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Antipsiquiatria e Mudanças Sociais

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Antipsiquiatria: Quais relevâncias Sociais
A loucura se institui como produção social e principalmente como produto da ciência psiquiátrica com Pinel. Em seu nascimento, a psiquiatria vê no louco um ser socialmente incapaz, e junto com a justiça o destitui de sua humanidade.
Os transtornos mentais são, nesse período, catalogados, e diferenciados, enquanto que o paciente mental é institucionalizado e mantido em manicômios sobre o tratamento moral proposto por Pinel. Essa prática perdura por no mínimo dois séculos, quando a humanidade levada pelos princípios de igualdade, liberdade e fraternidade herdados da Revolução Francesa, pelos resquícios da Segunda Grande Guerra, e pela vergonha dos experimentos nazistas, começa a repensar sua práxis, e modo de ver a loucura.
Esse movimento sociocultural atingiu proporções globais e inspirou mudanças em vários setores das organizações sociais, inclusive nas ciências e no modo em como se fazer ciência. No campo da psiquiatria esse movimento deu vazão ao surgimento do Aconselhamento Psicológico, e das escolas filosóficas do Existencialismo e da Fenomenologia.
A psiquiatria sofre então uma mudança em estrutural: nascem as Comunidades Terapêuticas na Inglaterra, um modo de superação do hospital psiquiátrico, dando uma ênfase nas relações comunitárias que se instauravam no seio dos grandes sítios, e nas atividades de campo (trabalho), que tinham cunho terapêutico, e função de recuperação dos pacientes.
Inspiradas pelas Comunidades Terapêuticas, mas ainda com a visão institucionalista dos hospitais psiquiátricos, surge na França (1950) a Psicoterapia Institucional e a Psiquiatria de Setor, ambas tinham como objetivo promover a recuperação da função terapêutica da Psiquiatria.
Paralela a esse movimento, na década de 1960, surge nos EUA a Psiquiatria Comunitária, propondo uma mudança na forma como ver a doença mental, numa tentativa de aproximar a psiquiatria da Saúde Pública, a Psiquiatria Comunitária inova ao propor a prevenção da doença mental.
Até aqui, nenhum movimento, criticava a Psiquiatria em si, apenas propunha(m) novo(s) modo(s) de tratamento. Com o nascimento da Antipsiquiatria na Inglaterra, é que se dá o primeiro movimento mais eficaz no combate à prática psiquiátrica. A Antipsiquiatria vem como uma crítica à estrutura social conservadora daquele século.
Segundo o movimento da Antipsiquiatria, a loucura não existe! É uma produção social: a sociedade promove a loucura, e numa tentativa de se livrar de sua culpa tenta tratá-la, enquadrá-la. Esse movimento sociocultural atingiu proporções globais e inspirou mudanças em vários setores das organizações sociais, inclusive nas ciências e no modo em como se fazer ciência. No campo da psiquiatria esse movimento deu vazão ao surgimento do Aconselhamento Psicológico, e das escolas filosóficas do Existencialismo e da Fenomenologia.
 O movimento seguinte, contrário à Antipsiquiatria, não nega a existência da doença mental, do contrário, e propõe um novo modo de olhar para o fenômeno da loucura. A Psiquiatria Democrática, nascida na Itália no final da década de 1960 e inicio da década de 1970, provoca uma mudança epistemológica e metodológica entre o saber e a prática psiquiátrica. Agora, a loucura não se restringe ao paciente e ao médico, mas, para além da psiquiatria, ela engloba o sujeito, sua família, à comunidade e os demais setores sociais.
A psiquiatria Democrática vê no hospital psiquiátrico um meio de segregação e institucionalização da loucura e do paciente psiquiátrico, contrapondo a isso, ela busca um novo olhar sobre o sujeito, partindo de sua individualidade e necessidades particulares, visando um trabalho de reinserção social do paciente psiquiátrico, rompendo com a lógica hospitalocêntrica. Para Franco Basaglia, precursor do movimento na Itália, a psiquiatria Democrática não nega a doença mental, mas muda o foco, da doença para o sujeito, provocando na sociedade um novo modo perceber a loucura

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