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3º ACÓRDÃO - Razoabilidade e Razoável duração do processo

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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 465.422 - RJ (2018/0213165-6)
 
RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PACIENTE : JOSE VANDEILTON DA SILVA (PRESO)
OUTRO NOME : VANDSON FERREIRA DA SILVA 
EMENTA
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO 
QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA. TESE DE EXCESSO DE PRAZO 
DA CUSTÓDIA E PARA A FORMAÇÃO DA CULPA. DEMORA 
EXCESSIVA CONFIGURADA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA 
RAZOABILIDADE. ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA.
1. O princípio constitucional disposto no art. 5.º, inciso LXXVIII, da 
Constituição da República, acrescido pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, 
preconiza que "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação".
2. A jurisprudência desta Corte entende que os prazos indicados para a 
consecução da instrução criminal servem apenas como parâmetro geral, pois 
variam conforme as peculiaridades de cada processo, à luz do princípio da 
razoabilidade. 
3. No caso, o Paciente está preso preventivamente desde o dia 
27/11/2015 – ou seja, há aproximadamente 4 (quatro) anos –, sem qualquer 
previsão de julgamento pelo Tribunal do Júri, pois, desde 26/01/2017, os autos 
estão tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em razão da 
interposição de recurso em sentido estrito pela acusação, que somente foi julgado 
em 30/04/2019 (mais de dois anos após a remessa dos autos à segunda instância) 
e desde 06/05/2019 o feito está concluso ao Desembargador Relator para a 
lavratura do acórdão, o que demonstra a evidente ofensa ao princípio da 
razoabilidade em razão do excesso de prazo da custódia cautelar e para a 
formação da culpa. Precedentes.
4. Ordem de habeas corpus concedida para revogar a prisão preventiva 
do Paciente, se por outro motivo não estiver preso, advertindo-o da necessidade 
de permanecer no distrito da culpa e atender aos chamamentos judiciais, sem 
prejuízo de nova decretação de prisão provisória, por fato superveniente a 
demonstrar a necessidade da medida ou da fixação de medidas cautelares 
alternativas (art. 319 do Código de Processo Penal), desde que de forma 
fundamentada.
 
 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma 
do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por 
unanimidade, conceder a ordem, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros 
Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro e Antonio Saldanha Palheiro votaram 
com a Sra. Ministra Relatora. 
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 1 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Brasília (DF), 05 de novembro de 2019(Data do Julgamento)
MINISTRA LAURITA VAZ 
Relatora
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 2 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 465.422 - RJ (2018/0213165-6)
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PACIENTE : JOSE VANDEILTON DA SILVA (PRESO)
OUTRO NOME : VANDSON FERREIRA DA SILVA 
RELATÓRIO
A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ: 
Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de JOSÉ 
VANDEILTON DA SILVA ou VANDSON FERREIRA DA SILVA contra acórdão do 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro proferido no Habeas Corpus n.º 
0002091-68.2017.8.19.0000.
Consta dos autos que o Paciente – cuja custódia preventiva foi decretada em 
05/10/2015 (mandado de prisão cumprido em 27/11/2015; fl. 4) – foi pronunciado, no dia 
25/10/2016, pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2º, inciso VI, c. c. o §2º-A, 
inciso I, do Código Penal (fl. 50), pois "desferiu golpes de instrumento perfuro cortante 
contra [...] sua companheira" (fl. 29). A custódia cautelar foi mantida.
Foram indeferidos os pedidos de revogação da custódia em 18/11/2016 (fls. 
106-107) e 19/12/2016 (fl. 107).
Inconformado com a sentença de pronúncia, que afastou as qualificadoras 
relativas ao motivo fútil e ao recurso que impossibilitou a defesa da vítima, o Ministério Público 
estadual interpôs recurso em sentido estrito perante o Colegiado a quo. O Desembargador 
Revisor pediu, em 07/08/2018, a designação do dia para o julgamento (fl. 108).
Irresignada com o excesso de prazo para a formação da culpa, a Defesa impetrou 
habeas corpus perante o Tribunal de origem, que denegou a ordem, conforme ementa abaixo 
transcrita (fl. 10):
"HABEAS CORPUS. ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL. EXCESSO DE PRAZO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE DESÍDIA 
DO MAGISTRADO DE PRIMEIRO GRAU. PACIENTE PRONUNCIADO. 
ORDEM DENEGADA. UNANIMIDADE.
A simples alegação de demora no fluir do processo, sem que se 
prove a inexistência de justa causa para isso, não é suficiente, por si só, 
para a caracterização de constrangimento ilegal, sobretudo quando o 
paciente já foi pronunciado, incidindo, assim, o pensamento cristalizado na 
súmula 21 do Superior Tribunal de Justiça.
Ordem denegada à míngua de qualquer indicação de desídia da 
autoridade judiciária."
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 3 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Neste writ, a Impetrante sustenta, em suma, o excesso de prazo para o 
encerramento da instrução processual, pois o "Paciente está preso desde 27/11/2015 e até a 
presente data não houve a entrega da prestação jurisdicional" (fl. 6).
Requer, em liminar e no mérito, a revogação da custódia preventiva.
O pedido liminar foi indeferido pela Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, então Relatora (fls. 70-72).
Foram prestadas informações às fls. 76-92, 96-111 e 123-131.
O Ministério Público Federal manifestou-se às fls. 114-119, opinando pela "não 
concessão da ordem pretendida".
Conforme informações acostadas às fls. 123-131, o Tribunal estadual, em 
30/04/2019, deu provimento ao recurso ministerial "para pronunciar o réu pela prática do 
crime definido no art. 121,§ 2º, IV e VI, do Código Penal na forma do § 2º-A , I, do Código 
Penal" e os autos foram remetidos ao Desembargador Relator "para lavratura de Acórdão em 
06/05/2019" (fl. 130).
É o relatório.
 
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 4 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 465.422 - RJ (2018/0213165-6)
EMENTA
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO 
QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA. TESE DE EXCESSO DE PRAZO 
DA CUSTÓDIA E PARA A FORMAÇÃO DA CULPA. DEMORA 
EXCESSIVA CONFIGURADA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA 
RAZOABILIDADE. ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA.
1. O princípio constitucional disposto no art. 5.º, inciso LXXVIII, da 
Constituição da República, acrescido pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, 
preconiza que "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação".
2. A jurisprudência desta Corte entende que os prazos indicados para a 
consecução da instrução criminal servem apenas como parâmetro geral, pois 
variam conforme as peculiaridades de cada processo, à luz do princípio da 
razoabilidade. 
3. No caso, o Paciente está preso preventivamente desde o dia 
27/11/2015 – ou seja, há aproximadamente 4 (quatro) anos –, sem qualquer 
previsão de julgamento pelo Tribunal do Júri, pois, desde 26/01/2017, os autos 
estão tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em razão da 
interposição de recurso em sentido estrito pela acusação, que somente foi julgado 
em 30/04/2019 (mais de dois anos após a remessa dos autos à segunda instância) 
e desde 06/05/2019o feito está concluso ao Desembargador Relator para a 
lavratura do acórdão, o que demonstra a evidente ofensa ao princípio da 
razoabilidade em razão do excesso de prazo da custódia cautelar e para a 
formação da culpa. Precedentes.
4. Ordem de habeas corpus concedida para revogar a prisão preventiva 
do Paciente, se por outro motivo não estiver preso, advertindo-o da necessidade 
de permanecer no distrito da culpa e atender aos chamamentos judiciais, sem 
prejuízo de nova decretação de prisão provisória, por fato superveniente a 
demonstrar a necessidade da medida ou da fixação de medidas cautelares 
alternativas (art. 319 do Código de Processo Penal), desde que de forma 
fundamentada.
 
 
VOTO
A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ (RELATORA): 
O Colegiado de origem expôs as seguintes razões ao denegar a ordem de habeas 
corpus (fls. 11-17, sem grifos no original):
"Só me resta reiterar os fundamentos que lancei na decisão pela 
qual foi indeferido o pedido liminar, já que não vieram aos autos indicação 
de desídia da autoridade judiciária. Além disso, agora, o que importa é que 
o paciente já foi pronunciado, pelo que incide o entendimento cristalizado 
na súmula 21 do Superior Tribunal de Justiça.
Ademais, a alegação de excesso de prazo não se mostra suficiente 
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 5 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
para colocar o paciente em liberdade quando demonstrada sua 
periculosidade.
Neste passo, é útil registrar que a prisão provisória do paciente 
permanece necessária, o que, aliás, ficou evidenciado na decisão de 
pronúncia:
[...]
Desse modo, considerando as circunstâncias do caso, que indicam 
a necessidade de resguardar a integridade física das testemunhas, impõe-se 
a manutenção da prisão preventiva.
Nestas condições, voto no sentido de ser julgado improcedente o 
pedido, denegando-se a ordem."
O princípio constitucional disposto no art. 5.º, inciso LXXVIII, da Constituição da 
República, acrescido pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, preconiza que "a todos, no âmbito 
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação".
A jurisprudência desta Corte entende que os prazos indicados para a consecução 
da instrução criminal servem apenas como parâmetro geral, pois variam conforme as 
peculiaridades de cada processo, à luz do princípio da razoabilidade. 
No caso, constata-se o constrangimento ilegal ora suscitado. Com efeito, o 
Paciente está preso preventivamente desde o dia 27/11/2015 – ou seja, há aproximadamente 
4 (quatro) anos –, sem qualquer previsão de julgamento pelo Tribunal do Júri, pois, desde 
26/01/2017, os autos estão tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 
razão da interposição de recurso em sentido estrito pela acusação. 
Como relatado, o recurso ministerial foi julgado mais de dois anos (30/04/2019) 
após a remessa dos autos ao Tribunal e desde 06/05/2019 o feito está concluso ao 
Desembargador Relator para a lavratura do acórdão, o que demonstra, ainda mais, a evidente 
ofensa ao princípio da razoabilidade em razão do excesso de prazo da custódia cautelar e para a 
formação da culpa.
A propósito, destaco os seguintes julgados desta Corte:
"HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. 
HOMICÍDIO. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. ACUSADO PRESO 
HÁ CINCO ANOS. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO JULGADO EM 
2013. RECURSO ESPECIAL DO MINISTÉRIO ENVIADO A ESTA CORTE 
EM MAIO/2017. AUSÊNCIA DE PREVISÃO DE SUBMISSÃO DO 
PACIENTE AO TRIBUNAL DO JÚRI. PARECER PELA CONCESSÃO DA 
ORDEM. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HABEAS 
CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA, DE OFÍCIO.
1. O Superior Tribunal de Justiça, seguindo entendimento firmado 
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 6 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
pelo Supremo Tribunal Federal, passou a não admitir o conhecimento de 
habeas corpus substitutivo de recurso ordinário. No entanto, deve-se analisar 
o pedido formulado na inicial, tendo em vista a possibilidade de se conceder 
a ordem de ofício, em razão da existência de eventual coação ilegal. 
2. O constrangimento ilegal por excesso de prazo não resulta de um 
critério aritmético, mas de uma aferição realizada pelo julgador, à luz dos 
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em conta as 
peculiaridades do caso concreto. 
3. Na hipótese, o paciente foi preso preventivamente em 
22/08/2012, sendo pronunciado como incurso no art. 121, § 2º, IV, do 
Código Penal, em 25/1/2013, o que motivou a interposição de recurso em 
sentido estrito pela defesa, provido parcialmente pelo Tribunal de Justiça do 
Paraná, em 10/10/2013, a fim de ser excluída a qualificadora do recurso 
que dificultou/impossibilitou a defesa da vítima. O recurso especial 
interposto pelo Parquet estadual somente aportou nesta Corte em maio/2017 
e a necessidade de nomeação de defensor dativo para apresentar 
contrarrazões não justifica a demora.
4. Em consonância com o parecer ministerial, não conheço do 
mandamus, mas concedo a ordem, de ofício, para relaxar a prisão preventiva 
do impetrante/paciente, por excesso de prazo, nos autos da Ação Penal 
2012.0003349-3, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Foz do Iguaçu/PR, se 
por outro motivo não estiver preso, facultada a imposição das medidas 
alternativas previstas do artigo 319 do Código de Processo Penal, a critério 
do juízo, e ressalvada a possibilidade de decretação de nova prisão, caso 
demonstrada sua necessidade." (HC 393.991/PR, Rel. Ministro REYNALDO 
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 
20/06/2017; sem grifos no original.)
"PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE 
RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. HOMICÍDIO 
QUALIFICADO. EXCESSO DE PRAZO PARA CONCLUSÃO DO FEITO. 
OCORRÊNCIA. PACIENTE PRESO PREVENTIVAMENTE HÁ MAIS DE 
SEIS ANOS. TRIBUNAL DO JURI NÃO REALIZADO. HABEAS CORPUS 
NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
I - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado 
pela Primeira Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido 
de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao recurso 
adequado, situação que implica o não-conhecimento da impetração, 
ressalvados casos excepcionais em que, configurada flagrante ilegalidade 
apta a gerar constrangimento ilegal, seja possível a concessão da ordem de 
ofício.
II - Os prazos processuais não tem as características de fatalidade 
e improrrogabilidade, fazendo-se imprescindível raciocinar com juízo de 
razoabilidade para definir o excesso de prazo, não se ponderando a mera 
soma aritmética dos prazos para os atos processuais.
III - Na hipótese, verifica-se que o excesso de prazo é manifesto, 
extenso e injustificável, sem que a defesa tivesse contribuído para o atraso, 
tendo a prisão preventiva ocorrido em 30/03/2012 e o paciente sido 
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 7 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
pronunciado em 17/06/2014. Assim, a segregação cautelar estende-se já por 
mais de seis anos sem data para a realização da sessão de julgamento pelo 
Tribunal do Júri, configurando constrangimento ilegal por ofender o 
princípio da razoabilidade em razão do excesso de prazo para a conclusão 
do feito. Precedentes.
Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para 
relaxar a prisão preventiva do paciente, salvo se por outro motivo estiver 
preso." (HC 449.256/PE, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, 
julgado em 02/08/2018, DJe 21/08/2018; sem grifos no original.)
Ante o exposto, CONCEDO a ordem de habeas corpus para revogar a prisão 
preventiva do Paciente, se por outro motivo não estiver preso, advertindo-o da necessidade de 
permanecer no distrito da culpa e atender aos chamamentos judiciais, sem prejuízo de nova 
decretação de prisão provisória,por fato superveniente a demonstrar a necessidade da medida ou 
da fixação de medidas cautelares alternativas (art. 319 do Código de Processo Penal), desde que 
de forma fundamentada.
É como voto.
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 8 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
 
 
Número Registro: 2018/0213165-6 HC 465.422 / RJ
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 00020916820178190000 00097570420158190029 11672015 20916820178190000 
97570420158190029
EM MESA JULGADO: 05/11/2019
Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. LUIZ AUGUSTO DOS SANTOS LIMA
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PACIENTE : JOSE VANDEILTON DA SILVA (PRESO)
OUTRO NOME : VANDSON FERREIRA DA SILVA 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicídio Qualificado
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos do voto da Sra. 
Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro e Antonio 
Saldanha Palheiro votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Documento: 1884183 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 9 de 4

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