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Aspectos do Direito Constitucional (1)

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Prévia do material em texto

Aspectos do direito 
constitucionAl
Gianne G. R. Willecke Passold
Giovana Mara Reiter
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Gianne G. R. Willecke Passold
Giovana Mara Reiter
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P289a
 Passold, Gianne Giselle Reiter Willecke
 Aspectos do direito constitucional. / Gianne Giselle Reiter Willecke 
Passold; Giovana Mara Reiter. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 147 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0326-3
1. Direito constitucional. - Brasil. I. Reiter, Giovana Mara. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 341.2
III
ApresentAção
A Unidade I, especialmente, irá tratar da Introdução ao Direito 
Constitucional e fará uma abordagem do Direito Constitucional em si, das 
constituições e suas classificações e da História das constituições brasileiras.
Já a Unidade II irá tratar sobre o constitucionalismo, fazendo uma 
abordagem sobre o Poder Constituinte. Ainda, serão analisados os princípios, 
direitos e garantias constitucionais.
Por fim, na Unidade III, trataremos do controle de constitucionalidade, 
conceito e espécies de inconstitucionalidades, sistemas e meios de controle 
e, ainda, pretende-se esclarecer como funciona o controle abstrato, que 
é realizado através das ações: direta de inconstitucionalidade, direta de 
inconstitucionalidade por omissão, declaratória de constitucionalidade e de 
arguição de descumprimento de preceito constitucional.
Gianne G. R. Willecke Passold e Giovana Mara Reiter
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................... 1
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 NATUREZA DO DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................... 3
3 DEFINIÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................... 5
4 OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................. 6
5 FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................ 7
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 10
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 – A CONSTITUIÇÃO ......................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 A CONSTITUIÇÃO .............................................................................................................................. 13
3 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ................................................................................... 15
3.1 QUANTO AO CONTEÚDO .......................................................................................................... 16
3.2 QUANTO À FORMA ...................................................................................................................... 16
3.3 QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO ................................................................................. 17
3.4 QUANTO À ORIGEM ..................................................................................................................... 17
3.5 QUANTO À ESTABILIDADE ........................................................................................................ 18
3.6 QUANTO À EXTENSÃO E FINALIDADE ................................................................................. 19
3.7 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .......................................................................................... 20
3.8 PREÂMBULO CONSTITUCIONAL ............................................................................................. 22
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 – A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS ............................................ 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES ............................................................................................. 27
2.1 CONSTITUIÇÃO DE 1824 .............................................................................................................. 28
2.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1891 .......................................................................................................... 29
2.3 A CONSTITUIÇÃO DE 1926 .......................................................................................................... 30
2.4 A CONSTITUIÇÃO DE 1934 .......................................................................................................... 31
2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1937 .......................................................................................................... 33
2.6 A CONSTITUIÇÃO DE 1946 .......................................................................................................... 34
2.7 A CONSTITUIÇÃO DE 1967 .......................................................................................................... 36
2.8 A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969 ...................................................................................................... 38
2.9 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 .......................................................................................................... 39
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47
sumário
VIII
UNIDADE 2 – CONSTITUCIONALISMO, PODER CONSTITUINTE E OS PRINCÍPIOS, 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................... 49
TÓPICO 1 – CONSTITUCIONALISMO E PODER CONSTITUINTE ......................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 CONSTITUCIONALISMO ................................................................................................................. 51
2.1 CONSTITUCIONALISMO ANTIGO ............................................................................................ 53
2.2 CONSTITUCIONALISMO MODERNO ...................................................................................... 53
3 PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE .......................................................... 54
3.1 TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE ........................................................................ 55
3.2 FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE ......................................................... 56
3.3 ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE ...................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO ................................................... 63
3 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ........................................................................................ 64
4 INTERVENÇÃO .................................................................................................................................... 67
5 PODER E DIVISÃO DE PODERES .................................................................................................. 69
6 O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO .................................................................................. 71
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 73
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 74
TÓPICO 3 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ......................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 75
3 DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS ................... 76
4 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................................ 78
5 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .............................................................. 79
5.1 DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO ......................................................................................... 79
5.2 DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO ......................................................................................... 80
5.3 DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO ......................................................................................... 81
5.4 DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO ............................................................................................ 81
6 DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................. 82
7 CONFLITO (OU COLISÃO) DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................ 83
8 RENÚNCIA AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .......................................................................... 84
9 DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .................................................. 85
9.1 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................... 85
9.2 DIREITOS SOCIAIS ......................................................................................................................... 86
9.3 DIREITOS DE NACIONALIDADE ............................................................................................... 86
9.4 DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................... 86
9.5 DIREITOS À EXISTÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO EM PARTIDOS 
POLÍTICOS ....................................................................................................................................... 87
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 94
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 95
IX
UNIDADE 3 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E ATOS 
NORMATIVOS............................................................................................................. 97
TÓPICO 1 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................... 99
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 99
2 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................... 99
2.1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL ................................ 101
2.2 ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL ............................. 102
3 CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE ................................................................................... 103
4 O BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................... 105
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 107
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 108
TÓPICO 2 – INCONSTITUCIONALIDADE ..................................................................................... 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
2 CONCEITO DE INCONSTITUCIONALIDADE ........................................................................... 109
3 NULIDADE OU ANULABILIDADE? .............................................................................................. 110
4 ESTADO DAS COISAS INCONSTITUCIONAL .......................................................................... 111
5 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE .............................................................................. 111
5.1 INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ......................................................................... 112
5.2 INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO ............................................................................... 114
5.3 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL ..........................................................114
5.4 INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL E PARCIAL ................................................................. 116
6 EFEITOS DA INCONSTITUCIONALIDADE ................................................................................ 117
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 119
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 120
TÓPICO 3 – SISTEMA DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E AS AÇÕES 
ESPECIFICAS DE CONTROLE CONCENTRADO................................................... 121
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 121
2 SISTEMA DE CONTROLE ................................................................................................................. 121
3 MODELOS DE CONTROLE .............................................................................................................. 122
3.1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DIFUSO ............................................................ 124
3.1.1 Cláusula de Reserva de Plenário .......................................................................................... 125
3.1.2 Súmula Vinculante 10 ............................................................................................................ 126
3.2 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO ........................................... 127
3.3 VIAS DE AÇÃO ............................................................................................................................... 128
4 AÇÕES ESPECÍFICAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 CONCENTRADO ................................................................................................................................. 130
4.1 AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE ............................................................... 130
4.1.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica (ADI GENÉRICA)................................ 131
4.1.2 Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI INTERVENTIVA) ................. 131
4.1.3 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) ............................................. 132
4.2 AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE ....................................................................... 132
4.3 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) ............. 133
4.3.1 Arguição de descumprimento de preceito fundamental (preventiva e repressiva) ..... 133
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 139
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 141
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO DIREITO 
CONSTITUCIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender os conceitos iniciais e definições referentes ao Direito Constitu-
cional e obter uma visão sobre a matéria e objeto de estudo;
• identificar as características do Direito Constitucional, suas fontes e sua 
história;
• compreender o significado da constituição e suas classificações.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
TÓPICO 2 – A CONSTITUIÇÃO
TÓPICO 3 – A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIREITO CONSTITUCIONAL
1 INTRODUÇÃO
Este tópico destina-se a apresentar a disciplina ao acadêmico, tornando 
o estudo e a compreensão da disciplina trabalhada de forma mais simplificada. 
Pretende-se trazer um panorama sobre o Direito Constitucional desde a sua 
natureza, definição, objeto e fonte. 
Serão abordados conteúdos referentes à natureza do direito constitucional, 
que pode ser entendido como um conjunto de normas que regulam o Estado. 
Também serão trazidos conceitos e definições que têm o intuito de sintonizar o 
aluno na área objeto de estudo.
Ainda, se tem a expectativa de elencar as fontes do direito constitucional, 
trazendo a conceituação e os tipos de Constituição. Então, teremos uma 
compreensão da matéria em comento.
Assim, você, acadêmico, terá uma compreensão maior do enorme 
significado da disciplina no contexto de estudo a ser realizado.
2 NATUREZA DO DIREITO CONSTITUCIONAL
Para dar início aos estudos, faz-se necessária uma abordagem sobre o 
Direito Constitucional, sua natureza, definição, objeto e fontes. Assim, “o direito 
constitucional costuma ser classificado como um ramo interno do direito público” 
(NOVELINO, 2018, p. 34).
Pode-se entender direito público como um conjunto de normas que regula 
os interesses do Estado, internamente ou em relação aos interesses particulares. 
Abrange a legislação com o formato público e social, que tem o intuito de garantir 
a soberania da nação e as relações na sociedade.
A nação é a junção de cidadãos, geralmente do mesmo grupo étnico, que 
falam a mesma língua e têm os mesmos costumes, formam um povo. Uma nação 
se mantém pelas tradições, religião, língua e consciência nacional.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
4
Por ser o “fundamento de validade de todas as normas do ordenamento 
jurídico, seria mais exato afirmar que o direito constitucional, mais do que um 
simples ramo, é o tronco do qual derivam todos os demais ramos do direito” 
(NOVELINO, 2018, p. 34). Em relação à supremacia do direito constitucional, 
tem-se que:
É um pressuposto da função desempenhada pela Constituição como 
ordem jurídica fundamental da comunidade. Todos os poderes 
públicos, inclusive o legislativo, encontram-se subordinados à 
Constituição, razão pela qual a validade de seus atos dependerá da 
compatibilidade. Como decorrência da superioridade hierárquica, 
surge o caráter vinculante da Constituição. Na qualidade de Lei 
Maior, esta impõe que os atos estatais guardem correlação com os seus 
dispositivos, sob pena de serem invalidados (NOVELINO, 2018, p. 34).
Assim, os poderes executivo, judiciário e legislativo têm a obrigação 
constitucional de respeitar e de serem subordinados à Constituição. Ressalta-se 
que a superioridade hierárquica referenciada tem o condão de vincular os atos 
administrativos realizados pelos entes públicos aos preceitos contidos na “Lei 
Maior”. Em caso contrário, podem ser considerados inválidos. 
NOTA
Lei Maior pode ser entendida como carta magna, constituição, magna-carta, 
carta constitucional, lei básica, carta política, por exemplo.
Os atos administrativos, no entendimento de Di Pietro (2006, p. 206) são, 
“de maneira mais restrita, excluindo da conceituação, além dos atos normativos da 
administração pública e dos contratos administrativos, os atos de conhecimento, 
opinião, juízo ou valor (como pareceres, atestados e certidões)”.
Retornando aos poderes, para um maior esclarecimento, pode-se 
entender por poder judiciário a administração da justiça na sociedade, através do 
cumprimento de normas e leis judiciais e constitucionais. Ainda, é constituído por 
ministros, desembargadores, promotores de justiça e juízes, que têm a obrigação 
de avaliar ações ou situações que não se enquadram com as leis criadas.
Já o poder legislativo é aquele que tem a tarefa de legislar, ou seja, fazer 
as leis. No Brasil, o poder legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e 
Senado Federal. As casas estão localizadas em Brasília. Lembrando que os estados 
têm o poder legislativo,composto pelos deputados estaduais, e os municípios 
também, com os vereadores.
https://www.sinonimos.com.br/carta-magna/
https://www.sinonimos.com.br/constituicao/
https://www.sinonimos.com.br/magna-carta/
https://www.sinonimos.com.br/lei-basica/
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
5
O poder executivo, segundo o próprio termo, é o poder que executa, 
coloca em prática assuntos previamente deliberados pelo legislativo, ou seja, por 
aqueles que legislam e criam leis.
3 DEFINIÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL
Teixeira (1991, p. 3) define o direito constitucional de duas formas distintas. 
Em particular, como o “estudo da teoria das constituições e da Constituição do Estado 
brasileiro”. De forma analítica, como “o conjunto de princípios e normas que regulam 
a própria existência do Estado moderno, na sua estrutura e no seu funcionamento, o 
modo de exercício e os limites de sua soberania, seus fins e interesses fundamentais, 
e do Estado brasileiro, em particular” (TEIXEIRA, 1991, p. 3).
Na visão de Silva (1997, p. 38), o Direito Constitucional, enquanto ciência 
positiva das constituições, pode ser definido como “o ramo do Direito Público que 
expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Já no entendimento de Moraes (2017, p. 29), “o Direito Constitucional 
é um ramo do direito público e destacado por ser fundamental à organização 
e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários e ao 
estabelecimento das bases da estrutura política”. Miranda (1990, p. 13-14) define 
o Direito Constitucional como:
A parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto 
comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições 
e princípios) que recordam o contexto jurídico correspondente à 
comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os 
grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder. Ao mesmo 
tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e 
manifestação da vontade política, os órgãos e os atos.
Assim, observa-se, na leitura das definições trazidas, que o Direito 
Constitucional é um ramo do direito público e que tem como finalidade 
principal organizar o funcionamento do Estado, delimitando desde os princípios 
fundamentais ao exercício dos direitos.
Estuda a Constituição, a estrutura e o funcionamento do Estado no intuito 
de viabilizar as estruturas fundamentais que balizam a administração pública em 
um todo. Também é preciso lembrar que os limites da organização são os limites 
territoriais.
Temos, ainda, o Direito Público, que é o conjunto de normas que regula os 
interesses do Estado. É competência do Direito Público determinar a subordinação 
entre o público e o privado. Destina-se à regulamentação das atividades estatais, 
às relações do Estado e às ações dos cidadãos dentro da esfera pública. Ainda, 
defende o interesse público.
https://www.politize.com.br/trilhas/processo-legislativo/
https://www.politize.com.br/como-se-cria-uma-lei/
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
6
Quando se fala em administração pública, “referimo-nos ao aparelho 
estatal, ou seja, ao conjunto formado por um governo e seus agentes 
administrativos, regulado por um ordenamento jurídico” (BRESSER PEREIRA, 
1995, s.p.).
4 OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL
O Direito Constitucional tem por objeto o estudo das normas fundamentais 
de organização do Estado. Trata dos seguintes temas: estrutura de seus órgãos, 
distribuição de competências, aquisição, exercício e transmissão da autoridade, 
direitos e garantias fundamentais etc. (NOVELINO, 2018).
Seu objeto é a “constituição política do Estado, no sentido amplo de 
estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo 
de aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos 
direitos e garantias fundamentais” (MORAES, 2017, p. 29).
Estudar a Constituição não é estudar apenas o texto da Constituição 
Federal de 1988, deve-se estudar também os aspectos teóricos que cercam o 
tema, ou seja, as teorias que foram criadas acerca da Constituição, formadas por 
especialistas no assunto, e o texto da própria Constituição (ANGELFIRE, s.d.).
De acordo com o seu objeto de estudo, o Direito Constitucional é dividido 
por García-Pelayo (1993, p. 22-23) em três disciplinas:
I) direito constitucional positivo (particular ou especial): tem por objeto 
a interpretação, sistematização e crítica das normas constitucionais 
vigentes em um determinado Estado;
II) direito constitucional comparado: tem por finalidade o estudo 
comparativo e crítico das normas constitucionais positivas, vigentes 
ou não, de diversos Estados. O estudo teórico é feito com o intuito de 
destacar singularidades e contrastes entre as diversas ordens jurídico-
constitucionais;
III) direito constitucional geral: compreende a sistematização e 
classificação de conceitos, princípios e instituições de diversos 
ordenamentos jurídicos visando à identificação dos pontos comuns, 
isto é, das características essenciais semelhantes de um determinado 
grupo de constituições. Por meio da disciplina, procura-se estabelecer 
uma teoria geral do direito constitucional.
 
Visando à melhor compreensão, pode-se afirmar, de forma ampla, que 
o objeto de estudo do Direito Constitucional é a própria Constituição, que é a 
norma fundamental e que estrutura a organização do Estado. Estuda a estrutura 
do Estado desde as suas instituições até as suas aquisições e limitações.
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
7
5 FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL
Inicialmente, cabe ressaltar o que vem a ser fonte. Segundo Novelino 
(2018, p. 36), “tradicionalmente, as fontes do direito são definidas como os fatos 
ou atos dos quais o ordenamento jurídico faz depender a produção de normas 
jurídicas”.
Em relação à classificação das fontes do Direito Constitucional, podemos 
perceber que são diferenciadas, inclusive, os autores não são consensuais sobre 
elas. A abordagem que se levará em consideração é a adotada por Bobbio (2010, 
p. 37). Para ele, “as fontes de juridicidade do direito constitucional podem ser 
divididas em originárias e derivadas”.
DICAS
Faça uma leitura do artigo disponibilizado no link. Assim, compreenda melhor 
as fontes do Direito. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/48588/fontes-do-direito>. 
Acesso em: 15 jan. 2018.
No entendimento de Novelino (2018, p. 36), “no sistema da civil law, a 
constituição escrita é a fonte originária do direito constitucional. Na qualidade 
de fonte principal e suprema, a Constituição pode delegar competências a outros 
poderes ou reconhecer, ainda que implicitamente, normatividade a outras fontes 
(fontes derivadas)”.
Assim, tem-se, das explicações, que a fonte originária é a própria 
Constituição, e as derivadas são as que a Constituição delega, como as leis e a 
jurisprudência. Nessa linha de raciocínio, as fontes derivadas podem ser divididas 
em delegadas ou reconhecidas.
Uma das fontes do Direito Constitucional pode ser classificada como 
fonte delegada:
São as resultantes de competências atribuídas pelo legislador 
constituinte a órgãos inferiores para a produção de normas jurídicas 
regulamentadoras de dispositivos constitucionais, como no caso 
das leis ordinárias e complementares, decretos e regulamentos que 
servem de apoio à Constituição. A jurisprudência criada a partir da 
interpretação ou integração da Constituição feita pelos Tribunais 
também pode ser considerada como fonte do direito constitucional, 
ainda que o Poder Judiciário deva atuar dentro da moldura 
constitucionalmente estabelecida (NOVELINO, 2018, p. 36).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
8
“Como fontes reconhecidas pela Constituição, podem ser mencionadas as 
normas jurídicas. Produzidas antes ou durante a sua vigência, são acolhidas por 
ela. É o caso, por exemplo, das leis recepcionadas e dos costumes constitucionais” 
(NOVELINO, 2018, p. 36).
Exemplificando, as fontes delegadas são as leis, os decretos e a 
jurisprudência.Elas advêm das capacidades conferidas a órgãos inferiores que 
produzem normas jurídicas. Já as fontes reconhecidas são as leis recepcionadas 
e costumes constitucionais. São normas acolhidas antes ou durante a vigência da 
constituição.
No Direito Constitucional distinguimos, ainda, duas modalidades de 
fontes: as escritas e as não escritas:
As fontes escritas abrangem: a) as leis constitucionais; b) as leis 
complementares ou regulamentares - figura especial de leis ordinárias 
que servem de apoio à Constituição e fazem com que numerosos 
preceitos constitucionais tenham aplicação; c) as prescrições 
administrativas contidas em regulamentos e decretos, de importância 
para o Direito Constitucional, desde que recebendo a delegação de 
poderes entre o governo no exercício da delegação legislativa; d) os 
regimentos das Casas do Poder Legislativo, ou do órgão máximo do 
Poder Judiciário; e) os tratados internacionais, as normas de direito 
Canônico, a legislação estrangeira, as resoluções da comunidade 
internacional pelos seus órgãos representativos, sempre que o Estado 
aprovar ou reconhecer; f) a jurisprudência, não obstante, o caráter 
secundário que as normas revestem, visto que, em rigor, a função 
jurisprudencial não cria Direito, senão que se limita a revelá-lo, ou 
seja, a declarar o direito vigente; g) finalmente, a doutrina, a palavra 
dos tratadistas, a lição dos grandes mestres (ANGELFIRE, s.d., s.p.).
Quanto às fontes não escritas, são “duas: o costume e os usos 
constitucionais. O costume forma-se quando a prática repetida de certos atos 
induz uma determinada coletividade à crença ou convicção de que os atos são 
necessários ou indispensáveis” (ANGELFIRE, s.d., s.p.).
“Sua importância para o Direito Constitucional é imensa. Os usos 
constitucionais compõem, enfim, a segunda categoria das fontes não-escritas. 
Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a 
possuem em textos sumários” (ANGELFIRE, s.d., s.p.).
Também pode-se considerar fonte do Direito Constitucional a doutrina. 
Com o crescimento e casos complicados nas sociedades, tem-se “conferido 
à doutrina um papel fundamental na formulação de critérios e parâmetros 
decisórios capazes de contribuir para a sofisticação do debate e para a redução 
do ônus argumentativo e da complexidade decisória” (NOVELINO, 2018, p. 
39). Dentro da proposta, em especial nos casos difíceis, pondera Maia (2009, p. 
125): “O trabalho doutrinário procura lançar pontes entre a teoria e a prática, 
municiando os operadores do direito com instrumentos capazes de conduzi-los a 
respostas pertinentes para os problemas jurídicos”.
TÓPICO 1 | DIREITO CONSTITUCIONAL
9
“A equação é simples: considerando as limitações de tempo e espaço no 
processo judicial e a ampliação da complexidade dos critérios de decisão, cada vez 
mais se torna necessário o recurso a critérios de decisão previamente formulados 
no âmbito doutrinário” (NOVELINO, 2018, p. 39).
A doutrina deve estar sempre pronta a conceituar e a auxiliar, dando 
formas e recursos que podem servir como fundamento para resolução de conflitos, 
antecipando, muitas vezes, formas de resolver casos reais.
 
“A partir da antecipação de conflitos constitucionais feita com o auxílio 
de situações hipotéticas, a doutrina pode fornecer um conjunto de soluções 
ponderativas pré-fabricadas capazes de servir como parâmetros para a solução 
de um caso concreto” (BARCELLOS, 2005, p. 150-151). 
Uma vez que as circunstâncias fáticas imaginadas pela doutrina se 
reproduzam no caso real, ou se repitam em hipóteses já verificadas anteriormente, 
o juiz terá, à disposição, modelos de solução pré-prontos (BARCELLOS, 2005). 
Os “modelos pré-prontos” seriam situações já estudadas e que ajudariam os 
julgadores na tomada das decisões.
Os doutrinadores estudam a legislação e a sociedade como um todo 
e determinam conceitos e fundamentos que podem servir de parâmetro na 
consecução da finalidade da lei, ou seja, na aplicação de forma eficaz da legislação 
com base nos anseios da sociedade.
Na verdade, “os subsídios oferecidos ao aplicador pela ponderação 
em abstrato acabam por transformar muitos conflitos normativos, que seriam 
casos difíceis, em fáceis, simplesmente porque já há um modelo de solução que 
é aplicável” (BARCELLOS, 2005, p. 150-151). Os “modelos” têm o intuito de 
facilitar, agilizar e respaldar as decisões dadas a conflitos.
Então, tem-se como fonte a nascente, onde brota o Direito Constitucional. 
As fontes norteiam toda e qualquer criação legislativa no ramo do direito. Assim, 
temos que a divisão do direito em ramos tem o intuito de facilitar a compreensão 
do direito como um todo. 
DICAS
Para entendermos melhor as divisões do direito em ramos, façamos uma leitura 
do conteúdo.
FONTE: <http://faculdadearnaldo.com.br/quais-sao-os-ramos-do-direito/#> e
<https://www.coladaweb.com/direito/ramos-do-direito>. Acesso em: 15 jan. 2018.
http://faculdadearnaldo.com.br/quais-sao-os-ramos-do-direito/#
10
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Direito Constitucional tem natureza jurídica de direito público fundamental.
• Existem várias definições do Direito Constitucional, trazidas por diversos 
autores.
• O Direito Constitucional é um ramo do direito público.
• O Direito Constitucional é fundamental à organização e ao funcionamento do 
Estado.
• O objeto do Direito Constitucional é o estudo das normas fundamentais e a 
organização do Estado, bem como a Constituição em si.
• Tem-se entendido como fonte a nascente, onde brota o Direito Constitucional.
• As fontes do Direito Constitucional são muito diferenciadas.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1 Com relação ao conceito e às fontes do direito constitucional, julgue o item 
seguinte. Considerando-se a experiência histórica dos Estados, é correto 
afirmar que a própria Constituição é fonte formal do direito constitucional.
( ) Certo
( ) Errado
2 Acerca da Constituição Federal, julgue o item seguinte:
No Brasil, segundo a doutrina dominante, os usos e costumes não são fontes 
do direito constitucional, pois o poder constituinte originário optou por uma 
Constituição escrita e materializada em um só código básico.
( ) Certo
( ) Errado
3 O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a 
administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do 
Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos.
( ) Certo
( ) Errado
4 O vocábulo nação é bastante adequado para expressar tanto o sentido de 
povo quanto o de Estado.
( ) Certo
( ) Errado
AUTOATIVIDADE
12
13
TÓPICO 2
A CONSTITUIÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Este tópico destina-se a apresentar a disciplina ao acadêmico, tornando 
o estudo e a compreensão da disciplina trabalhada de forma mais simplificada. 
Pretende-se trazer o conceito de Constituição, suas classificações e, ainda, o que 
vem a ser o Preâmbulo Constitucional.
Ao estudar a Constituição, pretende-se fazer uma análise da sua 
conceituação bem como de seus diversos sentidos, em especial o sentido 
sociológico, o sentido político e o sentido jurídico.
 
Ainda, serão realizados estudos sobre a classificação das constituições, 
que podem ser divididas em relação ao seu conteúdo, forma, origem, finalidade 
etc.
Assim, acadêmico, você terá uma visão mais abrangente dos vários 
tipos de Constituição, o que facilitará a análise dos demais conteúdos a serem 
trabalhados.
2 A CONSTITUIÇÃO
A Constituição, em um Estado democrático, não estrutura apenas o Estado 
em sentido estrito, mas também o espaço público e o privado, constituindo assim 
a sociedade (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017).
“Constituição significa ordem jurídica fundamental do estado e da 
sociedade. A Constituição não é apenas a Constituição “do estado”, mas possui 
um conceito mais amplo que compreende as estruturas fundamentais da 
sociedade” (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017, p. 99).
A Constituição determina regras e estabelece critérios que devem ser 
respeitados por todos e de forma indiscriminada,ou seja, a Constituição é a regra 
maior e se encontra no topo da pirâmide da legislação pátria.
 
Assim, temos um Estado Democrático de Direito, que foi uma das grandes 
conquistas da humanidade.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
14
No correr de milênios, as formas de convivência humana foram sendo 
modificadas em decorrência de múltiplos fatores, como a percepção 
da necessidade de um governo do grupo social que definisse e 
implantasse formas de organização que fossem benéficas para todos 
os componentes do grupo (DALLARI, 2017, s.p.).
DICAS
Para compreender melhor o vocábulo “constituição”, faça uma leitura do 
conteúdo do artigo disponibilizado.
FONTE: <https://www.educacao.cc/cidada/o-que-e-a-constituicao-brasileira-e-para-que-
serve-a-carta-magna/>. Acesso em: 15 jan. 2018.
A Constituição é uma ordenação fundamental no sentido quantitativo, 
quando não libera nada. Portanto, para tudo tem, à disposição, ou um mandamento 
ou uma proibição (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017).
 A “Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de 
firmar. Ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de 
pessoas, organização, formação” (GUETZEVICH, 1933, p. 45). Segundo Canotilho 
e Moreira (1991, p. 41), a Constituição deve ser entendida como:
A lei suprema e fundamental de um Estado, que contém normas 
referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos. 
Forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de 
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é 
a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição 
de normas jurídicas, legislativas ou administrativas.
Considerando o círculo de alcance da Constituição, Carvalho (1982, p. 13) 
percebe que “a Constituição se definirá como o estatuto jurídico fundamental da 
comunidade e abrangendo, mas não se restringindo, estritamente, ao político”.
Na Constituição, podemos encontrar as regras de regulação, princípios 
individuais e coletivos, regras de criação e organização de estados e municípios e 
a serem seguidas pelos servidores públicos em todas as suas categorias.
Importante destacar o chamado conceito ideal de constituição, imposto a 
partir do triunfo do movimento constitucional no início do século XIX (MORAES, 
2017). Como leciona Canotilho e Moreira (1991, p. 42):
https://www.educacao.cc/cidada/o-que-e-a-constituicao-brasileira-e-para-que-serve-a-carta-magna/
https://www.educacao.cc/cidada/o-que-e-a-constituicao-brasileira-e-para-que-serve-a-carta-magna/
TÓPICO 2 | A CONSTITUIÇÃO
15
o conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postulados 
políticos-liberais, considerando como elementos materiais 
caracterizadores e distintivos os seguintes: (a) a constituição deve 
consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente 
concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e 
da participação dos cidadãos nos atos do poder legislativo através 
do parlamento); (b) a constituição contém o princípio da divisão de 
poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes 
estatais; (c) a constituição deve ser escrita (documento escrito).
Paulo e Alexandrino (2017, p. 8) expressam vários sentidos para a 
Constituição e ressaltam o sentido sociológico, político e jurídico:
FIGURA 1 – SENTIDOS (SOCIOLÓGICO, POLÍTICO E JURÍDICO)
FONTE: Paulo e Alexandrino (2017, p. 8)
Em relação aos conceitos e sentidos dados pelos doutrinadores sobre o 
que vem a ser uma Constituição, observa-se que cada um deles, especialmente 
os aqui referenciados, têm características próprias e cada um expressa de acordo 
com seus convencimentos. Contudo, todos entendem que a Constituição seria 
uma ordem fundamental de determinado país.
3 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Moraes (2017) explana, de forma concisa, a classificação das constituições 
nos seguintes termos:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
16
FIGURA 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
FONTE: Moraes (2017, p. 29)
3.1 QUANTO AO CONTEÚDO 
Segundo Moraes (2017), quanto ao conteúdo, as constituições podem ser 
classifi cadas em materiais ou substanciais e formais. 
A Constituição material “consiste no conjunto de regras materialmente 
constitucionais, que estejam ou não codifi cadas em um único documento. Já a 
Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um 
documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário” (MORAES, 
2017, p. 29).
Contudo, o que são as regras materialmente constitucionais? Estas 
determinam as formas de governo, do Estado, de aquisição e exercício do poder, 
da estrutura dos órgãos de poder do Estado e dos limites da atuação estatal.
3.2 QUANTO À FORMA
Ainda segundo Moraes (2017), as constituições se dividem em escritas 
e não escritas. A Constituição escrita é o conjunto de regras codifi cado e 
sistematizado em um único documento, para fi xar-se à organização fundamental. 
Canotilho (1991) denomina de Constituição instrumental, apontando seu 
efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e 
publicidade.
A Constituição escrita, portanto, é o mais alto estatuto jurídico de 
determinada comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental de uma 
sociedade. À Constituição corresponde o conceito de Constituição legal, como 
resultado da elaboração de uma Carta escrita fundamental, colocada no ápice 
da pirâmide normativa e dotada de coercibilidade (HESSE, 1981). Como salienta 
Canotilho (1991, p. 65):
TÓPICO 2 | A CONSTITUIÇÃO
17
A garantia da força normativa da constituição não é tarefa fácil, 
mas se o direito constitucional é direito positivo, se a constituição 
vale como lei, então as regras e princípios constitucionais devem 
obter normatividade regulando jurídica e efetivamente as relações 
da vida, dirigindo as condutas e dando segurança a expectativas de 
comportamento.
Constituição não escrita é o conjunto de regras não aglutinado em um 
texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções 
(exemplo: Constituição inglesa) (MORAES, 2017). Salienta Miranda (1990, p. 126):
Diz-se, muitas vezes, que a Constituição inglesa é uma Constituição 
não escrita (unwritten Constitution). Só em certo sentido o asserto se 
afigura verdadeiro: no sentido de que uma grande parte das regras 
sobre organização do poder político é consuetudinária; e, sobretudo, 
no sentido de que a unidade fundamental da Constituição não repousa 
em nenhum texto ou documento, mas em princípios não escritos 
assentes na organização social e política dos Britânicos.
Tem-se, então, que a Constituição da República Federativa do Brasil é 
uma Constituição escrita.
3.3 QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO
Em relação à elaboração, segundo Moraes (2017), as constituições se 
classificam em dogmáticas e históricas.
Enquanto a Constituição dogmática se apresenta como produto escrito 
e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias 
fundamentais da teoria política e do direito dominante, a Constituição histórica 
é fruto da lenta e contínua síntese da História e tradições de um determinado 
povo (exemplo: Constituição inglesa) (MORAES, 2017).
3.4 QUANTO À ORIGEM
Em relação à origem, Moraes (2017) entende que as constituições se 
classificam em promulgadas e outorgadas.
São promulgadas, também denominadas “democráticas ou populares, as 
constituições que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte 
composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração 
(exemplo: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988)” (MORAES, 2017, 
p. 30). 
Já as Constituições outorgadas são “as elaboradas e estabelecidas sem a 
participação popular, através de imposição do poder da época (exemplo: Constituições 
brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/1969)” (MORAES, 2017, p. 30). 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
18
Existem, ainda, as chamadas Constituiçõescesaristas, que são aquelas 
que, não obstante outorgadas, dependem da ratificação popular por meio de 
referendo (MORAES, 2017). 
Então, observando os conceitos, tem-se que a Constituição Brasileira de 
1988 é escrita, dogmática e promulgada. 
NOTA
O significa uma promulgação? É o instrumento que declara a existência de uma 
lei e ordena a execução.
3.5 QUANTO À ESTABILIDADE
No quesito em questão, conforme Moraes (2017), as constituições podem 
ser classificadas em imutáveis, rígidas, flexíveis e semirrígidas. 
São imutáveis as constituições 
quando se veda qualquer alteração, constituindo-se em relíquias 
históricas. Em algumas constituições, a imutabilidade poderá ser 
relativa, quando podemos prever as chamadas limitações temporais, 
ou seja, um prazo em que não se admitirá a atuação do legislador 
constituinte reformador (MORAES, 2017, p. 30). 
Assim, a Constituição de 1824, em seu art. 174, determinava: “Art. 174. Se 
passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brazil, se conhecer, que 
algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escripto, a qual 
deve ter origem na Câmara dos Deputados e ser apoiada pela terça parte deles” 
(BRASIL, 1824).
Apesar da previsão, a Constituição de 1824 era semiflexível (semirrígida), 
como se nota por seu art. 178, que afirmava: “Artigo 178. É só constitucional o 
que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos e aos 
direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo, o que não é constitucional, 
pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias” 
(BRASIL, 1824).
Rígidas são as constituições escritas, que poderão “ser alteradas por um 
processo legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para a edição 
das demais espécies normativas. Por sua vez, as constituições flexíveis, em regra, 
não escritas, excepcionalmente escritas, poderão ser alteradas pelo processo 
legislativo ordinário” (MORAES, 2017, p. 30). 
TÓPICO 2 | A CONSTITUIÇÃO
19
“Como um meio-termo entre as duas anteriores, surge a constituição 
semiflexível ou semirrígida, na qual algumas regras poderão ser alteradas 
pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente por um processo 
legislativo especial e mais dificultoso” (MORAES, 2017, p. 30). 
Ressalta-se que a “Constituição Federal de 1988 pode ser considerada 
como super-rígida, uma vez que, em regra, poderá ser alterada por um processo 
legislativo diferenciado. Excepcionalmente, em alguns pontos, é imutável” 
(MORAES, 2017, p. 30). 
IMPORTANT
E
Pode-se afirmar que Cláusula Pétrea é o dispositivo constitucional que não pode 
ser alterado, nem mesmo por proposta de emenda à Constituição (PEC). As cláusulas pétreas 
inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas no art. 60, § 4º.
O ar. 60, § 4º da Constituição Federal de 1988 tem a seguinte redação:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
[...]
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988).
Continuando a análise e relembrando os conceitos, tem-se que a 
Constituição de 1988 é escrita, dogmática, promulgada e rígida, porque tem 
cláusulas que são consideradas imexíveis.
3.6 QUANTO À EXTENSÃO E FINALIDADE
Conforme Moraes (2017), as constituições, em relação à extensão e 
finalidade, podem ser classificadas em analíticas (dirigentes) e sintéticas 
(negativas, garantias).
As constituições sintéticas contam somente os princípios e as normas 
gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio 
da estipulação de direitos e garantias fundamentais (por exemplo: Constituição 
norte-americana). Já as constituições analíticas examinam e regulamentam todos 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
20
os assuntos relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado (por 
exemplo: Constituição brasileira de 1988) (MORAES, 2017). Como afirmado por 
Silva (1992, p. 8), a Constituinte
rejeitou a constituição sintética, que é constituição negativa, porque é 
construtora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento, 
oposta à autoridade, modelo de constituição que, às vezes, se chama 
de constituição garantia [...]. Assumiu o novo texto a característica 
de constituição-dirigente, enquanto define fins e programas de ação 
futura.
Segundo Canotilho (1991, p. 257), ao serem definidos os limites de uma 
constituição dirigente, o núcleo principal de estudo é “o que deve (e pode) uma 
constituição ordenar aos órgãos legiferantes e o que deve (como e quando deve) 
fazer o legislador para cumprir, de forma regular, adequada e oportuna, as 
imposições constitucionais”.
IMPORTANT
E
O que se entende por Constituição Dirigente? É a Constituição que regula 
as bases da vida não estatal, intervindo na área social, cultural e econômica. Inclui o 
planejamento como forma de execução de políticas públicas.
Assim, lembrando novamente, a Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 é escrita, dogmática, promulgada e rígida, porque tem cláusulas 
que são consideradas imexíveis, além de igualmente ser analítica e dirigente. 
3.7 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
“A atual Constituição Federal apresenta a seguinte classificação: formal, 
escrita, legal, dogmática, promulgada (democrática, popular), rígida, analítica” 
(MORAES, 2017, p. 31). 
Ainda, temos outras classificações doutrinárias sobre as constituições. 
Assim, as “constituições dualistas ou pactuadas são aquelas em que se efetiva 
um compromisso entre o rei e o poder Legislativo, sujeitando-se o monarca aos 
esquemas constitucionais, e resultando na constituição de dois princípios: o 
monárquico e o democrático” (MORAES, 2017, p. 31).
TÓPICO 2 | A CONSTITUIÇÃO
21
Por sua vez, a constituição nominalista é aquela “cujo texto da Carta 
Constitucional já contém verdadeiros direcionamentos para os problemas 
concretos, a serem resolvidos mediante aplicação pura e simples das normas 
constitucionais” (MORAES, 2017, p. 31). Ao intérprete caberia, somente, 
interpretá-la de forma gramatical e literal.
Por outro lado, a constituição semântica é aquela cuja interpretação de 
suas normas “depende da averiguação de seu conteúdo significativo, da análise 
de seu conteúdo sociológico, ideológico, metodológico, possibilitando uma maior 
aplicabilidade política, normativa e social” (MORAES, 2017, p. 31). 
Ainda, a Constituição de 1988 pode ser considerada reduzida e normativa. 
Considerando, de forma sistemática, a Constituição pode ser reduzida e 
considerada quanto à relação com a realidade, por ser entendida como normativa.
A Constituição reduzida contém suas determinações em um só documento 
ou código e, a normativa, é aquela que possui valor jurídico, cujas normas 
dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de 
seus termos. É aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade 
social, e o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos.
Finalizando, podemos afirmar que a Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988 é:
• escrita; 
• dogmática; 
• promulgada;
• rígida (porque tem cláusulas que são consideradas imexíveis);
• analítica;
• dirigente;
• reduzida e normativa. 
DICAS
Agora que você já sabe a classificação da Constituição, exercite seu 
conhecimento! Vá ao link informado e veja algumas questões sobre o assunto. 
FONTE: <https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/direito-
constitucional/assunto/classificacao-das-constituicoes>. Acesso em: 15 jan. 2018.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
22
3.8 PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado 
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, 
asegurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO 
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (BRASIL,1988).
O preâmbulo de uma Constituição pode ser definido como “documento 
de intenções do diploma. Consiste em uma certidão de origem e legitimidade 
do novo texto e uma proclamação de princípios, demonstrando a ruptura com o 
ordenamento constitucional anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado” 
(MORAES, 2017, p. 31). 
“Em nosso Direito Constitucional devem constar os antecedentes e 
enquadramento histórico da Constituição, bem como suas justificativas e seus 
grandes objetivos e finalidades” (MORAES, 2017, p. 31).
Miranda (1990) aponta para a existência de preâmbulos em alguns dos 
mais importantes textos constitucionais estrangeiros: Estados Unidos (1787), 
Suíça (1874), Alemanha de Weimar (1919), Irlanda (1937), França (1946 e 1958), 
Japão (1946), Grécia (1975) e Espanha (1978). 
Podemos acrescentar as constituições do Peru (1979), da antiga Alemanha 
Ocidental (1949) e da Alemanha Oriental (1968) com as emendas de 7 de outubro 
de 1974, da Polônia (1952), Bulgária (1971), Romênia (1975), Cuba (1976), 
Nicarágua (1987), Moçambique (1978), São Tomé e Príncipe (1975) e Cabo Verde 
(1981) (MIRANDA, 1990).
DICAS
O preâmbulo da constituição federal é muito importante e, para saber mais sobre 
ele, leia o artigo. FONTE: <https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-
brasileira-de-1988>. Acesso em: 15 jan. 2018.
https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988
https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988
TÓPICO 2 | A CONSTITUIÇÃO
23
Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e, 
consequentemente, não conter normas constitucionais de valor jurídico autônomo, 
o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado 
como elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que seguem.
Segundo Alberdi (1959), o preâmbulo deve sintetizar sumariamente 
os grandes fins da Constituição, servindo de fonte interpretativa para dissipar 
as obscuridades das questões práticas e de rumo para a atividade política do 
governo.
O preâmbulo, portanto, por não ser norma constitucional, não poderá 
prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal, e tampouco poderá ser 
paradigma comparativo para declaração de inconstitucionalidade. Contudo, por 
traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição, será uma 
das linhas mestras interpretativas (LAVIÉ, 1993; EKMEKDJIAN, 1993; MELLO 
FILHO, 1986; BASTOS; GANDRA, 1988; DANTAS, 1994; FERREIRA, 1989). Já 
outros autores entendem de maneira diferente, ou seja, que o preâmbulo teria um 
caráter normativo (NASCIMENTO, 1997; FERREIRA, 1989).
Observe-se que a evocação à “proteção de Deus”, no preâmbulo da 
Constituição Federal, não a torna confessional, mas sim:
Reforça a laicidade do Estado, afastando qualquer ingerência estatal 
arbitrária ou abusiva nas diversas religiões e garantindo tanto a ampla 
liberdade de crença e cultos religiosos, como também ampla proteção 
jurídica aos agnósticos e ateus, que não poderão sofrer quaisquer 
discriminações pelo fato de não professarem uma fé (MORAES, 2017, 
p. 34).
Agora, acadêmico, você conseguiu compreender que o preâmbulo não 
é uma norma constitucional, mas traça, baliza, delineia as diretrizes políticas, 
filosóficas e ideológicas de uma Constituição.
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe o conceito de Constituição e as suas características.
• Existem várias classificações das constituições.
• Há uma classificação da Constituição Federal de 1988.
• Temos um significado para Preâmbulo Constitucional.
25
1 A CF vigente, quanto à alterabilidade, é do tipo semiflexível, dada a 
possibilidade de serem apresentadas emendas ao seu texto. Contudo, 
possui quórum diferenciado em relação à alteração das leis em geral.
( ) Certo
( ) Errado
2 Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela 
ausência da participação popular na sua formação.
( ) Certo
( ) Errado
3 Um partido político ajuizou ação direta de inconstitucionalidade devido à 
omissão da expressão "sob a proteção de Deus" do preâmbulo da Constituição 
de determinado estado da Federação. Para tanto, o partido alegou que o 
preâmbulo da CF é um ato normativo de supremo princípio básico com 
conteúdo programático e de absorção compulsória pelos estados, que o 
seu preâmbulo integra o texto constitucional e que suas disposições têm 
verdadeiro valor jurídico. A partir dessa situação hipotética, julgue o 
próximo item.
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF, reflete um sentimento 
religioso, o que não enfraquece o fato de o Estado brasileiro ser laico, ou seja, 
um Estado em que há liberdade de consciência e de crença. Ninguém é privado 
de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica.
( ) Certo
( ) Errado
4 Julgue o item seguinte, relativo à aplicabilidade de normas constitucionais 
e à interação destas com outras fontes do direito.
Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, 
quando elaboram as suas próprias leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando 
os seus termos naquilo que for cabível.
( ) Certo
( ) Errado
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Este tópico destina-se a apresentar a disciplina ao acadêmico, tornando 
o estudo e a compreensão da disciplina trabalhada de forma mais simplificada. 
Pretende-se trazer, de forma clara, o histórico das Constituições Brasileiras, tendo 
o intuito de fazer com que o acadêmico compreenda a evolução histórica do país.
Abordaremos a Constituição de 1824, ainda da época do Império, que 
determinava a forma unitária de Estado; a Constituição de 1891, a primeira 
Constituição Republicana; a Constituição de 1934, que manteve a forma 
republicana e a Constituição de 1937, que concentrava os poderes Executivo e 
Legislativo na mão do presidente e eleições indiretas para presidente.
Ainda, serão abordadas também a Constituição de 1946, que também 
manteve a forma republicana e tornava inviolável a correspondência e a casa 
como asilo do indivíduo; a Constituição de 1967, que estabelecia a pena de morte 
e restringia o direito de greve; a Constituição de 1969, que concedeu anistia aos 
perseguidos políticos e, por fim, a Constituição de 1988, essa que perdura até 
hoje.
Vamos aos estudos!
2 HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES
Para uma visão panorâmica sobre o que será tratado no presente tópico, 
traz-se o quadro disponibilizada por Lenza (2012), que demonstra, de forma 
ilustrativa, o ano, a data de surgimento e a vigência de cada uma das constituições 
que serão o objeto de estudo.
28
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
QUADRO 1 – ANO, DATA DE SURGIMENTO E VIGÊNCIA DAS CONSTITUIÇÕES
FONTE: Lenza (2012, p. 100)
2.1 CONSTITUIÇÃO DE 1824
Em 1808, a Família Real Portuguesa se transfere para o Brasil. A colônia 
brasileira passou a ser designada Reino Unido a Portugal e Algarves (LENZA, 
2012). Em 1821, “devido à Revolução do Porto, o rei D. João VI retorna para 
Portugal deixando no Brasil seu filho, o Príncipe Real do Reino Unido e Regente 
do Brasil D. Pedro de Alcântara” (HEMÉTRIO, 2017, p. 6). 
Em 9 de janeiro de 1822, desrespeitando a ordem da Coroa Portuguesa 
para que voltasse para Portugal e tendo em vista o recebimento de assinaturas 
advindas de liberais radicais, Dom Pedro I disse: “Se é para o bem de todos e a 
felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico” (HEMÉTRIO, 
2017). Esses acontecimentos, sem dúvida, contribuíram para a intensificação dos 
movimentospela independência do Brasil. 
Após ter declarado a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, 
Dom Pedro I convoca, em 1823, uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, 
com ideais marcadamente liberais (LENZA, 2012). A assembleia foi dissolvida 
em razão de desacordos com os pensamentos de Dom Pedro I. 
Em substituição (da Assembleia Constituinte), D. Pedro I cria um Conselho 
de Estado para tratar dos “negócios de maior monta” e elaborar um novo projeto 
em total consonância com a sua vontade de “Majestade Imperial” (LENZA, 2012).
A Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 de março 
de 1824 e foi, dentre todas, a que durou mais tempo, tendo sofrido considerável 
influência da francesa de 1814. Foi marcada por forte centralismo administrativo 
e político, tendo em vista a figura do poder Moderador, constitucionalizado, 
e também por unitarismo e absolutismo (LENZA, 2012). Segundo Paulo e 
Alexandrino (2017, p. 26), a Constituição de 1934 foi:
TÓPICO 3 | A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
29
O texto constitucional de maior longevidade em nossa história (1824-
1891). Não obstante, foi uma Constituição que se poderia classificar 
de nominativa, porque não conseguiu fazer com que as práticas 
constitucionais adotadas na realidade correspondessem às previstas 
em seu texto.
As principais características da Constituição brasileira de 1824 eram: 
a) Brasil como um Estado unitário que seria governado por um imperador. 
b) Monarquia como regime: Poder adquirido por sucessão hereditária. 
c) Escravos, indígenas e pobres não eram considerados cidadãos. 
d) Eleições censitárias: Somente poderão votar e serem votados os 
“cidadãos”. 
e) Estado unitário: Estado em que não há divisão territorial de poder 
político. 
f) Religião oficial: Católica Apostólica Romana. 
g) Quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, este 
exercido pelo imperador 
h) Os “cidadãos” elegiam os deputados e o senadores (HEMÉTRIO, 2017).
Em 1888 a escravatura é abolida pela Princesa Isabel. Já em 1889, um 
golpe militar tira D. Pedro do poder e, em 15 de novembro de 1889, é proclamada 
a República por Marechal Deodoro da Fonseca (HEMÉTRIO, 2017). 
Entre 1889 e 1891 o Brasil é então governado por Marechal Deodoro, 
sob um Governo Provisório, que ficara incumbido de instalar a nova forma de 
governo e elaborar uma Constituição então republicana (HEMÉTRIO, 2017). 
2.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1891
Neste período, tem-se uma nova fase do Brasil. Eis que se sai do período 
imperial e passa-se ao período republicano, que traz inovações jurídicas e muito 
mais direitos ao povo brasileiro.
Segundo Hemétrio (2017, p. 8), vários fatores contribuíram para o fim do 
Império e a queda de D. Pedro II:
Certamente o fim do império se deveu, em grande parte, à abolição 
da escravatura, o que feriu os brios de um dos setores mais adeptos 
ao império, os grandes proprietários de escravos. Ficaram muito 
insatisfeitos com a política de D. Pedro. No entanto, talvez a mais 
importante foi a pressão por um novo regime, a partir do exército, e a 
pressão pela autonomia por parte de uma elite civil. A junção das duas 
forças, por um tempo, embora distintas, resultou na República.
30
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
Tem-se que a “Assembleia Constituinte foi nomeada em 1890 e, em 24 de 
fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição da República do Brasil 
que vigorou até 1930” (HEMÉTRIO, 2017, p. 8). Paulo e Alexandrino (2017, p. 27) 
descrevem que:
Em 15 de novembro de 1889, com a edição do Decreto 1, de 15.11.1889, 
foi declarada a República. Nos termos do decreto, as províncias, agora 
como estados integrantes de uma federação, formaram os Estados 
Unidos do Brasil. Foi instaurado um governo provisório que, em 3 
de dezembro, nomeou uma comissão para elaborar um projeto de 
Constituição, o qual, em 22.06.1890, foi publicado como "Constituição 
aprovada pelo Executivo". Em 15 de setembro de 1890 foi eleita a 
Assembleia Geral Constituinte, que se instalou em 15 de novembro e, 
em 24 de fevereiro de 1891, promulgou a Constituição da República 
dos Estados Unidos do Brasil (democrática), com poucas modificações 
em relação ao projeto que fora aprovado pelo Executivo (cujo principal 
mentor, diga-se, foi o grande Rui Barbosa).
Na Constituição, o poder Moderador é eliminado, permanecendo o que 
se tem até hoje na separação dos poderes: poder Executivo, poder Legislativo e 
poder Judiciário. 
Também foi nessa Constituição que os direitos individuais foram 
fortalecidos e tendo, como acréscimo, o habeas corpus. Adota-se a forma rígida 
também, que somente pode ser alterada com procedimento especial, o que 
perdura até hoje.
“O Relator da Constituição de 1891 foi o então Senador Rui Barbosa, 
apaixonado pelo Direito norte-americano, o que influenciou fortemente na 
Constituição do país. Prova da grande influência foi o nome dado ao Brasil na 
Constituição de 1891, Estados Unidos do Brasil” (HEMÉTRIO, 2017, p. 9). 
“A Câmara dos Deputados era composta de representantes do povo 
eleitos pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante sufrágio direto, garantida 
a representação da minoria. Cada Deputado exercia mandato de três anos” 
(LENZA, 2012, p. 106).
2.3 A CONSTITUIÇÃO DE 1926
Nesta fase, o Brasil passa por novas mudanças e são extintas as penas de 
galés, banimento e da morte. A pena de galés era a pena cumprida com regimes 
forçados e, a de banimento, era a perda da nacionalidade.
Segundo Bastos (2000, p. 110), a Reforma de 1926 foi “[...] marcada por 
uma conotação nitidamente racionalista, autoritária, introduzindo alterações no 
instituto da intervenção da União nos Estados, no poder Legislativo, no processo 
legislativo, no fortalecimento do Executivo, nos direitos e garantias individuais e 
TÓPICO 3 | A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
31
na Justiça Federal”. “Isso tudo vai diminuir a sua “longevidade”, especialmente 
em razão do movimento armado de 1930, que pôs fim ao período chamado de 
“Primeira República”” (BASTOS, 2000, p. 110).
Em 1926, a Constituição sofre uma profunda reforma, de cunho 
marcadamente centralizador e autoritário, que acabou por precipitar a sua 
derrocada, ocorrida com a Revolução de 1930 (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). 
DICAS
Para entender melhor os fatos da revolução de 1930, acesse o link a seguir. 
FONTE: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p3.php>. Acesso em: 15 jan. 2018.
As principais características da Constituição de 1926 estão descritas a 
seguir:
a) Federalista: estados com certa autonomia. 
b) O art. 2º da Constituição previu uma área de 14.400 km2 no planalto central 
para construção da capital federal. 
c) O Brasil é um Estado leigo, laico e não confessional; 
d) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário; 
e) Constituição rígida: Não existe mais distinção ente norma material e 
formalmente constitucional.
f) Extinção da pena de galés, banimento e da morte. 
g) Remédio constitucional de habeas corpus: No início, servia para tutela qualquer 
direito mas, em 1926, foi restrito exclusivamente à liberdade de locomoção. 
h) Controle difuso de constitucionalidade: Qualquer juiz pode declarar uma lei 
inconstitucional. 
i) Fim do voto censitário: Exige alfabetização para votar. 
j) Mandado de quatro anos para presidente, sendo proibida a reeleição. 
k) Estado laico (HEMÉTRIO, 2017). 
2.4 A CONSTITUIÇÃO DE 1934
Neste período, o Brasil continua sendo uma República. As mulheres 
passam a ter direito ao voto e este passa a ser secreto e obrigatório para maiores de 
18 anos. Tem-se, nesta fase, a criação da Justiça do Trabalho e do salário mínimo.
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
No entendimento de Lenza (2012, p. 111):
A crise econômica de 1929, bem como os diversos movimentos sociais 
por melhores condições de trabalho, sem dúvida, influenciaram a 
promulgação do texto de 1934, abalando, assim, os ideais do liberalismo 
econômico e da democracia liberal da Constituiçãode 1891.
Descrevem Paulo e Alexandrino (2017, p. 28) que:
A Constituição de 1934, democrática, decorrente do rompimento da 
ordem jurídica ocasionado pela Revolução de 1930, a qual pôs fim à era 
dos coronéis, à denominada Primeira República, costuma ser apontada 
pela doutrina como a primeira a preocupar-se em enumerar direitos 
fundamentais sociais, ditos direitos de segunda geração ou dimensão. 
Os direitos, quase todos traduzidos em normas constitucionais 
programáticas, tiveram como inspiração a Constituição de Weimar, da 
Alemanha de 1919. Assim, a Constituição de 1934 é apontada como 
marco na transição de um regime de democracia liberal, de cunho 
individualista, para a chamada democracia social, preocupada em 
assegurar, não apenas uma igualdade formal, mas também a igualdade 
material entre os indivíduos (condições de existência compatíveis com 
a dignidade da pessoa humana). 
Assim, as principais características da Constituição eram:
a) Brasil continuou sendo uma Republica Federativa. 
b) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
c) Estado laico. 
d) Aumento dos poderes da União com relação aos estados: Diminuição dos 
poderes do Senado; 
e) Voto feminino.
f) Voto secreto. 
g) Voto obrigatório para maiores de 18 anos.
h) Criação da Justiça do Trabalho e do salário mínimo. 
i) Criação da Justiça Eleitoral. 
j) Direitos de segunda geração: Direitos sociais (saúde, educação etc.). 
k) Nacionalização das riquezas do subsolo. 
l) Nacionalização dos bancos e das empresas de seguros. 
m) As empresas estrangeiras devem ter, pelo menos, 2/3 de empregados 
brasileiros. 
n) Proibição do trabalho infantil, menor de 14 anos. Determina jornada de trabalho 
de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização 
para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, 
assistência remunerada a trabalhadoras grávidas, bem como a instituição do 
sindicalismo.
o) Proibição da diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de 
idade, sexo, nacionalidade ou estado civil. 
p) Lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo.
q) Criação de educação: intuito de criar mão de obra especializada (HEMÉTRIO, 
2017).
TÓPICO 3 | A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
33
2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1937
O Brasil retroage em alguns aspectos, instituindo, novamente, a pena de 
morte, como também a dispensa de funcionários contrários ao regime. Nesta fase, 
também houve a diminuição de direitos e garantias fundamentais.
No “mandado de Vargas, ainda de caráter politicamente legal, percebeu-se 
uma forte incompatibilidade entre a direita fascista (Ação Integralista Brasileira, 
que defendia um Estado autoritário) e o movimento de esquerda (ideais socialistas, 
comunistas e sindicais – Aliança Nacional Libertadora)” (HEMÉTRIO, 2017, p. 
12). 
Em 10 de novembro de 1937, “Getúlio Vargas, no poder, dissolve a Câmara 
e o Senado, revoga a Constituição de 1934 e outorga a Carta de 1937, dando início 
ao período ditatorial conhecido como Estado Novo” (PAULO; ALEXANDRINO, 
2017, p. 28). 
Percebe-se que a Constituição de 1937 não teve como prioridade assegurar 
direitos. O intuito era reforçar o regime autoritário. Não havia praticamente a 
divisão de poderes, contudo eles existiam. Entende-se que era mesmo uma 
ditadura pura e simples, que se agrupava nas mãos do Executivo e Legislativo, 
em especial do Presidente da República. Na época, este legislava através de 
decretos e leis.
IMPORTANT
E
Decreto-lei: Decreto com força de lei promulgado pelo chefe de Estado, quando 
concentra em suas mãos as atribuições do poder Legislativo.
Na utilização, o Presidente da República acaba fazendo as vezes do poder 
Legislativo, criando uma legislação e a executando, o que realmente seria a sua 
tarefa. A situação concentra poder demais nas mãos de uma só pessoa.
 
Em 1945, o chamado Estado Novo teve seu encerramento, por conta das 
crises sofridas em um nível internacional, quando o Brasil participa da Segunda 
Guerra Mundial, caindo em certa contradição (HEMÉTRIO, 2017). 
34
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
IMPORTANT
E
O Estado Novo foi um regime ditatorial arregimentado por Getúlio Vargas, 
instituído em 10 de novembro de 1937. Desde 3 de novembro de 1930, Vargas governava 
o país (RODRIGUES, 2018). Iniciou em 1930, no chamado Governo Provisório, e ficou até 
decretação da Constituição de 1934.
As principais características da Constituição eram: 
a) Concentração dos poderes Executivo e Legislativo na mão do presidente. 
b) Eleições indiretas para presidente. 
c) Propósito de fim do liberalismo. 
d) Pena de morte. 
e) Dispensa de funcionários contrários ao regime.
f) Plebiscito para referendar a constituição, mas nunca aconteceu. 
g) Diminuição de direitos e garantias fundamentais (greve, mandado de 
segurança, ação popular etc.). 
h) Diminuição do controle de inconstitucionalidade (HEMÉTRIO, 2017). 
2.6 A CONSTITUIÇÃO DE 1946
Neste momento, o país mantinha a forma republicana e o estado 
laico. Ainda se tem a liberdade de pensamento, sem censura, e é mantida a 
inviolabilidade do sigilo à correspondência e da casa como asilo do indivíduo.
Em 29 de janeiro de 1945, após tentar nomear seu irmão Benjamin Vargas 
para chefe da polícia do Rio de Janeiro, Getúlio foi deposto por um grupo de 
generais que faziam parte do seu ministério. A Era Vargas iniciou-se com um 
golpe e terminou com um golpe (HEMÉTRIO, 2017). 
Em 1º de fevereiro de 1946 foi instalada a Assembleia Constituinte, 
criando-se um texto baseado em ideais liberais e ideais sociais advindos das 
antigas constituições, a chamada redemocratização do país, afastando-se do 
Estado totalitário (HEMÉTRIO, 2017). 
https://www.infoescola.com/biografias/getulio-vargas/
https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1934/
TÓPICO 3 | A HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
35
IMPORTANT
E
Bobbio (1992), em seu dicionário de política, define a Assembleia Constituinte 
como “um órgão colegial, representativo, extraordinário e temporário. Tem a função de 
elaborar a Constituição do Estado” (BOBBIO, 1992, p. 61).
Tendo como premissa o conceito trazido, pode-se afirmar que a Assembleia 
Constituinte é o órgão responsável pela elaboração da Constituição de um país, 
é um órgão temporário, colegial e representativo. É composta por indivíduos 
escolhidos para tal atribuição.
 
Paulo e Alexandrino (2017, p. 29) descrevem que o rol de direitos 
fundamentais retoma o que existia na Constituição de 1934: 
Com alguns importantes acréscimos, como o do princípio da 
inafastabilidade de jurisdição, e supressões relevantes, como a 
exclusão da pena de morte, do banimento e do confisco. Os direitos 
dos trabalhadores, muitos surgidos durante o Estado Novo, são 
constitucionalizados, com alguns acréscimos como o do direito 
de greve. Trata também, pela primeira vez, dos partidos políticos, 
instituindo o princípio da liberdade de criação e organização 
partidárias. 
Conforme Carvalho (2002, p. 128):
[...] de um lado estavam os nacionalistas, defensores do monopólio 
estatal do petróleo e de outros recursos básicos, como a energia elétrica, 
partidários do protecionismo industrial, da política trabalhista, 
da independência na política externa. Para eles, os inimigos eram 
entreguistas, pró-americanos, reacionários, golpistas. Do outro lado 
estavam os defensores da abertura do mercado ao capital externo, 
inclusive na área dos recursos naturais, os que condenavam a 
aproximação entre o governo e os sindicatos, os que queriam uma 
política externa de estreita cooperação com os Estados Unidos.
As principais características da Constituição promulgada em 18 de 
setembro de 1946 eram:
 
a) República Federativa.
b) Estado laico. 
c) A liberdade de pensamentos, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões 
públicas. 
d) A inviolabilidade do sigilo da correspondência. 
e) A liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos religiosos.
f) A liberdade de

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