Buscar

Resumo farmacodinâmica (Eduardo Dias)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Tatyane Ferreira
RESUMO FARMACODINÂMICA
Referência: Eduardo, 3º ed, terapêutica medicamentosa em odontologia, 2014.
FARMACODINÂMICA
Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e seus efeitos no organismo.
Ação e efeito
A ação de um fármaco nada mais é do que o local onde ele age;
O efeito, o resultado dessa ação. Um determinado fármaco pode atuar em diferentes sítios do organismo e, em decorrência, provocar diversos efeitos, desejáveis ou indesejáveis.
Ex. É o que acontece com os anti-inflamatórios não esteroides, que reduzem a síntese de prostaglandinas por atuarem nas células de vários tecidos do organismo, por meio da inibição da enzima cicloxigenase. Em decorrência dessas ações, manifestam-se efeitos desejáveis como a atenuação da dor e do edema inflamatório e, por outro lado, efeitos adversos como a irritação da mucosa gastrintestinal, a alteração da função renal, a diminuição da agregação plaquetária, etc
Relação dose-efeito
A intensidade do efeito produzido será diretamente proporcional à sua concentração no local de ação, num tempo determinado, ou seja, a intensidade do efeito de um fármaco geralmente aumenta de acordo com o aumento da dose administrada. 
Para alguns fármacos, o aumento das doses e, consequentemente, de seus efeitos não apresenta limites, exceto pelos riscos determinados. Para outros, o efeito atinge uma grandeza que não mais se modifica, chamado de efeito máximo ou efeito platô.
Ex. No caso do ácido acetilsalicílico (aspirina), o efeito analgésico máximo para a maioria dos indivíduos é obtido com uma dose de 650 mg. Para a dipirona, esta dose é de 800 mg a 1 g e para o paracetamol, de 750 mg a 1 g. Isso significa que, para a grande maioria dos pacientes, tais doses são as que promovem o efeito máximo esperado (no caso, a analgesia). O aumento aleatório da dose desses analgésicos acima dos limites citados não irá, portanto, trazer benefícios ao paciente. Pelo contrário, poderá apenas contribuir para o aumento dos efeitos adversos.
Dose eficaz mediana e dose letal mediana
A dose eficaz é aquela capaz de produzir os efeitos benéficos, e a dose letal é aquela capaz de matar.
A dose de um fármaco, necessária para produzir um efeito desejado em 50% dos indivíduos, é chamada de dose eficaz mediana ou DE50.
A dose capaz de matar 50% dos animais em um determinado experimento é chamada de dose letal mediana ou DL50. Quando o efeito não é a morte, pode-se falar então em dose tóxica mediana (DT50).
Como todo e qualquer medicamento produz efeitos terapêuticos desejáveis e efeitos adversos, uma das formas de se estabelecer a segurança clínica de um medicamento é dividir o valor de sua dose letal mediana pelo valor de sua dose eficaz mediana. A relação DL50/DE50 é denominada índice terapêutico.
Fatores dependentes do próprio fármaco
Efeitos colaterais – São os que ocorrem de forma simultânea com o efeito principal, que às vezes limita o uso do fármaco, não devendo ser confundidos com os efeitos secundários, pois estes podem ser benéficos, enquanto os primeiros não. Embora a maioria dos profissionais da saúde use o termo efeito colateral, a expressão reação adversa parece mais apropriada para os efeitos potencialmente prejudiciais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o termo reação adversa a medicamentos “[...] é uma resposta nociva e indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas no homem para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade.
Efeitos teratogênicos – Podem ser considerados como reações adversas graves, caracterizadas pela ação do fármaco sobre o feto, o que provoca alterações morfológicas, funcionais e emocionais no mesmo, sobretudo quando administrado no período da organogênese (entre a 2ª e a 10ª semana de gestação).
Efeitos secundários ou reações com alvos alternativos (off target) – São os que não ocorrem simultaneamente ao efeito principal, decorrentes da ação do fármaco em outros sítios do organismo, mas sim em consequência do próprio efeito principal e dependentes da sua composição molecular específica ou da sua farmacocinética. Exemplo disso é a hepatotoxicidade associada ao paracetamol, cuja sobredosagem é a causa mais comum de insuficiência hepática aguda em todo o mundo. Os danos ao fígado não são devidos à substância em si, mas a um metabólito tóxico, chamado N-acetil--p-benzoquinonaimina (NAPQI), produzido pelo citocromo P-450, sistema enzimático responsável pela biotransformação hepática do paracetamol.
Superdosagem (overdose) – É a administração de doses anormalmente elevadas de um fármaco, nesse caso denominada de superdosagem absoluta. A superdosagem pode ser também relativa, no caso em que a dose é adequada, em valores absolutos, porém administrada com grande velocidade no interior de um vaso sanguíneo. É o que acontece com os anestésicos locais, que, se injetados acidentalmente pela via intravenosa, atingem altas concentrações plasmáticas que poderão acarretar efeitos tóxicos de menor ou maior gravidade. Portanto, toda vez que o cirurgião-dentista for injetar uma solução anestésica local, deverá fazê-lo de forma lenta, após aspiração negativa.
Fatores dependentes principalmente do organismo
Hipersensibilidade - Embora sua incidência seja baixa, pode se constituir em um problema sério associado à administração de fármacos. Compreende as reações imunológicas, que podem se manifestar como uma simples urticária ou até mesmo como uma reação anafilática fatal. O fenômeno seria mais bem entendido se os fármacos fossem moléculas proteicas, o que não acontece. Eles são geralmente moléculas pequenas, sem propriedade antigênica, mas que podem funcionar como haptenos, ligando-se a moléculas proteicas para constituir um complexo antigênico, que, por sua vez, induz à formação de anticorpos. Numa nova administração da substância, estabelece-se a reação antígeno-anticorpo, com liberação de histamina, serotonina, leucotrienos e SRS-A (substância de reação lenta da anafilaxia), responsáveis pelas reações ou manifestações alérgicas.
Idiossincrasia – Reação qualitativamente diferente da esperada na maioria dos indivíduos, com mecanismos ainda não bem compreendidos, admitindo-se que possam estar relacionados com características genéticas. A resposta idiossincrásica pode evidenciar-se por sensibilidade extrema às doses baixas ou por insensibilidade extrema às doses altas dos compostos químicos. Um exemplo de idiossincrasia seria a toxicidade por anestésicos locais do grupo éster em pacientes com baixa atividade das colinesterases plasmáticas
Fatores dependentes do medicamento e do organismo
Tolerância ou resistência – Reação que pode ocorrer após o uso prolongado de certos fármacos, especialmente os que atuam no sistema nervoso central. Em indivíduos que desenvolvem tolerância é necessário aumentar progressivamente as doses do fármaco para manter a intensidade de seus efeitos iniciais. É pouco provável que a tolerância ou resistência ocorra com
os medicamentos de uso rotineiro em odontologia.
Dependência – Em alguns casos, em conjunto com a tolerância, ocorre uma dependência para com os efeitos do fármaco, ou seja, após seu uso continuado, o indivíduo passa a necessitar do fármaco para manter-se em equilíbrio. Privado do mesmo, pode desenvolver a chamada crise de abstinência. No caso dos depressores do sistema nervoso central, como o álcool etílico, a morfina, os hipnóticos ou os barbitúricos, pode ocorrer a dependência física, na qual o organismo desenvolve uma série de mecanismos adaptativos a essas drogas, e na falta delas sofre alterações mais ou menos sérias, inclusive fatais. Paralelamente, ocorre também a dependência psíquica, sendo que, neste caso, o indivíduo tem necessidade da sensação de bem-estar que a droga causa. Sem ela, apresenta sintomas de nervosismo, agitação, depressão e desejo extremo de tomá-la, o que caracteriza a crise de abstinência psíquica.
Efeito paradoxal – É o efeito contrário ao esperado após a administração de um fármaco. Como exemplo,pode-se citar a manifestação de intensa agitação após o uso de diazepam, ao invés de sedação desejada, que ocorre eventualmente em crianças e idosos (incidência de 1-3% dos casos).

Outros materiais