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Curso de Constelação Familiar Sistêmica

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Curso Constelação Familiar Sistêmica 
 
 
Olá! Seja bem vindo (a) ao curso de Constelação Familiar 
Sistêmica. 
 
Este curso é dirigido a todos os interessados e aprendizes que 
buscam informação sobre o trabalho com as constelações 
familiares. Ao mesmo tempo, reproduz o que se pode dizer até 
agora, a partir da prática das constelações, sobre a nossa vida 
nas relações familiares. 
 
A incorporação de novos recursos terapêuticos pode contribuir 
para a ampliação da eficácia das terapias corporais. As 
constelações sistêmicas são uma abordagem terapêutica 
desenvolvida por Bert Hellinger que, por sua característica 
essencialmente vivencial e fortemente referenciada em 
sensações corporais, pode ser empregada em associação ou 
complementação á abordagem das psicoterapias corporais. 
 
Este curso busca através de um profundo conhecimento 
teórico, vídeos e técnicas explicativas, preparar o aluno a 
aprofundar seu conhecimento sobre constelações familiares 
sistêmicas. 
 
Bom curso! 
 
 
 
 
 
 
 
Caro (a) aluno (a), neste primeiro módulo você entrará 
em contato com a teoria da Constelação Familiar 
Sistêmica, ou seja, conhecerá sua origem, seu criador, 
em que a prática da constelação familiar se fundamenta 
e seus princípios norteadores. 
 
Atenção, leia tudo atentamente e só avance seu estudo 
se estiver dominado a leitura anterior. Não tenha 
pressa! 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 1- Conceitos 
básicos 
 
Caro (a) aluno (a), neste primeiro módulo você entrará 
em contato com a teoria da Constelação Familiar 
Sistêmica, ou seja, conhecerá sua origem, seu criador, 
em que a prática da constelação familiar se fundamenta 
e seus princípios norteadores. 
 
Atenção, leia tudo atentamente e só avance seu estudo 
se estiver dominado a leitura anterior. Não tenha 
pressa! 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
Embora a Constelação familiar sistêmica seja uma 
técnica muito difundida pela Europa, é uma técnica 
pouco conhecida no Brasil. Como veremos a nos 
aprofundar no decorrer do curso, esta teoria, visa 
solucionar problemas no âmbito familiar, dos 
relacionamentos de casais, doenças e negócios, na 
medida em que se coloca o problema num contexto 
sistêmico, ou seja, dentro do contexto familiar e de 
relacionamento do cliente. 
 
 
O método das constelações familiares segundo Bert 
Hellinger teve um grande desenvolvimento desde o seu 
início. Num tempo surpreendentemente curto ele atingiu 
um grande número de pessoas, que esperam 
conseguir, com a ajuda desse método e de sua visão 
dos contextos anímicos, uma solução para os seus 
problemas. Muitos psicoterapeutas e aconselhadores, 
em numerosos campos de trabalho social e psicológico, 
e com as mais diversas formações, oferecem 
atualmente constelações em grupos (ideia original deste 
trabalho) ou em sessões individuais, que geralmente é 
destinado para pessoas que não gostariam de colocar 
seu tema no grupo, um caminho para a abordagem do 
seu problema. 
 
 
No Grupo: O cliente ou constelado traz para o 
constelador, facilitador ou ajudante (como é 
denominado no meio) o seu problema de uma forma 
bem simples e concreta, num geral em uma frase. 
Desse tema, ou problema, o constelador define com 
quantas pessoas a constelação iniciará e assim, pede 
ao constelado que escolha dentre os participantes do 
grupo quantas pessoas forem necessárias e o cliente 
posiciona assim essas pessoas umas em relação às 
outras dentro do "campo" da constelação. E depois 
disso, apenas se senta e observa. Dos movimentos dos 
participantes, inicia-se a montagem da constelação até 
o ponto que não falte nenhum membro do sistema 
familiar ou que de um momento para outro apareça o 
fato decisivo que se necessite para a solução do 
problema apresentado. Bert Hellinger ressalta que junto 
com o problema, o cliente traz com ele a solução, e só 
dessa forma o constelador pode, com todo o respeito e 
humildade, encontrar a ordem que estava quebrada 
naquele sistema. 
 
No atendimento Individual: São utilizados bonecos ou 
superfícies de projeção e os mesmos são posicionados 
uns em relação aos outros da mesma forma que no 
grupo. São também utilizadas frases de reconhecimento 
dos fatos ocorridos. Muitas vezes chamadas de 
Injunções e Contra-Injunções (Quebra Encanto!) 
 
 
Thais Almeida
Realce
Bert Hellinger 
 
Como já foi dito, a Constelação familiar é um trabalho 
filosófico e terapêutico desenvolvido pelo pedagogo 
alemão Bert Hellinger. Considerado um dos 
psicoterapeutas contemporâneos mais inovadores em 
trabalhos com indivíduos, casais e família. 
 
Bert Hellinger nasceu em 1925, estudou filosofia, 
teologia e pedagogia. Sua formação religiosa levou-o a 
ingressar em uma ordem religiosa católica. Mais tarde, 
trabalhou como missionário na África do Sul. No início 
dos anos 70, deixou a ordem católica dedicando-se 
então a psicoterapia. 
 
Inicialmente, a própria pessoa de Bert Hellinger nos 
fascina. Muitos experimentaram pessoalmente a sua 
ajuda em suas necessidades. Vivenciam nele força e 
sabedoria, uma profunda sensibilidade para as 
dinâmicas e leis dos relacionamentos, bem como para 
os efeitos anímicos da ação, seu desassombro na 
investigação dos destinos humanos e sua coragem em 
expor-se, com as possibilidades e os limites de sua 
atuação. 
 
Todavia, a atuação da pessoa de Bert Hellinger não 
basta para se explicar a rápida difusão das 
constelações familiares. O que nos foi proporcionado 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
através de sua pessoa e de seu trabalho revelou-se 
imediatamente como verdadeiro e útil, pela experiência 
interior, a muitas pessoas, tanto a clientes em suas 
necessidades quanto a terapeutas em seu trabalho. 
 
O trabalho de uma linhagem de filósofos e terapeutas 
influenciou e motivou Bert Hellinger a avançar nas suas 
percepções e insights acerca de forças misteriosas que 
ligam grupos de seres humanos. 
 
Esta linhagem inclui Edmund Hursserl, o pai da 
fenomenologia, Levy Moreno, criador do psicodrama, 
Virginia Satir, que desenvolveu as esculturas familiares, 
percussora das Constelações sistêmicas e o biológo 
britânico Rupert Sheldrake, formulador da teoria da 
evolução dos campos “morfogenéticos”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thais Almeida
Realce
Como surge a constelação 
sistêmica 
 
Em primeiro lugar, a teoria sistêmica desenvolvida pelos 
terapeutas familiares no fim da segunda metade do 
século XX e que fornece a base teórica para entender 
as dinâmicas que emergem nas constelações. 
 
Ela reconhece que todos os elementos dentro de um 
sistema, como os membros de uma família são 
interdependentes e interativos. 
 
Cada indivíduos tem papéis específicos e desenvolve o 
seu próprio modo de relacionamento de cada um dos 
outros indivíduos. Isto torna-se muito claro através 
desta frase simples: “os pais são os pais e as crianças 
são crianças”. 
 
O segundo aspecto é a técnica que consiste em usar 
representantes, primeiro para representar os membros 
da família e mais tarde para representar elementos de 
sistemas maiores e inclusivamente conceitos a exemplo 
do psicodrama de Levy Moreno, que foi desenvolvido 
nas décadas de 1920 e 1930. 
 
A conjugação destes dois primeiros aspectos foi 
inicialmente utilizada por Virgínia Sartir na década de 
1960 através do processo de esculturas familiares. Esta 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
representação tridimensional das dinâmicas familiares 
demonstrou ser muito poderosa para descobrir e 
clarificar dinâmicas ocultas do sistema. 
 
A fenomenologia é o terceiro aspecto. Em termos 
gerais, trata-se de uma técnica que reconhece o que é 
sem opiniões preconcebidas e pré-julgadas. 
 
Bert Hellinger foi o responsável da introdução deste 
terceiro aspectocriando um novo método composto 
pelos três. A agregação da fenomenologia deu-nos uma 
forma de perceber, com maior profundidade, as 
dinâmicas sistêmicas, permitindo o aparecimento de 
imagens interiores surpreendentes. 
 
 
O que é Constelação 
sistêmica? 
 
É um método que trás a luz os sistemas familiares e 
seus emaranhamentos, que podem ser causadores de 
muitas doenças, dificuldades, fracassos, depressões, 
etc. , na vida das pessoas. 
 
 
Quando membros de uma geração de família deixam 
situações por resolver, membros das gerações 
posteriores podem, inconscientemente, assumir a 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
responsabilidade de reestabelecer a “ordem” nesta 
família, trazendo à tona problemas e/ou dificuldades 
pelos quais não são responsáveis. Muitas vezes 
assumimos encargos provenientes de nossa família e 
satisfazemos expectativas que são estranhas a nós 
mesmos. Elas nos conduzem a um comportamento 
desnecessário e incompreensível. Através da 
constelação familiar, podemos trazer a luz tal 
comportamento e elucida-lo. 
 
 
Cada um tem um lugar 
seguro 
 
“ A maneira como Zulus o fazem é enterrando os mortos 
e logo, ao cabo de um ano, os falecidos são bem vindos 
de regresso ao lar através de um ritual. Os membros da 
família pegam num ramo e imaginam que o 
antepassado está sentado sobre o ramo, este é 
arrastado para o interior da casa. Uma certa parte de 
choça é reservada para os antepassados e é onde os 
mortos têm o seu lugar. O seu lugar é sempre onde se 
encontra a cerveja. Quando alguém toma uma cerveja, 
ele ou ela dá umas poucas gotas aos antepassados .” 
 
Bert Hellinger e Gabriele ten Hovel 
 
 
Ideias de Hellinger que 
ressoem com as tradições 
ancestrais africanas 
 
O reconhecimento que os pais biológicos são 
importantes no sistema familiar, ainda que eles não 
tenham tido nenhuma outra relação com seus filhos. 
 
A idéia de que muitas gerações de antepassados são 
sentidas como um recurso e fonte de energia. Isto inclui 
o reconhecimento que os nossos antepassados e a 
nossa família estão profundamente conectados tanto 
com bem como a doença. 
 
A compreensão de que o indivíduo é parte integrante da 
sua família e da sua linhagem ancestral. Esta ideia se 
reflete em muitas culturas, incluindo a dos Maoris da 
nova Zelândia que falam da sua linguagem ancestral 
como o “Whakapapa”. 
 
O alinhamento em termos da ordem na família_ quem 
chega primeiro, a linhagem geracional e a continuidade 
da arvore familiar, incluindo quem ainda poderia estar 
causando problemas, até ser reconhecido. 
 
Thais Almeida
Realce
A importância do efeito da parte excluída ou dos 
assuntos da vida familiar ou pessoal, seja consciente ou 
inconscientemente. 
 
Curando usando símbolos e rituais e conectando com 
os mortos. Honrando os mais velhos é o lugar certo dos 
mortos. 
 
O que acontece nas constelações familiares? Que 
experiências e percepções estão associadas a esse 
método, às vezes tecnicamente denominado “sistêmico- 
fenomenológico”? O que precisamos saber sobre o 
conteúdo básico desse método, sobre os processos que 
vinculam e que soltam nos sistemas de relacionamento, 
sobre a consciência, a alma, o destino, o 
emaranhamento e a aceitação liberadora, se queremos 
compreender, ou também aprender e praticar 
constelações familiares? Que valor têm as “ordens do 
amor” para o êxito dos relacionamentos? Como se 
harmonizam nas constelações a ordem e os 
movimentos na alma? A que domínios do 
aconselhamento e da psicoterapia pode ser aplicada a 
constelação familiar e quais são os seus efeitos? Em 
que sentido o método das constelações familiares pode 
ser entendido como fenomenológico e sistêmico? E 
como podemos explicar a “percepção representativa”, 
que é a chave para a compreensão das constelações 
familiares? 
 
O que há de extraordinário nas constelações familiares 
é primeiramente o próprio método. É singular e 
fascinante observar, quando um cliente coloca em cena 
pessoas estranhas para representar seus familiares em 
suas relações recíprocas, como essas pessoas, sem 
prévias informações, vivenciam sentimentos e usam 
palavras semelhantes às deles e, eventualmente, até 
mesmo reproduzem os seus sintomas. 
 
Quando os representantes são instados a expressar em 
movimentos o que sentem, eles frequentemente 
exprimem uma dinâmica da alma que revela destinos 
ocultos, que o próprio cliente desconhecia. Algumas 
vezes, o que os representantes sentiram só fica claro 
para o cliente depois que ele se informa com sua 
família. Mesmo quando os representantes não estão 
totalmente presentes, quando estão envolvidos com 
seus próprios problemas ou, por consideração, não 
ousam exprimir adequadamente o que sentem em seus 
papéis, podemos geralmente confiar neles. 
 
A surpresa do cliente, seus gestos de confirmação, o 
saber interior, o alívio e a abertura liberadora para 
modificações, o seu assentimento e, finalmente, os 
efeitos produzidos no cliente e em sua família são, em 
última análise, critérios para comprovar que os 
representantes sentiram corretamente. 
 
 
 
Campos Morfogenéticos 
 
A teoria dos campos morfogenéticos pode explicar 
como se passa a “influência” do passado familiar para o 
descendente. Segundo a teoria, informações vividas por 
membros da mesma espécie ficam armazenadas em 
um campo invisível, o campo mórfico, e o conteúdo 
destas experiências ficam acessíveis posteriormente 
para membros da espécie, não importando o tempo do 
evento ou se houve ou não contato entre os membros. 
O aprendizado e a influência vem pelo campo mórfico, e 
não pelo convívio e contato “pessoal”. O mundialmente 
famoso biólogo, Rupert Sheldrake, explica o que é o 
campo morfogenético. 
 
Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro 
explica que, o conceito de sistema se aplica 
perfeitamente no campo macro-cósmico. A 
conceituação de uma explosão inicial que originou o 
Universo de hoje, no qual tudo que existe está 
entrelaçado em um relacionamento sistêmico. Segundo 
os cosmólogos atuais, a expansão do Universo poderá 
continuar indefinidamente se a densidade das massas 
forem baixas. Mas, se a energia gravitacional for de um 
nível intenso, a expansão parará até chegar num "big 
crunch", que será o início da terrível concentração de 
massa que termina com um novo Big Bang. Nas 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
constelações siderais, cada estrela é um vórtice de 
energia que faz parte de um sistema energético, que 
abrange todas as estrelas da constelação sideral. 
 
 
Voltando à constelação familiar, a pessoa que coordena 
o processo solicita que cada um se deixe levar pelos 
seus sentimentos e faça aquilo que achar adequado. 
Depois desse momento, cada um dos representantes 
pode expressar sentimentos, às vezes de muita 
intensidade e que sabe estar relacionados com o 
problema que está sendo focalizado. Muitas vezes, os 
representantes falam ou tomam expressões emocionais 
que eles sabem que não são deles mesmos. Muitas 
vezes surgem falas que são de pessoas já falecidas 
(Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Tendo assistido por várias vezes a processos de 
constelação, eu me perguntei como pode acontecer que 
num processo aqui e agora participem pessoas já 
falecidas. A resposta que surgiu é que, no processo de 
constelação entram energias virtuais (por serem muito 
sutis) que determinam os efeitos e emoções e falas 
alheias ao representante. Essas energias virtuais são 
consideradas por Rupert Sheldrake como Campos 
Morfogenéticos (Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti 
Bocalandro). 
 
Eu posso dizer que Campo Morfogenético, na biologia, 
é constituído por uma energia que age para dar forma a 
um ser vivo dentro de um processo de evolução, num 
espaço de tempo determinado. Pondo o conceito nas 
palavras de Sheldrake, "Os campos morfogenéticos são 
'estruturas de probabilidade', nas quais as influências 
dos tipos passados mais comuns se combinam para 
aumentara probabilidade de repetição destes tipos" 
 
Mais à frente, no seu livro "A Presença do Passado", 
Sheldrake afirma que "Os campos morfogenéticos de 
qualquer organismo vivo particular, digamos, de um 
girassol, são moldados pelas influências das gerações 
precedentes de girassóis. A ressonância mórfica não 
permite, contudo, explicar como é que aparecem os 
primeiros campos deste tipo (Efraim R. Bocallandro E 
Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Dentro do âmbito da evolução biológica, os campos de 
girassóis estão ligados, de maneira estreita, aos 
campos de outras espécies aparentadas, tais como as 
alcachofras de Jerusalém descendem, sem dúvida, dos 
campos de uma longa linhagem de espécies ancestrais. 
Mas a hipótese da causalidade formativa não permite 
responder à questão de saber como é que os campos 
do gênero girassol, ou da família compositae, de que é 
membro, ou das primeiras células, surgiram. E uma 
Thais Almeida
Realce
questão de origem, de criatividade. " (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Outro conceito importante para Sheldrake é o da 
ressonância morfogenética. A ressonância em música é 
o melhor exemplo que eu conheço para verbalizar esse 
fenômeno. Quando temos um instrumento musical, por 
exemplo, um violão, e se pulsa uma corda afinada em 
uma determinada nota, outra corda do violão afinada na 
mesma nota vai entrar em vibração sem ser pulsada. 
De acordo com Sheldrake, a ressonância mórfica 
implica uma espécie de ação à distância no espaço e 
no tempo. No campo morfogenético o passado influi no 
presente. Os ancestrais influem na geração atual por 
um efeito de ressonância. O ancestral influi na geração 
atual porque há semelhança entre as duas gerações. 
No caso de pessoas entre o ancestral e a geração atual 
podemos observar a repetição de comportamentos do 
ancestral do passado. Poderíamos dizer: a história se 
repete (Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti 
Bocalandro). 
 
A afirmação de Rupert de que os ancestrais influenciam 
comportamentos semelhantes aos deles em outras 
gerações posteriores, é uma afirmação plausível que 
explica comportamentos de tataravós que aparecem em 
tataranetos, e isso pode ser presenciado em muitos 
processos de constelações."A ressonância mórfica dos 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
padrões de atividade de organismos passados 
semelhantes e a auto- ressonância de um organismo 
podem ser percebidos como aspectos semelhantes do 
mesmo processo. Ambas implicam relações causais 
formativas através do espaço e do tempo. A auto- 
ressonância estabiliza, pela sua alta especificidade, o 
padrão de atividade característico de um organismo, ao 
passo que a semelhança com organismos passados 
semelhantes estabiliza a estrutura de probabilidade 
geral do campo." (Efraim R. Bocallandro E Irene 
Cardotti Bocalandro). 
 
Para Sheldrake, a forma dos seres vivos é função dos 
campos morfogenéticos e da ressonância mórfica, mas 
ele não se limita ao aspecto físico dos seres vivos, ele 
também considera que os comportamentos também são 
função da ancestralidade. Nas palavras de Sheldrake: 
 
"(...) A forma e o comportamento dos organismos não 
são, simplesmente, os produtos de interações 
mecânicas no seio do organismo, ou entre o organismo 
e o seu ambiente imediato; dependem, também, dos 
campos com os quais o organismo está sintonizado. " 
(Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Além do conceito da biologia, da física, Sheldrake 
examina também conceitos psicológicos. 
 
Thais Almeida
Realce
"A noção de hábito também foi explorada na biologia. 
Os organismos vivos parecem conter uma espécie de 
memória. O desenvolvimento dos embriões presentes 
não passa, de fato, de uma repetição do dos seus 
antepassados. Os animais possuem instintos que 
parecem encarnar experiências ancestrais. Todos os 
animais são, por outro lado, capazes de aprendizagem; 
desenvolvem hábitos que lhe são próprios. Samuel 
Butler demonstrou esta questão com uma clareza 
admirável, há cerca de cem anos. A memória, conclui, 
em Life and Habit, é a característica fundamental da 
vida: 'A vida é essa propriedade da matéria que lhe 
permite lembrar- se - a matéria capaz de se lembrar 
está viva. A matéria incapaz de se lembrar, está morta 
(Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Dois anos mais tarde, em Unconsious Memory , foi mais 
longe: 'não consigo imaginar uma matéria totalmente 
desprovida de memória, uma matéria que não esteja 
viva face ao que consegue recordar...não vejo como 
uma ação, seja ela qual for, seria concebível sem supor 
que cada átomo conserva a lembrança de determinados 
antecedentes'. Durante o desenvolvimento, os embriões 
passam por fases que lembram as formas embrionárias 
de tipos ancestrais distantes; o desenvolvimento de um 
organismo individual parece, de uma certa maneira, 
ligado ao conjunto do processo evolutivo que lhe deu 
origem. Os embriões humanos, por exemplo, passam 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
por uma fase tipo peixe, com fendas branquiais. Butler 
via nisto uma manifestação da memória que o 
organismo tem da sua historia anterior. 'O pequeno 
óvulo, sem lembrança potencial de tudo o que 
aconteceu a cada um dos seus antepassados. " (Efraim 
R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
A afirmação, já clássica, que a ontogênese reproduz a 
filogênese têm sido demonstrada pela observação de 
embriões humanos em diferentes fases de evolução. 
Essa evolução, que parte de duas células e que 
evoluindo chega a ser um ser humano completo, é a 
confirmação da afirmação clássica. Sheldrake se 
interessou pelas leis físicas e pela sua imutabilidade; as 
leis são universais e imutáveis, mas também podemos 
encarar as leis como mutáveis porque pertencem a um 
Universo em evolução. Por um lado, a vida humana é 
muito curta, demais, em comparação a processos 
cósmicos; ou seja, 100 anos, que é a duração possível 
de um ser humano, não permitem perceber se houve 
uma mudança em um plano cósmico (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Por um lado, a luz que chega a nós, do sol, nos mostra 
o sol oito minutos antes. 
 
Quando se tratam de estrelas próximas, estamos vendo 
a estrela como era há um ano e quatro meses atrás. 
Quando pensamos em galáxias distantes, a luz que 
chega a nós destas galáxias demorou muitos milhões 
de anos para chegar. 
 
A opção pela imutabilidade ou pela relatividade das leis 
é uma opção filosófica. Mas nem por isso Sheldrake 
deixou de examinar a contribuição dos antigos 
matemáticos e filósofos para entender melhor sobre as 
leis. Escolheu Pitágoras, pela suas enormes 
contribuições à matemática, à geometria e à música 
(Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Pitágoras, "Tal como outros investigadores gregos, 
lançava os olhares para além do mundo em mudança 
da experiência cotidiana, em direção ao divino que, 
para eles, era concebido como o que não tinha começo, 
nem fim. Descobriram este princípio nos números. Os 
números eram divinos e constituíam os princípios 
imutáveis subjacentes ao mundo em mudança da 
experiência. Eram os símbolos da ordem, os 
indicadores de posição, os determinantes da extensão 
espacial, assim como - pelas suas relações e 
proporções - os princípios da lei natural. Conta-se que o 
próprio Pitágoras se encontra na origem da descoberta 
das leis numéricas da harmonia. As propriedades das 
cordas tensas são tais que a relação de comprimentos 
1:2 dá a oitava; a relação 3:2, a quinta, e 4:3, a quarta." 
9 Peso seis em relação ao peso doze dá a oitava. O 
peso nove em relação ao peso 12 dá a terça. E o peso 
8 em relação ao peso 12 dá a quinta (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
 
A Pitágoras se credita a fundamentação da escala diatónica 
(dó, ré, mi, fá, sol, lá, si). Pitágoras, durante muito tempo, 
ponderou acerca das leis que governam a consonância e a 
dissonância. Diz a lenda que um dia, enquantomeditava sobre 
o problema da harmonia, Pitágoras passou em frente a uma 
oficina de ferreiro onde trabalhadores estavam martelando um 
pedaço de metal sobre uma bigorna. Ao notar as variações 
entre os sons feitos pelos martelos grandes e daqueles feitos 
por instrumentos menores e ao estimar cuidadosamente as 
harmonias e discordâncias resultantes das combinações 
desses sons, ele obteve a primeira chave para os intervalos 
musicais da escala diatónica. Ele entrou na oficina e depois de 
examinar com cuidado as ferramentas e estimar mentalmente 
seus pesos, ele regressou à sua casa e construiu um braço de 
madeira. Em intervalos regulares, ele anexou quatro cordas, 
todas do mesmo tamanho e composição. Na primeira, ele 
colocou um peso de doze libras. Na segunda, um de nove 
libras, na terceira, um de oito e na quarta, um de seis, que 
correspondiam aos pesos dos martelos. Pitágoras então 
descobriu as razões harmônicas correspondentes a esses 
pesos, revelando os intervalos da oitava, da quinta e da terça 
(Efraim R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Para Pitágoras, a música era uma das dependências da 
ciência divina da matemática e suas harmonias eram 
controladas inflexivelmente pelas proporções 
matemáticas. Tendo estabelecido a música como uma 
ciência exata, Pitágoras aplicou sua nova lei de 
intervalos harmônicos a todos os fenômenos naturais, 
mesmo indo tão longe quanto a demonstração da 
relação harmônica entre os planetas, constelações e 
elementos. Um exemplo notável da confirmação 
moderna da filosofia antiga de ensinar é que a série dos 
elementos ordenados pelo peso atômico obedece a 
essa lei de razão harmônica. Enquanto fazia uma lista 
dos elementos em ordem ascendente de seus pesos 
atômicos, John A. Newlands descobriu que, a cada oito 
elementos, ocorre uma repetição distinta de 
propriedades. Essa descoberta é conhecida como a lei 
das oitavas na química moderna (Efraim R. Bocallandro 
E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Uma vez que insistiam que a harmonia deve ser 
determinada não pelas percepções sensoriais, mas pela 
razão e pela matemática, os pitagóricos se 
autodenominavam Canónicos, como uma distinção dos 
músicos da Escola Harmônica, que afirmavam que o 
gosto e o instinto deveriam ser os verdadeiros princípios 
normativos da harmonia (Efraim R. Bocallandro E Irene 
Cardotti Bocalandro). 
 
Reconhecendo, entretanto, o profundo efeito da música 
sobre os sentidos e as emoções, Pitágoras não hesitou 
em estudar a influência da música sobre o corpo e a 
mente com o que ele chamou de "medicina musical". 
 
Pitágoras tinha tamanha preferência pelos instrumentos 
de corda que chegou a alertar seus discípulos para que 
não permitissem que seus ouvidos fossem corrompidos 
pelos sons das flautas ou dos cimbais. Ele ainda 
declarou que a alma poderia ser purificada das suas 
influências irracionais através de canções solenes 
cantadas com acompanhamento da lira (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Em sua investigação do valor terapêutico dos 
harmônicos, Pitágoras descobriu que os sete modos - 
ou chaves - do sistema musical grego tinham o poder 
de incitar ou apaziguar as várias emoções. Conta-se 
que enquanto observava as estrelas, numa noite, ele 
encontrou um jovem entorpecido por alguma bebida 
forte e, tomado pelo ciúme, estava empilhando lenha na 
porta de sua noiva, com a intenção de provocar um 
incêndio na casa. O frenesi do jovem estava sendo 
atiçado por um flautista não muito distante dali, que 
estava tocando um tom no irritante modo Frígio 
(Phrygian). Pitágoras induziu o músico a mudar o sopro 
para o lento modo rítmico Espondíaco (Spondaic), o que 
fez com que o jovem intoxicado se recompusesse 
imediatamente e, recolhendo as toras de madeira, 
retornou silenciosamente para seu próprio lar (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Há também o caso de como Empédocles, um discípulo 
de Pitágoras, por mudar rapidamente o modo de uma 
composição musical que estava tocando para outra, 
salvou a vida de seu hóspede, Anchitus, quando este foi 
mortalmente ferido pela espada de um homem cujo pai 
ele havia condenado à execução pública. Também é 
sabido que Esculapius, o famoso médico grego, curou 
ciática e outras doenças nevrálgicas tocando um 
trompete na presença do paciente. 
 
Pitágoras curou muitos males do espírito, alma e corpo 
por tocar determinadas músicas especialmente 
preparadas na presença do doente ou por recitar 
pequenas seleções de poesias da autoria de mestres 
como Hesíodo e Homero. Na sua universidade em 
Cróton, era de costume para os pitagóricos abrirem e 
fecharem cada dia com canções, sendo que as 
reservadas para a manhã eram calculadas para clarear 
a mente do sono e inspirar as atividades do dia que 
começava; e as do final da tarde para conduzir ao 
descanso, através de um modo suave e relaxante. No 
equinócio vernal, Pitágoras fazia seus discípulos 
sentarem-se em círculo, ao redor de um deles que 
cantasse tocando lira como acompanhamento (Efraim 
R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
A música terapêutica de Pitágoras é descrita por 
Iamblicus da seguinte forma: 
 
"E havia certas melodias (devidas) como remédio contra 
as paixões da alma e também contra as lamentações e 
melancolias, que Pitágoras inventou como coisas que 
serviam de enorme assistência para esses males. E 
novamente ele empregou outras melodias contra a fúria 
e a raiva, e contra todas as aberrações da alma. Havia 
também outro, de modulação inventada, como um 
remédio contra os desejos " 
 
Devemos salientar a genialidade de Pitágoras, que há 
vinte e seis séculos no passado conseguiu estabelecer 
de forma muito clara a relação entre música e saúde, 
saúde física e psicológica. Foi necessário um intervalo 
de vinte e cinco séculos para que a medicina musical de 
Pitágoras se transformasse em musicoterapia (Efraim 
R. Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
As hipóteses de Rupert Sheldrake que pudemos 
apresentar neste artigo constituem uma lição avançada 
que produz uma reviravolta nas posições dos cientistas 
da biologia, da psicologia e da física. São hipóteses 
altamente criativas e que seduzem pela possibilidade de 
explicar, cientificamente, fenômenos que até agora se 
configuravam como parapsicologia (Efraim R. 
Bocallandro E Irene Cardotti Bocalandro). 
 
Terminada a exposição dos aspectos mais importantes 
das postulações de Rupert Sheldrake, podemos afirmar 
que o Campo Morfogenético se constitui na mais 
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
Thais Almeida
Realce
recente postulação psicossomática que eu conheço. 
Quando Sheldrake afirma que a energia do Campo 
Morfogenético age de ancestrais até os mais novos 
representantes de uma família biológica e que pela 
ressonância morfonegética, essa energia reforça as 
modificações físicas e psicológicas dos seres humanos, 
podemos entender o que acontece com crianças de 
dois, três, quatro anos, que demonstram uma habilidade 
verbal e motora muito mais diferenciada do que os pais 
quando tinham essa idade. 
 
A facilidade com que nossas crianças, de hoje, 
dominam brinquedos eletrônicos e até computadores e 
a utilização de uma linguagem muito diferenciada, no 
que se refere a domínio dos significados das palavras e 
dos sentidos de frases. Essa facilidade pode ser 
atribuída à existência do campo morfogenético e à 
respectiva ressonância (Efraim R. Bocallandro E Irene 
Cardotti Bocalandro). 
 
É conhecida a imagem da Gestalt constituída por um 
vaso e dois perfis. Vamos supor que os perfis fossem 
psquismo e o vaso seja o corpo, o soma, há pessoas 
que vêem só os perfis e outras que vêem só o vaso. 
Levando a analogia para o campo morfogenético, ele 
agiria simultaneamente sobre o vaso e os perfis e se 
alguém pudesse enxergar a figura dessa maneira, veria, 
de forma psicossomática, o ser humano, ou seja, psique 
e corpo, uma unidade indissociável (Efraim R. 
Bocallandro E Irene CardottiBocalandro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A dimensão anímica 
 
Ânima = alma espiritual 
Princípio movente que confere força, vida e dinamismo 
ao soma. Vida além da morte. 
Reencarnação 
Ressureição 
 
 
As constelações familiares tocam em nossa alma. 
 
“Numa constelação, foram colocados um homem e seus 
pais. A mãe era uma índia, o pai um industrial brasileiro, 
que tinha casado várias vezes. Quando o menino tinha 
dois anos de idade, o pai expulsou a mãe, que nunca 
mais pôde ver o filho e morreu depois de algum tempo. 
Na constelação, o pai e o filho se postavam totalmente 
rígidos. Apenas a mãe, colocada à parte, olhava para 
seu filho e começou a chorar com uma voz profunda e 
clara”. 
 
Essa simples cena foi tão tocante que boa parte dos 
assistentes sentados em volta começou também a 
chorar. Todos sentiram imediatamente a dor e a 
saudade de uma mãe de quem foi tomado o filho, 
contra a sua vontade. E todos puderam perceber como 
o filho estava totalmente rígido, dividido entre a 
saudade de sua mãe e um sentimento de defesa e 
resistência - pois como poderia saber o que realmente 
aconteceu? Sentia-se abandonado pela mãe, com a 
necessidade de permanecer fiel ao pai e o desejo de 
continuar a amá-lo. A esposa do cliente, que estava 
presente, sentiu o impulso de entrar em cena para 
abraçar a mãe de seu marido. Inconscientemente ela 
sempre percebera o que faltara ao marido, 
principalmente enquanto criança. Apesar de todas as 
dificuldades no casamento, ela sempre procurou, em 
seu amor, substituir essa sogra que não conhecera. 
 
Em cenas simples, com poucas palavras ou mesmo em 
silêncio, entramos em contato nas constelações com 
processos humanos fundamentais e geralmente os 
compreendemos logo, com um profundo saber interior. 
Nas constelações quase nada precisa ser esclarecido, 
nada se discute ou se contradiz. Raramente se analisa 
alguma coisa. Chega-se bem depressa a algo 
essencial. Para isso não é preciso aprender nenhum 
jargão psicológico. Poucas informações importantes são 
necessárias. Nada se estende demasiado. Ocorrências 
e destinos significativos tomam-se completamente 
presentes, para além do espaço e do tempo. 
Vivenciamos imediatamente o que chamamos de “alma 
humana”. Talvez possamos mesmo dizer: com a 
constelação familiar, a psicologia e o aconselhamento 
encontraram-se de novo e totalmente com a alma. 
 
A alma e o sistema de 
relações 
 
Nos grupos a que pertencemos estamos interligados na 
alma, de uma forma que ultrapassa a transmissão 
consciente de informações, a comunicação, o 
comportamento e os sentimentos individuais. Na alma 
participamos de algo que confere individualidade a cada 
grupo particular, a cada família, a cada empresa, a cada 
círculo de amigos. Nas constelações familiares 
podemos perceber e “ver” a alma, essa força que une. 
Muitos se surpreendem muito ao sentirem, durante uma 
constelação esse vínculo ao contexto profundo da 
família. 
 
 
A ideia de que, numa família, acontecimentos e destinos 
se comunicam através de gerações, mesmo quando 
nada disso nos foi contado, causa inicialmente 
estranheza nesta época da informação, que se julga 
esclarecida. O fato de continuarmos vinculados à nossa 
família e aos nossos relacionamentos, mesmo que 
tenhamos interrompido os contatos, não nos 
importemos mais com a grande família e mudemos 
constantemente as nossas relações é algo que 
contradiz nossa concepção de individualidade e de 
autonomia. Muitos, porém, percebem, como por instinto, 
que seus relacionamentos continuam a atuar, mesmo 
depois de terminados, e que eles próprios permanecem 
vinculados a acontecimentos importantes em sua 
família, embora tenham acontecido num passado 
remoto. As constelações familiares permitem que 
voltemos a sentir-nos como seres relacionais. Elas 
fazem valer a dimensão sistêmica e histórica de nossa 
existência, de uma forma que às vezes parece arcaica 
ou mesmo mágica. 
 
 
O destino 
 
Chamamos de “destino” as forças que, a partir do 
passado, vinculam-nos necessariamente aos efeitos, 
bons ou maus, de acontecimentos. Esses efeitos nos 
são “destinados”, independentemente de nossa 
vontade. Por outro lado estamos sujeitos a uma “sorte”, 
isto é, a acontecimentos que nos atingem casualmente, 
sem que possamos escapar. Não temos nenhuma 
possibilidade de interferir retroativamente naquilo que 
nos atinge por acaso ou como efeito necessário de um 
passado. Apenas no que toca ao futuro dispomos de 
uma certa liberdade de ação, na medida em que 
lidamos com o destino e podemos abrir-nos a 
mudanças. 
 
As forças do destino, tais como as encontramos nas 
notícias dos jornais, na literatura, nos filmes e na 
televisão nos aparecem nas constelações como uma 
história pessoal. Vivenciamos dolorosamente quão 
pouco livres nós somos e percebemos que, sem o 
nosso conhecimento ou vontade, revivemos, numa 
espécie de repetição compulsiva, destinos passados, 
ocorrências funestas e problemas existenciais não 
resolvidos. As constelações mostram-se particularmente 
eficazes quando sentimos estar revivendo, sem 
necessidade própria, necessidades passadas e não 
pacificadas de outras pessoas, como se através dessa 
repetição algo pudesse ser reparado e ficar em paz. 
 
A constelação familiar voltou a abrir, no contexto da 
psicoterapia, um espaço maior à dimensão do destino. 
As grandes forças da alma, que vão muito além de 
nossa vontade e de nossas opiniões e que interferem 
em nossa vida, emergem de uma espécie de 
inconsciente coletivo e podem ser encaradas, honradas 
e acessadas num processo de abertura para algo novo. 
 
A avó que morreu no parto; a filha cuja verdadeira 
origem a mãe ocultou do marido; o primeiro marido da 
mãe, morto na guerra; o desertor fuzilado pelo pai; a 
avó, com seus numerosos abortos; o médico, com seus 
erros profissionais; a emigração do primeiro marido da 
avó; a própria vida numa cultura estrangeira... - tudo 
isso são ocorrências ligadas ao destino que afetam, em 
muito, as gerações subsequentes. Em face de grandes 
embates políticos, sociais e militares, sentimos 
instintivamente o mesmo que disse o jornalista belga 
sobre a guerra colonial no Congo: “Quantas gerações 
isso vai durar, até que se cure?” 
 
“Emaranhamento” é uma das palavras mágicas que 
acompanham as constelações familiares. Constitui a 
matéria das tragédias e também das comédias. Às 
vezes, as constelações atuam como uma peça de 
teatro. De forma comprimida, dramas humanos são 
“encenados", sempre como histórias especiais, 
referindo-se a determinados destinos familiares. Na 
antiga Grécia as peças teatrais eram dedicadas a 
Asclépio, o deus da cura. Quem presenciou Bert 
Hellinger abordando, diante de grandes públicos, temas 
relevantes como os destinos dos judeus e dos nazistas, 
os destinos das guerras europeias ou as situações de 
guerra civil na América do Sul pode perceber algo da 
dimensão coletiva da alma e do lado coletivo da cura. 
 
 
A ordem 
Em sua acepção original, o termo grego therapeuein 
significava “servir aos deuses”, “inserir-se na ordem dos 
deuses”. Ainda hoje, embora encaremos a terapia num 
sentido profano e não mais religioso, algo nos resta 
desse sentido primitivo. Buscamos conselho ou ajuda 
terapêutica, para que em nossa alma ou em nossas 
relações fiquemos novamente “em ordem”. 
 
Também as relações humanas se configuram segundo 
determinadas condições, ordens ou regras, que não 
podemos alterar ao bel-prazer sem sofrer danos. Nas 
constelações familiares, as “ordens do amor” 
desempenham um papel importante. Para muitas 
pessoas isso soa como uma provocação pois quem 
pode saber ou, mais ainda, determinar o que está em 
ordem e o que não está? Entretanto, partimos do 
pressuposto de que precisamos de certas ordens 
anímicas para crescer, assim como nosso corpo precisa 
de determinadas condições para crescer e sobreviver. 
 
Nas constelações familiares é possível percebero 
influxo dessas ordens. Elas nos permitem orientar-nos 
no meio da complexidade de nossa vida relacional. Para 
o bom êxito das relações temos múltiplas possibilidades 
de ação, se bem que não arbitrárias. Quando se 
desenvolve, a partir de uma constelação, um processo 
capaz de reparar relacionamentos ou quando o 
terapeuta, em razão de sua experiência, aponta para 
ordens que trazem solução, é possível comprovar isso 
por seus efeitos. As constelações permitem o que a 
sabedoria proporciona, a saber, associar situações, que 
sempre são individuais e únicas, a “regras” gerais da 
alma. Dessa maneira, o particular e o geral podem 
colaborar no cliente e em seu sistema de relações, no 
sentido de um processo esclarecedor e ordenador. 
Então vivenciamos a ordem, embora ela exija algo de 
nós, como algo liberador e criativo, que pode tirar nossa 
vida do círculo vicioso de esforços inúteis e mal 
sucedidos. 
 
 
A reconciliação 
 
Conflitos surgem na alma quando forças contrárias nos 
dividem internamente e em nossas relações, 
obrigando-nos a lutar ou a reprimir. Então sentimo-nos 
divididos, dilacerados, indecisos, intranquilos, 
estressados ou à beira da loucura. A psicoterapia e o 
aconselhamento, quando buscados como ajuda, 
operam um trabalho de reconciliação. A principal 
eficácia e atratividade das constelações familiares 
reside justamente em sua força de ligação e de 
reconciliação. Elas recuperam os excluídos para as 
famílias. Ajudam a reconhecer, em pé de igualdade, 
todos os que pertencem a um determinado sistema de 
relações, estejam vivos ou mortos e seja qual for o 
destino a que estejam sujeitos. As constelações ajudam 
a reconciliar vítimas e perpetradores, bem como seus 
familiares, principalmente em casos mais graves, como 
abuso sexual, estupro, assassinato ou injustiça política. 
É motivo de constante surpresa vivenciar com que 
receptividade é acolhido em todo o mundo um método e 
um trabalho de alma criado por Hellinger, que leva em 
conta igualmente vítimas e perpetradores, com vistas à 
sua reconciliação. Quando se trata de amor, justiça, 
vida e morte, os processos anímicos e os sentimentos 
profundos são os mesmos em todos os países. Não 
existe quase nenhum país que não tenha sido assolado 
por guerras ou onde não existem graves culpas, 
decorrentes de extermínios, guerras civis ou conflitos 
sociais. Por toda parte há choques de culturas 
diferentes, no contexto de migrações, deportações e 
grandes movimentos de povos. Por toda parte 
percebe-se um profundo desejo de reconciliação, 
tranquilidade e paz entre os vivos e com os mortos. 
Nesse particular, as constelações familiares têm tocado 
em corações receptivos. 
 
Ao mesmo tempo, o trabalho de reconciliação nas 
constelações permanece ligado aos destinos 
individuais. Não se proclama a ideia de um mundo 
pacífico. Permanecemos limitados e vinculados a 
grupos. Oposições, conflitos, interesses e partidos, luta 
e guerra fazem parte da realidade. Nas constelações 
cuida-se principalmente de lidar com conflitos com um 
coração pacífico. Na culpa ou na inocência, o fato de 
confiar-nos e confiar outras pessoas, vivas ou mortas, a 
uma força maior, quer a chamemos de morte, grande 
alma, evolução, Deus ou por qualquer outro nome, pode 
levar- nos nas constelações além dos processos 
terapêuticos e tocar-nos num nível amplo anímico, 
mental ou espiritual. 
 
 
A Ajuda 
 
As constelações familiares, embora sejam 
eventualmente oferecidas no contexto de uma 
psicoterapia, não constituem uma psicoterapia no 
sentido usual. A psicoterapia objetiva curar. Ela busca a 
dissolução de distúrbios da personalidade e de doenças 
anímicas, psicossomáticas, traumáticas e psiquiátricas, 
definidas segundo determinados critérios. Ela 
acompanha o cliente ou paciente pelo tempo necessário 
até que o sintoma desapareça e que advenham 
melhoras, a cura ou até que o cliente não possa mais 
ser ajudado por vias psicoterapêuticas. Tudo isso pode 
acontecer nas constelações familiares, como um efeito 
colateral, de acordo com a formação anterior e a 
habilitação legal do terapeuta. Nada disso, porém, é o 
seu objetivo imediato. 
 
As constelações familiares podem ser quase 
comparadas a uma “profecia” ou a um “oráculo”. Elas 
simplesmente trazem à luz a conexão entre um destino 
e seus efeitos. Elas ajudam a “ver” a realidade uma vida 
e, se possível, a preenchê-la com amor, sem influenciar 
o cliente quanto à forma de aplicar isso em sua vida. Os 
consteladores não fazem acompanhamento ou o fazem 
apenas em escala reduzida. Não propõem nem 
verificam tarefas (embora muitos terapeutas que 
trabalham com constelações o façam). As constelações 
proporcionam um insight liberador sobre os efeitos do 
destino, colocam em ordem relações, de uma forma 
saudável e que estimula o crescimento e proporcionam 
força, como um efeito indireto, na medida em que as 
pessoas aprendem a receber sua vida de seus pais e 
dos seus antepassados. As constelações confiam na 
capacidade do cliente, em sua responsabilidade e 
competência para lidar bem com aquilo que vivenciou. 
 
Essa forma de encarar a ajuda difere da que prevalece 
em muitas formas da psicoterapia tradicional. Embora 
se trate frequentemente de destinos difíceis, essa 
maneira reservada de ajudar atua com mais leveza. Ela 
não tem um “cheiro” de psicoterapia. As pessoas se 
sentem acolhidas tais como são, com suas famílias e 
suas vidas. Sentem que o amor é uma base de 
sustentação e não precisam mudar para conseguir 
mudanças em suas vidas. A responsabilidade individual 
é respeitada e ninguém precisa justificar-se. As pessoas 
não entram numa relação terapêutica e nas 
formalidades de uma psicoterapia convencional. Isso 
faz bem a muitas pessoas em necessidade, e elas 
apreciam isso. 
 
Para o profissional da ajuda, essa outra maneira de 
considerá-la significa que só pode ajudar quem 
assumiu, ele próprio, os seus pais e a sua vida. Só pode 
ajudar quem renuncia a dar, a quem busca ajuda, mais 
do que essa pessoa precisa e pode aceitar. Toda ajuda 
precisa adaptar-se às circunstâncias da vida do 
ajudado, ao seu destino, à sua determinação pessoal, à 
sua capacidade e às suas decisões e só pode interferir 
como apoio, onde e como a dignidade dele o permitir. 
 
Quem ajuda precisa naturalmente de capacidade para 
estar à altura da necessidade em questão. 
Necessidades pessoais não resolvidas de quem ajuda o 
seduzem a buscar, na simpatia por fracos e vítimas, a 
força de que precisa para a sua própria vida. O hábito 
de ser o “grande” e o “salvador” em sua própria família 
leva-o à ilusão de que precisa estar à altura dos 
destinos dos clientes e ser melhor para eles do que os 
seus pais. Porém a ajuda precisa ser cuidadosamente 
separada da própria pessoa do terapeuta. A ajuda é 
totalmente sustentada pelas forças e pelo saber da 
alma da família do cliente e, para além dela, pela 
atuação de forças superiores que temos dificuldade em 
nomear. Dessa forma, a constelação familiar também 
faz bem a quem ajuda. 
O que é um sistema? 
 
Sistema é um grupo de pessoas ou coisas que 
permanecem unidos ou vinculados, em função de um 
interesse comum ou forças que os permeiam. 
 
Nascemos dentro de um sistema familiar que existe há 
muitos anos e onde não sabemos direito o seu histórico. 
Foram gerações atrás de gerações com muitas 
histórias, acontecimentos, situações felizes e trágicas. 
 
Não temos como falar de constelações familiares sem 
falar da visão sistêmica. 
 
Herdamos, através de nossos pais, toda carga 
morfogenética (genética da forma física) e não nos 
damos conta dos padrões das crenças e até mesmo 
dos “repetecos” de histórias dentro da nossa família. 
Por exemplo, quando temos algum comportamento 
como violências, abandonos, dificuldades de 
relacionamento, depressão, muitas vezes podemos 
estar identificados como um membro da família que 
pode ser pai/mãe, avô (a), tio (a), ou mesmo das 
gerações anteriores, sejam pessoas vivas ou falecidas.Pensamento sistêmico em 
ação 
“​Descobrir nossa presença é descobrir a chave para a 
mudança criativa e para o futuro .” Ken Wilber 
 
 
Precisamos renovar valores 
 
“ Temos uma profunda tendência para ver as mudanças 
que precisamos efetuar como estando no mundo 
exterior, não no nosso mundo interior” Singe 
 
Temos dentro de nós o 
território da mudança 
 
Precisa ser mapeado por um outro motivo mais 
profundo. 
 
A aplicação do pensamento sistêmico através das 
ideias de Senge objetiva mapear a complexidade e as 
mudanças que são a base do ambiente de negócios, da 
economia e das ciências e dos sistemas sociais. 
 
As teorias mudam, as evidências não. 
 
 
Optando por uma direção 
 
Pensar sistemicamente é ansiar por uma mudança de 
mentalidade, isso requer: Participação ativa, Inteligência 
coletiva e compartilhamento de visão. 
E pensar... 
 
As características do 
pensamento sistêmico 
 
● Das partes para o todo 
● Dos objetos para os relacionamentos 
● Das hierarquias para as redes 
● Da causalidade linear para a circularidade 
● Da estrutura para o processo 
● Da metáfora mecânica para a metáfora do organismo e 
vivo e outras não mecânicas ! ​Do conhecimento objetivo 
para o conhecimento contextual e epistêmico 
● Da verdade para as descrições aproximadas 
● Da quantidade para a qualidade 
● Do controle para a cooperação, influenciação e ação não 
violenta. 
 
 
NA COMPEXIDADE 
 
O pensamento sistêmico é um importante método para 
ampliar a compreensão e enfrentamento de problemas 
complexos e os problemas complexos e a temática 
deste curso se inclui nestas complexidades porque o 
seu processo ocorre através da árvore da percepção. 
 
 
O curso do pensamento 
sistêmico e o método 
 
● Definir uma situação de interesse 
● Apresentar a história por meio de eventos 
● Identificar os fatores chaves 
● Trocar os padrões de comportamento 
● Desenhar a estrutura sistêmica 
● Identificar modelos mentais 
● Visualizar cenários 
● Modelar em computador 
● Presenciar o todo e criar a visão de futuro 
● Definir os pontos de germinação e liderar para auto 
organização 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de modelos 
mentais 
 
Se trata do grande “caldeirão” de elementos mentais 
inter- relacionados. São teorias que “mapeiam” a 
realidade e nos direcionam para a ação nelas. 
 
Tudo que carregamos em nossa mente como: 
 
● Crenças 
● Opiniões 
● Interesses 
● Pressupostos 
● Atitudes 
● Valores 
● Regras de comportamento Teorias a respeito da 
realidade 
 
 
Como proceder nesse 
passo 
 
Ao modelos mentais ajudam a construir ou manter a 
estrutura atual da realidade. 
 
Para gerar mudanças profundas é preciso identificar 
como os modelos mentais geram ou influenciam a 
realidade em questão para que seja possível 
compreende- las modifica-las e, assim buscar 
sustentabilidade como um todo. 
 
Segundo Capra 
 
“ ​O grande desafio que se representa ao século XXI é o 
promover a mudança do sistema de valores que 
atualmente determina a economia global e chegar-se a 
um sistema compatível com exigências da dignidade 
humana e da sustentabilidade ecológica.” 
 
 
Momento de reflexão 
 
No que o TODO precisa de mim? Como chegar nesse 
todo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios 
 
Ordem do amor 
 
Da observação fenomenológica do processo das 
constelações nos sistemas familiares, Bert Hellinger 
compreendeu que o sistema familiar tem uma 
consciência que exige que o sistema se encontre em 
ordem. Também descobriu os princípios que 
determinam como isto acontece: 
 
1 VÍNCULO/PERTINÊNCIA: todos tem um mesmo 
direito a pertencer ao seu sistema familiar. 
 
2) ORDEM: existe uma hierarquia temporal 
 
3) DAR E RECEBER: que nos trazem experiências de 
culpa e inocência, se refere ao equilíbrio entre dar e 
receber. 
 
 
As leis do amor na 
constelação familiar 
 
“ Muita gente julga que o amor tem o poder de superar 
tudo, que é preciso apenas amar bastante e tudo ficará 
bem. (...) para que o amor dê certo, é preciso que exista 
alguma outra coisa ao lado dele. É necessário que haja 
o conhecimento e o reconhecimento de uma ordem 
oculta do amor​.” 
 
Bert Hellinger 
 
 
1o Lei : 
Pertinência/Vínculo 
 
Todos tem o igual direito de pertencer. 
 
O que isso quer dizer? Quer dizer que não importa o 
que uma pessoa faça de “condenável”, “pecaminoso”, 
“reprovável” ou “errado” ela continua tendo o direito de 
pertencer ao sistema familiar. 
 
Isso não quer dizer que ela esteja isenta de 
repreensões, restrições e até punições legais, mas 
apesar de tudo ela continua tendo o mesmo direito de 
pertencer a um sistema familiar. 
 
Suas atitudes podem diminuir sua credibilidade, 
confiabilidade e até sua proximidade, mas não tiram seu 
pertencimento. 
 
Quando esses membros da família são reconhecidos é 
possível haver uma reconciliação pacífica entre todos. 
Esses momentos demandam uma grande coragem, 
pois exige dos membros de uma família que superem 
seus julgamentos morais em favor da reinclusão 
daquele membro excluído. 
 
Pelo bem maior da família que transcende a 
condenação moral os membros incluídos ganham um 
espaço precioso no coração de seus membros. Dessa 
forma, todos devem voltar a sentir a paz que lhe foi 
interrompida pelo acontecimento doloroso do passado. 
 
O resultado individual é que um dos membros que 
carregava a sensação de não se sentir aceito em 
nenhum lugar acaba. A “sensação de voltar para casa” 
dentro de si é incrivelmente libertadora e a felicidade é 
possível. 
 
A Exclusão 
 
Podemos excluir membros de nosso coração de muitas 
maneiras. Podemos evitar o luto ou simplesmente 
esquecer quem morreu jovem. 
 
Podemos negar abortos, crianças que tenha sido 
entregues para a doção, relações extra conjugais ou 
relações anteriores. 
 
Há pessoas que podem ser excluídas diante de sua 
orientação sexual ou crenças políticas ou outras formas 
de desonra e rebeldia. 
 
Nestes casos as consequências podem ser sentidas por 
indivíduos em gerações posteriores sem que eles 
tenham consciência do porque é que sentem o que 
sentem. 
 
Por exemplo, uma criança pode carregar o peso de não 
pertencer e pode carregar esse sentimento por um tio 
homossexual que foi excluído do sistema familiar. 
 
2o Lei: Dar e receber 
 
Na conhecida oração de Francisco de Assis se diz que “ 
se é dando que se recebe”. E essa é uma frase que 
resume muito do pensamento religioso. Bert Hellinger, 
no entanto, percebeu que nas famílias existe uma 
ordem natural da dar e receber entre pais e filhos e, nos 
casais. 
 
A ordem natural vem do mais antigo para o mais jovem. 
Os pais dão e os filhos recebem. Os pais dão a vida e 
os filhos aceitam. Os pais dão amor e os filhos o tomam 
em seu coração. Daí decorre um grande aprendizado: 
os filhos precisam dos pais, mas os pais não precisam 
dos filhos. 
 
Mas esse amor é cego e não traz solução real e sim um 
agravamento do problema. 
 
Muitos pais acabam abdicando de sua vida de casal 
para nutrir 100% das necessidades dos filhos e se 
esquecem que a base familiar é o casal fortalecido. Os 
desejos dos filhos se alegram quando os pais deixam 
de se amarem um ao outro para serem exclusivos 
deles, mas suas almas sobrecarregam. 
 
E inconscientemente eles acabam pagando com um 
sentimento de expiação. E toda expiação é sem 
sentido, não traz crescimento, pois nenhum mal se paga 
com sofrimento. 
 
No momento que os pais identificam que a criança 
passou a ter mais importância na família é momento de 
refletir sobre essa dinâmica de relação. Reassumirem o 
papel de pais e tirarem a sobrecarga dos filhos para que 
eles sigam suas vidas. 
 
A melhor forma de os filhos retribuírem o amor que 
receberam dos pais é passando isso adiante para as 
próximas gerações. 
 
Portanto, para que o amor dê certo é fundamental que o 
reequilíbrio entre dar e receber seja respeitado. 
 
Há uma necessidade de compensação entre as perdas 
e ganhos, de dar e receber, como uma leisistêmica ela 
atua em todos os níveis: consciente e inconsciente. 
 
Tem-se a necessidade de compensação, e ás vezes 
isso ocorre fazendo com que se perca algo, com que se 
vivencie algo ruim, mesmo sem a aparente necessidade 
ou sem se perceber de onde isso vem. É como se 
houvesse um sentido de equilíbrio que dita se há crédito 
ou débito com alguém. 
 
 
Equilibrando o dar e 
receber 
 
É quase matemático: se você deu algo, então você 
espera receber algo também (ainda que não seja na 
mesma moeda). O outro, por sua vez sente uma 
pressão para retribuir, dar também. Se deve algo, há 
uma pressão para pagar, devolver, para quitar. 
 
Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação 
será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo ou 
negativo. A troca equilibra as relações tomando possível 
uma convivência longa e saudável. 
 
 
3 Lei: Hierarquia/ Ordem 
 
Os pais vem primeiro e os filhos depois. Na prática quer 
dizer que os pais são grandes e os filhos pequenos. A 
relação dos pais é a prioridade numa família e os filhos 
vêm depois para completar o sentido da união do casal. 
Os pais dão aos filhos e os filhos recebem. 
 
Quando os filhos se sentem maiores, mais importantes 
e mais capazes que os pais e se portam como se os 
pais fossem incapazes, isso fere esse princípio. 
 
A Alma do filho sente um desconforto que se manifesta 
em forma de sofrimento auto imposto. 
 
Filhos que se arrogam o direito de mandar na vida dos 
pais ou de exigir tudo desses por longos anos de vida 
acabam se impondo (inconscientemente) uma vida 
turbulenta e cheia de dor. 
 
Mas quando conseguem reconhecer a grandeza da vida 
e perceber que isso é o bastante, a ordem se 
restabelece no sistema familiar e o amor pode voltar a 
fluir livremente. 
 
Há uma outra hierarquia similar, mas menos intensa, 
entre irmãos e irmãos, respeitando a sua ordem de 
nascimento. 
 
Existem, segundo Hellinger três tipos de consciência: a 
pessoal, a coletiva e a espiritual. 
 
1) Consciência pessoal: é aquela que nos faz sentir 
bem ou mal perante um grupo. Todo grupo tem suas 
regras, exigências, limites e leis morais. Lá é dito 
explícita ou implicitamente que devemos ou não fazer, o 
que é permitido ou não sentir e expressar. 
 
2) Consciência coletiva: é aquela que garante o 
pertencimento de todos os membros do grupo. Como já 
foi dito, todos tem o igual direito de pertencer. 
 
3) Consciência espiritual: é uma dimensão mais ampla 
de entendimento que só surgiu para Bert Hellinger nos 
anos recentes. Ele notou que essa consciência supera 
os limites das demais consciências para além do bem e 
do mal e do pertencimento e da exclusão. 
 
O trabalho com as 
constelações 
 
O trabalho com constelações nos permite acessar algo 
que está presente no sistema e que muitas vezes não é 
compreendido, nem percebido sem se observar o todo. 
 
É um trabalho que se ocupa de questões relacionadas a 
emaranhamentos sistêmicos 
 
 
 
 
 
Ao pensar nos tipos de questões, é possível abranger 
duas ordens de problemas: 
 
1) os psicológicos: implicam as dificuldades de uma 
pessoa na vida, de um modo geral, e quando tratados 
em terapias convencionais, ganham melhoras. 
 
Os psicopedgógicos são aqueles que tratam as 
dificuldades de aprendizagem e de ensino, e que 
também ganham melhoras com o atendimento 
psicopedagógico. 
 
2) os sistêmicos, no entanto, são resistentes ás 
terapias, ou seja, mesmo com um tratamento 
psicológico de longo prazo, com um atendimento 
psicopedagógico onde os pais também colaboram, 
permanecem sem grandes melhoras. 
 
 
O que pode ser trabalhado 
na constelação familiar? 
 
Tudo que está relacionado com a vida pode ser 
trabalhado, desde que traga um significado importante 
para a pessoa. 
 
● Conflitos familiares; 
● Conflitos entre casais; 
● Dificuldade em lidar com as perdas; 
● Dificuldade em comunicar-se; 
● Dificuldade de relacionamento de uma forma geral; 
Problemas de saúde; 
● Problemas financeiros, etc. 
 
 
O que eu ganho com isso? 
 
O trabalho de constelação familiar é diferente. Enquanto 
o analgésico procura aliviar o incômodo, nosso trabalho 
e responsabilidade é proporcionar um campo para olhar 
a causa daquilo que atua no desconforto. O incômodo 
faz com que o cliente olhe para algo. Geralmente, é 
algo que foi excluído ou rejeitado. Há tensão. Quando 
as dinâmicas do tema do cliente vem a tona. Ele entra 
em contato com aquilo que atua em si mesmo, e a partir 
daí há uma nova responsabilidade. Algo se transforma. 
 
Todos que participam deste campo, inclusive aqueles 
que não constelam um tema são trabalhados. Todos 
tem a chance de descobrir novas possibilidades, 
insights e caminhos para a sua vida. Pode ser que isso 
ocorra a partir de um tema pessoal que foi trabalhado 
ou pode ser que ocorra a partir da participação do tema 
de uma outra pessoa. 
 
Pode ser que aconteça no momento da constelação ou 
pode ser que leve alguns dias ou semanas. A alma tem 
seu próprio tempo e pega para si o essencial do que foi 
trabalhado. A transformação ocorre naturalmente, sem 
forçar a barra. 
 
Assim como a vida, não temos controle do trabalho de 
Constelações Familiares. Não sabemos o que emergirá 
do sistema da pessoa. Não se trata de arrumar ou 
consertar o sistema ou a pessoa. Não se trata de 
controle. Trata-se de se conectar com algo que atua em 
você mesmo e olhar com amor para aquilo que foi 
rejeitado ou excluído. E para isso, é necessário 
coragem. 
 
 
Lista das qualidades do 
terapeuta 
 
Empatia, desde que não seja sentindo que o outro sente, de se 
afundar junto. Se quiser ajudar da maneira certa fica no seu 
barco quieto e não entre no barco de quem está afundando.
 
● Saber escutar. 
● Paciência, reconhecer o tempo dos outros que é diferente 
do tempo do terapeuta. 
● Assertividade, compromisso pela verdade. 
● Compaixão, amor – é olhar sem tirar os olhos, mas ao 
mesmo tempo não se deixando levar pela emoção. 
● Autoconhecimento. 
● Não julgamento. 
● Ser amoroso. 
● Não interpretar, não adivinhar. 
● Ser neutro, não tomar partido. 
● Ter respeito. 
● Saber quando não pode fazer algo. 
● Sensibilidade. 
● Consciência. 
● Tranquilidade. 
● Sentido de observar a unidade que o outro é. 
● Compreensão. 
● Responsabilidade no seu trabalho Disponibilidade do 
terapeuta. 
● Capacidade ampliada de observação. 
● Possibilidade do terapeuta de atender além do paciente 
que está ali. 
● Humildade. 
● Consciência do seu limite. 
● Ver o homem nas dimensões do corpo, mente e espírito. 
Terapeuta como instrumento de ajuda 
● Estar presente. 
● Estar aberto ao novo. 
● Disponibilidade de não saber. 
● Deixar-se guiar-se pelo inconsciente, sistema do outro. 
● Capacidade de focar o essencial. 
● Ser flexível. 
● Atenção no sentir e não no pensar. 
● Distanciamento para não se envolver nos problemas do 
outro. 
● Intuição. 
 
 
 
Não se deixar levar pelo que a pessoa conta, porque 
conta a história como ela vivia ou está vivendo, porque 
não consegue sair, não é a história verdadeira, não 
porque mente, mas porque não está consciente. A visão 
não é clara porque está emaranhada, a necessidade da 
sobrevivência, o amor de vínculo. Ela faz tudo pela 
família. No instinto inconsciente de reconciliar algo na 
família, sentem-se bem com isso, não consegue sair 
porque se sentiria infiel a família. 
 
“Quando alguém para no caminho e não quer avançar, 
o problema não está no saber. Ele busca segurança 
quando é preciso coragem, e quer liberdade quando o 
certo não lhe deixa escolha. Assim, fica dando voltas.” 
Bert Hellinger 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 2 
 
Caro (a) aluno (a), seja bem vindo (a) ao segundo 
módulo deste curso. Anteriormente você pode se 
familiarizar com toda a teoria que acerca o trabalho de 
constelações familiares. Neste segundo módulo, você 
irá aprender como a prática deste trabalho se 
desenvolve, mas não se esqueça: só avance de módulo 
sevocê já estiver dominado o estudo anterior. 
 
Bom Estudo! 
 
 
 
 
O Processo de constelação 
familiar: Prática 
 
Segundo Schneider (2001), antecipadamente, 
entende-se como “técnica”, um meio para a realização 
de um fim humanamente estabelecido. Ela tem um 
caráter instrumental, pois é usada como um instrumento 
para se obter determinada utilidade. Ela caracteriza-se 
por três outros critérios: precisa ser segura e 
proporcionar-nos segurança; torna previsível o seu 
objeto; e confere ao método, com o qual abordamos o 
objeto utilizável, a precedência sobre aquilo que pode 
ser utilizado de forma segura. 
Este primeiro entendimento sobre “técnica” não irá 
coincidir com o procedimento fenomenológico que é 
adotado nas constelações familiares. É real que ela é 
também utiliza como um método para processos 
anímicos de solução e cura. Contudo, o procedimento 
metódico fica em segundo plano com relação à 
dinâmica familiar que ele revela e às soluções que 
aponta. O que se evidencia através das constelações 
familiares não pode ser previsto com segurança, tanto 
no que se refere ao processo dessa revelação, quanto 
no que diz respeito ao resultado de tal processo. 
Destarte, o procedimento metódico utilizado nas 
constelações familiares requer abertura em face de seu 
resultado, e só é bem sucedido na ausência de 
intenções e de preconceitos intelectuais (Schneider 
2001). 
 
Apesar disto, é relevante falar de uma técnica de 
constelações familiares. Pois, na maioria dos casos, 
comprovou-se o valor de um procedimento metódico, 
que pode ser transmitido e proporciona uma certa 
segurança na condução desse trabalho. O 
procedimento prático utilizado nesse processo requer 
uma série de atenções e habilidades que estão a 
serviço da percepção terapêutica e do processo 
liberador e que podem ser comunicadas. Esses 
requisitos serão tratados no decorrer deste módulo. 
 
De acordo com Schneider (2001), ao falar sobre a 
técnica das constelações familiares, não podemos 
entende-la no sentido lógico das ciências naturais, mas 
antes à semelhança de determinada técnica de fazer 
uma pintura ou de tocar um instrumento. A composição 
de uma peça musical ou a criação de um poema exigem 
igualmente, via de regra, uma técnica, que entretanto 
fica em segundo plano em relação ao resultado. Aquilo 
que se mostra num quadro, numa música ou em um 
poema não pode ser previsto, determinado, apreendido 
ou assegurado com o auxílio da técnica utilizada no 
processo da criação. Assim, o conceito da "técnica", em 
nosso trabalho, serve aqui simplesmente para distinguir 
entre "como" se conduz uma constelação familiar e o 
"que" se revela aí, em termos de dinâmica da alma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- A intenção 
Para o sucesso de uma constelação familiar, é preciso 
que haja uma necessidade cuja força sustente o 
trabalho e conduza o cliente, o terapeuta e os 
representantes. Ajuda muito quando tal necessidade é 
claramente formulada. Um problema solúvel geralmente 
se distingue de um problema insolúvel, na medida em 
que pode ser expressa numa frase e entendido por 
todos. A intenção do cliente deve ser formulada com 
abertura, tanto em relação ao problema ou à 
necessidade sentida quanto à sua solução, sem 
apresentação de justificativas para o problema ou de 
condições para o que possa surgir como solução. Um 
desejo claro e poderoso pode ser expresso ao 
terapeuta com o olhar franco, enquanto que um olhar 
que se desvia para o chão frequentemente se associa à 
imprecisão nos sentimentos e na descrição do problema 
(Schneider 2001). 
 
Nem sempre o problema ou mesmo a intenção 
precisam ser claramente formulados, se o que pesa na 
alma se manifesta através de uma emoção, de um 
sintoma ou da revelação de um destino funesto. O 
terapeuta se decide a fazer uma constelação baseado 
na força que percebe no desejo do cliente e na reação 
de atenção tensa que provoca na grupo. É fácil, por 
exemplo, perceber a diferença entre "Eu gostaria de ser 
mais livre" e: "Não aguento mais esta depressão, que já 
dura anos” (Schneider 2001). 
Nem todo cliente consegue expressar sua intenção logo 
no início de um grupo. Ele talvez ainda precise de 
tempo e de vivenciar antes o trabalho feito com outras 
pessoas do grupo. Com muita frequência, os 
participantes de um curso mudam sua intenção no 
decurso do trabalho, porque somente conseguem 
perceber o essencial a partir das experiências dos 
outros. Por outro lado, é possível que às vezes, 
impressionados pelo peso desses destinos, eles recuem 
das poderosas intenções que expressaram inicialmente 
e sigam por algum caminho secundário (Schneider, 
2001). 
 
É provável que a causa mais frequente do insucesso de 
uma constelação reside no ato em que o terapeuta 
decide fazê-la, apesar de ter percebido que o problema 
apresentado pelo cliente ou a forma de sua 
apresentação como por exemplo, pela imprecisão, falta 
de amor ou teimosia, não sustentaria seu trabalho. 
 
A forma breve e concisa com a qual o terapeuta 
pergunta pela intenção, pelo problema, pela 
necessidade emergente ou pelo beneficio que se 
espera do trabalho estimula o cliente a responder de 
forma igualmente breve e concisa. A coragem do 
terapeuta em encarar qualquer tipo de problema 
estimula a confiança do cliente, e sua disposição de 
deixar-se conduzir pela força e pelo amor que atua no 
sistema familiar incentiva a abertura da alma que se 
manifesta através do cliente (Schneider (2001). 
 
A formulação do problema e o gestual que a 
acompanha fornecem, com frequência, indicações 
importantes sobre aquilo de que se tratará na 
constelação e sobre a dinâmica básica da alma, que 
pressiona no sentido de uma solução. Portanto, vale a 
pena dedicar uma grande atenção ao início do 
processo. É porém igualmente importante, na busca da 
solução, que o terapeuta não se deixe prender o 
confinar pelo desejo que o cliente manifestou e pelas 
primeiras informações que prestou (Schneider,2001). 
 
A montagem de uma constelação não se fixa em um 
problema ou em um sintoma a resolver, mas se 
concentra naquilo que precisa ficar em ordem, em paz 
ou em sintonia numa alma. É daí que nasce aquilo que 
libera, e talvez resida aí também a solução para o 
problema apresentado ou algo que aja curativamente 
sobre algum sintoma (Schneider,2001). 
 
 
2- O processo da 
informação 
Para conduzir uma constelação familiar poucas 
informações são necessárias. O que se requer são os 
acontecimentos e destinos numa família, não a 
caracterização de pessoas ou a descrição de vivências 
pessoais - se bem que uma vivência, narrada em 
poucas palavras, possa eventualmente abrir caminho 
para o conhecimento de um importante acontecimento 
familiar. A maneira como alguém se apresenta e 
comporta é menos significativa do que os 
acontecimentos essenciais de sua vida e de seu destino 
e o fato de ser simplesmente mãe ou pai, embora às 
vezes a aparência e o comportamento estejam 
associados ao destino pessoal. A constelação familiar é 
um método terapêutico que visa descobrir os efeitos de 
acontecimentos e de destinos (Schneider,2001). 
 
Que informações são importantes para esse trabalho? 
Uma primeira pergunta diz respeito às pessoas que 
pertencem ao sistema. Estas são: irmãos, pai, mãe, 
eventuais parceiros anteriores dos pais, meios-irmãos, 
tios e tias, avós e seus eventuais parceiros anteriores, 
meios-irmãos dos pais; às vezes, também um ou outro 
dos irmãos de avós e bisavós, quando afetados por um 
destino impactante. Também pertencem ao sistema 
pessoas sem vínculo de parentesco, quando a família 
lhes deve algo de modo existencial, como são pais 
adotivos e ainda pessoas a quem foi infligida alguma 
desgraça por membros da família. São pertencentes 
tanto os vivos como os mortos, até onde habitualmente 
alcança a memória da família. 
 
Acontecimentos importantes nas famílias são: 
nascimentos e mortes; mudanças de domicilio 
especialmente importantes (por exemplo, por 
deportação ou emigraçãoou mudança para um 
ambiente muito diferente); separações, tanto entre filhos 
e pais quanto dos pais ou parceiros entre si; doenças; 
vícios que envolvem dependência; acidentes; destinos 
associados à guerra; suicídios; internações 
psiquiátricas, etc. (Schneider,2001). 
 
Ao indagar pelas informações, o terapeuta deve 
distinguir entre dois tipos de acontecimentos: aqueles 
que pertencem antes ao domínio dos ressentimentos 
pessoais (por exemplo, uma separação prematura entre 
a criança pequena e sua mãe), e aqueles que são 
sistémicos e por isso especialmente relevantes para a 
constelação familiar. Da observação resultam 
indicações sobre se convém trabalhar com o resgate de 
um movimento amoroso em direção aos pais ou com a 
constelação familiar, dentro da qual poderá 
eventualmente ser encaixado um abraço, como meio de 
se recuperar tal movimento. Muitas vezes, 
recomenda-se trabalhar simultaneamente com a 
solução sistêmica e com o movimento amoroso. Nesse 
caso, convém começar com o trabalho sistêmico e 
então, ou num momento posterior, propiciar o 
movimento amoroso. Isso possibilita distinguir mais 
facilmente entre os sentimentos adotados de outras 
pessoas e os ressentimentos pessoais. Às vezes, 
porém, a dor da criança, proveniente da vivência de 
separação dos pais, está de tal maneira "à flor da pele" 
que o terapeuta precisa lidar imediatamente com esses 
sentimentos, provenientes de um movimento amoroso 
interrompido. 
 
Serão apresentados a seguir, alguns critérios que 
ajudam a distinguir se convém fazer de preferência um 
trabalho sistêmico ou a terapia do movimento amoroso. 
Critérios para o trabalho sistêmico são, por exemplo: a 
pessoa se experimenta como se fosse teleguiada, e de 
algum modo não está presente a si mesma; não 
conhece e não encontra seu lugar na vida; ao 
apresentar-se, dá a impressão de estar meio ofuscada, 
inapropriada, contraditória ou enredada; dá a impressão 
de estar presa ao problema e de ter permanecido 
magicamente num cego amor infantil; existem na 
pessoa ou em sua família destinos pesados como 
mortes prematuras, suicídios, acidentes frequentes, 
psicoses, etc (Schneider,2001). 
A a pessoa coloca em risco, leviana ou 
compulsivamente, o sucesso de sua vida; há um grave 
desequilíbrio em seus relacionamentos, brigas sérias, 
faltas de consideração e de reconciliação, conflitos de 
consciência, sentimentos de culpa, sentimentos de 
vítima ou medo compulsivo de fazer algo funesto; faltam 
pessoas no sistema, por exemplo, algum filho 
extraconjugal do pai; pessoas do sistema não são 
levadas em consideração, por exemplo, natimortos; 
silencia-se sobre o destino das pessoas, dizendo-se, 
por exemplo, que um avô morreu de infarto, quando na 
verdade suicidou-se. 
 
Critérios para o trabalho com o movimento amoroso 
são, por exemplo: a pessoa teve graves experiências 
traumáticas, sobretudo na primeira infância; apresenta 
as chamadas perturbações "neuróticas": problemas 
ligados à aproximação, medos, compulsões, etc., dá a 
impressão de estar "ligada" e aberta quando se imagina 
abraçada com amor pela mãe ou pelo pai; tem 
dificuldade de tomar e mostra sentimentos de 
desesperança e resignação, que não correspondem â 
situação real de sua vida; permanece presa na 
satisfação de necessidades infantis (Schneider, 2001). 
 
De acordo com Schneider (2001) as informações 
recolhidas para a constelação familiar visam responder 
às seguintes perguntas: 
Quem falta e precisa ser acolhido, para que algo se 
resolva no sistema ? 
 
Quem está sendo atraído para fora de um sistema, e 
para onde está sendo atraído? 
 
De quem quer afastar-se ou em lugar de quem deseja 
partir? 
 
Quem é preciso deixar partir, para que os outros do 
sistema possam ficar? Quem talvez possa deter a 
dinâmica de partir e morrer, caso seja considerado e 
seu amor seja recebido? 
 
Que destino pressiona para ser repetido através de uma 
compensação funesta, de modo que uma pessoa só se 
sente ligada a outra se não estiver melhor do que ela? 
 
Que destino pressiona para ser repetido porque foi encoberto e 
deseja vir à não foi honrado e quer ser reconhecido? 
 
Quem foi, através de seu destino, arrancado da vida de forma 
a parecer "incompleto", e talvez precise ser consumado 
através de outros? 
 
Que pessoas, vivas ou mortas, não puderam despedir-se, que 
vítima não foi reconhecida, e pressiona para que um póstero 
se assemelhe a ela? 
 
Que perpetrador não foi visto e reconhecido por seu ato 
funesto, de forma um outro deseja segui-lo cometendo um ato 
semelhante? 
 
Se foi perturbada a ordem num sistema, por exemplo, a 
hierarquia dos irmãos, ou se não foi assegurada a precedência 
de um novo sistema, por exemplo, a da família atual sobre a 
família de origem, ou a do segundo casamento sobre o 
primeiro; 
 
Se as relações numa família não são confiáveis porque, por 
exemplo, filhos pressionam por assumir papéis dos pais ou 
vice-versa, ou porque os filhos querem fazer algo de 
inapropriado por seus pais, ou porque os pais não preservam a 
segurança dos filhos. 
 
O mais conveniente é que as informações necessárias 
sejam perguntadas passo a passo, em conexão com o 
processo da constelação. Naturalmente, é preciso saber 
inicialmente quem pertence a um sistema e 
eventualmente poderá ser incluído em sua 
representação. As informações restantes podem se: 
recolhidas de acordo com a dinâmica que se manifesta 
durante o processo da constelação (Schneider,2001). 
 
Com frequência é útil também que, antes de começar o 
trabalho, sejam solicitadas informações sobre os 
destinos na família. Isto é importante, sobretudo quando 
alguém ainda não tem muita experiência com 
constelações e, antes de começar o trabalho, gostaria 
de obter indicações sobre a direção em que se 
desenvolverá o processo. O risco que se corre com isso 
é que as informações nos levem a desviar da dinâmica 
autêntica que se manifesta no processo da constelação 
ou que este fique sobrecarregado com as informações 
previamente recolhidas. 
 
Recomenda-se que, antes de iniciar o trabalho, sejam 
recolhidas informações suficientes sempre que a 
intenção expressa pela pessoa envolvida ainda não 
revele uma força clara e o direcionamento para uma 
solução, e o terapeuta ainda careça de informações que 
contenham um "peso de alma" e lhe dêem esta 
segurança: "agora já posso trabalhar” (Schneider,2001). 
 
Muitas vezes, as informações essenciais para uma 
constelação liberadora só se revelam, de forma 
totalmente inesperada, durante o processo de sua 
colocação, como por exemplo: 
 
Uma mulher, que já tinha feito sua constelação e 
contemplado nela os destinos da família da mãe, queria 
esclarecer algo de "indefinível" que a separava de seu 
pai. Numa segunda constelação, ela colocou sua 
representante num lugar que não competia a uma filha, 
como se estivesse substituindo uma pessoa que faltava. 
Mas o que mais impressionou nessa constelação foi 
que o representante do pai olhava "para um túmulo". 
Perguntas feitas na ocasião revelaram que o pai tivera 
anteriormente uma noiva, sobre a qual nada se sabia. 
Numa rodada anterior, o terapeuta havia interrogado os 
participantes sobre histórias literárias que foram 
pessoalmente importantes para eles, e essa mulher 
citara "A Bela Adormecida", que fala de uma amada 
excluída pelo pai, e uma história de Ingeborg Bachmann 
sobre o suicídio de uma mulher. 
 
Baseado nessa informação, o terapeuta fez com que a 
representante da noiva se deitasse no chão, diante do 
pai, mas não se manifestou nenhuma relação 
significativa. Então o terapeuta simplesmente virou o pai 
para fora, como se buscasse a morte. Aí o 
representante do irmão da mulher exclamou: "Eu bem 
gostaria de fuzilá-lo pelas costas!" Essa expressão 
emocionou profundamente a mulher, e ela contou que 
seu pai sempre sofreu muito porque, quando era um 
jovem soldado na guerra, tinha fuzilado num bosque, 
pelas costas, um homem que depois se verificara ser 
um velho camponês, que trazia

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