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ANÁLISE DE 
RISCOS
Tatiane Antonovz
Tipos de riscos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o risco econômico. 
 � Discutir o conceito de risco financeiro.
 � Descrever alguns dos principais tipos de risco.
Introdução
Os investidores, os investimentos e o mercado financeiro, como um 
todo, sofrem influências de diversos tipos de risco. Os riscos podem 
ocorrer de forma isolada ou combinada com outros que influen-
ciarão o retorno e outras condições do investimento e as decisões de 
aplicação em relação aos ativos. Fatores como economia, política, 
ética, entre outros, podem influenciar de maneira decisiva o compor-
tamento desses ativos. 
Neste capítulo, você conhecerá os conceitos de risco econômico e 
financeiro, além de alguns dos principais tipos de risco que afetam o 
mercado financeiro em geral.
Riscos econômicos
Partindo do pressuposto de que o risco de um investimento está intimamente 
relacionado ao seu retorno esperado, assume-se que, quanto maior for a taxa 
de juro, maior será o risco envolvido nesse determinado investimento. 
Esta já é uma regra implícita do mercado financeiro, e, por conta dela, 
os investidores que procuram por investimentos com retornos mais altos já 
sabem que terão, em contrapartida, mais incertezas em relação ao seu dinheiro 
investido. Mas de onde vem essa questão do risco? Essas incertezas estariam 
atreladas a quê? 
Sobre as fontes de risco, podem ser diversas, afetar os investimentos e 
aumentar os riscos oferecidos aos investidores e também os rendimentos que 
terão em relação ao valor aplicado. As fontes de risco podem ser derivadas 
de um tipo específico de risco ou de uma combinação deles. Assim, um 
investidor deverá levar em conta os diversos tipos de risco que fazem parte 
do mercado financeiro na hora de escolher um investimento, além, é claro, de 
outras diversas questões relacionadas ao mercado, política ou outras situações 
que podem impactar o valor dos ativos.
Nesse contexto, os riscos aos quais os investimentos e também empresas 
estão sujeitos podem ser divididos em dois grandes grupos, que são o risco 
econômico e o risco financeiro. 
O risco econômico, muitas vezes também denominado risco do negócio, 
conforme afirmam Gitman e Joehnk (2005), consiste no grau de incerteza 
associado aos rendimentos de um investimento e à capacidade desse in-
vestimento de pagar os seus retornos prometidos ou esperados. Entre estes 
estariam os juros, valor principal e também os dividendos que seriam devidos 
aos investidores. 
Quando o risco do negócio se concretiza, os empresários tendem a receber retornos 
menores (ou até mesmo nenhum retorno), ou, ainda, detentores de dívida da empresa 
podem também não receber os valores devidos caso a empresa não tenha um bom 
despenho, ou devido às especificações legais de distribuição ou preferência na ordem 
do lucro.
Segundo Gitman e Joehnk (2005), boa parte do risco do negócio está 
intimamente relacionada com a atividade principal de um dado instrumento 
financeiro. Em outras palavras, é verdadeiro afirmar que, por exemplo, o 
risco de um negócio de ações de serviços públicos é totalmente diferente do 
risco de negócio apresentado por empresas têxteis ou ainda de tecnologia. 
Empresas que atuam em setores similares têm riscos econômicos similares, 
mesmo que sejam geridas por pessoas diferentes e atuem em mercados 
diferentes, porém, a atividade é que determinará a questão do risco, ou 
seja, o negócio.
Esse tipo de risco possui associação direta com as circunstâncias ou even-
tualidades que afetam o resultado da exploração da atividade da empresa e 
não a permitem garantir a sua estabilidade de resultados. 
Tipos de riscos2
O risco econômico é assim classificado porque deriva da instabilidade 
corrente, ocorrida antes da função financeira. Está associado à adequação de 
recursos à atividade da empresa, a questões técnicas, comerciais e a outros 
instrumentos ligados à produção e distribuição. 
Riscos financeiros
O risco financeiro, conforme comentam Gitman e Joehnk (2005), é aquele 
ligado ao grau de incerteza do pagamento atribuível à composição de passivo 
e patrimônio líquido que é usada para financiar um negócio. Com isso, quanto 
maior for a proporção de dívida utilizada para o financiamento de uma empresa, 
maior será o seu risco financeiro relacionado. O risco financeiro é um conceito 
bastante amplo e envolve outras questões relacionadas à incerteza e a eventos 
futuros. Assim, o risco financeiro subdivide-se em diversas categorias, dentre 
as quais cabe destacar o risco de mercado e o risco de crédito.
O risco de mercado está diretamente associado à probabilidade de 
perdas em oscilações em preços e cotações. De forma mais detalhada, esse 
risco pode ser entendido como uma medida das perdas potenciais de um 
fundo de investimentos decorrentes de mudanças inesperadas como taxas 
de câmbio, juro, preços de ações, commodities, entre outros (DUARTE 
JÚNIOR, 2005).
Exemplo de risco de mercado associado a terceiros, segundo Duarte Júnior (2005), 
pode ser entendido por um fundo de renda fixa totalmente investido em debêntures. 
Debêntures são títulos de dívida cujo investimento é feito em uma determinada em-
presa na forma de empréstimo sem que esta seja um banco ou instituição financeira. 
O risco de mercado pode ser compreendido quando ocorrem perdas substanciais na 
taxa de juro ligada a esse fundo de investimentos.
Para Duarte Júnior (2005), o risco de mercado pode ser dividido em subáreas 
conforme o quadro a seguir:
3Tipos de riscos
Fonte: Adaptado de Duarte Júnior (2005).
Risco Definição
Taxas de 
câmbio
Perdas potenciais de um fundo de investimento relacionadas 
com perdas inesperadas na taxa de câmbio. Quando 
ocorrem desvalorizações muito grandes do dólar frente 
à moeda nacional, é preciso buscar alternativas para que 
o investidor consiga compensar tais perdas cambiais. Já 
quando ocorre a desvalorização da moeda nacional, é comum 
que exista uma fuga de capitais, mas, como no Brasil, para 
investidores nacionais a saída desses recursos é burocrática, 
a maior saída de investimentos será de estrangeiros. 
Ações Perdas potenciais em um fundo de investimentos devido 
a mudanças inesperadas nos preços das ações. As ações 
têm uma variação muito grande, pois o seu valor depende 
de diversos fatores. Portanto, fundos atrelados a valores 
de ações costumam ter uma variação bastante alta. 
Commodities Prováveis perdas relacionadas com um fundo de investimentos 
devido a possíveis alterações inesperadas no preço das 
commodities. Commodities são produtos de baixo valor 
agregado ou pouco diferenciados, seguem um determinado 
preço padrão e têm negociação em bolsa internacional. Seu valor 
possui variação relacionada com oferta e demanda do mercado. 
Derivativos Perdas potenciais que um fundo de investimento pode sofrer 
devido ao uso de investimentos para hedge ou especulação. A 
estratégia de hedge é utilizada dentro do mercado financeiro 
com o objetivo de minimizar o risco de outros tipos de ativos 
como commodities, moedas ou ações. Podem ser operações de 
contratos futuros, opções ou termos que procuram mitigar os 
riscos desses ativos que sofrem grandes variações no mercado.
Concentração A concentração é um tipo de risco bastante específico 
relacionado à não diversificação dos investimentos 
de um determinado fundo. Ocorre quando todos 
os ativos são de um mesmo tipo, por exemplo.
Quadro 1. Subáreas do risco de mercado.
O risco de crédito pode ser definido como uma medida de perdas potenciais 
de um fundo de investimentos decorrente de uma obrigação não honrada ou 
ainda da incapacidade de uma contraparte em honrar os seus compromissos, 
resultando, assim, em uma provável perda financeira (DUARTE JÚNIOR, 2005).
Tipos de riscos4
Assim, esse tipo de risco está relacionado à possibilidade de, em um con-
trato, uma das partes não conseguir honrar seus compromissos e não cumprir 
com obrigaçõesassumidas, deixando, desse modo, de realizar os pagamentos 
devidos nas datas acordadas para o vencimento da respectiva obrigação. A 
outra parte, por sua vez, pode estar contando com o ingresso daquele recurso 
como cobertura para outros compromissos e, sem que tal pagamento seja 
realizado, fica exposta às consequências do desencaixe provocado. 
Tipos de risco
Como o ambiente de risco é bastante complexo, é preciso considerar que os 
riscos podem ser bastante diversificados e, dependendo da época, podem variar 
consideravelmente. Além disso, como já mencionado, os riscos podem operar de 
forma conjunta, provocando o surgimento de diferentes tipos de risco, que pro-
movem condições ainda mais incertas. Assim, se um país enfrenta uma situação 
desafiadora do ponto de vista econômico, por exemplo, diversos tipos de risco 
podem surgir em relação aos investimentos, alguns dos quais veremos a seguir.
Risco do poder de compra 
Esse risco, conforme apontam Gitman e Joehnk (2005), possui ligação íntima 
como a inflação ou, em alguns casos, com a deflação, e afeta de forma adversa 
os retornos dos investimentos. Assim, caso os preços estejam em alta, esse 
risco é configurado pela probabilidade de a inflação reduzir o poder de compra 
em algumas situações no mercado. 
A relação entre o risco do poder de compra e a inflação é bastante significativa, 
tanto que é, muitas vezes, também denominado risco de inflação – o que é muito 
apropriado, pois a variabilidade no poder de compra é um impacto da inflação.
Por exemplo, no caso de commodities, em um determinado ano, pode ser possível 
comprar três quilos de café com um dólar e, no ano seguinte, esse mesmo dólar pode 
ser capaz de comprar apenas um quilo de café. Isso quer dizer que o poder de compra 
(real) diminuiu. Caso houvesse uma diminuição do preço, ou seja, uma deflação, o 
poder de compra (real) da moeda teria aumentado. 
5Tipos de riscos
Gitman e Joehnk (2005) afirmam que investimentos cujos valores se alte-
ram com os níveis gerais de preços têm um baixo poder de compra e acabam 
sendo os mais lucrativos durante um período de preços em alta. Por exemplo, 
é possível citar os investimentos em títulos pós-fixados indexados com base 
na inflação ou na taxa Selic. 
Em contrapartida, aqueles investimentos que possuem retornos fixos aca-
bam tendo um alto risco de poder de compra, porém, são mais lucrativos durante 
períodos de baixa inflação ou quedas de preço. Pode-se exemplificá-los com 
títulos prefixados do Tesouro Direto.
Risco da taxa de juro
Outro tipo de risco que afeta os investimentos e tem impacto direto na questão 
do risco é a questão da taxa de juro. Gitman e Joehnk (2005) revelam que esse 
tipo de risco tem um maior impacto no caso de aplicações que oferecem aos 
compradores um retorno periódico fixo.
O risco da taxa de juro e as mudanças que envolvem essa taxa no Brasil, 
representada pela Selic, estão relacionados com a probabilidade de alterações 
adversas dessas taxas mudarem o valor do título. A própria mudança na taxa 
de juro, que ocorre no Brasil de maneira periódica, acaba alterando a oferta 
e a demanda por dinheiro e logo altera os investimentos.
A taxa Selic, segundo o Banco Central do Brasil (Bacen), é uma taxa média ajustada 
dos financiamentos diários apurados pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia 
(Selic) para títulos federais. Para o seu cálculo, são considerados os financiamentos 
diários relativos às operações registradas e liquidadas no próprio Selic e em outros 
sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e 
liquidação (art. 1° da Circular n°. 2.900, de 24 de junho de 1999, com a alteração 
introduzida pelo art. 1° da Circular n°. 3.119, de 18 de abril de 2002) (BANCO CENTRAL 
DO BRASIL, c2018).
No ano de 2017, por exemplo, as variações das taxas fixadas após as reuniões 
do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) se comportaram da seguinte forma:
Tipos de riscos6
Fonte: Adaptada de Banco Central do Brasil (2017).
Reunião
Período de 
vigência
Meta Selic 
% a.a.
Taxa Selic
nº Data %  % a.a.
210ª 25/10/2017 26/10/2017 – 
06/12/2017
7,50 0,80 7,40
209ª 06/09/2017 07/09/2017 – 
25/10/2017
8,25 1,03 8,15
208ª 26/07/2017 27/07/2017 – 
06/09/2017
9,25 1,05 9,15
207ª 31/05/2017 01/06/2017 – 
26/07/2017
10,25 1,51 10,15
206ª 12/04/2017 13/04/2017 – 
31/05/2017
11,25 1,35 11,15
205ª 22/02/2017 23/02/2017 – 
12/04/2017
12,25 1,51 12,15
204ª 11/01/2017 12/01/2017 – 
22/02/2017
13 1,45 12,90
203ª 30/11/2016 01/12/2016 – 
11/01/2017
13,75 1,53 13,65
Tabela 2. Taxa Selic (2017).
Como é possível observar, há uma variação bastante substancial do valor 
dessa taxa de juro. Assim, acompanhando essa variação, Gitman e Joehnk 
(2005) afirmam que os preços dos títulos flutuam. 
Quando os juros sobem, por exemplo, os investimentos que são atrelados 
à taxa Selic, como títulos do Tesouro Direto pós-fixados, que são os títulos 
denominados Tesouro Selic, passam a ser mais interessantes para o investidor.
Já quando os juros baixam, as quedas na taxa Selic, em tese, beneficiam a 
bolsa e prejudicam investimentos do tipo renda fixa. Porém, isso não acontece 
de forma tão simples. E por quê? Assim como em outras questões abrangendo 
risco e retorno, nesse contexto, existem outros fatores envolvidos que com-
plicam um pouco o raciocínio.
Gitman e Joehnk (2005) afirmam que alguns títulos públicos, por exemplo, 
acabam não sendo prejudicados pela queda da taxa Selic. No Brasil, um 
7Tipos de riscos
exemplo são os títulos do Tesouro Direto do tipo prefixados que acabam, 
até mesmo, subindo no curto prazo enquanto as taxas de juro caem. E como 
isso ocorre?
O impacto financeiro ocorre antes da baixa efetiva da taxa de juro. Antes 
mesmo do anúncio, o mercado já acompanha os rumores de que isso aconte-
cerá e faz o valor dos títulos sofrer valorizações, beneficiando investimentos 
prefixados. Além disso, esses tipos de títulos, que apresentam garantias por se 
tratarem de dívidas do governo, acabam tendo uma maior procura no mercado, 
justamente por ofertar um menor risco se comparados com ações ou outros 
títulos disponíveis, o que os permite ter uma menor oscilação, garantindo a 
eles uma menor exposição ao risco da taxa de juros.
Para Gitman e Joehnk (2005), a maioria dos instrumentos financeiros está 
sujeita à taxa de juro. Porém, os títulos de renda fixa são os mais afetados pelos 
movimentos de alta e baixa das taxas de juro, justamente porque afetam outros 
tipos de instrumentos financeiros de longo prazo, como ações ordinárias e 
fundos mútuos. Assim, quanto mais alta for uma taxa de juro, mais baixo será 
o valor de um instrumento de um investimento e vice-versa.
Risco de liquidez 
Esse tipo de risco possui relação com a incapacidade de liquidação de um 
investimento conveniente a um preço razoável. O risco de liquidez ocorre 
com maior frequência em mercados limitados, ou seja, aqueles em que a 
oferta e a demanda são pequenas, o que pode gerar menos liquidez do que 
em mercados amplos. 
Gitman e Joehnk (2005) exemplificam que, para evitar o risco de liquidez, 
seria possível vender um determinando investimento cortando de forma sig-
nificativa o seu preço. Porém, isso afetaria uma das suas características, que 
é a manutenção do preço razoável. Assim, um ativo adquirido por $ 1.000,00 
não pode ser entendido como líquido se vendido, mesmo com facilidade, por 
$ 500,00. 
Instrumentos de ações e títulos negociados na Ibovespa e outras importantes 
bolsas do mundo têm liquidez, já que possuem facilidade em sua negociação, 
enquanto outros pertencentes a pequenas empresas ou ainda relacionados a 
um setor em declínio, não (GITMAN; JOEHNK, 2005).
Tipos de riscos8
Risco moral
Os investimentos, investidores e todo o mercado financeiro estão sujeitos a 
um outro tipo de risco bastante difícil de ser definido, que é conhecido como 
risco moral. 
Um exemplo desse tipo de risco e da dificuldade de se mensurar e compreen-
der os seus efeitos ocorreu em2009 no Brasil, quando o Conselho Monetário 
Nacional (CMN) passou a assegurar depósitos por meio do Fundo Garantidor 
de Crédito (FGC) de até R$ 20 milhões por CNPJ para Depósitos a Prazo com 
Garantia Especial (DPGE). Essa situação é diferente das garantias oferecidas 
a pessoas físicas. 
Essa decisão foi tomada para dar mais tranquilidade aos investidores 
e permitiu que os pequenos bancos fossem beneficiados, auxiliando-os a 
buscar uma maior liquidez com a captação de mais recursos no mercado, pois 
garantiria maior confiança por parte dos investidores frente à comparação 
com instituições de maior porte.
Porém, é aí que surge o risco moral, já que essas instituições recebem as 
garantias, mas podem não respeitar as regras. Ocorre que muitas delas acabam 
utilizando o dinheiro de seus clientes em aplicações e outros tipos de negócios 
e, por vezes, quebram e não conseguem garantir, apesar das condições impostas 
pelo governo, das quantias mínimas impostas aos poupadores, repassando o 
problema para o governo.
Santana e Oreiro (2017) definem que o risco moral diz respeito a uma 
situação em que o agente (que no caso é a instituição financeira) toma a decisão 
de assumir determinado risco, mas as perdas associadas a esse risco acabam 
recaindo sobre outro agente, no caso, o próprio governo.
Esse exemplo pode ser entendido pela contratação do seguro de um carro. 
Quando alguém faz o seguro de um veículo, passa a ser menos cuidadoso, 
transferindo a eventual responsabilidade sob o roubo do veículo para a segu-
radora do carro.
No caso das instituições financeiras e das garantias ofertadas pelo governo, 
pode ocorrer que as instituições, ao captarem os recursos com depósitos que 
protegem os investidores do risco do crédito, acabam pagando pelos recursos 
um valor próximo ao dos juros livres de risco. Porém, a instituição financeira 
aplica esses recursos em outras aplicações mais arriscadas, capazes de gerar 
ganhos em relação à taxa de juro. Entretanto, nessa situação, os depositantes 
não têm qualquer ganho em relação às operações ativas do banco, pois as 
operações de captação continuam próximas de uma taxa livre de risco. 
9Tipos de riscos
Caso não houvesse a garantia oferecida pelo governo, os credores fica-
riam atentos ao perfil de risco do banco, dado pelas suas operações ativas, e 
exigiriam uma remuneração de acordo com esse perfil, e isso acabariam por 
limitar o seu apetite pelo risco. 
Assim, se a instituição não tem o seguro por parte do governo e ainda assim 
se arrisca em suas operações, maior será o custo para financiar essas operações, 
e isso tende a minimizar ou até a eliminar os seus ganhos relacionados a esses 
riscos (SANTANA; OREIRO, 2017). 
Nos Estados Unidos, esse risco também ficou muito evidente quando, 
em 2008, após a quebra do Banco Lehman Brothers, as grandes instituições 
financeiras do país foram socorridas pelo governo americano. Para isso, foi 
criado um programa de alívio de ativos problemáticos que visou dar cobertura 
para essas instituições utilizando, até mesmo, títulos do governo. 
Esse programa fez parte de um projeto de um valor total de 700 bilhões de 
dólares para salvar a economia americana, fragilizada depois da crise. Porém, 
mesmo apesar dos problemas anteriores, da ajuda dada pelo governo e pelos 
incontáveis problemas gerados pelas instituições, elas continuaram e continuam 
realizando empréstimos de alto risco com juros altos e sem aumento da oferta 
de crédito, caracterizando, uma vez mais, o risco moral. 
Gitman e Joehnk (2005) citam que o risco moral existe também em 
organizações, logo o investimento em suas ações também pode ser compro-
metido por esse tipo de risco. Ele pode ser originado de práticas antiéticas, 
por parte de gestores e funcionários, como o superfaturamento de despesas 
e manipulação de demonstrações financeiras. A maior justificativa utilizada 
é que a prática da “contabilidade criativa”, como também é conhecida, é 
utilizada para causar boa impressão nos analistas de mercado que avaliam 
essas empresas.
O risco moral pode ser minimizado, segundo Gitman e Joehnk (2005), 
em um primeiro momento, com a conscientização, por meio de códigos de 
ética que estabelecem, nas organizações, o que é certo e o que é errado. Nesse 
contexto, algumas empresas estabelecem um instrumento chamado código de 
conduta, com mais ênfase nas melhores práticas de mercado.
Outras formas de evitar, mitigar e enfatizar a questão do risco moral nas 
organizações é aplicar testes de ética na contratação de novos colaborado-
res, treinamentos na área de ética de seus gerentes de nível intermediário 
e proteção a funcionários que façam denúncias por questionamentos éti-
cos. Adicionalmente, algumas organizações estabelecem diretorias éticas 
e consideram a ética de seus gestores dentro da questão da avaliação de seu 
desempenho.
Tipos de riscos10
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Histórico das taxas de juros. Brasília, DF, 2017. Disponível 
em: <http://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp>. Acesso em: 11 nov. 2017. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Taxa Selic: definição. Brasília, DF, c2018. Disponível 
em: <http://www.bcb.gov.br/htms/selic/conceito_taxaselic.asp?idpai=SELICTAXA>. 
Acesso em: 11 nov. 2017. 
DUARTE JÚNIOR, A. M. Gestão de riscos para fundos de investimentos. São Paulo: Prentice 
Hall Brasil, 2005. 
GITMAN, L. J.; JOEHNK, M. D. Princípios de investimentos. São Paulo: Addison Wesley, 
2005.
SANTANA, R. M.; OREIRO, J. L. O depósito a prazo com garantia especial e o risco moral 
nos bancos brasileiros: uma análise empírica com dados de painel. Revista Práticas de 
Administração Pública, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 42-73, 2017. 
11Tipos de riscos
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