Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Beatriz Fama de Oliveira Agnes Roberta Souza Geovanna Veiga Cabral Jardim Ricardo Victor Cordeiro da Silva Thainá Campos Schichi Imagem e Reputação: Quanto o envolvimento político prejudica uma organização? - Estudo da marca Riachuelo São Paulo, 2020 Imagem e Reputação: Quanto o envolvimento político prejudica uma organização? - Estudo da marca Riachuelo Ana Beatriz Fama de Oliveira - 21462499 Agnes Roberta Souza - 20957562 Geovanna Veiga Cabral Jardim - 21378381 Ricardo Victor Cordeiro da Silva - 20658953 Thainá Campos Schichi - 21426331 RESUMO O estudo tem como objetivo estabelecer a relação da imagem e reputação de uma organização com sua marca ligada ao envolvimento político. Para isso, busca-se correlacionar o envolvimento da representação da empresa Riachuelo, Flávio Rocha, a política nacional brasileira, conceituando e questionando através de pesquisas em sites de notícias e movimentos políticos, além das definições de identidade, imagem e reputação, o quanto essa envoltura pode ter afetado a comunicação com seus mais diversos públicos com base no que os princípios organizacionais da instituição apresenta . Encontra-se então como resultado que o movimento político tem se tornado comum e originário de discussão nos mais diversos âmbitos da população local e que após eleição presidencial e seu resultado no ano de 2018, ter um posicionamento na área é de suma importância para uma empresa, porém a opinião pública pode ou não estar de acordo com esse posicionamento, mesmo que não seja legítimo da organização e sim, de uma representação da marca. Palavras-chaves: imagem; reputação; relações públicas; Riachuelo. 1. Introdução Iniciada em 1947, a Lojas Riachuelo era uma loja de tecido em comércios de rua. A partir de 1979, fazendo parte do grupo Guararapes, a loja física começou também a vender roupas confeccionadas. Sua fundação foi realizada pelo Nevaldo Rocha que esteve à frente do negócio até o ano de 2008, quando a partir disso, teve como diretor e principal representante da loja seu filho, Flávio Rocha, permanecendo até o ano de 2018. Em Abril do mesmo ano, seguiu na direção de Oswaldo Nunes, e com isso, os diretores são eleitos pelo Conselho de Administração e possui revezamento a cada 3 anos. A empresa possui atualmente mais de 300 lojas físicas, além de duas grandes fábricas, localizadas nas capitais Natal e Fortaleza. A organização aponta como sua missão, visão e valores itens como: proporcionar a cada vez mais pessoas as condições de se expressar através da moda; liderar o mercado nacional de moda, em um cenário predominantemente formal; ética e respeito, solidez financeira, austeridade administrativa, meritocracia, aperfeiçoamento constante, responsabilidade social, servir ao cliente, governança corporativa e atitude vencedora, respectivamente. A estrutura da organização é de capital aberto, possuindo de um lado com maior investimento o Grupo Guararapes, que segue também com a maior parte dos lucros e conciliando com acionistas que também geram seus investimentos na organização. Nevaldo Rocha gerenciou o Grupo Guararapes e Riachuelo, quando em 2008, seu filho Flávio Rocha, assumiu o posto de presidente e representante da empresa, onde ficou até o ano de 2018. Durante esse tempo, o novo posto da administração gerou grandes impactos positivos para a rede, sendo considerado Empreendedor do ano (2016), uma das pessoas mais influentes do mundo da moda (2017) e um dos 25 maiores CEO’s do Brasil em pela Revista Forbes. Em paralelo a sua carreira administrativa na rede, Flávio Rocha tem um histórico político nacional intensivo. O empresário e político iniciou sua carreira na área em 1986, iniciando como deputado federal pelo Partido Liberal (PL) e realizou seu segundo mandato de reeleição pelo Partido de Renovação Nacional no ano de 1990. No ano 2018, quando renunciou seu cargo nas Lojas Riachuelo para sua pré-candidatura para a Presidência da República, iniciou com o movimento Brasil 200, que defendia o Brasil como país liberal na economia e conservador nos costumes. O então candidato desistiu de sua participação, gerando então seu apoio ao atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Em meio ao atual cenário político Flávio Rocha afirma que a organização estabeleceu seu marketing para criar valor. Diante um discurso populista “Proporcionar, a cada vez mais pessoas, as condições de se expressar através da Moda” sua sobrinha Marcella Kanner, atual gerente de Marketing da empresa afirma que o breve flerte de Flávio com a presidência foi "um projeto pessoal", afirmando que "A Riachuelo não tem vínculos políticos", tendo como posição política social o atual foco em incluir a diversidade racial na chefia, ainda predominantemente ocupada por pessoas brancas, enquanto 65% da força de trabalho é negra. Quanto ao empresário, o envolvimento com posições e questões sociais lhe gerou algumas más repercussões. Há dois anos Rocha sofreu uma investigação do Ministério Público do Trabalho que constatou irregularidades em relação a salários, direitos e segurança em algumas das fábricas e oficinas contratadas pela companhia, sendo o pedido de indenização por danos morais coletivos no valor de 37,7 milhões de reais. O empresário usou sua página do Facebook e Instagram para reclamar da ação, que poderia prejudicar os trabalhadores, questionando a atuação da procuradora Ileana Mousinho, responsável pelo pedido de multa e convocou uma manifestação na porta de sua fábrica, em parceria com o Movimento Brasil Livre, em que os funcionários brandiam cartazes de apoio à companhia. O caso gerou a denúncia pelo Ministério Público Federal por coação, calúnia e injúria por ter ofendido a procuradora do trabalho e acabou em ser multado no valor de 153,7 mil reais pelos motivos citados e danos morais. “O Flávio Rocha foi muito importante para o crescimento da empresa até hoje, mas a empresa já é bem profissionalizada, apesar do controle continuar familiar”, afirma Rodrigo Glatt, sócio da GTI Administração de Recursos. De acordo com ele, a empresa é uma das maiores varejistas de moda do país e esse tamanho não pode ser atribuído a uma única pessoa. A questão apresentada por Rodrigo Glatt sobre a dimensão de uma organização não ser responsável por um único indivíduo se tornou presente após milhares de pessoas questionarem a posição e o histórico político da principal representação da organização e o quanto a empresa tem que pagar por esse envolvimento do nome da empresa no setor privado ao setor governamental. Esse apoio do presidente de uma rede a qual se identifica como expressão de moda contradiz segundo a maioria do seu público que são mulheres e LGBTQIA+ o que a empresa prega e procura alcançar em seus produtos. Por conseguinte, a organização perdeu créditos de imagem e reputação com os públicos citados, além de estarem presentes em notícias, manifestações e movimento político quanto ao boicote de empresas que foram definidas como bolsonaristas. A partir dessas informações, busca-se o entendimento do quanto a imagem e reputação da empresa Riachuelo é afetada com o envolvimento de Flávio Rocha na política nacional para o público que utiliza ou utilizava a marca antes do ocorrido, sendo seu embasamento em notícias e movimentos que apoiam a ação de boicote, a fim de verificar os motivos e o quanto o aliança realizada pode afetar uma organização. 2. Identidade, imagem e reputação e o papel das Relações Públicas Definidas por Lasbeck (2007) como conceitos chaves, a identidade, imagem e reputação são de suma importância no estudo da gestão comunicacional de uma organização sendo é considerado como tripé de um diálogo direto e indireto entre os diversos públicos da instituição. Deve-selevar em conta que seu peso é distribuído igualmente entre os três conceitos, devido a ligação direta dessa trindade. Essa conectividade é definida por Lasbeck (2007, p. 3) como: A gestão da identidade se dá pela compatibilização das intenções do discurso com as impressões interpretantes (imagem). A imagem é estudada como construção men- tal, fugaz e inconstante, pautada em sensações e afetividades, ao passo que a reputa- ção é entendida e questionada como imagem consolidada, como resposta à impres- são causada pelos estímulos discursivos. Percebe-se que nessa perspectiva, que a identidade está ligada diretamente ao discurso que é realizado e a compatibilidade desse quesito fica a voluntariedade das impressões do receptor, tendo essa ligação, a criação da imagem. A junção dos dois conceitos, chega-se a reputação. E para essa credibilidade que é criada através do último conceito, BAUE (2003) identifica como um dos principais motivos que mede o sucesso corporativo, estando a sua frente apenas a qualidade de um produto e os serviços. Breve síntese sobre identidade: Pode-se entender como identidade o princípio que cada ser tem, inclusive o ser organizacional. Esses princípios estão explícitos em sua missão, visão e valores e na sua prática que a acompanha na comunicação de seus públicos. Dentro desse campo encontramos a identidade corporativa, que segundo Argenti e Forman (2002) é a ponte de contato direto com o que é alvo de resultado final, a reputação corporativa. Sendo assim, a coerência entre sua identidade é o passo inicial para os outros dois conceitos dessa tríade. A identidade então, para os autores citados é definida como: “manifestações concretas, em geral visuais, de sua realidade, incluindo nomes, marcas, símbolos, apresentações, patrocínios corporativos e, mais significante, a visão da empresa” (ARGENTI e FORMAN, 200, p.68). A identidade então realiza a base das intenções de um discurso, que se torna uma mensagem receptiva e perceptível ao qual é denominado imagem. Resumo sobre imagem: A imagem organizacional é uma percepção que os públicos de uma empresa geram conforme suas referências, signos e experiências pessoais. Lasbeck (1997) denomina imagem como: “configuração mental e sobretudo afetiva que o receptor elabora com base na relação do discurso que recebe e suas próprias idiossincrasias, experiências anteriores, visões de mundo, desejos e necessidades”. Em complemento, Vance e Ângelo (2007, p. 95) concluem que: A imagem da organização, por sua vez, é definida como “um reflexo da identidade da organização”, a partir da percepção dos stakeholders (empregados, acionistas, consumidores, etc.). A imagem da organização é afetada pela publicidade realizada pela empresa, por suas ações junto à comunidade, pela propaganda veiculada na mídia, ou seja, pelas informações recebidas pelos indivíduos sobre ela. Essa percepção também é resultado de experiências que os indivíduos vivenciam interagindo com empregados da empresa ou com produtos e serviços da organização. Para Lasbeck (2007), o fato da imagem organizacional estar ligada diretamente às questões icônicas, simbólicas e indiciais faz com que o discurso apresentando tenha forte apelo emocional, advindo da competência afetiva para atribuição das impressões. Sendo assim, as imagens das organizações estão sujeitas a ser inconstantes, mutável e vulnerável a alteração de qualquer ordem. Com isso, devido a essa inconstância, Vance e Ângela (2007), afirmam que quando se há o alinhamento do discurso que a identidade organizacional apresenta mais a percepção dos diferentes grupos, é consideração então que houve sucesso na reputação corporativa. A reputação organizacional: Afinal, a reputação surge então de uma conectividade da identidade e seus discursos mais a percepção icônica que o indivíduo relaciona a empresa. Dowling (2001) se refere a reputação organizacional como um conjunto de valores humanos como autenticidade, responsabilidade e honestidade atribuídos a imagem corporativa. Com isso, Dowling (2001) apresenta o conceito de super marca, que representa a confiança e segurança associada a reputação e para essa evolução de associação da reputação para super marca, é necessário o alinhamento dos valores e da imagem organizacional percebida pelo públicos. Desta forma, entende-se que a trindade da comunicação organizacional deve estar em pauta recorrentemente na organização que tem interesse de aumentar sua dinamicidade e conquistas seus variados públicos, verificando seus discursos, a percepção que ele está reproduzindo e o resultado final que pode ou não agregar na instituição. O papel das relações públicas no fortalecimento da imagem e reputação das organizações: A associação brasileira de relações públicas define a profissão como: Entende-se por Relações Públicas o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração, para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização, pública ou privada, e seu pessoal, assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou indiretamente. Cesca (2010) afirma que “Relações públicas é uma profissão que trabalha com comunicação, utilizando todos os seus veículos/instrumentos para administrar a relação da empresa com os seus públicos”. E Kunsch (2003, p. 512) complementa: Por muito tempo uma função meramente técnica, ela é hoje entendida como uma função estratégica indispensável para que as organizações se posicionem institucionalmente e administrem com eficácia seus relacionamentos com os públicos estratégicos. Com isso, entende-se a importância da profissão de relações públicas e seu papel na administração da comunicação organizacional, que utiliza dos recursos da área para elaboração da mensagem sem ruídos e más impressões diante seus variados públicos. Nisso então, enxerga-se a competência da condução deste profissional para consultar, planejar e executar ações necessárias quanto a imagem e a reputação de uma organização. A análise do discurso que é a expressão da identidade organizacional e a percepção da imagem que é formada através dessas ações são essenciais a organização como já citado nesse estudo, sendo o relações-públicas responsável por esse melhor direcionamento. Para a instituição, deve-se compreender a importância do campo de pesquisa e estratégias dessa área para o sucesso das formas icônicas que são criadas em seus públicos, garantindo o sucesso da mensagem enviada e a garantia da sua reputação que é construída com a credibilidade organizacional. Objetivo do estudo de caso: Em face da apresentação dos conceitos necessários sobre os termos, consegue-se compreender a relação direta de questões de imagem e reputação da empresa Riachuelo e o envolvimento político da sua principal representação, Flávio Rocha. Como apresentado anteriormente, o envolvimento de Rocha na política é antigo, mas o apoio ao então candidato Jair Bolsonaro no ano de 2018 não apresentou bons resultados para organização. Nesse momento, o país passou por uma dura divisão política sobre discursos e atitudes que segundo uma parte do público da instituição, o apoio não estaria de acordo com a conduta que a empresa prega, havendo então uma contradição entre sua identidade e imagem. Com a passagem sobre o questionamento do discurso e a comprovação daquilo que é pregado pela empresa, surgiram movimentos que ficaram conhecidos entre o público contra o posicionamento político não só da representação da Riachuelo mas de também de outros representantes de empresas que geraram o mesmo tipo de apoio, sendo veiculadas por canais de grande alcance e aumentando cada vez mais o repúdio a taisorganizações. Os impactos da Riachuelo estão presentes na quebra de iconicidade que houve para parte do seu público sobre seus reais princípios organizacionais, estando presente do ano de 2018 até hoje em frequentes campanhas a boicotes, desabilitando então discursos de cunho coletivo e minoritário, afetando compras de seus produtos e programas voltados aos públicos que são frequentes na loja, sendo em sua maioria, mulheres e LGBTQIA+. 3. Metodologia Este trabalho foi realizado pelo método de pesquisa qualitativa, que tem como embasamento a pesquisa bibliográfica de cunho exploratória, de maneira a auxiliar de forma ampla e detalhada o estudo científico para fins acadêmicos, com um levantamento de informações disponibilizadas pelos meios digitais de comunicação da empresa, como sites e artigos da internet que são disponibilizados ao público, com o foco detalhado nos Princípios e Comunicação Organizacional. Segundo os autores Ludke e André (1986), como publicado em seu livro Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas, a pesquisa qualitativa tem como forma natural o método de obtenção da fonte direta de dados de forma indutiva, e a organização como principal instrumento e foco de atenção. Para a comprovação teórica abordada acerca pesquisa realizada, a técnica de amostragem é o estudo de caso que, segundo Dooley (2002), tem como principais fundamentos o desenvolvimento da teoria para explicar e estabelecer uma base de aplicação de soluções para certas situações, a exploração ou descrição de um objeto ou fenômeno. Permanecendo na mesma linha de raciocínio, os autores Ludke e André (1986) no livro Pesquisa em educação: Abordagem qualitativa, definem o estudo de caso como dos diferentes pontos de vista presentes em uma situação social, com uma linguagem e uma forma mais acessíveis do que outros relatórios de pesquisa. Com base nesses fundamentos, a pesquisa realizada é uma análise com o objetivo de ascensão organizacional por meio da atuação do profissional de relações públicas, mantendo a pesquisa profunda e descritiva com a apuração de dados qualitativos referentes à imagem, identidade e reputação da empresa Riachuelo diante o papel que exerce perante a sociedade em que está inserida. Figura 1: Missão, Visão e Valores da empresa Riachuelo com objetivo de atuação social. Fonte: Riachuelo, 2018. O posicionamento da empresa é observado com base no artigo Reputação corporativa, publicado em outubro de 2007, e que analisa sua ação perante o público, observando em sites disponibilizados e nos comentários em seus perfis nas principais redes sociais Facebook, Instagram e principalmente Twitter, o debate do público acerca dos assuntos decorrentes do posicionamento da empresa ou de seus representantes. Partindo como exemplo do público como influência na comunicação organizacional, houve levante de hashtags de boicote à marca, devido à posição ideológica de Flávio Rocha, apresentada no período das eleições de 2018, que gerou grande discussão a partir da opinião pública. Para tal avaliação, é utilizado um método descrito por Moreira (2002), publicado no artigo Pesquisa em educação e ciências: métodos qualitativos, busca a visão da pessoa ou instituição acerca das suas experiências subjetivas em certas situações, no qual estão inseridas em contexto ou se referem a algum evento ou de uma série de acontecimentos que podem ter tido algum efeito sobre o referente. Com base no assunto tratado por Moreira, foram considerados os comentários da opinião pública com maior relevância, que foram tratados em determinado contexto, abordando acerca da moldura de seus princípios organizacionais. A coleta de dados que são utilizados no método de estudo de caso foram feitos entre o período de 15 de Abril até 14 de Maio. Em que foram retirados de artigos disponibilizados em sites da própria empresa e redes sociais, com base no site da Riachuelo visando estabelecer uma relação harmoniosa com o público que consome seus produtos. Os títulos utilizados são: Pesquisa em educação e ciências: métodos qualitativos; O Estudo de Caso e a Evolução da Pesquisa em Administração: Limitações do Método ou dos Pesquisadores; Missão, Visão e Valores da empresa Riachuelo, 2018; Boicote sobre empresas que apoiam Bolsonaro; O embate de Flávio Rocha na presidência da Riachuelo; Lançamento no Brasil a campanha do boicote para as empresas que apoiam Bolsonaro; Post da opinião em relação ao boicote na visão do Mídia Ninja; Referência do Instituto Brasil 200; Referência de reputação da Riachuelo; Referência de reputação da C&A; Referência de reputação da Renner. Para os conceitos de imagem, identidade e reputação, pesquisas de textos acadêmicos foram realizadas e definidas conforme os mesmos apresentaram. Autores como Lasberck e seu artigo “Imagem e reputação na gestão da identidade organizacional”, Kunsch em “Relações Públicas e a Comunicação Organizacional: Das práticas à institucionalização acadêmica” e Vance e de Angelo também auxiliaram com suas apresentações no artigo “Reputação Corporativa: Uma revisão teórica”. Através deles, chegou-se a conclusão sobre a importância e as consequências da organização em estudo em relação a situação problema solicitada. As palavras-chaves utilizadas são: Imagem; Reputação; Organização; Empresa; Público; Interação; Pesquisa e Discussão. A partir de todos os assuntos abordados nessa metodologia, é possível observar a compreensão e desenvolvimento da gestão dos princípios organizacionais e as interações do público que utiliza de sua moda, na busca por tratar a reflexão da comunicação organizacional da empresa Riachuelo em seu setor mercadológico. 4. Estudo de caso Diante dos fatos apresentados pode-se concluir que o resultado do envolvimento de Flávio Rocha com a política nacional tendo como foco principal seu posicionamento e apoio favorável ao atual presidente Jair Messias Bolsonaro teve efeitos negativos para a marca Riachuelo. Flávio Rocha é fundador do Instituto Brasil 200, na qual faz referência aos duzentos anos de independência do Brasil, em que será comemorada em 2022. Sobre a liderança de seu sobrinho Gabriel Rocha Kanner, reúne mais de 300 empresários de todo o país. É uma associação sem um viés vantajoso e sem ligação política – partidária. O Intuito é difundir princípios e valores que prometem uma sociedade com mais equidade para todos, adotando para a economia um modelo de mercado liberal e uma condição de direito que proponha limites institucionais à ação de governo. Segundo as redes sociais do Mídia Ninja (2020), o grupo Brasil 200 são fiéis a Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018. Eles relatam que atualmente os empresários abusam de suas influências, recursos e poder para financiar alguns atos a favor do presidente. Mesmo a empresa declarando não ter vínculos políticos, muitos consumidores passaram a ver a imagem da Riachuelo atrelada ao ideário que julgam como de extrema direita do presidente em questão e no qual Flávio Rocha se declara a favor. Por esse motivo, iniciou-se nas redes sociais por parte dos clientes, o movimento de adesão ao boicote perante as empresas que tiveram seus fundadores e representantes atrelados ao posicionamento político. O primeiro meio de comunicação a noticiar o boicote foi, o jornal inglês The Guardian, inspirado no movimento que teve início em um grupo fechado da rede social Facebook, no qual contava inicialmente com 320 mil membros, voltado para a população LGBT. “Estou tentando combater um sentimento de impotência”, relatou ao jornal Edwin Carvalho, autor do movimento. “Sou professor universitário, jornalista e gay. Sou tudo que Bolsonaro mais detesta no mundo”. Referindo nesse caso a rede de academias Smart Fit, na qual fazia parte do grupo Brasil 200, mais saiu recentemente. É possível afirmar entãoque o boicote não foi apenas sobre a empresa de varejo Riachuelo, mas sim sobre todas as empresas envolvidas no instituto Brasil 200. O que intensifica o boicote especificamente sobre a Riachuelo não é apenas pela aversão dos consumidores diante do posicionamento político de Flávio, mais também sobre seu envolvimento com escândalos e discursos polêmicos durante o tempo que esteve na presidência da empresa. https://congressoemfoco.uol.com.br/tag/the-guardian/, Tendo em vista a ação do boicote sobre algumas empresas, os efeitos causados geraram impactos negativos em relação à imagem e reputação de cada uma delas. Levando em consideração que a imagem é o reflexo da identidade que cada empresa prega, advinda da percepção dos indivíduos através de um processo de criação de sentidos mentais, sejam eles reais ou não, podemos dizer então que é algo que oscila muito por ser bastante adaptável e momentânea. De modo geral a Riachuelo têm uma percepção positiva, devido a sua imagem projetada ser condizente com seus princípios organizacionais. Porém diante dos escândalos e polêmicas que chamaram atenção para Flávio Rocha, sendo uma delas a questão das irregularidades em relação à segurança, direitos e salários em fábricas e oficinas acordada pela companhia, podemos dizer que isso afetou a empresa por gerar uma imagem negativa, pois não é condizente ao código de conduta e ética. Causando revolta em seus consumidores diante de tamanha indignidade perante o tratamento com seus funcionários. Para além disso e o mais importante, a questão do envolvimento de Flávio com a política na qual declara abertamente o apoio ao presidente Jair Bolsonaro auxiliou para que muitos dos consumidores passassem a atrelar a imagem da empresa, na qual a mesma confirma não ter vínculos políticos, com o posicionamento adotado pelo fundador da empresa. Causando assim uma controvérsia diante da posição e do fato ocorrido. O abalo dos seus consumidores diante do fato citado, deve-se ao fato da percepção que a conduta é oposta ao que Riachuelo prega em sua missão, o princípio de: “proporcionar, a cada vez mais pessoas, as condições de se expressar através da moda”. Junto do apoio ao atual presidente, para o público que acompanha politicamente esse processo, a ligação é direta entre discursos extremos de militares e direita, autoritarismo e aversão por exemplo, a comunidade LGBTQIA+ e mulheres. Para esse público então, todas essas questões contradiz o apoio da representação da marca, as formas de expressão que a empresa apresenta como sua principal missão. A partir dos fatos apresentados, a imagem da empresa foi afetada e consequentemente a sua reputação também foi atingida. Uma vez que, a reputação é o estado associado nesse caso, a uma instituição, que provém da percepção dos indivíduos em relação a ela. No qual, só há validade através do reconhecimento que existe entre os valores e princípios da empresa, suas ações e comportamentos diante de seus públicos. Tornando- se então algo duradouro que se estrutura ao longo dos anos. Segundo o site “Reclame Aqui”, podemos identificar que a reputação da Riachuelo é considerada boa, apresenta no último seis meses o total de 2.450 reclamações, que levando em consideração suas outras duas maiores concorrentes na mesma plataforma e período, vemos a C&A com 9.580 reclamações e a Renner com 12.357 reclamações. Podemos assim dizer, que a Riachuelo garante menores problemas diante de seu público alvo. Bem como também podemos constatar de forma mais detalhada, utilizando ainda o mesmo site no mesmo período de seis meses, que a empresa apresenta 100% das contestações foram resolvidas, apresentando um índice de solução de 91,2% e 76,7% das pessoas retornariam a fazer negócios com a organização. A nota média dada pelo consumidor diante das informações é de 7,08. Podemos afirmar então que a reputação da empresa sempre foi bem colocada no mercado de varejo do Brasil, porém com a adesão ao boicote devido ao seu envolvimento político, já mencionado aqui, é algo que estremeceu em uma parcela menor a reputação, levando os consumidores a reagir de forma mais radical diante da contradição posta entre o posicionamento política de Rocha e a Riachuelo. O boicote, segundo a rede social do Mídia Ninja (2020) que se baseou em Marcelo Backes é “uma atitude pedagógica para regular o mercado com a "mão invisível" da inteligência coletiva cidadã, promovendo mais democracia, ética e justiça social. É possível ganhar dinheiro e viver bem sem ultrapassar o limite da violência, da opressão, da ganância e ambição que provocam tamanha desigualdade social e só afeta negativamente a totalidade de um país”. Tendo em vista o comportamento de Flávio e suas ações diante do seu envolvimento político, exclusivamente seu apoio declarado abertamente ao presidente Bolsonaro, através do Brasil 200, fica evidente que a imagem e a reputação da Riachuelo foram afetadas de maneira que a imagem teve seu maior impacto em relação à reputação. Uma vez que a empresa continua se mantendo sendo a maior referência em loja de departamento do Brasil. Portanto, se faz necessárias realizações de estratégias por parte da empresa, que evolua os conceitos pregados pela Riachuelo diante de seus consumidores que absorveram a imagem, na qual essa foi a mais atingida, e consequentemente a reputação negativa diante do que foi colocado. 5. Considerações finais Esse trabalho propôs o objetivo de formular um conjunto de fundamentos para auxiliar na compreensão da atuação de relações públicas de forma estratégica perante a comunicação organizacional, a fim de dissertar sobre os três suportes, sendo eles imagem, identidade e reputação. Com o intuito de retratar sobre o envolvimento político de Flávio Rocha, principal nome público ligado a marca Riachuelo, foram utilizados dados característicos da pesquisa qualitativa que relatam sobre a criação e ascensão da empresa, dados que revelam o levante da opinião pública sobre o boicote ocorrido em 2018 diante o período das eleições, sendo essa uma das consequências geradas pelo posicionamento de Flávio Rocha em apoio ao presidente Jair Messias Bolsonaro, através do Instituto Brasil 200, e as fortes reações consequências por parte dos consumidores, que refletiram sobre a imagem e reputação da Riachuelo. Levando em consideração as pesquisas apresentadas e para que ocorra de forma homogênea e segura é compreendido que deve haver a presença e atuação do profissional de relações-públicas que segundo Baldissera (2006), tem como possibilidade o instrumento de neutralizar opiniões contrárias, antecipar-se às denúncias e formar opinião pública favorável às organizações, tal qual retratado de forma geral nesta pesquisa. Em suma, é possível afirmar que a imagem e reputação da Riachuelo foram afetadas, porém em diferentes proporções. Enquanto a imagem, uma vez que essa é bastante adaptável, teve forte impacto sobre o consumo da empresa e a reputação por ser algo mais estável e duradouro teve um embate menor, liderando ainda o mercado por ser a maior loja de varejo do país. Dessa forma, é garantida uma comunicação organizacional de forte influência, no qual segundo Kunsch (2003), para ocorrer de uma forma efetiva é necessário analisar o sistema, o funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos. A partir do trabalho realizado, é perceptível que o estudo sobre imagem, identidade e reputação é mutável e motivo de debates que possibilitam e ampliam tal conteúdo, assim como tratado nesta pesquisa. 6. Referências Boicote sobre empresas que apoiam Bolsonaro. Disponível em: https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/boicote-a-empresas-ligadas-a- bolsonaro-ganha-as-redes/ DE LIMA BARBOSA, Solange. O Estudo de Caso e a Evolução da Pesquisa em Administração: Limitações do Métodoou dos Pesquisadores?. _____. Rio de Janeiro: 2008. Disponível em: http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/38/EPQ- A1083.pdf. Acesso em: 6 de maio de 2020. Figura 1: Missão, Visão e Valores da empresa Riachuelo, 2018. Disponível em: https://ri.riachuelo.com.br/show.aspx?idCanal=TtMQ7W5PmtQYbdqDr6HfrQ== Kunsch, Margarida M. K. Relações Públicas e a Comunicação Organizacional: Das práticas à institucionalização acadêmica. 2009 [Acesso em 8 de maio, 2020]; 6(10- 11); páginas 1-8. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/139003/134351 Lançamento no Brasil a campanha do boicote para as empresas que apoiam Bolsonaro. Disponível em: https://revistaforum.com.br/global/the-guardian- brasileiros-lancam-campanha-de-boicote-a-empresas-que-apoiam-bolsonaro/ https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/boicote-a-empresas-ligadas-a-bolsonaro-ganha-as-redes/ https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/boicote-a-empresas-ligadas-a-bolsonaro-ganha-as-redes/ https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/boicote-a-empresas-ligadas-a-bolsonaro-ganha-as-redes/ https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/boicote-a-empresas-ligadas-a-bolsonaro-ganha-as-redes/ http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/38/EPQ-A1083.pdf http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/38/EPQ-A1083.pdf http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/38/EPQ-A1083.pdf https://ri.riachuelo.com.br/show.aspx?idCanal=TtMQ7W5PmtQYbdqDr6HfrQ== https://ri.riachuelo.com.br/show.aspx?idCanal=TtMQ7W5PmtQYbdqDr6HfrQ== https://ri.riachuelo.com.br/show.aspx?idCanal=TtMQ7W5PmtQYbdqDr6HfrQ== https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/139003/134351 https://revistaforum.com.br/global/the-guardian-brasileiros-lancam-campanha-de-boicote-a-empresas-que-apoiam-bolsonaro/ https://revistaforum.com.br/global/the-guardian-brasileiros-lancam-campanha-de-boicote-a-empresas-que-apoiam-bolsonaro/ https://revistaforum.com.br/global/the-guardian-brasileiros-lancam-campanha-de-boicote-a-empresas-que-apoiam-bolsonaro/ LASBECK, L. C. A. Imagem e reputação na gestão da identidade organizacional. 2007 [Acesso em 10 de maio, 2020]; 4(7); páginas 1-14. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/organicom/article/view/138945/134293 LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A.. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas. 2.ed. São Paulo: EPU, 1986. p. 25-44. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4247151/mod_resource/content/2/Lud_And_ cap3.pdf Acesso em: 5 de maio de 2020. MOREIRA, M. A. Pesquisa em educação e ciências: métodos qualitativos. ____. Rio Grande do Sul: 2015. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/pesqquali.pdf. Acesso em: 5 de maio de 2020. O embate de Flávio Rocha na presidência da Riachuelo. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/por-que-a-candidatura-de-flavio-rocha-e-um- risco-para-a-riachuelo/ Post da opinião em relação ao boicote na visão do Mídia Ninja. Disponível em: https://www.facebook.com/MidiaNINJA/posts/vamos-boicotar-empresas- bolsonaristasapesar-de-se-classificar-como-um-grupo-apar/1777134175778053/ Referência de reputação da C&A. Disponível em: https://www.reclameaqui.com.br/empresa/cea-loja-online/ Referência de reputação da Riachuelo. Disponível em: https://www.reclameaqui.com.br/empresa/riachuelo-loja-online/ Referência de reputação da Renner. Disponível em: https://www.reclameaqui.com.br/empresa/lojas-renner/ Referência do Instituto Brasil 200. Disponível em: https://www.brasil200.com.br/ Vance, Patricia Salles; de Ângelo, Claudio Felisoni. Reputação Corporativa: Uma revisão teórica. 2007 [Acesso em 10 de maio, 2020]; 14(4); páginas 93-108. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rege/article/view/36616/39337 http://www.periodicos.usp.br/organicom/article/view/138945/134293 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4247151/mod_resource/content/2/Lud_And_cap3.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4247151/mod_resource/content/2/Lud_And_cap3.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4247151/mod_resource/content/2/Lud_And_cap3.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4247151/mod_resource/content/2/Lud_And_cap3.pdf http://www.if.ufrgs.br/~moreira/pesqquali.pdf http://www.if.ufrgs.br/~moreira/pesqquali.pdf https://exame.abril.com.br/negocios/por-que-a-candidatura-de-flavio-rocha-e-um-risco-para-a-riachuelo/ https://exame.abril.com.br/negocios/por-que-a-candidatura-de-flavio-rocha-e-um-risco-para-a-riachuelo/ https://exame.abril.com.br/negocios/por-que-a-candidatura-de-flavio-rocha-e-um-risco-para-a-riachuelo/ https://exame.abril.com.br/negocios/por-que-a-candidatura-de-flavio-rocha-e-um-risco-para-a-riachuelo/ https://www.facebook.com/MidiaNINJA/posts/vamos-boicotar-empresas-bolsonaristasapesar-de-se-classificar-como-um-grupo-apar/1777134175778053/ https://www.facebook.com/MidiaNINJA/posts/vamos-boicotar-empresas-bolsonaristasapesar-de-se-classificar-como-um-grupo-apar/1777134175778053/ https://www.facebook.com/MidiaNINJA/posts/vamos-boicotar-empresas-bolsonaristasapesar-de-se-classificar-como-um-grupo-apar/1777134175778053/ https://www.facebook.com/MidiaNINJA/posts/vamos-boicotar-empresas-bolsonaristasapesar-de-se-classificar-como-um-grupo-apar/1777134175778053/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/cea-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/cea-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/cea-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/riachuelo-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/riachuelo-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/riachuelo-loja-online/ https://www.reclameaqui.com.br/empresa/lojas-renner/ https://www.brasil200.com.br/ https://www.brasil200.com.br/ https://www.revistas.usp.br/rege/article/view/36616/39337
Compartilhar