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APS - bases da avaliação psi

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“ O HOMEM QUE CONFUNDIU A MULHER COM UM CHAPÉU”.
Demanda: 
1. Quem encaminha o paciente para o Dr. Sacks? 
O oftalmologista
1. Qual alteração se observava no Dr. P.? 
O drP enfrentava dificuldades em reconhecer/discernir objetos e também pessoas através do sentido da visão, como por exemplo seus familiares e alunos. 
1. Existe a demanda do Dr. P. de ser avaliado? 
Sim.
Observações: 
4) O que Dr. Sacks observou para, logo de início, descartar o diagnóstico de demência? 
Foi o Dr. Sacks ( neuro) que falou que não havia demência. O Dr.P. era uma pessoa culta, simpática, falava bem, com fluência, imaginação e humor
5) O que Dr. Sacks observa a respeito da percepção do Dr. P., detectando “algo estranho”? 
Ele não reconhecia as pessoas pelo rosto, mas identificava pela voz (audição). E também fazia associações: ex do rosto quadrado do irmão.
6) Quais auto-observações do Dr. Sacks, a partir de seus estados emocionais, propiciaram sua percepção do Dr. P.? 
Em um primeiro momento, Dr. Sacks não identificou qual seria o problema do paciente, mas qual não seria. Sabia-se que não era demência, já que o Dr.P gozava de plenas faculdades mentais, porém estava claro que havia alguma coisa errada com sua visão e seu comportamento. Suas primeiras observações foram: a não fixação dos olhos no rosto como um todo, aparentemente Dr.P observava cada detalhe separadamente, e em segundo foi a anormalidade nos reflexos. 
7) O que Dr. Sacks buscava investigar quando pediu que Dr. P. descrevesse fotografias de uma revista? 
Sua cognição visual, como ele observava e construía sua percepção e o que concluía estar visualizando.
Conclusão: 
8) Quais forças e dificuldades do paciente foram avaliadas pelo Dr. Sacks, quais dúvidas permaneceram e como ele se propôs a continuar a investigação? 
Uma característica positiva do Dr. P era a capacidade de produzir várias hipóteses através da imaginação, enquanto observava e descrevia as fotografias e objetos. O paciente tinha dificuldade em captar as imagens como um todo, sejam objetos, detectando apenas traços marcantes como cor e brilho, sejam pessoas, de forma a captar apenas determinadas partes do corpo. O Dr. Sacks tinha dúvidas a respeito de algumas estruturas neurológicas do Dr. P. estarem normais, enquanto outras pareciam estar alteradas, pois apesar do paciente não conseguir identificar objetos simples a sua frente, o mesmo continuava lecionando na universidade. O médico propôs continuar a investigação na casa do paciente.
Visita à casa do Dr. P. 
Avaliação: 
1. Quais funções psicológicas foram investigadas pelo Dr. Sacks e através de que meios (que testes)? 
Foi feito alguns testes de percepção: Como poliedros regulares
Teste de Memória: através de fotografias de pessoas da família e alunos da universidade.
Ele não tinha problema com a visão, estava sendo investigado o lobo parietal e occipital
2) Como vocês avaliam as seguintes funções do Dr. P.: 
1. Percepção: visual, auditiva e tátil? 
Reconhecia as formas abstratas, mas não era capaz de reconhecer amigos, familiares, alunos e nem a si próprio nas fotografias. Aqueles rostos eram indiferentes, como se fossem quebra cabeças ou testes abstratos. Não possuía um verdadeiro mundo visual, assim como não possuía um verdadeiro eu visual. Prejuízo tátil demorava muito tempo para identificar alguns objetos como por exemplo a luva. Era capaz de falar sobre as coisas, mas não de ver face a face. Possuía uma inteligência musical muito grande com voz e ouvidos perfeitos.
b) Atenção geral e, em particular, atenção a estímulos visuais? 
Existia um dano na sua atenção geral ao ponto de se distrair com alguém batendo na porta da sua casa, perdendo totalmente a concentração, se desligando com meio a sua volta.
c) Memória geral e memória específica: visual e verbal? 
Durante um teste de memória e imaginação só conseguiu relatar construções e edifícios que existiam do lado direito, excluindo totalmente o lado esquerdo, seus problemas com lado esquerdo, seus deficts no campo visual, eram internos e externos dividindo a memória e a imaginação visual. Memoria vazia, distante da realidade, imaginação e emoção. Havia uma agnosia interna. Transformou a vida em canção, só conseguia executar tarefas simples como vestir roupas ou comer comida se estivesse cantando canções.
d. Linguagem (compreensão e expressão, leitura de partitura musical)? 
Não apresentava dificuldades quanto ao uso da linguagem verbal, conseguindo se comunicar de forma clara através da fala, porém sua linguagem não verbal apresentou mudanças com dificuldades em se expressar por meio de símbolo ou objetos concretos, exemplo disso é a alteração das pinturas realizadas, no inicio criava obras realistas e com o tempo foram se transformando totalmente abstratas e sem conexão ao senso de realidade. Ele também não conseguia ler partituras.
e. Inteligência? 
Alto nível de inteligência musical e boa percepção espacial com objetos geométricos.
f. Adaptação ao ambiente doméstico, de trabalho e social? 
Dr. P. estava bem adaptado ao ambiente doméstico, onde possuía instrumentos musicais e partituras; esses elementos poderiam facilitar a sensação de estar em um ambiente mais familiar e confortável, além da esposa que o auxiliava nos afazeres domésticos. Apesar dos problemas neurológicos, o Dr. P. era visto com muita estima por parte dos alunos, de forma que continuava a dar aulas na universidade. Em relação à vida social, podemos considerar que o professor não se sentia doente, apesar dos relatos contrários de pessoas próximas a ele, pois alguns entendiam que os comportamentos anormais do professor eram apenas gracejos, enquanto outras pessoas transpareciam estar preocupadas com sua condição de saúde. No modo geral, podemos considerar que sua vida social não estava tão prejudicada, pelo fato de ainda poder fazer o que gostava, como o envolvimento com a música tanto em casa como no trabalho.
g. Aspectos afetivos emocionais (com a esposa)? 
O paciente parecia ter um bom relacionamento com a esposa, pois a mesma o acompanhava às consultas médicas, tentava se adaptar ao comportamento atípico do marido e o estimulava a continuar pintando quadros, mesmo percebendo que seu estilo artístico tinha mudado drasticamente em relação às primeiras obras artísticas.
Encaminhamento: 
3) Que orientação vocês dariam ao caso?
O paciente deveria ser encaminhado a uma equipe multiprofissional, que além do neurologista, seria composta por um profissional da área de endocrinologia, devido ao problema do diabetes e um psicólogo(a) especialista em neuropsicologia.
Mais precisamente em relação ao tratamento feito pelo profissional de neuropsicologia, cuja tarefa é a investigação do funcionamento do cérebro e como o comportamento do indivíduo pode ser afetado de acordo com o estado deste funcionamento; há de se considerar de grande valia para o paciente em questão passar por este tipo de avaliação.
O neuropsicólogo poderia auxiliar o Dr. P. através de uma entrevista inicial, do preenchimento de formulários e escalas, da aplicação de testes, jogos e da elaboração de um laudo. Tarefas comuns ao cotidiano dos profissionais da área.
Na testagem psicológica, as funções cognitivas do Dr. P, como atenção, inteligência, memória e linguagem seriam avaliadas com precisão. Atividades como leituras, trabalhos manuais, pinturas e brincadeiras, principalmente ligadas à área musical, poderiam ser utilizadas. Novas avaliações dentro de prazos pré-estabelecidos seriam realizadas, com o intuito de verificar os progressos ou prejuízos do paciente ao longo do tempo.
Mesmo após as observações e o relato do Dr. Sacks deduzindo que o paciente poderia ter o diagnóstico de Agnosia Visual, a avaliação feita pelo neuropsicólogo auxiliaria na tentativa de apresentar estratégias para que o paciente pudesse compensar aquilo que estaria deficitário em seu quadro, por algo que ainda estaria preservado. Desta forma, o Dr. P teria mais informações em relação ao seu estado cognitivo, além de conceder a este mais qualidade de vida,facilitando a inserção social em seu ambiente familiar e de trabalho, respeitando suas limitações físicas e psicológicas.

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