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MODELO MANDADO DE INJUNÇÃO_CASO CONCRETO 2

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MODELO: PEÇA PROCESSUAL — MANDADO DE INJUNÇÃO
(Fonte 12, Arial ou Times New Roman, espaçamento entre linhas 1,5)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
(pular aproximadamente 5 linhas entre o endereçamento e o preâmbulo)
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob n. ---, com sede na Rua ---, vem perante este douto juízo, por intermédio de sua advogada ao final subscrita, impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO, em face de prefeito do município y, autoridade integrante do Poder Executivo do Município Y, o que faz com base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
(espaço de duas linhas)
1. DA LEGITIMIDADE ATIVA
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y caracteriza-se como organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há mais de 01 (um) ano, conforme comprovam os seus atos constitutivos. 
Nos termos da Lei n. 13.300/2016, art. 12, III, o autor tem legitimidade para promover o presente Mandado de Injunção Coletivo, para assegurar o exercício de direitos em favor de seus membros ou filiados: os servidores públicos municipais do Município Y: 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
(..)
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
 
2. DOS FATOS
O Município Y possui servidores públicos que exercem atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante de agentes nocivos à saúde. Por conta dessa atividade profissional, exercida sob condições especiais que prejudicam a saúde, tais servidores públicos municipais recebem o adicional de insalubridade.
Muitos desses servidores municipais congregam todos os requisitos necessários ao recebimento de aposentadoria especial, havendo previsão expressa desse direito na Constituição do Estado de São Paulo. Contudo, a norma constitucional que prevê o direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais do Município Y possui eficácia limitada, necessitando de norma regulamentadora para que este direito possa ser exercitado.
Observa-se que a Lei Orgânica do Município Y estabelece a competência exclusiva do Prefeito do Município Y para a iniciativa do projeto de lei regulamentadora, que venha a dispor sobre a aposentadoria dos servidores. 
Dessa forma, caberia ao Prefeito do Município Y a elaboração do projeto de lei que viesse a regulamentar o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais. No entanto, a referida lei regulamentadora sequer foi elaborada, havendo omissão legislativa por parte do Prefeito do Município Y, que torna inviável o exercício do direito à aposentadoria especial pelos servidores públicos municipais que preencham os requisitos exigidos à concessão desse direito.
Em vista dessa situação fática, o Mandado de Injunção Coletivo se apresenta como o remédio constitucional apto a ensejar o pleno exercício do direito à aposentadoria especial pelos servidores públicos do Município Y.
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Diante dos fatos expostos, não há dúvidas quanto ao cabimento do Mandado de Injunção Coletivo, ante à omissão legislativa do Prefeito do Município Y, que não elaborou o projeto de lei regulamentadora do exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais.
Conforme dispõe a Constituição Federal, no Art. 5º., inciso LXXI; e a Lei n. 13.300/2016, no Art. 2º: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”.
A ausência de lei municipal regulamentadora do direito previsto na Constituição do Estado de São Paulo (art. 126, § 4º, III), torna inviável o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas), razão pela qual o Mandado de Injunção Coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada: 
Constituição do Estado de São Paulo. 
Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado e municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
(...)
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: 
(...)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Há existência de norma constitucional (Constituição do Estado de São Paulo) de eficácia limitada ainda não regulamentada, o que impede o exercício de um direito em caso concreto (inconstitucionalidade por omissão).
A competência legislativa das pessoas políticas para editar normas sobre previdência social, em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, é concorrente (artigo 24, XII da CF), de modo que ausente norma de caráter geral expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local para a propositura da lei, sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal a respeito (§ 4º, artigo 24 da CF):
Art. 24, CF/88: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
(...)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
O Município tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de seus servidores no exercício da competência supletiva (art. 24, § 3º c/c art. 30, II, da CF):
Art. 24. (...) 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.     
(...)
Art. 30. Compete aos Municípios:
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Portanto, a disciplina jurídica sobre a matéria atesta a presença de omissão legislativa por parte do Prefeito do Município Y, a qual deverá ser sanada, para que o direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais possa vir a ser regularmente exercitado.
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que o presente Mandado de Injunção Coletivo seja julgado procedente em sua totalidade, para declarar a omissão normativa do Prefeito do Município Y;  bem como determinar a aplicação analógica do disposto no Art. 57, caput e § 1º da Lei nº 8.213/1991, que disciplina o Regime Geral da Previdência Social, determinando-se a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos municipais que cumprirem as exigências legais. 
Igualmente, requer o autor:
4.1. A notificação do Prefeito do Município Y para prestar informações, no prazo de 10 (dez) dias.
4.2. A ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.
4.3. A intimação do representante do Ministério Público.
4.4. A condenação do impetrado em custas processuais.
.
O autor requer a análise das provas anexadas à presente ação.
Dá-se à causa o valor de R$1.000,00 (um mil reais). (Art. 291, do CPC)
Nestes termos, pede deferimento.
MunicípioY, 30 de abril de 2020.
MARILIA BARBOSA
Advogada – OAB/CE n. 17030

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