Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Ciclo reprodutivo feminino Cada ciclo dura em media 1 mês, e envolve tanto a oogênese quanto a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Os hormônios secretados pela adenohipófise e hipotálamo controlam os principais eventos. Ocorrem dois tipos de eventos no ciclo reprodutivo, ocorrem concomitantemente, porém em locais parcialmente diferentes. O ciclo ovariano e o ciclo menstrual; o primeiro ocorre nos ovários e o segundo no útero. São dependentes entre si e um resulta no outro. Ciclo ovariano São os eventos nos ovários que ocorrem durante e após a maturação dos oócitos. A principio o hormônio produzido no hipotálamo, o GnRH age estimulando a adenohipófise a secretar FSH e de LH. Essa estimulação faz com que ocorra a maturação dos oócitos. Primeiramente o FSH vai agir nos folículos primordiais os ajudando a se maturar. Os folículos primordiais são revestidos por células foliculares (granulosas, pavimentosas simples), e guardam o ovócito dentro de si. As células foliculares dos folículos primordiais contêm receptores de FSH que ao se ligarem com o hormônio se diferenciam, antes pavimentosas se transformam em cubicas. Os receptores de FSH estão também nas células do estroma, que é formando por tecido conjuntivo (o FSH faz o estroma se diferenciar em teca interna e teca externa). O FSH é ajuda então as células do folículo primordial se diferenciar, e também faz com que o ovócito os outros componentes celulares aumentem de tamanho. O final dessa etapa demarca a evolução do folículo primordial em folículo primário unilaminar. O FSH continua atuando nas células que já ficou cubica, e então começa a surgir a teca interna (ao redor do folículo). Quando o estroma começa a se diferenciar em teca interna e externa, o FSH atua influenciando a teca a produzir androstenediona, e a transcrição e tradução de aromatase que é responsável por aromatizar a androstenediona em estrógeno. Com a diferenciação de teca interna e externa o folículo primário unilaminar se transforma em folículo primário multilaminar. Folículo primário multilaminar contém duas fileiras de células cubicas. Já possui zona pelúcida (camada de glicoproteínas, importante para proteger o ovócito na hora da fecundação) que é produzida a partir das células da granulosa em conjunto com o ovócito. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII As células da granulosa produzem o líquido antral, que fica entre o ovócito e a periferia (com o aumento desse líquido, o ovócito vai ficando cada vez mais isolado dentro do folículo). Com a formação desse líquido o folículo primário multilaminar é transformado em folículo pré-anteral ou secundário. A evolução para folículo secundário é fase em que o ovócito começa a ser isolado pelo líquido antral. Fase pré-ovulatória: alguns folículos secundários começam a secretar estrógeno e inibina. Por volta do 6º dia um folículo secundário único em um dos ovários supera os outros (por ter melhores receptores e reservas hormonais) e se torna um folículo dominante. O folículo dominante secreta estrógeno, e inibina que inibem FSH e fazem com que os outros folículos parem se der estimulados e sofram atresia. O líquido divide as células da granulosa fazendo com que elas fiquem mais próximas da zona pelúcida e também da teca interna. As células da granulosa perto da zona pelúcida (internas) se transformarão em corona radiata. Com a finalização dessa etapa o folículo secundário se transforma em folículo maduro. No folículo maduro (ou de Graff) a corona radiata já esta inteiramente formada e também há a formação da Cumulos oophorus (caminho de células da granulosa que não se desprende da parede com o espaçamento do líquido anteral, ele digere a parede celular, e elimina o folículo). Na ovulação os níveis elevados de estrógeno durante a fase pré-ovulatória atuam em feedback positivo para a liberação de GnRH e LH. No folículo maduro há receptores de LH, que fará o folículo crescer. Essa é a fase que o LH secretado pela adenohipófise começa a atuar, ou seja, o pico de LH é responsável pela ovulação. O ovócito se solta do folículo maduro e vai em direção à tuba, deixando para trás as células da teca interna, externa e as da granulosa (caracterizadas como corpo lúteo). O ovócito mantém perto de si a corona radiata e a zona pelúcida. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Após acontecer a ovulação, a parede termina de secretar enzimas proteolíticas para liberar o ovócito, há uma predominância de captação de colesterol pelas células que restam do folículo que leva ao corpo lúteo. Essa captação faz com que o corpo lúteo tenha aparência amarela e tenha reserva para produzir progesterona. O corpo lúteo age sob influência do LH, e com isso libera hormônios para que seja possível manter uma possível gestação, como progesterona, estrógeno, relaxina e inibina. Há duas possibilidades a partir dessa fase a fecundação e a não fecundação. Fecundação: o ovócito fecundado rola até a cavidade uterina, faz a nidação, começa a diferenciação celular de citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto, começa também a produzir hCG (estimula a atividade secretora do corpo lúteo) que domina essa fase juntamente com a progesterona (que depois diminuirá, +/- 2 semanas, que é o tempo de vida útil do corpo lúteo). Não fecundação: queda da progesterona, estrógeno, relaxina e inibina que tem seus níveis diminuídos e por uma ação de feedback negativo há consequentemente a menstruação, e é retomada a liberação de GnRH, FSH e LH retomando o crescimento folicular. É importante dizer que o corpo lúteo nessa fase tem declínio de atividade, fazendo com que se degenere e se transforme em corpo albicans (como se fosse uma cicatriz). Resumindo: GnRh (hipotálamo) FSH e LH (adenohipófise) folículo primordial folículo primário unilaminar folículo primário multilaminar folículo secundário folículo maduro corpo lúteo e ovócito. A fase folicular no ovário compreende então desde o folículo primordial ate o folículo maduro (antes da liberação do ovócito), durante essa fase há uma alta produção de estrógeno. A liberação do ovócito inicia a fase lútea no ovário. Hormônios principais em cada fase: Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII No ovário: FSH - fase folicular (até folículo secundário); LH – desde folículo secundário até fase lútea; Ciclo menstrual É concomitante com o ciclo ovariano, se caracteriza por uma série de modificações teciduais no útero (principalmente no endométrio) para prepara-lo para a chegada de um ovulo fertilizado que vai se desenvolver ali até o nascimento. Abrange alterações hormonais, mudanças cíclicas relacionadas ao útero, mamas e colo uterino. A fase folicular do ovário coincide com a fase proliferativa no útero, onde há alta produção de estrógeno que é responsável pelo espessamento do endométrio. Fase pré-ovulatória: muito estrogênio que faz proliferação celular. Ocorreu a menstruação, descamação das células endometriais até a camada basal (a que não muda nunca). O estrógeno estimula o reparo do endométrio. As células do estrado basal sobrem mitoses e produzem o novo estrato funcional, fazendo o endométrio se espessar. No útero a progesterona age aumentando a tortuosidade das glândulas (que são em grande número no útero) para que aumentem a secreção de muco. Essa fase em que a progesterona esta agindo no útero é chamada de fasesecretória. Fase pós ovulatória: é quando o ovócito é liberado e se separa do corpo lúteo, que então pode evoluir para fecundação ou para menstruação. Isso ocorre uma semana após a ovulação, onde o corpo lúteo que produziu o estrógeno e a progesterona que promovem especificamente o crescimento das glândulas, enrolamento das arteríolas uterinas, espessamento (12-18 mm) e vascularização do endométrio. Preparando o órgão para que ocorra a nidação. Há também modificação no tecido mamário, durante a fase estrogênica (fase proliferativa do endométrio e folicular do ovário), ocorre proliferação canalicular. Na fase progestogênica (fase secretória do endométrio e fase lútea do ovário) ocorrem as alterações mais proeminentes, aumenta a glândula e ingurgita a mama, a mama muda de formato, sendo evidente dor próximo à axila onde se encontra a maior parte de tecido glandular. Posteriormente, se ocorrer a fecundação, haverá ação de prolactina e ocitocina para que haja produção e ejeção do leite respectivamente. As tubas uterinas também sofrem ação dos hormônios, o estrógeno é responsável pelo estímulo no crescimento dos cílios na tuba (o ovócito é levado da parede da tuba até a fase ampolar, que é a parte mais dilatada, pelo batimento dos cílios) e a progesterona é responsável pela maior liberação de muco. Ambos hormônios influenciam na melhoria do Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII transporte o ovócito em direção ao endométrio e são produzidos principalmente pelo corpo lúteo. O colo de útero modifica suas características, na fase estrogênica o líquido produzido pelo canal endocervical é fluido, para facilitar a ascensão e progressão espermatozoides para que eles cheguem ate a tuba uterina. Na fase progestogênica, esse líquido do canal endocervical se torna mais espesso, e essa característica se mantém durante a gravidez, formando o tampão mucoso. O tampão mucoso faz uma barreira no colo do útero para impedir que qualquer patógeno venha através do canal vaginal. Na vagina há mudança durante o ciclo menstrual, na fase pré ovulatória há um esfregaço limpo, com poucos leucócitos encontrados. Na fase pós-ovulatória há esfregaço com grande quantidade de leucócitos, para combater eventuais patógenos que possam entrar pelo canal vaginal. Resumindo: fase folicular e fase lútea = ovários. Fase menstrual, fase proliferativa, fase pós- ovulatória, fase secretória = no útero. Hormônios principais em cada fase: No útero: estrógeno – fase proliferativa; progesterona e estrógeno – fase secretora; Estrógeno age fazendo as células se proliferarem; a Progesterona é responsável pelo aumento dessas células, as fazendo trabalharem mais. Eixo hipotálamo- hipófise- ovariano Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII O hipotálamo libera GnRH que estimula a adenohipófise a produzir FSH e LH. O FSH e o LH agirão nos ovários maturando os folículos estimulando a produção de estrógeno e progesterona. O estrógeno e a progesterona vão ter ações no útero, nas tubas uterinas, no colo de útero, nas mamas e na vagina. A alta de progesterona inibe o hipotálamo de secretar GnRH, e então a adenohipófise não irá secretar LH nem FSH. – feedback positivo A alta de estrógeno inibe o hipotálamo de secretar GnRH, e então a adenohipófise não irá secretar LH nem FSH. – feedback negativo Menarca A menarca é o marco da puberdade feminina, pois é o inicio da vida proliferativa. É caracterizada como o primeiro fluxo menstrual. Durante a puberdade, ocorre o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como telarca e pubarca e o potencial para a reprodução sexual é atingido. A puberdade tem inicio com os pulsos de LH e FSH desencadeados pelo GnRH, esses pulsos começam 3 a 4 anos antes da menina atingir o padrão adulto de pulsos. Ocorrem mais durante o sono e ao longo do tempo passam a ser iguais nos períodos do dia. A leptina é um hormônio que atua na menarca precoce ou tardia, pois atua sobre a massa de tecido adiposo fazendo com que os receptores do hipotálamo e adenohipófise sejam mobilizados a sinalizar o cérebro que a menina já tem reserva adiposa suficiente/insuficiente para ter o inicio da função sexual. Por essa razão meninas muito magras podem demorar mais para ter a menarca, e meninas mais gordinhas podem ter menarca precoce. Síndrome pré-menstrual é caracterizada por um conjunto de alterações físicas e/ou emocionais que podem ocorrer com a grande maioria das mulheres em idade reprodutiva durante a fase pré-menstrual. Somente 2 a 10% dessas mulheres apresentam sintomas mais intensos podendo interferir em seu trabalho, atividade social e relações interpessoais. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII É definida como conjunto de perturbações caracterizadas por manifestações somáticas, afetivas, cognitivas e comportamentais que aparecem na fase pré-ovulatória do ciclo menstrual. Podem ocorrer sintomas afetivos (tristeza, raiva, irritabilidade, humor instável), somáticos (náusea diarreia, palpitações, edema), cognitivos (dificuldade de concentração, indecisão, paranoia, sensação de rejeição, pensamentos suicidas), dolorosos (cefaleia, mastalgia, dores articulares e musculares), neurovegetativos (anorexia, alteração do apetite, fadiga, letargia, alteração na libido), comportamentais (diminuição na motivação, dificuldade de controlar impulsos, diminuição da eficiência, isolamento social), neurológicos (distúrbios da coordenação motora, convulsões, vertigens, tonteiras, parestesia, tremores), fluido/eletrólitos (meteorismo intestinal, aumento de peso, oligúria, edema), e dermatológicos (acne, pele oleosa, ressecamento do cabelo, hirsutismo). Hipótese hormonal: foi proposto que a redução nos níveis de progesterona na fase lútea poderia ser responsável pelo quadro clínico. Essa teoria se baseia na interação da progesterona com os receptores gabaérgicos, agindo de forma sedativa. Níveis altos e baixos de progesterona pode desencadear a síndrome pré-menstrual. Hipótese da endorfina: os níveis de beta-endorfinas estão reduzidos na fase pré- menstrual em mulheres afetadas pela síndrome Hipótese da prostaglandina: mulheres com a síndrome pré-menstrual tem diminuição seletiva de prostaglandina E. A interação seria mediada por deficiência na vitamina B6 e magnésio. Hipótese da retenção hídrica: alterações mineralocorticoides como sua causa dos sintomas. Os mineralocorticoides podem ter um efeito colateral sobre o humor visto que um de seus metabólitos (desoxicorticosterona) interage com os receptores gabaérgicos. Diagnóstico: anamnese, caracterizar a periodicidade dos sintomas e melhora dos mesmos com o inicio da menstruação. Tratamento: o objetivo do tratamento do distúrbio disfórico da fase lútea avançada é tratar os sintomas, com isso haverá diminuição do seu impacto nas atividades diárias e na vida social afetada. Indicar tratamento sintomático e hormonal (a fim de suprimir a ovulação). Pode haver necessidade de tratar com antidepressivos, ansiolíticos, antagonistas de GnRH. Primeiramente são utilizados fitoterápicos, e depois as cetralinas. Climatério É definido como uma fase biológica da vida da mulher que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo de uma mulher. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII O marco do climatério é a menopausa, pois responde ao ultimo ciclo menstrual, porém só é reconhecido como tal após 12 meses sem menstruação. Ocorre geralmentedos 47 a 50 anos de idade. É conhecido como perimenopausa o período de tempo que antecede a menopausa, marcado por ciclos menstruais irregulares, acompanhados ou não de manifestações vasomotoras (fogachos) e termina 12 meses após a menopausa A produção de estrogênio e de androgênio tende a oscilar durante a perimenopausa. Tem fases estrogênicas, mas não tem fases progestogênica. A pós-menopausa inicia-se com a ultima menstruação e vai até os 65 anos de idade. O FSH pode estar 10-15 vezes maior, LH 3-5 vezes maior e estradiol 80% mais baixo, e é substituído por estrona. O estradiol sérico do sangue é transformado em estrona a partir da conversão dos androgênios nos ovários e suprarrenais. A partir dos 40 anos, nota-se uma aceleração de perda de folículos acompanhada de um aumento seletivo do FSH, o que causa isso é a redução da síntese de inibina pelas células da granulosa. Há alterações na estrutura e função ovariana com gradativa queda de estrógeno e consequente aumento das gonadotrofinas hipofisárias. Os ovários são sensibilizados cada vez menos pelos estímulos gonadotróficos. Há a diminuição de inibina e estradiol, o que faz com que o FSH aumente, fazendo uma hiperestimulação folicular sem alteração da fase lútea, levando a ciclos menstruais encurtados, insuficiência lútea e ciclos anovulatórios. Como há poucos folículos em desenvolvimento, há menor produção e conversão de androgênio em estrogênio, o que pode diminuir a libido da mulher no climatério. Sintomas são enumerados na escala de Kupperman (analisa os sintomas do climatério), que analisam há necessidade ou não de realizar terapia hormonal. Precoces: sintomas vasomotores (fogachos, coincidem com picos de GnRH), irritabilidade, artralgia, mialgia, insônia, alteração da microbiota genital, atrofia genital, secura vaginal. Intermediários: dispareunia, sinusorragia, dislipidemia. Tardios: osteoporose, demência, Alzheimer. Terapia de reposição hormonal: o hormônio principal administrado quando há a necessidade (osteopenia climatérica, e principalmente sinais de perimenopausa) é o estrogênio. É necessário fazer concomitante a reposição progestogênica, por que a progesterona é responsável pela secreção e pela atrofia dessas células, porém é contraindicado em caso de câncer de mama e de colo de útero na família, pois a progesterona é responsável pela proliferação glandular (que são os tipos de câncer de mama mais comuns). Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Métodos contraceptivos Métodos comportamentais: coito interrompido, tabelinha (requer um ciclo menstrual regular, contar 14 dias a partir da menstruação, e contar uma janela de 4 dias, após o 14° dia e evitar relação nessa janela), temperatura (medir a temperatura todos os dias, quando tiver um aumento de 0,5ºC na sua temperatura basal, é colocado uma margem o de 6 dias e realiza o ato apenas após esses 6 dias, não é muito indicado para contracepção, mas sim para engravidar). Métodos de barreira: preservativos femininos e masculinos, diafragma. Métodos hormonais: anel vaginal (não deixa acontecer à ovulação, engrossa o muco cervical dificultando a passagem dos espermatozoides), anticoncepcional de ciclo prolongado (progestina e estrógeno, VO, 1 vez ao dia por 3 meses), minipílula (progestina em baixas doses VO todos os dias do mês), adesivo anticoncepcional (progestina e estrogênios colocados na parte superior do braço, das costas abdome ou nádegas), contracepção de emergência (pílula do dia seguinte, ”bomba” de progesterona e estrógeno), injeção (progestina, VIM), progestogênico (se comportam de forma diferente), combinado, monofásico, bifásico, trifásico, os que simulam o ciclo menstrual, implante subdérmico. Dispositivos intrauterinos: DIU mirena (de plástico, contem hormônios, é colocado dentro do útero liberando uma quantidade diária de hormônios para que não ocorra a ovulação), DIU de cobre (feito de cobre, o metal ira influenciar espessando o endométrio, não libera hormônios, e, o espessamento excessivo provocado pelo cobre impede que o óvulo faça a nidação). Métodos cirúrgicos: esterilização cirúrgica (torna o indivíduo incapaz de se reproduzir, laqueadura), esterilização histeroscópica (mini-mola inserida com um cateter nas tubas uterinas com finalidade de provocar uma cicatrização, e o tecido que cresce irá bloquear a passagem de ovócitos). Modificações do organismo durante a gravidez Alterações fisiológicas observadas na gestação que decorrem de fatores hormonais e mecânicos. Os ajustes verificados no organismo da mulher devem ser considerados normais durante o estado gravídico e diferenciados de um estado não gravídico para a análise de exames por exemplo. As modificações são divididas em sistêmicas e de órgãos genitais. Modificações sistêmicas Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Postura e deambulação: o aumento da barriga e das mamas a grávida muda sua postura a fim de mudar seu centro de equilíbrio, tornando o a frente o centro de gravidade e todo o corpo se projeta para trás. Ela adota a chamada marcha anserina, tem sustentação de ângulos maiores com passos oscilantes e mais curtos. Grupamentos musculares que antes não agiam com função constante passam a estirar-se e contrair-se, sua fadiga responde às dores cervicais e lombares (orientar a não fazer movimentos que forcem ainda mais a coluna). Há frouxidão dos ligamentos (ação atribuída à secreção de relaxina, pela placenta) especialmente da sínfise pubiana. O principal resultado dessas alterações é o aumento da capacidade pélvica. Lanugo (crescimento de cabelinhos novos), linea nigra, cloasma, sangramento gengival. Metabolismo: as alterações no metabolismo materno são necessárias para suprir as exigências que surgem pelo rápido crescimento e desenvolvimento do bebê durante a gravidez. Metabolismo glicídico: o feto consome muita glicose, então há um aumento na demanda no organismo da mãe. Em períodos prolongados de jejum, o feto extrai glicose e aminoácidos da gestante, em quantidades iguais aos períodos de alimentação (parasitismo verdadeiro). Por volta da 28ª semana a gestante tem o pico do hormônio do lactogênico placentário que tem efeito importante em aumentar a resistência periférica à insulina, para aumentar a oferta de glicose para o feto. Isso em algumas mulheres pode ocorrer em um estado maior do que o normal, e então a mulher desenvolve um estado hiperglicêmico que é a diabetes gestacional, que vem como consequência do efeito exacerbado do lactogênio placentário. Aumenta a disponibilidade e diminui o consumo de glicose da mãe. Aumenta a resistência à insulina, e se ela fica resistente aumenta a disponibilidade de glicose = mais glicose circulante. Metabolismo lipídico: aumento do peso corresponde ao crescimento do bebe e da placenta e ao acúmulo de lipídios nos depósitos de gordura. Comum na gravidez ocorre durante os primeiros 2/3 da gestação e é responsável pela maior parte do acréscimo de peso materno, relacionado com a hiperfagia. Esse aumento nos depósitos de gordura maternos é especialmente decorrente da lipogênese aumentada (corresponde à elevação na síntese de ácidos graxos e glicerol, indicando que a formação dos triglicerídios (TG) está exaltada). A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, (exceto aos ácidos graxos livres e aos corpos cetônicos). Acúmulo de lipídios nos tecidos da gestante e a hiperlipidemia gestacional são alterações no metabolismo que têm importantes implicações no crescimento fetal. Os corpos cetônicos cruzam livremente a placenta e Izabella Hanada Christino 115293Faculdade das Américas TVII podem ser usados como combustível fetal ou mesmo como substratos para a síntese de lipídios no cérebro. A atividade lipolítica intensa do tecido adiposo durante o fim da gestação também favorece os tecidos maternos, pois nesse estágio o uso periférico de glicose é bastante diminuído pela resistência à insulina, e os produtos lipolíticos – especialmente AGL e corpos cetônicos – podem ser empregados como combustíveis alternativos, poupando a glicose. Metabolismo proteico: a concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida na gravidez. As proteínas totais, embora aumentem em valores absolutos pela hemodiluição plasmática, têm suas concentrações diminuídas. As de albumina sofrem redução nítida, enquanto é menor a queda das gamaglobulinas. Já os teores de alfa- e de betaglobulinas e os de fibrinogênio aumentam. Metabolismo hidroeletrolítico: a retenção de líquido é a característica mais expressa no metabolismo hidroeletrolítico, (8 a 10 l) intra e extracelular responsável pelo aumento do volume plasmático. Isso resulta em aumento do débito cardíaco e do fluxo plasmático renal. O mecanismo provável para esse ajuste é a retenção de sódio (devido a maior secreção de aldosterona pela suprarrenal) a taxa de filtração glomerular aumenta em torno de 50%, e surge um mecanismo compensatório pelo sistema renina-angiotensina- aldosterona. A renina estimula a secreção de aldosterona pela via angiotensina. A aldosterona é responsável pelo aumento da reabsorção de sódio, preservando a homeostase materna. Metabolismo do cálcio: o nível do cálcio é regulado e mantido nos limites normais pelo hormônio da paratireoide ou paratormônio, e pela vitamina D. o paratormônio estimulado pela hipocalcemia e inibido pela hipercalcemia influencia o metabolismo do cálcio pela reabsorção óssea e pela formação de vitamina D3. Durante a gestação grande quantidade de cálcio e fosforo são transferidas contra o gradiente de concentração (da mãe para o feto, em transporte ativo). Para isso a absorção de cálcio no intestino dobra, e como consequência há o nível duplamente elevado de vitamina D de origem placentária e materna renal. O nível de PTH cai e é compensado pelo acréscimo do peptídeo relacionado com o PTH (PTHrP), esse PTHrP elevado na gravidez produzido pela paratireoide fetal e pela placenta contribui para o aumento da D3 e o decréscimo de PTH. Sistema cardiovascular: aumento do débito cardíaco e aumento do volume sanguíneo por causa do aumento do volume plasmático, da redução da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea. Essas alterações garantem o bom crescimento fetal e protegem a mãe de ter perdas fisiológicas de sangue no parto. No inicio da gravidez há aumento do Oxido Nítrico (vasoativo, relaxante, elaborado pelo endotélio vascular). O aumento da frequência cardíaca Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII pode ser visto a partir da 5ª semana e isso contribui para o aumento do débito cardíaco. Há um aumento de 10 a 15 bpm na frequência cardíaca comparada a estados não gravídicos. Também ocorre aumento progressivo no volume sistólico durante a primeira metade da gestação, em razão do maior volume plasmático. Com o aumento acentuado do volume sanguíneo e do débito cardíaco, há redução da pressão arterial, em virtude do decréscimo da resistência vascular periférica. A pressão arterial sistólica e a diastólica estão diminuídas de 5 a 10 mmHg no 2º trimestre, atingindo valores médios de 105/60 mmHg. No 3o trimestre, a pressão eleva-se e normaliza-se no bebê. A pressão venosa nos membros inferiores aumenta cerca de três vezes, em virtude da compressão das veias pélvicas pelo útero em particular na posição de pé, parada, quando há maior aprisionamento de sangue, nas pernas e nas coxas. Na gravidez há tendência à hipotensão, lipotimia (perda da força muscular) ortostática, edema dos membros inferiores, varicosidades e hemorroidas. Sistema sanguíneo: as alterações no volume plasmático na gravidez se dão pela diluição da maioria dos fatores circulantes. O mais importante é a hemodiluição das hemácias, pois embora a produção de hemácias esteja elevada na gravidez, ela é ofuscada pela elevação de 40% do volume plasmático. Dessa maneira os índices hematológicos dependentes do volume plasmático tentem a decrescer (contagem de hemácias, hematócrito e concentração de hemoglobina) há um decréscimo da concentração da hemoglobina caracterizando uma anemia fisiológica. A gestante necessita de maiores quantidades de ferro alimentar para suprir suas necessidades e as do feto, então há aumento da absorção desse elemento no intestino. Esse sistema de aumentar a síntese de hemácias e aumentar a hemodiluição serve como prevenção da anemia consequente as perdas hemorrágicas durante o parto. Também são registradas alterações na coagulação sanguínea caracterizada por hipercoagulabilidade, na qual há um aumento de diversos fatores de coagulação, principalmente de fibrinogênio, e redução da atividade fibrinolítica. Essas alterações são responsáveis pela homeostasia fisiológica ao tempo da separação da placenta na hora do parto. A hipercoagulabilidade contribui para o aumento do risco de trombose nas gestantes. Sistema urinário: os rins deslocam-se para cima pelo aumento do volume uterino e aumentam de tamanho cerca de 1 cm em virtude do acréscimo de volume vascular renal e do espaço intersticial. A hidrofonese fisiológica (dilatação da porção superior dos rins) pode ser resultado de fatores hormonais ou mecânicos. O útero expandido comprime os ureteres, enquanto a progesterona inibe a musculatura lisa uretral, determinando ureteroectasia. A dilatação do sistema urinário superior pode aumentar a estase urinaria predispondo a gestante a infecções urinárias. No sistema urinário inferior, a bexiga é deslocada anteriormente com expansão lateral, com a expansão do útero aumentando a cúpula vesical. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Além disso, os níveis circulantes elevados de estrogênios determinam hiperemia e congestão da mucosa uretral e vesical. Há também redução da resposta contrátil do colo vesical a estímulos alfa-adrenérgicos e diminuição do suporte pélvico da parede vaginal anterior e da uretra, alterações que podem contribuir para a incidência elevada de incontinência urinária na gravidez. Não há aumento do debito urinário, pois até 80% da urina filtrada é absorvida nos túbulos proximais. A frequência urinaria depende da compressão do útero gravídico na bexiga. Sistema respiratório: A expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação da gravidez resultam em hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório superior. Alterações marcantes na caixa torácica e no diafragma caracterizam a gravidez. Com o relaxamento dos ligamentos das costelas, o ângulo subcostal aumenta de 68 para 103º, resultando na expansão da circunferência torácica de 5 a 7 cm. Embora o diafragma eleve-se quase 4 cm pelo aumento do útero gravídico, sua função não é comprometida. A complacência da parede torácica diminui com o evoluir da gestação, aumentando o trabalho da respiração. A hiperventilação na gravidez facilita as trocas gasosas nos pulmões. Tanto a pressão parcial de oxigênio no alvéolo quanto a no sangue arterial elevam-se. O consumo de oxigênio aumenta 15-20% para fazer frente à massa materno-fetal e ao trabalho cardiorrespiratório da gestação. A hiperventilação causa uma alcalose respiratória. A diminuição da PCO2 é compensada pelo aumento da excreção urinária de bicarbonato, e diminui a quantidade no plasma. O pH não sofre alterações significativas (7,4), caracterizando uma alcalose respiratória compensada. Sistema digestório: 1º trimestre é frequente o aparecimento de náuseas evômitos levando à anorexia, embora uma quantidade equivalente de mulheres relate melhora no apetite e parcela considerável admita desejos por certos alimentos. A base fisiológica das náuseas, habitualmente matinais pode estar relacionada com níveis crescentes de gonadotrofina coriônica humana (hCG) e de estrogênios. Durante os dois primeiros trimestres, a secreção gástrica de ácidos está reduzida, explicando a menor incidência de úlcera peptídica e a remissão das preexistentes. O sistema digestório (esôfago, estômago, vesícula, intestino) perde a tonicidade durante toda a gestação. Os fatores determinantes são hormonais, os mesmos relaxam a musculatura de artérias, veias e ureteres. Uma consequência imediata é a alta incidência de pirose (combinação do relaxamento do esfíncter gastresofágico ao aumento de pressão intra-abdominal condicionada pelo útero gravídico). A atonia do cólon explica a grande frequência da constipação intestinal. A vesícula fica hipotônica, ·distendida, com bile viscosa e com grande tendência de formar cálculo. Endócrinas: hipófise anterior aumenta com a hiperplasia das células lactóforas responsáveis pela elevada produção da prolactina. A gravidez também esta associada a um estado de Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII deficiência de iodo, devido o aumento do transporte placentário e da excreção renal. Há aumento na glândula tireóide, e embora haja uma resistência periférica à insulina há aumento da secreção da mesma. Pele e fâneros: estrias no abdome no último trimestre, por vezes encontradas também nos seios (estrias gravídicas ou víbices). Há aumento na pigmentação da linha alva do abdome inferior (linea nigra), da vulva, das aréolas mamárias e da face (cloasma). É comum o aparecimento de telangiectasias (micro vasos) devido aos altos níveis estrogênicos. É provável que o hormônio melanotrófico atue também sobre os melanoblastos epidérmicos, acentuando a pigmentação, e o sistema nervoso autônomo influencie a formação do pigmento nas gestantes. A hipertricose é um fenômeno fisiológico durante a gravidez (pelos na face e em outras regiões cabelos), crescimento mais acentuado dos com unhas muito quebradiças e surgimento do eritema palmar e da hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas. Resumo das alterações: maior disponibilidade de glicose, gerando uma resistência à insulina, causados pela placenta. A mãe usa como fonte de energia ácidos graxos, e triglicerídeos, pois disponibiliza a glicose para o feto. Há um aumento da retenção de sódio pelo sistema renina- angiotensina-aldosterona, para aumentar o volume plasmático, para isso há um aumento na taxa de filtração glomerular. Ocorre uma hemodiluição das hemácias, apesar de haver uma grande quantidade de síntese de novas hemácias há uma hemodiluição, que mascara a produção das hemácias devido o aumento do volume plasmático de líquido. Havendo necessidade de uma maior quantidade de ferro; há também um estado de hipercoagulabilidade que é uma forma de prevenção para hemorragias graves na hora do parto, porem isso aumenta o risco de trombose. Ocorre uma substituição de PTH por PTHrP (produzido pelo feto e pela placenta), ele faz com que haja maior reabsorção do cálcio e maior síntese de vitamina D3, como há transporte ativo contra o gradiente de concentração, esse mecanismo é necessário. Há aumento do débito cardíaco devido o aumento do volume sanguíneo, há redução da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea. Há aumento da frequência cardíaca e diminuição da pressão arterial. No sistema respiratório ocorre o relaxamento dos ligamentos e das costelas para garantir uma maior expansão dos movimentos respiratórios. A complacência da parede torácica e aumento do diafragma (sem alterar sua função). A gestante desenvolve uma hiperventilação que facilita as trocas gasosas nos pulmões porem essa hiperventilação causa uma alcalose respiratória que pode ser compensada a partir da excreção de bicarbonato. No sistema digestório nos primeiros meses há uma secreção de ácidos gástricos reduzidos, há também a perda de tonicidade nos órgãos do sistema digestório, desencadeada por fatores hormonais. É comum também gengivite, devido o acúmulo de placas bacterianas na margem gengival. A pele da gestante pode Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII apresentar estrias no abdome e nos seios, também pode haver uma pigmentação escurecida na linha alva do abdome, vulva, aréolas e face. Modificações nos órgãos genitais Mamas: alteração do volume mamário, estrias, tubérculos de Montgomery, aréola secundária, respondem à progesterona do período gravídico. Vulva e vagina: sob a influência do estrógeno, o epitélio vaginal torna-se mais espesso durante a gravidez e há aumento da sua descamação, que resulta em maior secreção vaginal. Essa secreção tem pH mais ácido (3,8- 4,0) para proteger de infecções que a mulher possa entrar em contato. A vagina também se torna mais vascularizada. A vulva e a vagina tumefazem-se, ficam mais amolecidas e têm coloração mais escura. Útero: modifica-se em pouquíssimo tempo, após a nidação ocorrem inúmeras modificações na consistência, na forma, no volume, na espessura, na capacidade, na posição e no peso. Sofre aumento de peso de 4-70 g para 1.100-1.200 g na gestante a termo e o volume aumenta de 10 ml para 5 litros, as células sofrem hipertrofia sobre ação de estrogênios, o seu tamanho aumenta cerca de 10 vezes. Miométrio: o aumento de massa decorre de hipertrofia e hiperplasia dos elementos musculares e o aumento de tecido conjuntivo. A espessura do miométrio de 7-12mm antes da gravidez e alcança 25mm nos primeiros meses. Com o crescimento do útero ocorre o afinamento do miométrio ficando em um bebe a termo de 4-10 mm. Endométrio: as modificações no endométrio culminam na formação da decídua e são de vital importância para implantação e do desenvolvimento do bebe Colo: sob influência de estrógeno e progesterona, o colo se torna amolecido durante a gravidez. O estrogênio estimula o crescimento do epitélio colunar do canal cervical, que se torna visível na ectocérvice. Há maior vascularização do colo durante a gravidez, conferindo a ele um tom azulado. As prostaglandinas induzem a remodelação do colágeno cervical, para dar a característica amolecida para o colo. Também há a presença do tampão mucoso. Alterações trimestrais Primeiro trimestre: No inicio ocorre a adaptação do corpo e dos sentimentos, trazendo ora sensações de prazer ora desconforto. Faz parte desse momento a oscilação entre a aceitação e a recusa da gravidez. O aumento dos seios, aumento do sono, fome, enjoos, emese e cansaço. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII As gengivas podem ficar mais sensíveis e ser facilmente irritadas por placas bacterianas. Segundo trimestre: O corpo e a emotividade crescem. São percebidos movimentos dentro da barriga, isso pode trazer uma sensação boa e fortalecer a ligação mãe/filho. É um período de grande bem estar. O corpo muda rápido com o crescimento da barriga, seios e quadris. As sensações iniciais de desconforto desaparecem, dando lugar a sentimentos de plenitude e muita disposição, a barriga começa a ser notada pelas pessoas. Terceiro trimestre: O final da gestação é o momento em que a mãe e o bebe se preparam para uma grande mudança, o bebe tem menos espaço dentro da barriga, o que dá a sensação de peso e desconforto. A gestante pode sentir menos sono, e seu corpo esta se preparando para acolher o recém- nascido. O útero pode ficar mais enrijecido, porém isso não causa dor, apenas uma leve sensaçãode endurecimento. A partir da 34ª semana é indicado à gestante fazer o mobilograma (se alimentar e ver quantas vezes o bebe se mexe em uma hora, para avaliar a vitalidade fetal). Pré-natal de risco habitual: É a assistência medica (de saúde) prestada à gestante durante a gestação, visando esclarecer dúvidas, orientar e preparar a gestante para a chegada do bebê. Pode ser feito pelo SUS, tanto por médicos como por enfermeiros; Começa a ser feito a partir do momento em que é constatada a gravidez; É importante que toda a equipe de saúde participe do acompanhamento à gestante, incluindo psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas etc.; No SUS há um serviço chamado roda da gestante, onde varias gestantes, acompanhadas ou não se juntam para compartilhar experiências. Essas sessões são sempre acompanhadas de um profissional da saúde; O pré-natal tem extrema importância para a detecção e prevenção de doenças precocemente, tanto maternas quanto fetais, permitindo um melhor desenvolvimento do bebe e menores riscos para a mãe. Permite identificar doenças que já existem e estão evoluindo (hipertensão, diabetes, doenças do coração, anemia, sífilis), com isso iniciar o tratamento para diminuir o prejuízo para mãe e bebê. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Pode detectar algumas más-formações e trata-las intrautero. É possível identificar a pré-eclâmpsia (pressão alta ao nascer, desencadeando problemas renais e cerebrais, podendo evoluir para uma convulsão e coma); Consultas Desde a primeira até a última serão realizados os mesmos procedimentos: Anamnese + tirar dúvidas; Exame clínico: medir pressão, peso, altura, altura uterina, observar se há anemia e edema e auscultar o coração do bebê, medir pressão; O útero começa a se tornar extra pélvico com 12 semanas, chega à cicatriz umbilical com 20 semanas. As medidas então são classificadas em intermediarias a essas medidas, 12, 14, 16, 18,20. Solicitar exames ou analisar resultados; Prescrever medicamentos; Frequência das consultas: até 28ª semana- mensalmente, 28ª a 36ª- quinzenalmente, 36ª a 41ª-semanalmente; Objetivos do pré-natal: preparar a mulher para a maternidade, dando informações e orientações educativas sobre o parto, puericultura, higiene pré-natal, hábitos de vida, hábitos alimentares, exercícios, sexualidade, higiene bucal, álcool, drogas, medicamentos que não devem ser tomados. Também é importante tratar doenças existentes que interfiram na gravidez, tratar manifestações físicas próprias da gestação e tratar psicologicamente para enfrentar a maternidade. Exames Sangue: tipagem sanguínea (A, B, AB, O), fator RH (causa da eritoblastose fetal), hemograma (constatação de anemia, pois o volume de sangue aumenta o que confere a maior diluição do ferro, prescrever ácido fólico e sulfato ferroso, a partir de 8 de hemoglobina deve-se dar suplementação), eletroforese de hemoglobina (talassemia, doença falciforme), glicemia de jejum (pode indicar diabetes gestacional ou falta de glicemia no sangue, ambos causam danos ao bebê, feito no começo da gravidez e na 28ª semana, quando há pico de lactogênio placentário), curva glicêmica (que mede a hemoglobina glicada, para ter informação exata sobre a glicemia da paciente)- pedido a partir do 5º mês de gestação. – Pedidos a critério do médico, porém deve ser feito pelo menos uma vez por trimestre; Reação à rubéola e toxoplasmose: medição de IgG e IgM para verificar se a mãe já entrou em contato com os agentes causadores dessas doenças. A Toxoplasmose pode causar problemas Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII de malformação, destruição de tecidos, já a rubéola pode causar problemas neurológicos, cegueira e surdez; - pedido na primeira consulta e repetido no 3° trimestre- não é mais obrigatório; Urina 1 e urocultura: identificar se há a presença de infecção urinaria (medição de células de defesa na urina), e proteínas que indicam pré-eclâmpsia; - 1ª consulta e repetido em todos os outros trimestres; Fezes: presença de parasitas que causam anemia; Exame preventivo de colo de útero; Teste rápido de sífilis e VDLR: pode transmitir para o bebê, risco de aborto, prematuridade, baixo peso, má formação, é possível tratar na gravidez, descobrir o quanto antes para que o vírus não entre em contato com o feto; - se tiver indicação pedir FTABS. HIV: gestação, parto e amamentação comprometidos. - realizado no 1º e 3º trimestres Teste da malária; Hepatite B (HbsAg): detecção de hepatite B que atravessa a barreira placentária, fazendo a transmissão vertical. Se constatado a presença desse vírus no corpo da mãe o bebe pode ser curado, pois ele recebe a imunização logo na maternidade com a imunoglobulina p hepatite B (HbsAg); -1° e 3° trimestres, mas pode ser repetido de acordo com o histórico da paciente; Citomegalovírus: pode causar malformação - 1° e 3° trimestres, mas pode ser repetido de acordo com o histórico da paciente, não é mais obrigatório; 5ª a 8ª semana: ultrassonografia transvaginal, localizar se a gestação esta ocorrendo realmente no útero, calcular data provável do parto, idade gestacional e ouvir coração (+/- 6ª semana); 11ª a 14ª semana: ultrassom morfológico (mede o desenvolvimento e formação dos sistemas nervoso, cardíaco etc.), ultrassom de transluscência nucal (medida de espessura de um fluido entre a pele e a gordura da nuca do feto, aponta anomalias como Síndrome de Down, ausência do osso nasal, se houver alterações cromossômicas diagnosticadas há encaminhamento para outros tipos de exames); Biopsia do vilo corial (biopsia da placenta, extremamente invasivo), amniocentese (coleta de liquido amniótico, invasivo/evitado), transvaginal (verifica gestação de alto risco, presença de gravidez gemelar, checa o colo do útero para realizar a cerclagem uterina); 18ª a 24ª semana: fibronectina fetal (prevenção de parto prematuro a partir da analise de secreção) 20ª a 22ª semana: ultrassonografia morfológica (medir, estimar peso, analisar órgãos rins, coração, sistema nervoso e membros se foram formados corretamente); Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII 24ª a 28ª semana: triagem de diabetes gestacional, ecocardiograma fetal (pedido apenas se necessário/situações de risco), perfil biofísico fetal (mede tônus muscular, movimento respiratório, frequência cardíaca e volume amniótico, pedido apenas se há suspeita de comprometimento no desenvolvimento do bebê); 34ª a 37ª semana: estreptococo beta-hemolítico (secreção vaginal e retal), ultrassonografia do terceiro trimestre (realizado para verificar tamanho, peso, posição, maturidade da placenta e quantidade de liquido amniótico); Vacinas do pré-natal Antitetânica: protege mãe e bebê contra tétano; dTpa: protege mãe e bebê contra tétano, difteria, coqueluche; Contra hepatite B: três doses se caso a mãe não for imune; Influenza: gestante e pós-parto durante a campanha de vacinação; Pré-natal de alto risco Gestação de Alto Risco: é aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém- nascido têm maiores chances de serem atingidas. Existem fatores de risco mais comuns na população que devem ser identificados nas gestantes, pois podem alertar a equipe de saúde no sentido de uma vigilância maior ao eventual surgimento de fator complicador. A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas para poder atuar de maneira a impedir um resultado desfavorável, dependendo do que for encontrado. A intervençãoprecisa e precoce evita os retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave, morte materna ou perinatal. Uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, seja durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Portanto, há necessidade de reclassificar o risco a cada consulta pré-natal e durante o trabalho de parto. Na maioria dos casos a presença de um ou mais desses fatores não significa a necessidade de ações imediatas e mais avançadas do que o normal, embora indiquem uma maior atenção da equipe de saúde a essas gestantes. Pode significar apenas uma frequência maior de consultas e visitas domiciliares, sendo o intervalo definido de acordo com o fator de risco identificado e a condição da gestante no momento. Alguns fatores de podem influenciar para que a gestação atual seja de alto risco: Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: idade maior que 35 anos; idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos; altura menor que Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII 1,45m; peso pré-gestacional menor que 45 kg e maior que 75 kg (IMC<19 e IMC>30); anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; situação conjugal insegura; conflitos familiares; - Baixa escolaridade; condições ambientais desfavoráveis; dependência de drogas lícitas ou ilícitas; hábitos de vida – fumo e álcool; exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse. História reprodutiva anterior: abortamento habitual; morte perinatal explicada e inexplicada; história de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado; parto pré-termo anterior; esterilidade/infertilidade; intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; nuliparidade e grande multiparidade; síndrome hemorrágica ou hipertensiva; diabetes gestacional; cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores). Condições clínicas preexistentes: hipertensão arterial; cardiopatias; pneumopatias; nefropatias; endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoidopatias); hemopatias; epilepsia; doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local); doenças autoimunes; ginecopatias; neoplasias. Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos. Doença obstétrica na gravidez atual: desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; ganho ponderal inadequado; pré-eclâmpsia e eclâmpsia; - Diabetes gestacional; amniorrexe prematura; hemorragias da gestação; insuficiência istmo-cervical; aloimunização; óbito fetal. Intercorrências clínicas: doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.); doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias). A gestante deverá ser sempre informada do andamento de sua gestação e orientada quanto aos comportamentos e atitudes que deve tomar para melhorar sua saúde, assim como sua família, companheiro (a) e pessoas de convivência próxima, que devem ser preparados para prover um suporte adequado a esta gestante. A equipe de saúde que irá realizar o seguimento das gestações de alto risco deve levar em consideração continuamente: Avaliação clínica: permite o adequado estabelecimento das condições clínicas e a correta valorização de agravos que possam estar presentes desde o início do acompanhamento, por meio de uma história clínica detalhada e avaliação de parâmetros clínicos e laboratoriais. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Avaliação obstétrica: inicia-se com o estabelecimento da idade gestacional e o correto acompanhamento da evolução da gravidez, mediante análise e adequada interpretação dos parâmetros obstétricos (ganho ponderal, pressão arterial e crescimento uterino). Além disso, é fundamental a avaliação do crescimento e as condições de vitalidade e maturidade do feto. Repercussões mútuas entre as condições clínicas da gestante e a gravidez: isso é fundamental entender a fisiologia da gravidez. Ter conhecimento das adaptações pelas quais passa o organismo materno e o seu funcionamento e conhecer os mecanismos fisiopatológicos das doenças. Parto: a determinação da via de parto e o momento ideal nas gestações de alto risco é uma decisão que deve ser tomada de acordo com cada caso. É fundamental o esclarecimento da gestante e sua família, com informações completas e de modo compreensível, explicando as opções presentes e os possíveis riscos, sendo que deve ser garantida a sua participação no processo decisório. É importante lembrar que gravidez de risco não é sinônimo de cesariana, em muitas situações é possível tentar a indução do parto vaginal, ou mesmo aguardar o seu início espontâneo. A indicação da via de parto deve ser feita pelo profissional que for assistir ao parto. É importante que profissionais que atendem a mulher durante a gestação não determinem qual deverá ser a via de parto, pois isto depende não só da história preexistente, como também da situação da mulher na admissão à unidade que conduzirá o parto. Aspectos emocionais e psicossociais: há necessidade de equipe multidisciplinar (Enfermagem, Psicologia, Nutrição e Serviço Social) em trabalho articulado e planejado. É importante dar atenção ao componente emocional no seguimento da gestação de alto risco. No conteúdo emocional da mulher grávida entram fatores psíquicos preexistentes e atuais, além dos componentes da gravidez e ambientais. Gestantes de alto risco que apresentam pressão arterial normal: mulheres com gestação múltipla. Realizar exames precocemente na gravidez para comparação posterior: hematócrito, hemoglobina, contagem de plaquetas, creatinina, ácido úrico. A presença de proteinúria 1+ ou mais em amostra única de urina deve ser seguida de uma determinação da proteinúria de 24 horas e cálculo do clearance de creatinina. Nestas gestantes também deve ser realizada uma datação acurada da idade gestacional, de preferência com ultrassonografia precoce. Deve-se realizar ainda um exame de ultrassonografia adicional com 25 – 28 semanas para avaliação do crescimento fetal. Gestantes que apresentam hipertensão antes de 20 semanas de gestação: a maioria destas gestantes tem ou irá desenvolver hipertensão essencial. Mulheres jovens com hipertensão Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII preexistente ou gestacional precoce devem ser submetidas à avaliação de hipertensão secundária (doença renal, hipertensão renovascular, aldosteronismo primário, síndrome de Cushing e feocromocitoma). Devem-se realizar os exames hematócrito, hemoglobina, contagem de plaquetas, creatinina, ácido úrico. Gestantes que apresentam hipertensão após a segunda metade da gravidez ou que apresentam agravamento de hipertensão prévia: alguns exames laboratoriais podem ser realizados de duas em duas semanas ou mais frequentemente se as circunstâncias clínicas levam à hospitalização da gestante. Servem para distinguir a pré-eclâmpsia da hipertensão crônica, assim como para avaliar o progresso e a gravidade da doença. Em mulheres com pré- eclâmpsia, uma ou mais anormalidades podem estar presentes mesmo quando a elevação da pressão arterial for mínima. Toxemia gravídica A Toxemia gravídica é uma doença multissistêmica que costuma ocorrer na segunda metade da gestação, caracterizada classicamente por hipertensão e proteinúria. Nas suas formas graves, instala-se a convulsão, e adoença, antes chamada pré-eclâmpsia, passa a ser denominada eclampsia. A hipertensão gestacional é a elevação da pressão sanguínea após 20 semanas de gestação, na ausência de proteinúria ou de outras alterações sistêmicas. A hipertensão crônica é aquela que antecede a gravidez, e a pré-eclâmpsia superajuntada é a hipertensão crônica associada à pré-eclâmpsia. A hipertensão na gravidez é classificada em apenas 4 categorias: 1. Hipertensão gestacional; 2. Pré-eclâmpsia/eclampsia; 3. HELLP; 4. Hipertensão crônica (de qualquer causa); 5. Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada; Hipertensão gestacional. Como a proteinúria pode aparecer tardiamente, o diagnóstico será retrospectivo, sendo necessário afastar pré-eclâmpsia. Devem-se seguir as condutas clínicas e obstétricas recomendadas para pré-eclâmpsia. Hipertensão transitória da gravidez: a pressão retorna ao normal até 12 semanas após o parto (diagnóstico retrospectivo); Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Hipertensão crônica: a elevação da pressão arterial persiste além de 12 semanas após o parto. Está baseado nas duas ondas de invasão trofoblástica. A primeira onda provavelmente é normal a todas as mulheres, a segunda onda, que ocorre entre a 18-20ª semana é alterada, normalmente essa onda de invasão trofoblástica pela luz do vaso invade a fase miometrial da arteríola espiralada, acontecendo isso faz com que o vaso se dilate mantendo a perfusão da placenta adequada. Em algumas mulheres a segunda onda de invasão não acontece, o vaso não dilata e a placenta recebe menos sangue resultando em isquemia. A isquemia placentária faz com que aumente a produção de tromboxanos diminua a produção de prostaciclina. Essa alteração leva ao aumento da resistência vascular periférica, que faz com que diminua a perfusão tecidual, e faz ter isquemia de outros tecidos. Essa restrição de suprimento para o feto resulta em restrição de crescimento, oligoâmnio, há acumulo de vesículas de neurotransmissores no botão pré-sináptico e liberação de grande quantidade de neurotransmissores na fenda, que aumenta o risco de ter convulsão (na mãe), etc. O cálcio é o principal elemento responsável pela fusão do neurotransmissor com a fenda sináptica. Para uma mulher que já convulsionou ou ira convulsionar deve-se dar sulfato de magnésio, pois o magnésio compete com o sitio de ação do cálcio. Outra teoria seria que o sistema simpático ou adrenérgico influencia na hipertensão, sendo que a sedação é uma das formas de tratamento. Há também a teoria imunológica, justifica o porquê a onda de invasão não acontece. Como metade dos genes são advindos do pai, esses genes podem gerar uma reação antigênica que pode ser o corpo da mãe combata a invasão trofoblástica. Por isso que existe uma dessensibilizarão da mulher quando ela tem filhos do mesmo pai, o que diminui a chance de ter doença hipertensiva da gestação. O edema ocorre com muita frequência em gestantes e por isso não deve ser usado como discriminador neste esquema de classificação. Diagnóstico se baseia na classificação. Em algumas situações outras investigações devem ser realizadas para contribuir para um maior esclarecimento: A presença de aumento rápido de peso, edema facial ou outros sintomas sugestivos da doença requerem uma monitoração mais rigorosa da pressão arterial e a detecção de proteinúria. Se a pressão começar a aumentar, a gestante deve ser reavaliada dentro de 1 a 3 dias. Assim que se tiver o diagnóstico (ver classificação), a conduta dependerá da gravidade e da idade gestacional. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Pré-eclâmpsia Hipertensão que ocorre após 20 semanas de gestação, acompanhada de proteinúria, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Pode surgir trombocitopenia (plaquetas <100.000/ mm3) e ocorrer aumento nas enzimas hepáticas. A proteinúria não é mais decisiva para o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Na ausência de proteinúria, a pré-eclâmpsia é diagnosticada como hipertensão associada à trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000/mm3), alteração na função hepática (elevação das enzimas transaminases de 2 vezes a concentração normal), desenvolvimento de insuficiência renal (creatinina no soro > 1,1 mg/dℓ ou sua duplicação, inexistente outra doença renal), edema de pulmão e distúrbios cerebrais ou visuais. Aumento de 30 mmHg na pressão sistólica ou 15mmHg na diastólica quando os valores absolutos estejam abaixo de 140/90mmHg não deve ser usado como critério diagnóstico Pré-eclâmpsia leve Pressão arterial maior que 140/90 mmHg com mais de 20 semanas de gestação, proteinúria 1 + na amostra isolada (fita que avalia a proteinúria, que tem que ter 1 quadradinho pintado), ou maior que 300 mg/dl apor 24 horas de coleta. Pode ter edema, mas não é significativo. Tem apenas hipertensão e proteinúria e necessitam apenas de observação. Na avaliação das condições maternas: PA de 4/4h durante o dia; pesagem diária; pesquisa de sintomas de iminência de eclampsia; cefaleia frontal ou occipital persistente; distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, acompanhada ou não de náuseas e vômitos; hiperreflexia; proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; hematócrito e plaquetas; provas de função renal e hepática. Tratamento ambulatorial, medicamento VO. Pré-eclâmpsia grave Mais que 160/100 mmHg, emergência hipertensiva 3 a 4+ na amostra isolada de proteinúria, mais de 5g da proteína de 24horas, edema significativo. Tratamento com internação compulsória. Controle pressórico rigoroso, medicação parenteral, com resultado imediato. Iminência de eclampsia: São os sinais premonitórios de que ocorrerá a convulsão. Sintomas principais: escotomas, cefaleia, epigastralgia e hiperreflexia. Nessa situação já há indicação para administração de sulfato de magnésio. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Nos rins ocorre a glomérulo-endoteliose típica que se reverte cerca de dez semanas do período puerperal, acontece em virtude da isquemia e gera uma diminuição da filtração glomerular, aumento da ureia, creatinina e ácido úrico (a cima de 6,5 indicativo de mau prognostico). Eclampsia O sinal que a pré-eclâmpsia evoluiu para a eclampsia é a convulsão tônico-clonica generalizada autolimitada. A quantidade de neurotransmissores na fenda sináptica está muito alta, isso é ocasionado pela isquemia, ocasionada pela falta da segunda invasão trofoblástica. Convulsão tônico-clonica generalizada (acontece no cérebro inteiro, não apenas em uma área), e autolimitada (quando acaba de consumir o neurotransmissor ela para). Não se deve dar diazerpan. Pois a convulsão da eclampsia é autolimitada, ou seja, ela para sozinha. Deve-se dar para essa paciente o sulfato de magnésio, para evitar um novo incidente. HELLP Hemólise microangiopática (diminuição de glóbulos vermelhos), aumento de enzima hepática e plaquetopenia. A isquemia leva à destruição de hepatócito, que pode levar à hemorragia peri-portal, hematoma subcapsular, rutura hepática (gravidade máxima). Há então aumento no soro das transaminases hepáticas Suporte e observação, via de parto preferencial é via vaginal. Hipertensão crônica É essencial, é vascular, vai ter diagnostico anterior à gestação ou anterior à 20ª semana de gestação. Mulheres com história de hipertensão por muitos anos devem ser avaliadas para lesões de órgãos-alvo, incluindo hipertrofia ventricular retinopatia e doença renal. Se o diagnostico mostrar, por exemplo,uma gestante na 15ª semana com hipertensão, significa que ela é hipertensa crônica. Tratamento com anti-hipertensivo, as gestantes que estiverem bem controladas com medicação anti-hipertensiva antes da gravidez podem ser mantidas com os mesmos agentes, com exceção dos inibidores da enzima de conversão da Angiotensina e dos antagonistas de receptores A II. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada Hipertensa crônica que tem a doença hipertensiva. Nessa patologia é importante reduzir o sódio da alimentação. Resumo: hipertensão gestacional é a hipertensão diagnosticada após 20 semanas de gestação, e deve-se estabilizar até 12 semanas pós-parto. Pré-eclâmpsia leve tem tratamento laboratorial, proteinúria 1+ da amostra isolada 24 horas, trombocitopenia, pressão arterial maior que 140/90 mmHg após 20 semanas de gestação, distúrbios visuais e nervosos. Na pré-eclâmpsia grave os sintomas são, pressão arterial maior que 160/100 mmHg, 3 a 4 + na amostra isolada de proteinúria e mais de 5g na proteinúria de 24 horas, tratamento com internação compulsória e controle pressórico rigoroso. Na iminência de eclampsia há hiperreflexia, epigastralgia, escotomas e cefaleia, que são os sinais que ocorrerá uma convulsão iminente, porém ainda não aconteceu, o tratamento é com a administração de sulfato de magnésio. Na eclampsia de fato ocorre a convulsão, essa convulsão tem característica tonico-clonica generalizada autolimitada, então deve-se continuar a fazer a administração de sulfato de magnésio. Na síndrome HELLP, que é a forma mais grave das doenças hipertensivas na gestação, ocorre hemólise microangiopática, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia, essa é a forma mais grave, pois pode ocasionar ruptura do fígado. Na maioria das vezes, as síndromes hipertensivas ocorrem como uma “escada” que vai aumentando o nível de dificuldade, porém, elas podem aparecer de forma repentina antes, durante e depois do trabalho de parto. Com a retirada da placenta, os níveis de pressão arterial diminuem, porém da mesma forma pode ocorrer alguma intercorrência no período puerperal. Normalmente a via de parto mais indicada nessas ocasiões é o vaginal, pois não submete a mulher à mais uma intervenção, que seria a cirúrgica. Diabetes gestacional Na gestação ocorre uma espécie de resistência periférica à insulina, isso é resultado da secreção de alguns hormônios como cortisol, hormônio lactogênico placentário e hormônio do crescimento. Esses hormônios secretados mostram esses resultados, pois há a necessidade de liberar glicose para que o feto tenha disponibilidade para seu crescimento saudável, porém isso pode causar uma resistência persistente na gestante. Quando as modificações na função pancreática não são suficientes para vencer a resistência à insulina, ocorre o diabetes gestacional. Mesmo nas gestantes que tem diabetes pré-gestacional, o conhecimento do metabolismo dos carboidratos na gestação é importante para facilitar as doses de insulina durante o pré-natal, considerando que nos últimos trimestres aumente a Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII necessidade insulina e no puerpério uma diminuição. Isso garante um diagnóstico diferencial para cada gestante e um tratamento individualizado É importante o reconhecimento das manifestações da diabetes (prévio à gestação ou durante à gestação), pois, o mau controle dos sintomas na fase pré-concepcional, aumenta o risco de malformações fetais. A diabetes diagnosticada durante o período gestacional pode ser classificada de duas formas: Diabetes de pregresso desconhecido (overt diabetes): as pacientes que apresentam na primeira consulta de pré-natal glicemia de jejum ≥126mg/dl, hemoglobina glicada ≥ 6,5% e glicemia ocasional ≥ 200rng/dl. Diabetes mellitus gestacional: seria diagnosticada quando se observam valores de glicemia de jejum entre 92 e 125, ou por meio do teste à glicose oral (TTGO) de 75g. é normal que o TTGO75g seja realizado entre a 24 a 28 semana por togas as gestantes que apresentem glicemia de jejum pedida na primeira consulta inferior a 92, ou seja, de forma universal. Nas consultas subsequentes o valor de referencia muda, a glicemia de jejum marcando de 92 a 125 significa pré-diabetes, e ≥ significa diabetes gestacional. Assistência pré-natal: as gestantes com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional na maioria das vezes serão encaminhadas para pré-natal especializado no final do segundo ou no início do terceiro trimestre. As necessidades dessas gestantes são distintas e visam principalmente a verificar a associação com outras doenças, como as síndromes hipertensivas, e a avaliar as repercussões fetais consequentes à intercorrência obstétrica. Depois de estabelecido o diagnóstico, deve ser realizada a ultrassonografia obstétrica com o objetivo de avaliar o crescimento fetal. Essas gestantes também apresentam risco aumentado de bacteriúria assintomática, devendo ser rastreadas e tratadas. É indicando frequência de consultas com intervalos entre 7 e 14 dias, dependendo do controle glicêmico e da presença de complicações maternas e fetais. Na primeira consulta de pré-natal, gestantes com diabetes tipo 1 ou 2 necessitam de avaliação clínica e laboratorial detalhada. No acompanhamento das gestantes RESULTADOS NA PRIMEIRA CONSULTA DO PRÉ-NATAL Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII com diabetes tipo 1 ou 2, os seguintes exames laboratoriais deverão ser repetidos com 20, 28 e 34 semanas de idade gestacional: microalbuminúria e/ou proteinúria de 24 horas, creatinina sérica e urocultura. Para pacientes com diabetes mellitus gestacional, a avaliação aqui descrita não se faz necessária, sendo apenas importante focar a atenção no maior risco de pré- eclâmpsia e de bacteriúria assintomática. Mecanismos de parto É o conjunto de movimentos ativos e passivos do bebê durante sua passagem no canal de parto. Relações uterofetais: 1. Atitude fetal: Atitude consiste na relação das diversas partes fetais entre si. Assim, a atitude fetal depende da disposição dos membros e da coluna vertebral. Normalmente, o feto apresenta atitude de flexão generalizada durante toda a gestação e o parto. A coluna vertebral se curva ligeiramente, produzindo uma concavidade voltada para a face anterior do concepto, enquanto os membros se apresentam flexionados e anteriorizados. Em situações anômalas, pode haver extensão da coluna com deflexão do polo cefálico (o bebê fica mais retinho), o que leva às apresentações defletidas de 1 º, 2° e 3° graus. A ausência persistente de flexão de todos os membros é anormal e pode significar sofrimento fetal grave por perda do tônus muscular. 2. Situação fetal: relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo materno. Tem três possibilidades, longitudinal, transverso e obliquo. 3. Apresentação fetal: região fetal que ocupa o estreito superior Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Apresentação cefálica: fletida (mento encostado no externo), posição mais comum e mais adequada para o nascimento. Defletida de 1° grau em palpação encontra-se o bregma = nasce; deflexão de 2° grau em palpação encontra-se a fronte (testa) = não nasce; deflexão de 3° grau, em palpação encontra-se o mento = se for mento púbico (queixo vidado para o púbis) nasce se for mento sacro (mento virado para o sacro) não nasce. Apresentação pélvica: Apresentação córmica: há anecessidade de fazer parto cesárea. 4. Posição fetal: relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe. A posição fetal vai variar de acordo com os estreitos que o bebê estiver (estreito superior, médio e inferior). A: fletido B: defletido de 1º grau C: defletido de 2º grau D: defletido de 3º grau Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Insinuação: é definida como a passagem do maior diâmetro da parte apresentada, perpendicular à linha de orientação fetal, pelo estreito superior da bacia materna. Dessa forma, nas apresentações cefálicas o diâmetro de insinuação corresponde ao biparietal e nas apresentações pélvicas, ao bitrocantérico. Na maioria das mulheres, quando a parte fetal apresentada está insinuada, significa que o ponto de referência ósseo fetal está no nível das espinhas isquiáticas maternas (plano 0 de De l.ee) ou muito próximo dele. Exceção é feita para os casos em que a gestante apresenta pelve muito profunda ou muito rasa. A ocorrência de insinuação indica que o estreito superior é adequado para a passagem do feto, mas não permite inferir as características dos estreitos médio e inferior. A insinuação então é o diâmetro biparietal perpendicular ao maior diâmetro da pelve materna, como o bebê para fazer os movimentos de rotação precisa estar com posição transversal, o diâmetro biparietal fica perpendicular à pelve. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Assinclitismo: durante o processo de insinuação, um dos ossos parietais atravessará o estreito superior da pelve antes do outro, aproximando a sutura sagital de um dos ossos do eixo anteroposterior da bacia materna (púbis ou sacro). Dessa forma, quando a sutura sagital se aproxima da pube e o parietal posterior desce até ultrapassar o promontório materno, diz-se que há assinclitismo posterior. Ao contrário, quando a sutura sagital está mais próxima ao sacro, mais baixo está o parietal anterior, e o assinclitismo é chamado de anterior. Durante o trabalho de parto, existe um momento em que o parietal insinuado ultrapassa o ponto de referência da bacia óssea e, com o aumento da área abaixo do estreito superior, é possível mover lateralmente o polo cefálico. Isso traz a sutura sagital à mesma distância entre o púbis e o promontório, e a cabeça fica em sinclitismo nesse momento. Decida: é considerada segundo tempo do mecanismo de parto, é o momento definido pela passagem do polo cefálico (ou da apresentação fetal em geral) do estreito superior para o estreito inferior da pelve materna. É de suma importância ter em mente que, enquanto a descida está ocorrendo, a insinuação pode não ter ocorrido ainda e a rotação interna está acontecendo concomitantemente. Como esse movimento é harmônico e complexo, acredita-se que a divisão desse tempo facilita o entendimento. Na prática clínica, usa-se o esquema de De Lee, com os planos ditos em centímetros, a partir das espinhas isquiáticas: Rotação interna Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Desprendimento cefálico: com a descida final da cabeça fetal em posição occipitopúbica, até que seja possível a locação do suboccipício no subpúbis materno. Como o polo cefálico está em flexão, é necessário que ocorra movimento de deflexão ou extensão da cabeça para ocorrer exteriorização do maciço frontal. Rotação externa: também denominado movimento de restituição, leva o occipício a voltar-se para o lado materno que ocupava no interior do canal de parto. A sutura sagital apresenta-se em sentido transversal ao da fenda vulvar ao fim desse tempo. Nessa ocasião, as espáduas, que se insinuaram no diâmetro oblíquo oposto ao da cabeça fetal, rodam, trazendo o diâmetro biacromial para o diâmetro anteroposterior do estreito inferior. Esse movimento que ocorre com os ombros se deve, aparentemente, aos mesmos fatores que determinam a rotação interna da cabeça. Desprendimento do ovoide córmico: córmico caracteriza-se pela exteriorização das cinturas escapular e pélvica do feto. São mecanismos associados porque um se segue ao outro, diferentemente de quando se considera o polo cefálico em relação às espáduas, em que o mecanismo é bem dissociado por ser a região cervical do feto dotada de grande flexibilidade. Períodos clínicos do parto Fase latente: Inicio do trabalho de parto Períodos premonitórios Contrações de Braxton-Hicks (preparação do útero para o trabalho de parto); ESTREITO SUPERIOR ESTREITO MÉDIO ESTREITO INFERIOR occípito transverso direita occípito transverso esquerda occípito d. posterior occípito d. anterior occípito e. posterior occípito e. anterior occípito sacro occípito púbis occípito sacro occípito púbis Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Determinismo de Bar: durante toda a gestação houve predomínio de progesterona, no final o feto libera cortisol, causando aumento de estrógeno (em relação com o que tinha antes), que exterioriza os receptores de ocitocina na musculatura uterina dando inicio aos sintomas do parto. Fase ativa: 4 cm de dilatação do colo uterino, com 3 contrações efetivas de 40 segundos em 10 minutos = abrir partograma. Períodos de dilatação: primeiro período, ampliação completa, chega ao máximo de 10 cm, abre-se o canal de parto (há o apagamento do colo de útero e incorporação dele à cavidade uterina - ele se abre tanto que se junta com o útero). Período de expulsão: segundo período começa com a dilatação completa e termina com a saída do feto. Forca contrátil do diafragma e parede abdominal. 5 contrações a cada 10 minutos. Período de dequitação: terceiro período, dar ocitocina 10unidades assim que o bebe nasce, fazer o clampeamento tardio do cordão (1 a 5 min). Ocorre o desprendimento da placenta, avaliar os sinais de desprendimento (sangue, fundo do útero não contrai + sinal de pescador), puxar devagar e girar para preservar as membranas internas. Período de Greenberg: quarto período, saída da placenta, maior risco de hemorragia (trombotamponagem= formação de trombos nos grandes vasos uroplacentários, miotamponagem= formação de trombos nos pequenos vasos). Partograma Aberto apenas quando há 4 cm de dilatação do colo do útero. No partograma são colocadas informações sobre o decorrer do parto desde a hora 1 (que foi aberto o partograma) até a hora que o bebe nasce. Nele são colocadas informações sobre a dilatação, descida da apresentação, variedade de posição fetal, frequência cardíaca fetal, contrações uterinas, infusões de líquidos e drogas e anestesia, cor do liquido amniótico, bolsa, medicamentos, aconselhamentos e possíveis intervenções. Linhas de alerta e ação: são linhas traçadas diagonalmente a partir da abertura do partograma. Quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional. A construção correta da linha de alerta e de ação é fundamental para que se evitem erros na interpretação do parto. Izabella Hanada Christino 115293 Faculdade das Américas TVII Parto eutócico e distócico Eutócico: Parto que evolui em condições de normalidade. Distócico: Qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos três fatores fundamentais que participam do parto: Força motriz
Compartilhar