Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluno: Carlos César de Melo - Matrícula: 202001673512 Fundamentos Antropológicos e Sociológicos Justiça Estatal e Justiça Comunitária Cotia, SP 2020 Introdução: Este Trabalho tem como objetivo demonstrar o conceito da Justiça estatal e justiça comunitária, mostrar quais os efeitos positivos e negativos para a comunidade e quais as principais diferenças entre elas. Desenvolvimento / referencias: Justiça Estatal De acordo com Santos a justiça estatal, é institucionalizado, tem em suas características o poder coercitivo e com discurso jurídico de menor espaço retórico, é concomitantemente mais profissionalizado, mais formalista e legalista, mais elitista e autoritário. Enfatiza que a práxis do direito estatal é revelada pela articulação de três componentes estruturais básicos: a retórica, a burocracia e a violência. Cada um desses componentes perfaz uma forma de comunicação e uma estratégia de decisão. A retórica baseia-se na produção de persuasão e de adesão voluntária através da mobilização do potencial argumentativo de sequências e artefatos verbais e não verbais socialmente aceitos. A burocracia baseia-se na imposição autoritária por meio da mobilização do potencial demonstrativo de conhecimento profissional das regras formais e dos procedimentos hierarquicamente organizados. A violência baseia-se no uso ou ameaça da força física. O funcionamento e a interação desses três componentes estruturais revelam o modelo jurídico estatal da sociedade capitalista. Justiça Comunitária A justiça comunitária é um programa que estimula a comunidade a construir e escolher seus próprios caminhos para a realização da justiça, de maneira pacífica e solidária. Para isso as pessoas que querem participar desse programa para colaborar, voluntariamente, com sua comunidade passam antes por uma seleção a tornarem-se agentes comunitários de justiça e cidadania. Esses agentes são capacitados para realizar as atividades de educação para o direito, mediação comunitária de resolução de conflitos e animação de redes sociais. Como essas atividades contribuem com a comunidade: Educação para o direito é importantíssimo para que as pessoas da comunidade possam conhecer os seus direitos e deveres, para que respeitem os direitos das outras pessoas, facilitando assim o diálogo quando as pessoas estiverem diante de uma resolução de conflitos. Mediação comunitária de conflitos tem papel fundamental na resolução de conflitos, pois oferece a comunidade a possibilidade deles próprios através do diálogo chegar em um acordo que seja bom para ambos, pois a base dessa resolução é não somente falar, mas ouvir, com isso aprendem a ver de outras perspectivas o melhor caminho para resolver seu problemas. Importante citar o trabalho do agente comunitário nesta atividade, pois ele não julga, não tem poder de decisão, não aconselha e não sugere solução. Ele age somente como um mediador abrindo o diálogo estre as pessoas. Animação de redes sociais é trazer em meio a tantas possibilidades desconexas, como habilidades de pessoas, problemas, carências e talentos, possam se conectar e passar a constituir um território coeso como uma comunicação permanente entre os nós dessa rede. Este tipo de interação é necessário, pois são através destes nós que uma pessoa pode levar um conflito individual e o agente comunitário pode identificar que outras pessoas possuem o mesmo problema e assim juntá-las fortalecendo a rede e a resolução dos conflitos. Diferenças encontradas entre Justiça Estatal e Justiça Comunitária Justiça estatal • Dispõe de direito formalista e legalista; • Processo inflexível; • as decisões são baseadas na aplicação das leis sem qualquer preocupação com a reconciliação das partes; • É mais institucionalizado, com maior poder coercitivo e com discurso jurídico de menor espaço retórico; • mais profissionalizado; • mais elitista e autoritário. Justiça comunitária • Dispões de direito informal; • Processo flexível; • Sem demarcação nítida da matéria relevante; • E a reconciliação das partes tem primazia sobretudo o mais na resolução dos litígios; • É precário. Conclusão: No decorrer do desenvolvimento deste trabalho universitário identifiquei que o estado tem suas nuances no atendimento das necessidades da população mais carente, com isso os direitos dos cidadãos das classes mais pobres têm cerceado seu acesso à justiça de qualidade e a ajuda do estado para resolução de conflitos, litígios e problemas dos mais diversos. Esse acesso a justiça se faz presente por problemas estruturais, sociais e discriminatórios dessas comunidades, outros fatores fortes são o desconhecimento dos direitos ou por acreditar que a justiça só servem as elites e esse pensamento de alguma forma não é mentira, sem falar que o judiciário brasileiro por ter processos complexos limitam a busca por justiça somente aos que conhecem o direito, além da crise institucional que o sistema de justiça brasileiro vem enfrentando nos últimos tempos, como diversas denúncias de corrupção, venda de liminar e outros. Mas o ser humano tem por natureza a busca pela justiça e pela paz, já que viver em comunidade naturalmente se cria um ambiente onde os conflitos se afloram, pois os homens divergem uns dos outros, temos cada um opiniões diferentes, com isto essas comunidades mais afetadas pela busca dessa tão almejada justiça e paz, se organizaram criando o programa de Justiça Comunitária. Essa Justiça comunitária aproximou a comunidade do conhecimento do direito, abriu oportunidade de soluções de conflitos e acendeu a chama para materializar a justiça social. De acordo com Baoventura em seu estudo sobre a Favela do Jacarezinho fica evidente que este modelo já vinha fazendo parte do cotidiano das comunidades a muito tempo, porém se reforçou com a criação do programa Justiça Comunitária em 2005. Para finalizar minha conclusão é de suma importância este tipo de ação, pois a justiça estatal não conseguiria atender as necessidades dessas comunidades, pois o sistema está saturado e não há espaço para atender a comunidade que anseia uma resolução de conflitos, litígios e problemas de uma maneira rápida, eficaz e justa. Bibliografia: ASSIS, Olney Queiroz; KUMPEL, Vitor Frederico. Manual de Antropologia Jurídica. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. MINISTÉRIO da Justiça. Cartilha O que é Justiça Comunitária. Brasil: TJDFT, 2008. MINISTÉRIO da Justiça. Relato de uma Experiência Programa Justiça Comunitária do Distrito Federal. Brasília: TJDFT, 2008.
Compartilhar