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Aspectos da Prática Docente e Questões Atuais da Educação

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ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 2 
 
Esta disciplina estudará a prática docente a partir da reflexão sobre os desafios 
do professor do Ensino Superior frente às exigências atuais da educação. 
Pensar no educador como um indivíduo reflexivo e pesquisador na sociedade do 
conhecimento, que se transforma de modo acelerado, significa pensar no 
processo de formação e valorização para a docência universitária. 
Nesse sentido, este conteúdo pretende abordar os saberes e as perspectivas 
conceituais e empíricas que fundamentam práticas educativas a partir do 
currículo do Ensino Superior e de referenciais legais. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
• Investigar a prática docente no Ensino Superior e os aspectos atuais 
relacionados ao processo de ensino e aprendizagem; 
• Reconhecer as perspectivas atuais e o processo de formação e 
valorização do docente no Brasil; 
• Definir conceitos relacionados ao currículo do Ensino Superior, ao atual 
modelo de organização curricular e a sua relação com as demandas 
contemporâneas no âmbito da formação pessoal e profissional docente. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 3 
Introdução 
Nesta primeira aula, você vai conhecer a história do currículo no Brasil – 
concepções, teorias e fundamentos básicos – para compreender o universo de 
saberes estabelecidos no espaço da sala de aula e as práticas curriculares a 
partir de diferentes contextos. 
A literatura e as pesquisas atuais sinalizam a emergência de componentes 
curriculares no Ensino Superior que estabeleçam vínculos entre o contexto de 
atuação da vida dos sujeitos em formação e os saberes necessários ao exercício 
de sua profissão. 
 
Objetivo: 
1. Definir conceitos e teorias relacionados à história do currículo, com base nas 
relações com as demandas de seu contexto; 
2. Descrever fenômenos da prática curricular representados em três eixos 
centrais – ideologia, cultura e poder. 
Conteúdo 
Entendendo o conceito de currículo 
Para darmos início a nosso estudo, você saberia dizer o que significa 
currículo? 
Esse termo é relativamente recente no Brasil e ainda provoca muitas 
discussões, principalmente entre os professores que se dividem na pluralidade 
de concepções. De acordo com esses profissionais, o currículo pode ser 
entendido como: 
• Programas escolares; 
• Planos de ensino – rol de conteúdos de determinado ano de 
escolaridade; 
• Grade curricular – estrutura de aulas e matérias. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 4 
Para uma aproximação inicial do conceito de currículo, vamos nos valer, aqui, 
da definição de Contreras (2002): “conjunto das decisões educativas para 
a escola”. 
Em outras palavras, trata-se de uma ferramenta que dá indícios para possíveis 
respostas aos seguintes questionamentos: 
 
O QUE ensinar 
 
A QUEM ensinar 
 
COMO ensinar e POR QUE fazê-lo? 
 
Já sabemos que o currículo diz respeito às decisões educativas para a escola ou 
universidade. Mas tal temática está relacionada a cenários educacionais 
divergentes e sofre os reflexos sociais e históricos de seu contexto. 
Essa é uma das causas da dificuldade de encontrar o melhor conceito para o 
currículo na literatura educacional e entre os docentes de diferentes níveis e 
segmentos. 
 
Para Moreira e Silva (2005, p. 15), “o currículo é sempre o resultado de uma 
seleção”, visto que, de um amplo universo de saberes e conhecimentos, 
escolhas e prioridades definem o que se constitui como currículo. 
 
Como ouvimos na entrevista, a noção de currículo não se restringe à listagem 
de conteúdos – embora sua seleção seja inevitável –, mas contempla a 
convergência de culturas, de saberes, de conhecimentos escolares e as 
influências explícitas e implícitas no cotidiano acadêmico. 
O fato é que a escola dispõe de um tempo rigidamente estabelecido para o 
processo de aprendizagem e se organiza em etapas para alcançar objetivos e 
desenvolver habilidades em determinados ciclos. 
Diante dessa constatação, muitos se perguntam: 
• Quais são os critérios que visam à seleção desses conteúdos? 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 5 
• A quem se destinam os programas curriculares? 
 
Vamos tentar responder essas questões a seguir. 
 
Contextualização: história do currículo 
As teorias ou os discursos sobre currículo nos auxiliam a entender a realidade e 
as intenções estabelecidas por determinado grupo social, além dos contextos 
refletidos no currículo escolar. 
Para problematizar e aprofundar esse conceito, vamos realizar, a partir de 
agora, uma breve abordagem histórica das teorias e concepções do currículo no 
início do século XX, quando estudos sistemáticos sobre o tema surgiram nos 
Estados Unidos. 
Após a Guerra Civil, as crescentes industrialização e urbanização 
impossibilitavam a preservação do tipo de vida da comunidade rural e 
provocavam o aumento de imigrantes nas grandes metrópoles. Esse grupo 
ameaçava a homogeneidade cultural da sociedade – em sua maioria 
protestante, branca e de classe média. 
Como consequência disso, viabilizou-se a construção de um projeto nacional 
comum que restaurasse a homogeneidade de crenças e de comportamentos. 
Sendo assim, uma nova orientação curricular surgiu como importante 
instrumento de controle social e manutenção de uma identidade nacional. 
Vamos conhecê-la? 
 
Teoria tradicional ou conservadora 
O modelo curricular vigente, aproximadamente, nas décadas de 1910 e 1920 – 
chamado de currículo clássico humanístico – estava voltado para introduzir os 
aprendizes no mundo das grandes obras literárias e artísticas, bem como para 
incentivar o domínio das línguas grega e latina. 
Mas esse modelo passou a ser duramente criticado pelos pensadores 
tecnocráticos, que destacavam uma suposta inutilidade das habilidades e dos 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 6 
conhecimentos desenvolvidos por esse paradigma frente às mudanças da vida 
moderna. 
Dessa forma, surgiram duas tendências preponderantes nesse período, quaissejam: 
 
Progressista 
Defendida por John Dewey , esta tendência se voltava para a valorização dos 
interesses e das experiências de crianças e jovens, e, posteriormente, 
contribuiu para o desenvolvimento do que no Brasil se chamou de 
escolanovismo. 
 
Conservadora 
Esta tendência buscava igualar o sistema educacional ao industrial, utilizando o 
modelo organizacional e administrativo de Frederick Taylor. 
Liderada por John Franklin Bobbitt e Ralph Tyler, essa vertente 
representava a construção científica de um currículo que desenvolvesse 
aspectos da personalidade adulta – então considerados desejáveis na sociedade 
em transição –, o que influenciou o chamado tecnicismo. 
 
Em ambas as tendências, predominava a concepção de um currículo neutro e 
científico, alheio aos contextos sociais e preocupado com os saberes técnicos 
necessários para o trabalho da sociedade industrial. 
 
Com as mudanças apresentadas anteriormente, quais seriam os atributos 
curriculares? 
O currículo daria ênfase à competitividade, à produtividade e à eficiência. 
Afinal, a escola tornava-se uma grande indústria de produtos padronizados, 
estabelecendo uma relação espaço-tempo baseada no funcionamento de uma 
fábrica. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 7 
A partir do modelo funcional de aplicação de conteúdos e de atividades 
fragmentadas, a escola buscaria, então, a formação de um trabalhador 
exemplar que atendesse às demandas de seu tempo. 
A ilustração a seguir representa bem esse cenário: 
 
 
 
Fonte: TONUCCI, F. Com os olhos de criança. Tradução de Patrícia Chittoni 
Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 100-101. 
 
Eixos centrais da análise crítica 
Nas décadas de 1960 e 1970, um sentimento de crise instalou-se na sociedade 
americana, e as instituições educacionais se tornaram alvo de violentas críticas. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 8 
Não tardou para que surgissem teorias que criticavam as propostas 
consideradas tradicionais, seja por meio de perspectivas marxistas, 
fenomenológicas, hermenêuticas ou mesmo por visões ecléticas e inspiradas 
em fontes variadas, tais como: 
• A escola de Frankfurt; 
• As teorias da reprodutibilidade; 
• As pedagogias autonomistas etc. 
 
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, estudos no campo do currículo foram 
marcados pela crítica às injustiças e desigualdades sociais, denunciando a 
utilização da escola na reprodução da ideologia da sociedade capitalista e 
privilegiando relações sociais nas quais dominantes e subordinados aprendiam a 
praticar seus papéis. 
 
Nos primeiros ensaios críticos, Louis Althusser ressaltou a função exercida 
pela escola como reprodutora da sociedade capitalista através de matérias 
escolares. Já Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron elaboraram uma 
teoria da reprodução cultural ao afirmarem a base do currículo na cultura 
dominante, o que fez com que as crianças das classes subalternas não 
dominassem os códigos exigidos pela escola. 
 
Com a liderança de William Pinar na I Conferência sobre Currículo, nos anos 
1970, a insatisfação cresceu entre pessoas ligadas a esse campo. 
De acordo com Silva (1999, p. 38), duas tendências críticas se evidenciaram 
nessa época – aquelas de orientação: 
• Marxista – que enfatizava “os significados subjetivos que as pessoas 
dão às suas experiências pedagógicas e curriculares”; 
• Fenomenológica e hermenêutica – que enfatizava “o papel das 
estruturas econômicas e políticas na reprodução social”. 
 
Vamos conhecer alguns teóricos que se destacaram nesse período: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 9 
 
Michael Apple 
Estudioso que utilizou elementos centrais do marxismo ao relacionar o 
currículo às estruturas mais amplas e que o politizou. 
Apple descrevia o currículo como campo de resistência e acreditava que só era 
possível transformar e compreender seu processo de reprodução cultural e 
social através da análise crítica dos assuntos educacionais relacionados aos 
conflitos e às conexões entre currículo, ideologia e poder. 
 
 
Henry Giroux 
Estudioso que falava em uma “pedagogia da possibilidade” (SILVA, 1999, p. 
53). Para Giroux, conceitos como emancipação e liberdade deviam fazer parte 
das discussões sobre currículo – considerado, na época, um campo cultural de 
lutas. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 10 
 
Paulo Freire 
No Brasil, este estudioso contribuiu para os debates e as análises relacionadas 
ao seguinte tema: O que ensinar? 
Freire destacou o conceito de educação bancária ao sintetizar o currículo 
vigente como um conjunto de informações e de conhecimentos transferidos do 
professor – papel ativo – para o aluno – papel passivo. 
Partindo desse pressuposto, ele defendia a ação pedagógica como um ato 
dialógico entre educador e educando. 
 
Na análise crítica e sociológica do currículo, não há espaço para inocência ou 
neutralidade. O currículo escolar e o conhecimento nele constituído expressam 
uma realidade social e histórica. 
O conhecimento organizado intencionalmente para a manutenção das relações 
de poder é, portanto, uma área a ser contestada, uma arena política. 
Tratemos, então, sinteticamente, dos três eixos centrais da análise crítica sobre 
o currículo – ideologia, cultura e poder: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 11 
 
 
Currículo e cultura 
Neste caso, o currículo atua como uma forma institucionalizada de transmitir a 
cultura de uma sociedade – única, homogênea e universalmente aceita. 
Para a teoria crítica, esse conceito devia ser superado pela concepção do 
currículo como terreno de transgressão e, ao invés de transmitir passivamente 
informações inertes, seria preciso produzir, criar e recriar de cultura. 
 
Currículo e poder 
Neste caso, as relações de poder e currículo estão profundamente implicadas, 
pois, se o currículo oficial define os conhecimentos válidos e aceitos, conforme 
o interesse de grupos em vantagem, também reforça as relações de poder 
existentes, fazendo com que grupos subjugados continuem na situação em que 
se encontram. 
Desse modo, refletir de que forma essas forças agem no currículo para a 
manutenção de tais relações de poder é um esforço empreendido pela 
teorização crítica e constante nos estudos educacionais atuais. O objetivo é 
transformar essas relações. 
 
Currículo e ideologia 
Neste caso, o currículo difunde ideais de determinado segmento dominante, 
promovendo a reprodução da estrutura existente. A transmissão dos 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 12 
conhecimentos, das atitudes e dos valores depende da posição que o indivíduo 
ocupará na sociedade. 
Althusser cita como exemplo explícito de mecanismo para a divulgação de 
visões diferenciadas de mundo as disciplinas curriculares – tais como História, 
Educação Moral e Estudos Sociais –, propícias ao ensino de ideias e de 
comportamentos. 
 
Outra questão que emerge das teorias críticas envolve o currículo oculto: um 
conceito fundamental que se refere a efeitos e aspectos não explicitados no 
currículo oficial. 
 
Esses aspectos são aqueles que se refletem na experiência educacional de 
forma implícita, mas que são relevantes para a transmissão, através das 
relações sociais, de valores, de atitudes e de orientações convenientes a 
determinados padrões de comportamento. 
No cotidiano escolar, é possível observar inúmeras situações de inserção desse 
conceito, como, por exemplo: 
• Na maneira de organizar a sala de aula; 
• Em rituais e em atividades festivas;• Na distribuição do tempo e das disciplinas; 
• Nas concepções e imagens vinculadas ao livro didático. 
 
 
O currículo oculto também se faz presente nas relações informais, como a 
exemplificada nesta tirinha da Mafalda: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 13 
 
 
Disponível em http://goo.gl/xZQ0fE. Acesso em: 12 nov. 2014. 
 
Teorias pós-críticas 
No século XXI, as teorias pós-críticas sobre o currículo direcionam suas bases 
para um fenômeno denominado multiculturalismo, com origem nos países 
dominantes do hemisfério norte. 
Esse passa a ser um importante instrumento de luta política pelos grupos 
culturais dominados por esses países – principalmente nos Estados Unidos –, 
que querem ter suas formas culturais reconhecidas e representadas. 
Trata-se de um currículo vinculado ao conhecimento, à identidade e ao poder, 
que questiona: o que conta como conhecimento oficial? 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 14 
 
 
O multiculturalismo reconhece que o currículo está centralmente envolvido em 
relações de poder. Dessa forma, esse fenômeno apresenta como foco: 
• A desigualdade em matéria de educação e de currículo; 
• As questões de gênero, raça, etnia e sexualidade. 
 
No entanto, nas teorias pós-críticas, não basta reconhecer os conflitos de classe 
e poder presentes no currículo, como nas vertentes críticas, mas se empenhar 
em explicar e identificar essas dinâmicas de hierarquização social na educação 
e no currículo, na perspectiva de transgredir a ordem curricular existente. 
 
Sobre o exposto anteriormente quanto à abordagem da hierarquização social 
no currículo, Moreira e Silva (2005, p. 28-30) questionam: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 15 
 
 
“Quais são as relações de classe, etnia e gênero que fazem com que o currículo 
seja o que é e que produza os efeitos que produz? Qual é o papel dos 
elementos da dinâmica educacional e curricular envolvidos nesse processo? 
Qual é nosso papel, como trabalhadores culturais da educação, nesse processo? 
Saber que o poder não é apenas um mal nem tem uma fonte facilmente 
identificável torna, evidentemente, essa tarefa mais difícil, mas, talvez, menos 
frustante, na medida em que sabemos que o objetivo não é remover o poder 
de uma vez por todas, mas combatê-lo sempre. 
Essa luta levará não a uma situação de não poder, mas a relações de poder 
transformadas. Como campo cultural e produção de significações e de sentido, 
o currículo torna-se um terreno central dessa luta de transformações das 
relações de poder”. 
 
Para exemplificar, as teorias críticas se concentraram, inicialmente, em 
questões de acesso à educação e ao currículo das crianças e dos jovens 
pertencentes a grupos étnicos e raciais considerados minoritários. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 16 
Somente na fase dos estudos culturais e pós-estruturalistas, o próprio currículo 
passou a ser problematizado como racialmente enviesado. 
 
 
 
Para Silva (1999, p. 102): “A questão da raça e da etnia não é simplesmente 
um ‘tema transversal’: ela é uma questão central de conhecimento, de poder e 
de identidade”. 
 
Como você percebeu, historicizar e analisar o currículo são passos fundamentais 
para o desafio político de estabelecer objetivos alternativos e arranjos que 
transgridam a ordem curricular existente. 
No entanto, no processo contínuo de análise e reformulação do currículo, novas 
questões e novos temas vêm-se incorporando àqueles que, desde os primeiros 
estudos, estiveram no centro dos debates. 
A seguir, destacamos apenas algumas dessas questões emergentes: 
 
Disciplinaridade 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 17 
Apesar de todas as transformações ocorridas na natureza e na extensão da 
produção do conhecimento, o currículo continua fundamentalmente estruturado 
em disciplinas tradicionais. 
Com a aparência de transgressoras, as propostas mais atuais de 
interdisciplinaridade permanecem supondo uma estrutura curricular em 
disciplinas, como podemos refletir a partir da ilustração a seguir: 
 
 
 
Fonte: TONUCCI, F. Com os olhos de criança. Tradução de Patrícia Chittoni 
Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 147. 
 
Noções de conhecimento 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 18 
Mudanças constantes e cada vez mais amplas na relação homem-conhecimento 
impõem novas formas de conceber e de pensar a realidade. 
No entanto, o currículo ainda se mantém indiferente às formas pelas quais a 
cultura popular – internet, televisão, música etc. – tem constituído uma parte 
central e importante na formação do indivíduo. 
 
Novas tecnologias 
Atualmente, as novas tecnologias e a informática têm influenciado tanto o 
conteúdo do conhecimento quanto a forma de transmiti-lo. Para não ficar 
indiferente a esse processo, será necessário compreender e encontrar maneiras 
de utilizá-las de maneira eficiente e compatível com os objetivos educacionais. 
 
Currículo e identidade 
Desde os estudos da teoria crítica, o empenho em manter a relação entre o 
currículo e a produção de identidades sociais e individuais já vem sendo 
destacado. 
Projetos educacionais e reformulações curriculares voltados para a formação de 
uma sociedade baseada em ideologia igualitária, plural e democrática 
representam o distanciamento do papel histórico exercido pela escola de incutir 
padrões de controle a seus cidadãos. 
 
Conhecimento e linguagem 
Com profundas implicações para a teorização sobre o currículo, o chamado 
movimento pós-modernista e a denominada virada linguística colocam em 
questão o papel das grandes narrativas. Nessa percepção, a linguagem, o 
discurso e o texto ganham importância central na organização do currículo. 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Para isso, leia o 
texto Pesquisa do PISA comprova que meninas leem mais, e meninos são 
melhores em Matemática. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 19 
Com base no que estudamos sobre a teoria pós-crítica, identifique no texto 
questões problemáticas dos estudos sobre currículo e saberes escolares – 
implícitos ou explícitos – que influenciam a tendência de segmentação de 
jovens dos sexos feminino e masculino para determinadas áreas de 
conhecimento. Para tal, tome como referência o fenômeno do multiculturalismo 
corroborado por essa vertente teórica, com ênfase na abordagem de aspectos 
referentes às relações de raça, subjetividade e gênero. 
 
Chave de resposta 
Como reflexo do currículo oculto, o texto indica que, nas situações cotidianas 
escolares, são constantes os casos em que se enfatiza a determinação de 
papéis a serem exercidos por mulheres e homens, a qual os diferencia 
categoricamente. Para as meninas, o incentivo às brincadeiras de simulação do 
cotidiano de uma casa – fase infantil –, a exigência de certos comportamentos 
e o estímulo às habilidades artísticas e linguísticas são notórios. 
Por sua vez, os meninos são incentivados, desde cedo, a 
brincadeiras/atividades relacionadas à profissão e a competências técnicas. Nos 
conteúdos disciplinares, as exigências se direcionam para as áreas exatas e 
para as habilidades físicas. De acordo com a leitura do texto, fica claro, então, 
que o currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, a 
racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica – características que refletem as 
experiências e os interesses masculinos. 
Disso resulta a necessidade de reestruturação curricular, cujos objetivos são 
equilibrarcaracterísticas femininas e masculinas e ampliar a possibilidade de 
acesso a diferentes campos de conhecimento para ambos os sexos. 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o currículo oculto, leia o texto Currículo oculto – como 
agir em relação aos conteúdos que são ensinados e aprendidos de forma não 
explícita na escola. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 20 
Para saber mais sobre as teorias do currículo, leia uma Síntese das vertentes 
teóricas curriculares. 
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, assista aos seguintes 
filmes: 
Tempos modernos 
Ficha técnica: MODERN times = TEMPOS modernos. Dir./prod.: Charles 
Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1936. 83 min. 
Leia aqui a sinopse do filme 
A classe operária vai ao Parte I e Parte II 
Ficha técnica: LA CLASSE operaia va in paradiso = A CLASSE operária vai ao 
paraíso. Dir.: Elio Petri. Itália: Euro International Films, 1971. 125 min. 
Leia aqui a sinopse do filme 
 
Referências 
CONTRERAS, J. Autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. 
MOREIRA, A. F. B.; SILVA, T. T. da. (Orgs.). Currículo, cultura e sociedade. 
Tradução de Maria Aparecida Baptista. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
SILVA, T. T. da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto 
curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 
______. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 
2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. 
SOUZA, R. F. de; CRUZ, G. T. D. Teorias e práticas curriculares. Curitiba: 
IESDE Brasil S.A., 2010. 
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 21 
De acordo com o estudo desta aula, o currículo: 
a) É neutro, isento de influências sociais e históricas. 
b) Equivale apenas aos conteúdos das diversas disciplinas. 
c) Corresponde a um rol de conteúdos direcionados para a formação 
profissional do educando. 
d) Deve ser entendido como a listagem de conteúdos e programas 
curriculares a serem desenvolvidos no cotidiano escolar. 
e) Consiste no conjunto de culturas, saberes, conhecimentos escolares e 
influências explícitas e implícitas vivenciadas no cotidiano escolar. 
 
Questão 2 
Leia o fragmento de texto a seguir: 
"De acordo com a teoria crítica, o currículo escolar reflete os interesses das 
classes dominantes e dominadas. A forma a partir da qual uma sociedade vive, 
sua cultura, sua história, seus costumes e o poder contemplam a constituição 
do currículo escolar e são questionados por ela". 
De acordo com o que estudamos nesta aula, esse trecho está: 
a) Correto, pois, de acordo com a teoria crítica, o currículo é sempre da 
classe dominante. 
b) Correto, pois a teoria crítica aceita que o currículo é ideologia dominante, 
sem, no entanto, questioná-lo. 
c) Incorreto, pois a teoria crítica vai justamente propor reflexões sobre o 
tipo de conhecimento veiculado em um currículo. 
d) Incorreto, pois a teoria crítica entende que o modo de vida e os 
costumes sociais não determinam o currículo nas instituições educativas. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 22 
e) Correto, pois a teoria crítica apoiava a visão tradicional de currículo, a 
partir da qual as relações de poder imperavam na constituição desse 
conceito. 
 
Questão 3 
De acordo com a teoria crítica, o currículo escolar reflete: 
a) Os conteúdos que serão cobrados nas avaliações externas e internas. 
b) As relações de ensino e aprendizagem existentes no cotidiano escolar. 
c) Os interesses das classes dominadas, seus costumes, sua cultura e as 
relações de poder. 
d) Os interesses das classes dominantes, seus costumes, sua cultura e as 
relações de poder. 
e) Os interesses das diferentes classes sociais representadas no espaço 
educacional. 
 
Questão 4 
Um dos saberes necessários ao educador é a reflexão crítica sobre sua prática 
no cotidiano de sala de aula. Afinal, a ação docente envolve: 
a) A avaliação sobre o fazer pedagógico de cada dia. 
b) A aplicação de uma teoria educacional na prática cotidiana. 
c) A preparação dos conteúdos a serem transmitidos na prática. 
d) O movimento dinâmico entre o fazer e o pensar sobre o fazer. 
e) O saber já adquirido pela prática a ser passado para os alunos. 
 
Questão 5 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 23 
(ENADE/INEP – Pedagogia – 2005) A implementação do Projeto Político-
Pedagógico é uma das condições para que se afirme a identidade da escola 
como espaço necessário à construção do conhecimento e da cidadania. Sabe-se 
que o currículo é parte integrante desse processo e deve contemplar a 
formação de identidade cultural. 
Nessa perspectiva, o currículo deverá ter como diretriz: 
a) Promover narrativas sobre o outro em uma ótica universalista. 
b) Valorizar o enfoque prescritivo e autorreferenciado do conhecimento. 
c) Organizar conteúdos, disciplinas, métodos, experiências e objetivos. 
d) Estabelecer pautas de conduta, visando à classificação de identidades. 
e) Privilegiar os processos de subjetivação coletiva e o saber sistematizado. 
 
Questão 6 
Em nossos estudos, foi possível compreender que o currículo não corresponde a 
um elemento neutro e inocente, mas está vinculado a uma história, a formas 
específicas de organização social e cultural para a transmissão de determinados 
valores e determinadas visões intencionais. 
Das perspectivas teóricas destacadas, aquela que desenvolveu, inicialmente, o 
conceito do currículo como um campo de disputa e tensões foi a teoria: 
a) Crítica 
b) Tecnicista 
c) Pós-crítica 
d) Tradicional 
e) Multicultural 
 
Questão 7 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 24 
Assinale a opção em que a sequência de palavras-chave se correlaciona com o 
conceito abordado na teoria em destaque: 
a) Classe social, poder, currículo – teoria tradicional 
b) Gênero, raça, multiculturalismo – teoria pós-crítica 
c) Desigualdade, discurso, objetividade – teoria crítica 
d) Identidade, subjetividade e reprodução – teoria pós-crítica 
e) Classes sociais, currículo oculto, multiculturalismo – teoria crítica 
 
Questão 8 
Um dos conceitos relacionados à teorização educacional crítica refere-se a uma 
forma de organização da sala de aula, com espaços intencionais que 
influenciam as relações e os comportamentos sociais. Estamos nos referindo à 
noção de: 
a) Currículo oculto 
b) Currículo oficial 
c) Currículo invisível 
d) Currículo extraclasse 
e) Proposta curricular nacional 
 
Questão 9 
São questões presentes nas teorias pós-críticas: 
a) As relações de gênero e a cognição. 
b) O multiculturalismo e a biodiversidade. 
c) As desigualdades raciais e as guerras civis. 
d) A crise hídrica mundial e as diferenças raciais. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 25 
e) As relações de gênero e as desigualdades sociais. 
 
Questão 10 
Através do currículo oculto – definição amplamente difundida entre os teóricos 
da educação –, aprendemos: 
a) Conhecimentos sistematizados de forma gradual. 
b) Atitudes, comportamentos, valores e orientações. 
c) Fatos e fenômenos da ciência e da atividade cotidiana. 
d) Conteúdos programáticos oriundos dos livros didáticos. 
e) Temas da atualidade e novidades das pesquisas sobre educação. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 26 
Currículo: Conjunto de disciplinas sobre determinado curso ou programa de 
ensino. Trajetória de um indivíduo para seu aperfeiçoamento profissional. 
Documento históricoque reflete expectativas, valores, tendências etc. de 
determinado grupo ou tempo. 
Fonte: MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Currículo 
(verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. 
São Paulo: Midiamix, 2002. 
 
Frederick Taylor: Engenheiro norte-americano que introduziu os princípios da 
Administração Científica e criou a base do desenvolvimento atual da Teoria 
Geral da Administração. 
Disponível em: http://goo.gl/dd7LFp. Acesso em: 27 nov. 2014. 
 
Jean Claude Passeron: Sociólogo francês que procurou promover a 
interdisciplinaridade entre as Ciências Sociais para fins de compreensão das 
dinâmicas culturais, o que contribuiu para o avanço das ciências 
contemporâneas. 
 
John Dewey: Filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a 
democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação 
emocional e intelectual das crianças. 
Fonte: FERRARI, M. John Dewey: o pensador que pôs a prática em foco. 
Revista Nova Escola, [s.d.]. 
 
John Franklin Bobbitt: Economista, cientista social e revolucionário socialista 
alemão, que defendia a ideia de que o capitalismo era o maior responsável 
pelas crises cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais. 
Disponível em:http://goo.gl/bkyA9s. Acesso em: 4 nov. 2014. 
 
Louis Althusser: Filósofo francês, um dos principais estudiosos do marxismo 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 27 
que ajudou consideravelmente na compreensão do papel da ideologia no 
processo educacional. Suas preocupações se voltavam para os fundamentos e 
métodos de investigação. 
 
Marxismo: Teoria social, política e econômica que, por sua amplitude, pode 
ser considerada uma concepção de mundo. O marxismo foi formulado a partir 
do materialismo moderno por Karl Marx (1818-1883) e seu colaborador 
Friedrich Engels (1820-1895). 
Foram eles que sistematizaram os diferentes aspectos – 
históricos, econômicos e sociais – das concepções de mundo chamadas de 
materialismo histórico e capitalismo. 
No centro da teoria marxista, encontra-se o trabalho que, para Marx, seria a 
expressão da vida humana, por meio da qual é alterada a relação do homem 
com a natureza. Enfim, através do trabalho, o homem transforma a si mesmo. 
Disponível em: http://goo.gl/frzOmI. Acesso em: 12 nov. 2014. 
 
Pierre Bourdieu: Sociólogo francês que detectou mecanismos de 
conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana – entre 
elas, o sistema educacional. 
Fonte: FERRARI, M. Pierre Bourdieu: o investigador da desigualdade. 
Revista Nova Escola, [s.d.]. 
 
Ralph Tyler: Educador norte-americano cujo pensamento tentava integrar as 
vertentes conceituais metodológicas de seu tempo, com base em uma 
dimensão liberal do currículo, baseada na racionalidade e na dedução. 
 
William Pinar: Educador americano considerado o pai da reconceitualização 
do campo do currículo, que defende a natureza humana como base crítica da 
educação. 
 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 28 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D, E 
Justificativa: O currículo representa muito mais do que um programa de 
estudos ou uma listagem de conteúdos. Trata-se de um conjunto de elementos 
implícitos e explícitos, sociais e históricos que influenciam as atitudes, os 
valores e os comportamentos do indivíduo. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: A teoria crítica faz assertivas reflexivas à influência dos interesses 
das classes dominantes no currículo escolar e destaca que a forma a partir da 
qual uma sociedade vive, sua cultura, sua história, seus costumes e o poder 
interferem diretamente no conteúdo curricular. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: De acordo com a teoria crítica, o currículo está baseado nas 
relações de poder que imperam no espaço escolar, o que se reflete nos 
conteúdos que reproduzem as desigualdades sociais dentro desse ambiente. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: A prática docente crítica envolve o movimento dinâmico e dialético 
entre o fazer e o pensar sobre o fazer. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: A noção de currículo contempla a convergência de culturas, de 
saberes, de conhecimentos escolares e as influências explícitas e implícitas no 
cotidiano acadêmico. 
 
Questão 6 - A 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 29 
Justificativa: Na teoria crítica, o currículo implica questões ideológicas e de 
poder. Trata-se de uma área contestada que acredita que só é possível 
transformar e compreender o processo de reprodução cultural e social do 
currículo através da análise crítica dos assuntos educacionais relacionados aos 
conflitos e às conexões entre currículo, ideologia e poder. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: As questões de gênero e de raça são trazidas à tona e 
questionadas pela perspectiva multicultural de currículo, a partir da ideia de que 
um parâmetro é instituído por meio de uma ideologia dominante. Dessa forma, 
o multiculturalismo tenta dar conta das múltiplas vozes que compõem a 
sociedade e que, na maioria das vezes, são abafadas pela visão hegemônica 
que domina os mecanismos de seleção do conhecimento curricular. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: O currículo oculto contribui, de forma implícita, para a formação de 
atitudes, de comportamentos, de valores e de orientações desejáveis. Essa 
noção compreende os elementos do ambiente escolar que não fazem parte do 
currículo oficial explícito da escola, mas que auxiliam aprendizagens sociais 
relevantes a determinados interesses. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: As relações de gênero e as desigualdades sociais não aparecem 
dentro do espaço escolar apenas nas relações de poder entre grupos 
dominantes, a partir de questões econômicas. Essas questões se apresentam 
nas diferenças raciais, de sexo e de gênero, quando são tomadas como valores 
dominantes – como, por exemplo, as superioridades masculina e branca. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: O currículo oculto refere-se a efeitos e a aspectos não explicitados 
no currículo oficial, que se refletem na experiência educacional de forma 
implícita, mas relevante para transmitir, através das relações sociais, valores, 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 30 
atitudes e orientações convenientes a determinados padrões de 
comportamento. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 31 
Vanessa Monteiro Ramos Gnisci é Mestre em Educação pela Faculdade de 
Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-
UERJ), Especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Federal 
Fluminense (UFF) e Graduada em Letras Português/Literaturas pelo Centro 
Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Tem experiência como docente nos 
Ensinos Fundamental e Médio. Atualmente, é técnica do setor de 
Implementação e Articulação de Formação Complementar na Secretaria 
Municipal de Educação de Nova Iguaçu e professora de Língua Portuguesa da 
rede estadual de educação do Rio de Janeiro. 
Currículo Lattes.

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