Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Resenha Crítica de Caso Priscilla Aparecida Barbosa Trabalho da disciplina Proteção Contra Incêndios e Explosões Tutor: Prof. Edison Teixeira Rego Balneário Camboriú 2020 http://portal.estacio.br/ 2 PERGUNTAS TÉCNICAS AINDA SEM RESPOSTAS QUE ENVOLVEM O INCÊNDIO NO CT DO FLAMENGO Referência: VICENTE, Mário G. J. Perguntas Técnicas Ainda sem Respostas que Envolvem o Incêndio no CT do Flamengo, 02/2019. Na presente literatura o autor, Mário Jorge Gomes Vicente, que é Engenheiro de Segurança do Trabalho, aborda sobre o incêndio ocorrido no Centro de Treinamentos do Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro. Este incêndio ocorrido nas instalações das divisões de base do clube, matou dez adolescentes que eram jogadores promissores. Segundo o autor, o foco das investigações tem sido basicamente se o clube possui alvarás emitidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro, assim como a Certificação do Corpo de Bombeiros, entre outros. Alguns aspectos também devem ser levados em consideração, como por exemplo de natureza mais técnica e que pode conduzir a causa desta fatalidade. O primeiro destaque do autor refere-se a falta de medidas preventivas e até mesmo preditivas que se tivessem sido tomadas poderiam ter evitado, estive ou não com os alvarás e documentação regular. Porém, somente uma perícia técnica é capaz de garantir as respostas quanto a verdadeira causa do acidente, essa perícia deve ser totalmente imparcial. Dentre as causas raiz, salienta-se que a cidade do Rio de Janeiro passou por fortes alterações climáticas na semana do acidente, a exemplo de ventos fortes que geram variações de energia em todo o município. A concessionária mencionou que, tais variações de energia não ocorreram, porém, não expos um relatório técnico da região que comprove. Neste sentido, o termostato dos aparelhos de ar refrigerado quando apresentam oscilações na recepção de energia podem provocar um curto circuito em todo o sistema, pois este dispositivo, o termostato serve para equilibrar o equipamento. Porém, somente uma perícia técnica poderia constatar os fatos. 3 Outro ponto em destaque, são os sistemas de contêineres. Nestes módulos, são utilizadas placas duplas de aço, com preenchimento de poliuretano em seu interior, sendo anticorrosivo e antichamas. Apenas uma perícia poderia demonstrar se a empresa fornecedora estava utilizando tais materiais. O autor questiona quanto aos profissionais de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT do clube que deveriam se pronunciar sobre o corrido, e até momento, a “Norma Regulamentadora”, Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 não foi abordada. Estes profissionais deveriam apresentar as ordens de serviço, Análise Preliminar de Riscos (APR), planos de abandono, rotas de fuga, treinamentos e simulados específicos. Argumenta-se também quanto ao local, se estava sinalizado e quanto as saídas de emergências sem bloqueios de passagem. Conforme a NR 4, que trata de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, se o clube tiver mais de mil funcionários no regime da CLT, deverá ser constituído de: um engenheiro de segurança do trabalho, um médico, um técnico em segurança do trabalho e um auxiliar de enfermagem do trabalho. Caso possua menos funcionários, o clube deverá ter um técnico em segurança do trabalho e um auxiliar de enfermagem. No entanto, até o momento nenhum destes profissionais do CT se manifestaram. A Brigada de Emergência também é uma incógnita, pelo porte do clube deve haver uma brigada de plantão em todos os turnos. Estes profissionais são responsáveis por verificarem possíveis intercorrências e não conformidades de todas as naturezas, ou seja, verificam principalmente o cumprimento da NR 23, que trata da prevenção e combate a incêndios e explosões, e NR 26 que trata de sinalizadores de segurança. Entretanto, explicações no que refere aos brigadistas não foram dadas. Por fim, outro ponto da causa raiz a ser questionado foi quanto a NR 5, que aborda a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A CIPA não foi mencionada, talvez se deva ao fato de o clube não ter uma comissão ativa ou por não estarem aptos a se manifestar. Dentro todos estes questionamentos, ainda não se obteve uma resposta tanto da parte da concessionaria de energia na cidade, quanto a empresa fornecedora de contêineres e o clube ainda não apresentaram documentos comprobatórios referente 4 aos itens de segurança. O autor conclui reafirmando que o Ministério Público precisa solicitar a perícia técnica, a fim de garantir a integridade de todos os itens no pós acidente. Com este artigo foi possível observar que o nosso país infelizmente não aprende com alguns erros que servem de alerta tanto para unidades de segurança e fiscalização quanto para a população em geral. Este acidente que resultou em vítimas é apenas mais um. Tivemos algo parecido em 2013, o incêndio na boate Kiss em Santa Maria/RS, a creche Casinha da Emília em 2000 na cidade de Uruguaiana /RS, entre outros. O fato é que, lamentavelmente temos falhas nos sistemas preventivos contra incêndios, fiscalização precária, sem recursos e principalmente o que entristece a população é a impunidade que prevalece sobre tragédias.
Compartilhar