados em evi-
denciar as semelhanças, e não as diferenças.
Os romanos, por outro lado, prezavam um realismo impressionante e represen-
tavam as feições das pessoas em suas reproduções artísticas, ou seja, um impera-
dor romano tinha sua aparência representada numa escultura. A própria Grécia, 
posteriormente, começou a ser retratista no período Helenístico, já que foi domina-
da pelo Império romano.
No lugar da representação da beleza ideal dos gregos, os romanos prezavam 
pela clareza e pela fidelidade da representação. Enquanto a Arte grega era idea-
lizada, a Arte romana era realista.
Os romanos divinizavam seus antepassados, eram os deuses lares, ou seja, 
cada família endeusava parentes que já tinham morrido, isto é, quando um antepas-
sado de uma família morria, eles passavam a ver esse antepassado como um deus. 
A princípio, era típico da nobreza, mas com o enriquecimento de algumas famílias 
plebeias que se destacavam na guerra, isso passou também para a plebe. Depois da 
morte do familiar, a família tirava um molde do seu rosto e de suas feições, e reproduzia 
a imagem desse novo deus, como ele era no momento de sua morte. Dessa prática 
de tirar um molde, diretamente do rosto da pessoa morta, nasceu o realismo romano.
Com o molde pronto, as reproduções dos mortos eram feitas inicialmente em 
cera de abelha, portanto, um material perecível, que estragava. A busca por re-
produzir esses novos deuses num material mais perene, a pedra, faz com que o 
realismo romano fosse se atenuando, ou seja, fosse diminuindo aos poucos, em 
virtude da dificuldade de se esculpir a pedra. Assim, a reprodução em pedra trouxe 
perenidade, mas diminuiu o realismo romano.
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Importante!
O realismo romano diminuiu em virtude do material mais resistente, a pedra, porém, 
não acabou. O realismo, a intenção de reproduzir as pessoas em esculturas para que 
fossem identificáveis, sempre foi uma característica da Roma antiga.
Importante!
Assim como os romanos, as esculturas de imperadores romanos tinha uma fun-
ção social. Diferentemente dos gregos, que usavam uma estátua de um atleta para 
mostrar ao povo o domínio da razão sobre a emoção, as estátuas romanas serviam 
para “controlar” o povo.
O império romano era um império muito turbulento, repleto de rebeliões. A par-
tir do momento em que Roma passou a ser governada pelos Imperadores, o poder 
ficou centralizado em uma só pessoa, então, existia a necessidade de uma repre-
sentação do imperador de maneira serena e equilibrada, para mostrar ao povo que, 
mesmo num império turbulento, “tudo estava sob controle do imperador”.
Como falamos acima, pelo fato de a Arte romana ser praticamente uma cópia e 
uma coleção da Arte grega, é na Engenharia que Roma se destaca, mas ainda com 
influência grega, tanto que os templos romanos eram inspirados nos templos gregos.
Outra característica grega que foi transformada pelos romanos também está na 
Engenharia, principalmente, nos teatros. No início, em ambas as civilizações, os 
teatros são semicirculares; porém, na Grécia, os assentos eram construídos aprovei-
tando o declive do terreno, erguendo do chão “apenas” o palco, independente dos 
assentos. Em Roma, por outro lado, tudo era erguido do chão, o palco e os assen-
tos, fazendocom que todo o teatro fosse composto por uma só estrutura fechada.
Isso foi possível porque os romanos não usavam pilares para sustentação da 
construção, como os gregos. O que sustenta a obra romana são os arcos de plena 
Cintra, arcos montados com pedras encaixadas, em que cada pedra faz pressão na 
outra, dando a sustentação necessária. Para os Romanos, os pilares passam a ser 
ornamentais e decorativos.
Essa técnica dos arcos de plena cintra permitiram que as construções dos teatros ro-
manos deixassem de ser semicirculares e passassem a ser totalmente circulares. O mais 
famoso de todos é o Coliseu que, na época, tinha capacidade para 60.000 pessoas.
Outras aplicações dos arcos de plena cintra, ainda pensando na engenharia das 
cidades, estão nas pontes, que mencionamos anteriormente, e nos aquedutos que, 
além de serem funcionais, pois levavam água limpa para as cidades, eram peças de 
decoração, pois não se impunham sobre o ambiente. 
Estão espalhados por diversos países em que existiam cidades romanas e mes-
mo em cidades a milhares de quilômetros, que não tiveram dominação romana.
Assim como na Grécia, a Arte romana também era narrativa; contava uma his-
tória. Um exemplo é a coluna de Trajano, em Roma, com 30 metros de altura, que 
conta a vitória do imperador Trajano e a conquista da Dácia (atualmente, Romênia).
16
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Além disso, foram os romanos que criaram os Arcos do Triunfo, também em 
plena cintra e, como o próprio nome diz, são arcos criados para marcar os seus 
triunfos, suas conquistas, além de funcionarem como entrada e saída das cidades. 
Cada cidade conquistada tinha um arco do triunfo construído, como mostra da 
força do império romano. Eles também eram narrativos, como, por exemplo, o arco 
de Tito, que tomou Jerusalém, e seu arco conta os fatos e os passos dessa conquista.
Voltando ao assunto da escrita, do início deste capítulo, é no alto desses arcos que 
vemos o alfabeto romano, todo em letras maiúsculas, como falamos anteriormente.
O desenho das letras romanas, como vimos, vêm do grego primitivo; porém, o 
uso de letras apenas maiúsculas também se deve ao fato de combinar com o for-
mato dos arcos do triunfo. Elas formam um bloco de texto retangular, um formato 
que orna com os arcos do triunfo. As letras maiúsculas também transmitiam a im-
portância e a força do Império.
Importante!
Atualmente, muitas pessoas consideram que um e-mail totalmente escrito em letras 
minúsculas é rude. É como se o emissor estivesse “gritando”, ou seja, escrever um texto 
somente com letras maiúsculas é visto como “agressivo”. Para os romanos, essa “agressi-
vidade” das letras maiúsculas nos Arcos do Triunfo são intencionais!
Trocando ideias...
Pode parecer que a Roma antiga não teve muita importância para a atuação de 
um designer; porém, é completamente o oposto. A característica de Engenharia 
dos romanos está totalmente inserida na nossa função, até os dias de hoje. 
Como já mencionamos neste curso, o Design nasceu na Itália, país cuja capital 
é Roma. Na Itália, o Design é considerado uma forma de Engenharia, tanto que lá 
os cursos de Design são ministrados em Institutos Politécnicos, ou seja, Faculdades 
de Engenharia.
Além disso, a ideia da funcionalidade das obras de Arte ou de Engenharia ro-
manas, transmitindo mensagens para o povo ou facilitando os deslocamentos e a 
expansão do Império, aliada à intenção de representar obras realistas ou utilizando 
letras que combinassem com a estrutura dos arcos do triunfo, pode ser relacionada 
à ideia do Design, de unir tudo o que é funcionalmente eficaz com o que é visual-
mente agradável. Sem falar que, até hoje, nós nos inspiramos na escrita romana 
para criar nossas fontes ou para realizarmos um trabalho.
Em Roma, existiam diversas esculturas equestres, isto é, de imperadores ou 
generais montando cavalos. Essas esculturas não existem atualmente, pois foram 
destruídas pela iconoclastia cristã, que veio na Idade Média, por acharem que estas 
estátuas reproduziam deuses pagãos.
Um exemplo é a estátua de Marco Aurélio, que só foi preservada pois acredita-
vam se tratar do imperador romano Constantino.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Mas porque deixaram a estátua intacta pensando ser de Constantino?
Porque foi Constantino que se declarou cristão e determinou que Roma não seria 
mais perseguidora dos cristãos, e mais, que Roma passaria a ser um império cristão.
Essa atitude de Constantino fez com que o Cristianismo passasse a ser uma 
Instituição romana, com a particularidade de que o Império romano caiu, mas essa 
Instituição permaneceu.
Além da herança que o Império romano deixou para nós e que influenciou a 
forma como nós ocidentais vivemos, o Império romano foi importante, também, 
para a continuidade da História da Arte e do Design, pois influenciou no desenvol-
vimento da Arte cristã da Idade Média, assunto que abre a próxima Unidade.
Complemente seus estudos assistindo à videoaula desta Unidade. Você terá uma visão mais 
ampla sobre a Arte na Grécia e na Roma da Antiguidade!Ex
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Importante!
Como já sabemos, a descoberta da escrita, aproximadamente em 4.000 a.C, determina 
o início da Antiguidade, que se estende até 476 d.C., com a queda do Império romano. 
Em séculos, a Antiguidade vai do século 40 a.C até o século 5 d.C., portanto, a Antiguida-
de é Era da História que em que “rompemos” a barreira dos anos e séculos antes e depois 
de Cristo. Tanto a Grécia antiga quanto a Roma antiga, que estudamos nesta Unidade, 
surgiram durante a Antiguidade, nos anos antes de Cristo (a.C.) e passaram pela divisão 
a.C. e d.C., ainda durante a Era Antiga.
Em Síntese
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
História de Roma: Antiguidade Clássica II
GIORDANE, M. C. História de Roma: Antiguidade Clássica II. Petrópolis: Vozes, 2012.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
 Filmes
Gladiador – 2010
Apresenta mais sobre a cultura da Roma antiga, pelo qual se pode perceber um pouco 
mais sobre a estrutura das construções e esculturas.
Donald no país da Matemágica
Donald no país da Matemágica, da Walt Disney, que apresenta a importância da pro-
porção na Arte e na cultura da Grécia antiga.
https://youtu.be/SG2kAgUUrtc
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Referências
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
MANDEL, L. Escritas, espelho dos homens e das sociedades. São Paulo: 
 Rosari, 2006.
MANDEL, L. O Poder da Escrita. São Paulo, 2011.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
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