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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Profa. M.a. Amanda Pinheiro
advamandapinheiro@gmail.com
Fortaleza – 2018.1 
Meios de Impugnação judicial
Meios de Impugnação judicial podem ser divididos em 3 grupos:
1 – Recursos
2 - Ações autônomas de Impugnação
3 - Sucedâneos Recursais
1 - O recurso é 1 meio de impugnação voluntário.
Para o direito brasileiro, só há recurso por provocação do interessado. É preciso que alguém recorra. O recurso está à disposição das partes.
Por conta dessa característica, o reexame necessário não é recurso, exatamente porque é necessário.
O recurso não é necessário, é voluntário, depende da manifestação de vontade de alguém.
A parte demonstra a vontade de recorrer com o ato de interposição do recurso.
Não se admite recurso de ofício pelo juiz.
2 - Recurso é 1 meio de impugnação previsto em lei.
O recurso tem de estar previsto em lei federal, não existe por criação do interessado (pcp da taxatividade).
O agravo regimental é apenas 1 agravo previsto em lei (há previsão legal), mas regulamentado pelo Regimento do Tribunal. Por isso é chamado de Agravo Regimental.
3 - Recurso é 1 meio de impugnação para, no mesmo processo, impugnar decisão nele proferida
Uma marca do recurso é servir para impugnar uma decisão judicial no processo em que ela foi proferida.
O recurso prolonga a existência de um processo que já existe. Ele mantém o processo vivo. E essa é a grande diferença do recurso para as ações autônomas de impugnação – exatamente a circunstância de que as ações autônomas geram processo novo para impugnar a decisão, enquanto os recursos não, estes servem para impugnar a decisão no mesmo processo em que ela é proferida.
4 - Recurso é 1 meio de impugnação para, no mesmo processo, reformar, invalidar, integrar ou esclarecer uma decisão judicial
Esses verbos correspondem àquilo que se pretende com o recurso.
Todo recurso é uma demanda. Todo recurso pede algo, tem pedido e causa de pedir.
Como qualquer demanda, tem que ser escrito de maneira lógica, concatenada. O que vimos sobre a petição inicial, com algumas adaptações, se aplica aos recursos. Se não tiver causa de pedir, é inepto.
O recurso é uma demanda que tem o seu pedido, que não se confunde com o pedido feito na petição inicial, na reconvenção.
A causa tem o seu mérito, que é definido na petição inicial e na reconvenção.
Pedido recursal: REII = reformar, invalidar, integrar ou esclarecer
Mérito da Causa =/= Mérito do Recurso
O mérito do recurso é outro, que não se confunde com o mérito da causa. É definido no recurso, com seus pedidos. A petição do recurso define o mérito do recurso, mérito próprio, distinto do mérito da causa.
O mérito do recurso é a relação entre o pedido recursal e a sua causa de pedir, a causa de pedir recursal. E o pedido recursal só pode ser um desses 4, e é aí que está a facilidade da coisa. Pelo recurso, pretendo reformar, invalidar, integrar ou esclarecer uma decisão: RIIE.
REFORMAR = ERROR IN IUDICANDO 
Quem quer a REFORMA de uma decisão quer a sua correção, o seu aprimoramento, quer corrigir a decisão, rever a decisão, melhorá-la. Quem pede a reforma de uma decisão alega que a decisão é injusta.
Não tente intuir se o pedido é de reforma. Se você diz que a decisão é injusta, ruim, equivocada, o juiz decidiu mal, solucionou mal o problema, é porque quer a reforma dela. 
A reforma é um pedido recursal que se relaciona à seguinte causa de pedir: error in iudicando – trata-se de uma referência a uma injustiça, a uma decisão ruim, equivocada, injusta. Não traduza a expressão “error in iudicando”. O juiz decidiu mal. 
Ex.: se o juiz indefere minha petição inicial dizendo que é inepta, posso recorrer alegando “error in iudicando”, dizendo que petição não é inepta, e peço a reforma dessa decisão. Acontece que essa decisão não é de mérito, portanto, não há “error in iudicando”, que existe apenas em decisão de mérito. Associar “error in iudicando” com um mal julgamento de uma questão.
Error in judiciando (erro no julgar) – é um vício de conteúdo da decisão, que pode ser processual ou material, ou seja, erro de julgamento de uma decisão judicial recorrida, e.g., má aplicação do direito material. Se verificado error in judicando, dever-se-á pleitear a reforma da decisão judicial.
INVALIDAR = ERROR IN PROCEDENDO
O que é INVALIDAR? O que é recorrer e pedir a invalidação de uma decisão?
Invalidar é desfazer 1 ato em razão de um defeito dele. Sempre que 1 ato é defeituoso ele pode ser invalidado. O que alego é que a decisão é defeituosa, ela tem 1 vício, 1 defeito. Ela tem 1 problema, pode até ser justa, o juiz pode ter dado 1 decisão correta, mas com 1 problema formal que compromete sua validade.
Quem recorre para invalidar não discute o conteúdo da decisão.
Quem recorre para invalidar discute a perfeição formal da decisão.
Se você pretende invalidar, para o seu recurso, é irrelevante o que o juiz decidiu, a solução que ele deu. Você pretende desfazer a decisão por uma questão formal.
Qual é a causa de pedir para pedir a invalidação?
“Error in procedendo” é a causa de pedir da invalidação.
“Error in procedendo” é o erro que compromete a validade da decisão.
Error in procedendo (erro no proceder) – é um vício de forma, extrínseco, de uma decisão judicial. Está sempre ligado a questões processuais, como quando o juiz se omite ou emite declaração obscura , v.g., fundamentação insuficiente. Sua constatação conduz a invalidação da decisão judicial.
É o exemplo da sentença que falta relatório ou a que concede pedido que a parte autoral não postulou (sentença extra petita).
Decisão extra petita – error in procedendo.
ATENÇÃO!!!
Frisa-se que o conhecimento das espécies de erros é importante na medida em que sua alegação e constatação podem acarretar efeitos distintos no processo. Pugnando o postulante, p.ex., pela cassação de uma sentença por constatar error in procedendo, o magistrado de segunda instância irá tão somente anular a decisão e, posteriormente, remeter os autos para o juízo a quo apreciar a lide outra vez (exceto no caso do §3º do art. 515 do CPC).
Entretanto, requerendo a parte à reforma da decisão em virtude do error in judicando, o juízo ad quem reapreciará a lide e verificará se a sentença proferida pelo juízo a quo está em consonância com o entendimento daquela corte. Supondo o Tribunal que o juiz de primeira instância errou ao dirimir o conflito, então proferirá nova decisão que suplantará a anterior e não determinará a decida dos autos. O acordão substituirá a sentença.
RECURSO ESPECIAL. ARTIGO 512 DO CPC. ERROR IN JUDICANDO. PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO. EFEITO SUBSTITUTIVO DOS RECURSOS. APLICAÇÃO. ERROR IN PROCEDENDO. ANULAÇÃO DO JULGADO. INAPLICABILIDADE DO EFEITO SUBSTITUTIVO. NECESSIDADE DE PROLAÇÃO DE NOVA DECISÃO. 1. O efeito substitutivo previsto no artigo 512 do CPC implica a prevalência da decisão proferida pelo órgão superior ao julgar recurso interposto contra o decisório da instância inferior. Somente um julgamento pode prevalecer no processo, e, por isso, o proferido pelo órgão ad quem sobrepuja-se, substituindo a decisão recorrida nos limites da impugnação. 2. Para que haja a substituição, é necessário que o recurso esteja fundado em error in judicando e tenha sido conhecido e julgado no mérito. Caso a decisão recorrida tenha apreciado de forma equivocada os fatos ou tenha realizado interpretação jurídica errada sobre a questão discutida, é necessária a sua reforma, havendo a substituição do julgado recorrido pela decisão do recurso. 3. Não se aplica o efeito substitutivo quando o recurso funda-se em error in procedendo, com vício na atividade judicante e desrespeito às regras processuais, pois, nesse caso, o julgado recorrido é anulado para que outro seja proferido na instância de origem. Em casos assim, a instância recursal não substitui, mas desconstitui a decisão acoimada de vício. 4. Recurso especial conhecido em parte e desprovido. (REsp 963.220/BA, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 15/04/2011) (destacado).O que é INTEGRAR uma decisão?
Integrar é suprir uma omissão, é completar. Há 1 omissão e você pede para o juiz que a torne completa. A causa de pedir é a omissão. O pedido é normalmente veiculado por Embargos de Declaração, recurso que serve a este propósito (suprir omissões porventura existentes na decisão).
Uma decisão sem motivação é omissa. Posso pedir para que o juiz supra a omissão por Embargos de Declaração. Se ele não suprir a omissão, recorro para anular a decisão, porque a decisão é nula.
O que é pedido de ESCLARECIMENTO?
É pedir que a decisão se torne inteligível.
Qual é a causa de pedir do pedido de esclarecimento? Pede-se o esclarecimento quando a decisão é obscura ou contraditória. É 1 pedido veiculado por Embargos de Declaração, também.
CONCEITO DE RECURSO
Recurso é um meio de impugnação voluntário, previsto em lei, para, no mesmo processo, reformar, invalidar, integrar ou esclarecer uma decisão judicial.
II - Ações autônomas de Impugnação
São demandas que geram processo novo com o objetivo de impugnar uma decisão judicial. Um processo novo se instaura com o objetivo de impugnar uma decisão judicial. Dá-se início, do zero, a processo com esse objetivo.
Exemplos: Ação Rescisória, Querela Nulitatis, reclamação, Mandado de Segurança contra ato judicial (Gajardoni).
QUERELA NULLITATIS X AÇÃO RESCISÓRIA
Querela nullitatis
Querela nullitatis insanabilis é, a grosso modo, uma ação declaratória de inexistência de sentença. 
as sentenças inexistentes poderão ser declaradas ou atacadas a qualquer tempo pela ação declaratória de inexistência de sentença.
a querela nullitatis tem o “poder” de suprir qualquer vício, desde que emanado de matéria constitucional.
Ação rescisória
Ação rescisória é uma ação autônoma que objetiva desfazer efeitos da sentença já transitada em julgado, ou seja, aquela que não caiba mais nenhum tipo de recurso, visando um vício existente que a torne anulável. 
A ação rescisória é a ação adequada para atacar sentenças nulas, desde que observado o prazo de dois anos a contar do trânsito em julgado da sentença- art. 975, NCPC
a ação rescisória está adstrita a aquele rol enumerado pelo artigo 966 do NCPC
AÇÃO RESCISÓRIA. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA RESCINDENDA QUE RECONHECEU A UNIÃO ESTÁVEL. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE HERDEIRA. NÃO CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA DIANTE DE NULIDADE DECORRENTE DE VÍCIO/INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO. CABÍVEL AÇÃO DECLARATÓRIA - QUERELA NULLITATIS. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. AÇÃO INADMISSÍVEL.
1.De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é cabível ação declaratória de nulidade (querela nullitatis) para se combater sentença proferida com nulidade ou inexistência de citação, sendo inadequado o uso da ação rescisória.
2.Inadmissível a ação rescisória, o depósito de 5% sobre o valor da causa é revertido em favor do réu, sem prejuízo do disposto no art. 20 do CPC.
3.Extinção da ação sem julgamento do mérito. À unanimidade.
(Processo: AR 600006846 PE 0004660-48.2007.8.17.0000. Relator(a): Jones Figueiredo. Julgamento: 24/02/2011)
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE NULIDADE DE SENTENÇA. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO NO PROCESSO QUE SE QUER ANULAR. CABIMENTO.
É cabível a ação declaratória de nulidade de sentença proferida em ação de usucapião, por não ter sido citado quem deveria integrar a lide. Recurso conhecido e provido. (Resp 94811-MG, Rel. Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJU, 01.02.1999)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA EM AÇÃO DE USUCAPIÃO. QUERELA NULLITATIS. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DOS POSSUIDORES DO IMÓVEL. VIABILIDADE. PRECEDENTES DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA.
(Apelação Cível Nº 70042525220, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine Harzheim Macedo, Julgado em 26/05/2011)
PROCESSO CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA (QUERELA NULLITATIS). IDONEIDADE DA VIA PROCESSUAL ELEITA.
1. A ação declaratória de nulidade, também denominada querela nullitatis, pode ser manejada nos casos de decisão proferida contra o réu revel, cuja revelia se deu em razão da falta de citação ou citação irregular.
2. No caso dos autos, todavia, ainda que assista razão ao INSS, de que a citação não foi feita na pessoa de seu representante legal, tal nulidade não foi arguida em momento oportuno, operando-se a preclusão processual. (AC 1130 RS 2009.71.99.001130-2. Relator(a): GILSON JACOBSEN. Julgamento: 17/03/2011)
III - Sucedâneos Recursais
É tudo o que não se encaixa nas outras categorias.
Se desenvolve no próprio processo em que a decisão impugnada foi proferida.
É 1 categoria eclética, heterogênea, com o objetivo de agrupar todos os meios que não são recursos nem ações autônomas.
Ex.: reexame necessário, pedido de suspensão de segurança, correição parcial e pedido de reconsideração.
REEXAME NECESSÁRIO
ver art. 496, NCPC – A sentença proferida nos termos do 496 somente produzirá efeitos após confirmação pelo Tribunal – CONDIÇÃO IMPEDITIVA DO TRÂNSITO EM JULGADO.
EXCEÇÕES: ver art. 496 §§3 e 4, NCPC – nesses casos a remessa ao Tribunal dependerá de interposição do recurso de apelação pela Fazenda Pública.
Nas exatas palavras de Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha “o reexame necessário condiciona a eficácia da sentença à sua reapreciação pelo tribunal ao qual está vinculado o juiz que a proferiu. Enquanto não for procedida à reanálise da sentença, esta não transita em julgado, não contendo plena eficácia. Desse modo, não havendo o reexame e, consequentemente, não transitando em julgado a sentença, será incabível a ação rescisória.”
Reexame necessário não é recurso porque:
Ausência de voluntariedade - R.N. decorre de expressa manifestação da lei, sendo irrelevante a vontade das partes e do juiz (se o juiz não remeter, o presidente do tribunal deverá avocar os autos).
Não é dialético – não há contraditório, o Tribunal simplesmente analisa os atos praticados até a sentença.
Não há previsão de um prazo de interposição
Não se encontra previsto como recurso (principio da taxatividade)
É o juízo que determina a remessa do processo ao Tribunal
CORREIÇÃO PARCIAL
Atividade administrativa x recurso x sucedâneo recursal:
A doutrina diverge quanto à natureza jurídica da correição parcial.
Há corrente que defende que a correição parcial tem aplicação relacionada à atividade administrativa do magistrado, função atípica do poder Judiciário, possuindo um caráter administrativo e disciplinar, embora exista posicionamento que afirme que o instituto possui caráter recursal. Muitos outros doutrinadores consideram a correição parcial como sucedâneo recursal, ou seja, um meio heterodoxo de impugnação.
Cabimento: seria cabível diante da inversão da ordem na prática dos atos procedimentais, gerando uma confusão procedimental. Perdeu força diante do recurso de agravo.
Para parcela significativa da doutrina ainda existiria na hipótese de omissão do juiz em proferir a decisão – seria cabível a correição p/ q/ órgão superior determine ao juízo inferior a prolação da decisão.
De fato. Atualmente, se o ato judicial causa prejuízo, comporta apelação ou agravo; não causando prejuízo, não admitirá a correição parcial – exceção feita à Justiça Federal, onde ela é expressamente prevista em lei e tem caráter efetivamente correicional, e não sucedâneo de recurso. A correição parcial é expressamente referida na Lei do Mandado de Segurança (art. 5º, inc. II) e na Lei Orgânica da Justiça Federal (arts. 6º, inc. I e 9º).
A correição parcial pode ser necessária se o juiz se omite no dever de decidir questão controvertida durante o desenvolvimento do processo ou inverte tumultuariamente a ordem processual, praticando, por exemplo, um ato pelo outro, sem decidir formalmente, sem exteriorizar decisão agravável.
Sendo assim, não é a correição parcial espécie de recurso já que a enumeração dos recursos é taxativa, e a correição não se encontra entre eles.
 
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Não tem previsão legal. Construção jurisprudencial.
Pode parecer contraditório pedir-sea um juiz que reveja aquilo que ele próprio decidiu, visto haver uma presunção de que este refletiu profundamente sobre o assunto antes de fazer emanar o seu poder decisório. 
CABIMENTO: Quando o pedido é de reexame do despacho de mero expediente parece-nos não haver problema nenhum em solicitar ao juiz tal providência, até mesmo porque deles, de regra, não cabe recurso, por configurarem-se apenas atos ordinatórios do processo.
No tocante às decisões interlocutórias, no entanto, as coisas começam a complicar-se, visto que existe recurso próprio para a parte insatisfeita pugnar pela reforma do decisum, qual seja: agravo (retido ou de instrumento); cabendo indagar até que ponto pode o pedido de reconsideração apresentar-se como substituto (quanto ao principal efeito prático: reforma da decisão) do agravo.
Ocorrem casos em que demonstra-se inviável a utilização do agravo de instrumento (pelos custos que representa) ou do agravo retido (por inviabilidade jurídica). Nesse particular é que desponta a viabilidade do pedido de reconsideração.
Theotônio Negrão: "Só cabe reconsideração de despacho ou de decisão interlocutória. Sentença não admite reconsideração, salvo na hipótese do art. 331, NCPC". 
 CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
1 - Recurso Total X Recurso Parcial
Para Barbosa Moreira:
Recurso Total: quando você impugna tudo quanto poderia impugnar.
Recurso Parcial: se você impugna apenas parte do que poderia ter impugnado. Quando recurso é parcial, a parte que você poderia ter impugnado, mas não impugnou, transita em julgado. Essa é a visão de Barbosa Moreira sobre o tema.
Conforme entendimento de Fredie Didier Junior e Leonardo José Carneiro da Cunha, recurso parcial é "aquele que, em virtude de limitação voluntária, não compreende a totalidade do conteúdo impugnável da decisão"
Para Dinamarco:
Recurso Total: é o recurso que impugna toda a decisão. Contém a impugnação de todos os capítulos da decisão - e, portanto, devolve ao tribunal toda a matéria decidida.
Recurso Parcial: é aquele que se refere a somente um ou alguns dos capítulos da sentença
Pense-se, no caso de sucumbência recíproca: caso o autor saia vitorioso quanto a um dos pedidos e sucumbente em relação ao outro, eventual recurso por ele interposto será total se considerarmos todo o conteúdo que ele poderia impugnar. Por outro lado, será parcial se tivermos como referência todos os capítulos da sentença, e isso é o que essencialmente nos interessa, pois, o capítulo não recorrido terá transitado em julgado desde logo.
2 - Recurso de Fundamentação Livre X Recurso de Fundamentação Vinculada
Recurso de Fundamentação Livre: aquele que posso fundamentar alegando qualquer das causas de pedir. Ex. apelação.
Recurso de Fundamentação Vinculada: aquele que exige um determinado tipo de fundamentação. Não posso me valer dele alegando qualquer coisa; tenho de encaixar a fundamentação do meu recurso aos tipos previstos em lei. Se eu me valho de um recurso de fundamentação vinculada sem encaixar minha fundamentação em um tipo legal, meu recurso nem examinado será.
Ex.: RE, REsp, Embargos de Declaração.

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