ESTADO E DEMOCRACIA

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ESTADO E DEMOCRACIA
APRESENTAÇÃO
Olá!
Não há Estado sem um correspondente regime de governo. Assim, a par�r do século XVIII,
difundiu-se o regime democrá�co. Assim, cumpre perquirir acerca da democracia, seu
conceito e suas espécies, bem como refle�r sobre as suas reais possibilidades de
concre�zação no Estado Contemporâneo. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a democracia em suas múl�plas facetas,
passando pela dimensão conceitual e histórica, conhecendo as diferenças entre democracias
direta, semidireta e representa�va, bem como vai perceber a crise na democracia atual.
Bons estudos.
Ao �nal desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar o que é democracia.
Diferenciar democracias direta, semidireta e representa�va.
Demonstrar a crise na democracia atual.
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DESAFIO
Na democracia semidireta, que é o modelo adotado no Brasil, avulta a par�cipação jurídica
do povo, já que, em casos específicos, se torna diretamente competente pela ordem
norma�va a estabelecer a tomada de decisão sobre certos assuntos.
Nesse cenário, relacione os casos abaixo descritos com os instrumentos de par�cipação da
democracia semidireta presentes no Direito brasileiro, apresentado a definição de cada um
deles.
1º Caso:
Após oito meses de campanha, o Ministério Público Federal brasileiro conseguiu reunir mais
de 2 milhões de assinaturas de cidadãos brasileiros em diferentes Estados-membros para a
elaboração de lei des�nada ao combate da corrupção. A proposta foi, então, apresentada em
29 de março de 2016 como Projeto de Lei nº 4.850/2016.
2º Caso:
Em 2003, foi aprovado pelo Poder Legisla�vo brasileiro o Estatuto do Desarmamento. Um
dos assuntos polêmicos da nova legislação era a proibição total de comercialização de armas
de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para algumas en�dades específicas
(art. 35). Em 2005, os eleitores brasileiros, então, foram provocados para se manifestar
sobre essa inovação legisla�va. A previsão acabou não entrando em vigor, já que a maioria
dos eleitores brasileiros optou por dizer não à pergunta formulada: o comércio de armas de
fogo e munição deve ser proibido no Brasil? O Estatuto do Desarmamento é a atual Lei nº
10.826/03.
INFOGRÁFICO
A força do pensamento democrá�co implicou na u�lização desse regime de governo na
grande maioria dos Estados do século XXI. Na atualidade, são raros os governos que não se
proclamem democrá�cos.
Confira o Infográfico.
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CONTEÚDO DO LIVRO
Como organização polí�ca, o Estado se apresenta por meio de variados regimes de governo
diferentes. Com efeito, o tema das formas de governo suscita polêmica desde a An�guidade.
Com o advento do Estado Moderno, entretanto, a ideia de democracia se sedimenta e
permite a afirmação de alguns valores fundamentais, como a noção de governo do povo e
que jaz na essência dessa expressão. A presença de um Estado Democrá�co na acepção
atual, porém, tem as suas raízes no século XVIII e não desconsidera as influências do
passado.
Leia o capítulo Estado e democracia, do livro Ciência Polí�ca e teoria geral do Estado, para
compreender os diferentes momentos da democracia na história.
Boa leitura.
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DICA DO PROFESSOR
A crise da democracia atual exige um estudo sobre o passo seguinte a ser dado. Se, antes, a
sociedade estava sa�sfeita com a mera representação, o pensamento polí�co mais
contemporâneo indica novas figuras para a inclusão do cidadão nas decisões do Estado.
Esse é o tema da Dica do Professor que você vai ver a seguir.
Assista.
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
EXERCÍCIOS
1) Sobre a democracia na An�guidade, assinale a alterna�va correta.
a) O Estado grego conheceu diversos pensadores que defenderam a democracia,
mas esta não foi experimentada na prá�ca.
b) Na concepção de Aristóteles, a dis�nção essencial entre as formas de governo diz
respeito à qualidade dos governantes. Além disso, para ele, a virtude polí�ca estaria
ao alcance de todos, inclusive artesãos e mercenários.
c) Na democracia ateniense, valorizava-se a liberdade de expressão, a igualdade
perante a lei e o livre-acesso às funções públicas.
d) O Estado grego foi caracterizado pelo conhecimento e pela aplicação do
pensamento democrá�co nas suas ins�tuições, com a cidadania conferida a todos os
integrantes da Cidade-Estado.
e) A importância da democracia se torna evidente após a crí�ca feita no discurso de
Péricles ao governo autoritário de Atenas, narrado por Tucídides.
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2) Sobre a democracia no Estado Moderno e no Estado Contemporâneo, assinale a
alterna�va correta.
a) A igualdade de direitos, com a proibição de tratamento diferenciado em razão de
classes ou mo�vos econômicos, pode ser considerada uma das caracterís�cas da
democracia do século XVIII.
b) A supremacia da vontade popular não é considerada uma caracterís�ca da
democracia do século XVIII, já que prevalecia os interesses do parlamento e dos
representantes eleitos.
c) A flexibilização da liberdade individual, com o reconhecimento da interferência do
Estado na esfera par�cular para a�ngir o bem comum, é mais uma �pica
caracterís�ca da democracia do século XVIII.
d) A Paz de Ves�ália, a Reforma Protestante e a Revolução Intelectual derivada do
Renascimento representam as principais situações concretas que contribuíram para
a ascensão do pensamento democrá�co.
e) A Declaração de Independência das treze colônias americanas, que viriam a se
tornar, no futuro, os Estados Unidos da América, influenciou o pensamento
democrá�co em razão do pensamento revolucionário e do reconhecimento de que
nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, salvo pela lei elaborada pelo
parlamento.
3) Sobre as espécies de democracia e seus instrumentos de concre�zação, assinale a
alterna�va correta.
a) O povo que tem força polí�ca para a tomada de decisão na democracia direta
equivale à totalidade dos representantes daquela sociedade polí�ca organizada,
como ocorre em algumas regiões da Suíça.
b) A efe�va e direta tomada de decisão em todas as questões polí�cas do Estado
caracteriza a democracia semidireta do Estado Contemporâneo.
c) A atuação do representante (em razão de ter sido democra�camente eleito) em
desarmonia com o programa par�dário não pode ser considerada uma crí�ca à
democracia.
d) A classe polí�ca e os par�dos polí�cos se apresentam como inevitável construção
presente na democracia indireta diante do seu caráter representa�vo e necessário à
tomada de decisão.
e) A democracia indireta prescinde da plena compreensão do povo sobre as opções
polí�cas existentes e as decisões que serão tomadas pelos representantes.
4) São instrumentos de democracia semidireta adotados no direito brasileiro:
a) veto popular, revogação e plebiscito.
b) revogação, plebiscito e referendo.
c) plebiscito, referendo e inicia�va popular.
d) inicia�va popular, revogação e veto popular.
e) referendo, inicia�va popular e revogação.
5) Acerca da crise democrá�ca e dos novos modelos de democra�zação do Estado, assinale
a alterna�va correta.
a) A crise da democracia não passa pelos par�dos polí�cos, que logram êxito em
reafirmar a sua importância diante da impossibilidade de tomada de decisão pelo
próprio povo.
b) Apesar da eficiência dos ins�tutos de par�cipação tradicionalmente
reconhecidos, novos instrumentos, como o orçamento par�cipa�vo, surgem para
qualificar a democracia semidireta.
c) A democracia par�cipa�va implica em uma ampliação do diálogo e da
par�cipação concreta, dispensando técnicas formais e reinserindo o povo em todos
os Poderes do Estado.
d) A presença de mecanismos de par�cipação, como a inicia�va popular e o
plebiscito, permi�ram o engajamento do povo no cenáriopolí�co, revitalizando a
democracia representa�va.
e) A concre�zação das promessas estatais pelo modelo democrá�co permi�u o
avanço para novas conquistas por meio da democracia par�cipa�va.
NA PRÁTICA
Confira um exemplo concreto de democracia direta nos dias atuais.
Direito de voto
Em 2007, a Landsgemeinde do Cantão de Glarus se reuniu para debater um relevante tema
polí�co. Durante um dia chuvoso de domingo, os eleitores se dirigiram à praça central da
cidade para encontrar os vizinhos e os amigos e cumprir a tradição secular de deliberar
sobre projetos de leis diversos, despesas públicas e outros temas cantonais. Discu�u-se se
os direitos polí�cos poderiam ser conferidos aos maiores de 16 anos. A questão sensível
implicaria na ampliação da base eleitoral e de representação, já que, na Suíça, os direitos
polí�cos são reconhecidos aos 18 anos de idade. Como é esperado de uma democracia,
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houve debate oral e discussões sobre a matéria em pauta. E, para o espanto da
comunidade, a votação foi favorável à redução da idade. Assim, o Cantão se tornou o
primeiro da Suíça a admi�r exercício dos direitos polí�cos para os indivíduos de 16 anos em
nível comunal e cantonal. A assembleia comunal, por outro lado, não tratou da capacidade
a�va, isto é, da possibilidade de jovens se tornarem polí�cos.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
As Nações Unidas e a questão democrá�ca hoje
Neste ar�go leia sobre um mapeamento das discussões patrocinadas pelas Nações Unidas
acerca da democracia e dos seus efeitos sobre o desenvolvimento humano. 
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
Democracia par�cipa�va: plebiscito, referendo e inicia�va popular
Este ar�go aprofunda temais tais como plebiscito, doutrina e direito comparado, inicia�va
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popular, regimento comum do Congresso Nacional, entre outros.
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
O papel do processo na construção da democracia
Leia o texto de Darci Guimarães Ribeiro e Felipe Scalabrin, que aborda o papel do processo
na construção da democracia
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
Quais são os direitos das minorias?
Conheça mais sobre este assunto com Gilberto Rodrigues, neste vídeo criado pela Casa do
Saber.
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!