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Artigo Científico - Centro para Crianças Autistas

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___________________________________________________________________________
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO – UNISOCIESC/ CAMPUS JOINVILLE (CENTRO DE APOIO E DESENVOLVIMENTO PARA CRIANÇAS AUTISTAS)
SILVA, Máyra1
ZANUZO, Dalila2
RESUMO
Este artigo tem como tema base o autismo, caracterizado como uma deficiência no desenvolvimento que pode causar desafios sociais, de comunicação e comportamentais significativos. O objetivo principal é desenvolver as diretrizes para um anteprojeto de um centro de apoio e desenvolvimento para crianças autistas com o intuito de oferecer um espaço arquitetônico adequado para o desenvolvimento de atividades escolar e terapêuticas, servindo assim como um apoio ao estudo regular em contraturno. Na cidade de Joinville, Santa Catarina, não há dados quantitativos sobre número de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 01 a cada 160 crianças é diagnosticada com TEA. De acordo com esse cenário, foi identificada apenas uma associação na cidade de Joinville que oferece esse tipo de serviço específico para autistas, portanto, é justificada a necessidade e relevância do desenvolvimento deste projeto. A metodologia utilizada teve como base os três pilares: pessoas, lugar e construção, a fim de compreender as necessidades dos autistas, verificar os conceitos urbanos para que contribuam para uma melhor implantação do projeto e por fim, analisar como os aspectos construtivos podem contribuir para uma melhor espacialização do mesmo. Por fim, compreendem-se as principais diretrizes para o seu desenvolvimento, levando em consideração as necessidades do usuário em relação à metodologia educacional, layout, conforto e segurança, para que o ambiente auxilie positivamente no aprendizado e desenvolvimento das crianças com TEA, e portanto proporcione uma melhor qualidade de ensino e terapias.
Palavras-chave: Autismo; Criança; Educação; Metodologias; Diretrizes.
1Máyra Letícia da Silva: Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UNISOCIESC, arqmayraleticia@gmail.com; 2Professora Orientadora do Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina UNISOCIESC, Mestre em Engenharia Civil pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UNISOCIESC, Joinville, Santa Catarina, Brasil. dalila.zanuzo@unisociesc.com.br. 
1. INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma deficiência no desenvolvimento que pode causar desafios sociais, de comunicação e comportamentais significativos. Geralmente, o transtorno é caracterizado pela diferença no modo de se comunicar, interagir, se comportar e aprender de maneiras diferentes da maioria das outras pessoas. As habilidades de aprendizado, pensamento e resolução de problemas podem variar de superdotados a severamente desafiados. (RUTTER; SCHOLPER, 1992).
Este artigo tem como objetivo traçar diretrizes para a elaboração de centro de apoio e desenvolvimento, faz-se necessário abordar as características principais que envolvem o desenvolvimento de um espaço propício ao aprendizado em conjunto com a interação social, emocional e de comunicação para crianças com TEA. Atualmente, um diagnóstico de TEA inclui várias condições que costumavam ser diagnosticadas separadamente: transtorno autista, transtorno invasivo do desenvolvimento não especificado de outra forma e síndrome de Asperger. Essas condições agora são chamadas de desordem do espectro autista, onde o termo “espectro” é empregado ao transtorno pelo fato de haver graus de autismo, variando entre leve ao elevado, trazendo um singularidade a cada indivíduo que o possuí. (KAJIHARA, 2014).
A partir do levantamento de dados e análises na cidade de Joinville, Santa Catarina houve a constatação da necessidade de espaços arquitetônicos que atendam efetivamente crianças que possuem o TEA. Atualmente, há apenas um espaço que é destinado a este tipo de serviço, a Associação de Amigos do Autista (AMA), que não possui uma estrutura arquitetônica totalmente preparada para atender as necessidades dos usuário, além de não conseguir atender a demanda já existente e crescente na cidade. Leva-se em consideração também que a mesma atende crianças das regiões vizinhas, tal fato agrava a situação em relação a uma fila de espera já existente para o atendimento e tratamento dessas crianças. 
No Brasil não há dados oficiais que dê um panorama sobre os casos de autismo, as informações quantitativas obtidas advém da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde 01 em 160 crianças é diagnosticada com TEA. Segundo o Centers For Disease Control and Prevention (CDC, 2014), cerca de 01 em 59 crianças foi identificada com transtorno do espectro autista (TEA), a partir das estimativas da “The Autism and Developmental Disabilities Monitoring” (ADDM)³. De acordo com o estudo “Retratos do Autismo no Brasil” de 2013, há uma estimativa de que na região Sul do Brasil é o número de autistas seja de 170.000 mil. Em 2017, 77.102 crianças e adolescentes com autismo estudavam na mesma sala que pessoas sem deficiência. Esse índice subiu para 105.842 alunos em 2018, ou seja, o número de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) que estão matriculados em classes comuns no Brasil aumentou 37,27% em um ano. Os dados foram extraídos do Censo Escolar, divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2018).
O objetivo geral deste trabalho é definir as diretrizes arquitetônicas para o desenvolvimento de um anteprojeto de um centro de apoio e desenvolvimento para crianças que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De modo que este espaço atenda igualitariamente todos os aspectos voltados ao desenvolvimento educacional, cognitivo e social das mesmas fazendo com que o espaço interaja com os sentidos e assimilações individuais e coletivas. 
O intuito no desenvolvimento do mesmo é que ele atenda em contraturno das atividades escolares regulares como um auxílio no melhor desenvolvimento escolar e social possível para as crianças autistas, possibilitando uma rotina educacional e servindo também como um apoio social às famílias. A urgência de um espaço que ofereça tais atividades educacionais se dá pelo fato de que quanto mais cedo a criança autista recebe o tratamento e é estimulada, maiores são as chances de resultados positivos não somente no quesito educacional e social mas especialmente no sentido médico. Desta forma se torna possível estabelecer os fundamentos e quadros clínicos claros a fim de oferecer um prognóstico assertivo e abordagens terapêuticas eficientes. (JUNIOR; PIMENTEL, 2000). 
3Rede de monitoramento do autismo e deficiências, criada em 2000, em 11 localizações diferentes (Arizona, Arkansas, Colorado, Georgia, Maryland, Minnesota, Missouri, New Jersey, Tenesse, Wisconsin e Carolina do Norte). Esse estudo foi realizado de 2014 a 2016 e levou em consideração apenas crianças nascidas em 2006 e alerta para a variação desses números dentro do próprio país.
Para atingir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram desenvolvidos: 1) Estudar o público alvo e as necessidades que envolvem os espaços para atender pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA); 2) Projetar espaços com base em metodologias educacionais que atendam melhor às necessidades de quem possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA); 3) Verificar espacialmente em Joinville a partir 
de análises um local adequado e que atenda aos requisitos necessários à implantação do projeto; 4) Explanar a respeitos das concepções de sensações, sentidos, formas e percepções que envolve os aspectos da construção como espaço físico. Para desenvolver os objetivos específicos foi desenvolvido a partir de métodos de pesquisa, presentes no Quadro 01:
Quadro 01: Matriz Metodológica 
	Objetivos Específicos
	Dados para Coleta
	Método da Coleta
	Definir o público alvo e as necessidades que envolvem os espaços paraatender pessoas que apresentam o TEA.
	Faixa etária;
Características e classificação.
	Livros, artigos, bibliografias, levantamento de dados.
	Analisar metodologias educacionais que atendam melhor às necessidades de quem possui o TEA.
	Diretrizes das metodologias;
Influência do método em relação ao desenvolvimento social e de comunicação.
	Livros, artigos, e bibliografias.
	Verificar espacialmente em Joinville a partir de análises um local adequado e que atenda aos requisitos necessários para a implantação do projeto.
	Localização e conexões;
Entorno e diretrizes.
	Coletar dados. Pesquisa conforme a legislação
	Explanar a respeitos das concepções de sensações, sentidos, formas e percepções que envolve os aspectos da construção como espaço físico.
	Arquitetura multissensorial;
Sentidos e autistas.
	Livros, artigos, bibliografias e teóricos.
2. DESENVOLVIMENTO
Neste Capítulo serão estudados os três pilares: pessoas, lugar e construção, a fim de compreender as necessidades dos autistas, verificar os conceitos urbanos para que contribuam para uma melhor implantação do projeto e por fim, analisar como os aspectos construtivos podem contribuir para uma melhor espacialização do mesmo.
2.1 O INDIVÍDUO AUTISTA
	Em 1911, Bleuer utilizou o termo “autismo” para caracterizar a falta de contato com a realidade, o que causava uma enorme obstáculo ou impedimento em realizar a comunicação. (AJURIAHUERRA, 1997). Kanner, em 1943 utilizou o mesmo termo para caracterizar 11 crianças que apresentavam um comportamento específico. Relatando que se tratava da impossibilidade inata na obtenção de trato afetivo e social, e a designando como uma síndrome excepcional. Asperger então, no ano de 1944 descreveu ocorrências onde existiam traços similares ao autismo vinculadas com os bloqueios ligados à interação global em crianças com intelecto normal. (KAJIHARA, 2014).
Além das características principais, o autismo pode acarretar em outras manifestações sociais como hiperatividade, ansiedade, depressão, déficit de atenção e físicos como limitações motoras, imunológicas e gastrointestinais. (GRILLO; SILVA, 2004). 
O grau do autismo é baseado no nível de dependência do indivíduo, podendo ser severo (nível 3) com grave déficit nas habilidades de comunicação, interação, comportamento e cognição reduzida. O grau moderado (nível 2) apresenta as mesmas condições anteriores, contudo em menor intensidade. E o grau leve (nível 1) é destinado a indivíduos que necessitam de pouco suporte, pois geralmente possuem as habilidades bem desenvolvidas, mas com problemas de organização e planejamento. Também são designados autistas leves (ou Asperger) os indivíduos que possuem alto funcionamento e elevado índice intelectual (RUSSO 2017).
2.1.1 Experiência Sensorial
Indivíduos que estão englobados pelo espectro autista manifestam disfunções sensoriais. As pessoas neurologicamente típicas captam as informações através de todos os seus sentidos, sendo os principais e mais conhecidos: visão, olfato, paladar, audição e tato, entretanto, existem mais dois sentidos, a propriocepção que é o sentido responsável por localizar nossos órgãos, membros, músculos e nosso corpo como um todo e o vestibular, que é o sentido de detecção de movimentos do corpo, que contribui para a manutenção do equilíbrio. Integração Sensorial é o nome dado ao processamento perceptivo através de todos os sentidos que se torna ausente naqueles que possuem TEA (IAROCCI, 2006).
Por conseguinte, os problemas sensoriais são causados pelo fato do cérebro ser incapaz de compreender as informações provenientes dos sentidos de forma eficiente, já que a principal característica é que o mesmo não consegue processar dois sentidos simultaneamente, o que em termos práticos, gera um bloqueio de compreender o espaço e os acontecimentos.
Hipersensibilidade e hiposensibilidade são dois quadros opostos, no que se refere à sensibilidade sensorial, que podem ocorrer em pessoas com TEA. Os hipersensíveis são aqueles que manifestam alta sensibilidade em seus sentidos e os hiposensíveis são aqueles que têm dificuldade de compreender sensações e estímulos. Tais características se apresentam de formas diferentes, conforme apresentado no Quadro 02.
A característica principal que nos possibilita vivenciar espaços de diferentes formas é a nossa capacidade de fazer essa integração sensorial, tal deficiência ou dificuldade que se apresenta no espectro autista interfere diretamente na capacidade de experienciar e sentir emoções que a arquitetura transmite, desta forma se torna imprescindível que as diretrizes do desenvolvimento do projeto levem em consideração a experiência sensorial, no ponto em que a arquitetura padrão não atende as necessidades daqueles que possuem TEA ou demais transtornos sensoriais.
Quadro 02: Diferenças Sensitivas entre Autistas Hipo e Hiper Sensíveis.
	Sentidos
	Hiposensível
(dificuldade de assimilar sensações)
	Hipersensível
(alta capacidade de assimilar sensações)
	Audição (Som)
	Não responde pelo nome; Gosta de barulhos estranhos; Gosta de emitir sons altos, excessivos.
	Sensíveis a barulhos altos; Identifica previamentes sons; Não conseguem se acostumar com locais que apresentam sons em segundo plano.
	Tato (Toque)
	Toca incessantemente pessoas e objetivos sem motivação; Alta tolerância a dor (não aparenta se machucar com facilidade);
Não tem percepção de mudanças de temperaturas extremas (frio e calor);
	Evita o uso e o toque de certos tecidos; Tem alto nível de distração e rejeita o toque no seu corpo;
Não gosta da sensação de molhado ou andar descalço.
	Visual (Visão)
	Desconsidera objetos e indivíduos no ambiente;
Não vê com clareza;
Gosta de luz e cores fortes e/ou brilhantes.
	Cores fortes lhe causam ofuscamento, incômodo;
Se distrai facilmente com movimentos repetitivos no ambiente;
Olha fixamente para pessoas e objetos.
	Vestibular (Movimento)
	Se movimenta muito;
Gosta de girar seu corpo;
Gosta de atividades que necessite muita movimentação física.
	Parece não obter equilíbrio;
Se estressa ao ficar de cabeça para baixo ou sem tocar os pés no chão.
	Paladar/Olfato (Gosto/Cheiro)
	Come objetivos;
Atraído por cheiros fortes e marcantes;
Não conseguem identificar cheiros sutis.
	Escolhe comer apenas itens com cheiros, cores, texturas e até mesmo temperaturas que lhe agradem.
Fonte: GAINES et al, 2016. (Tradução livre pela autora).
2.1.2 Legislação, Educação e Metodologias Educacionais 
A Lei Nº 7.853, estabelece normas gerais para assegurar os direitos das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social. Em relação à educação, ela garante a inclusão, no sistema educacional e a Educação Especial como modalidade educativa. Em 2012, a Lei Nº 12.764, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde a mesma passa a ser para efeitos legais, portadora de deficiência, garantindo assim um maior quadro de direitos adquiridos.
A partir dos desafios que caracterizam o transtorno, as crianças com TEA possuem uma dificuldade em se incluir nas metodologias comuns de ensino. Antes de que seja possível aprender determinado conteúdo/matérias, é necessário compreender as suas limitações e necessidades. Há então, as metodologias educacionais direcionadas que se desenvolvem a partir de concepções psicológicas e pedagógicas, buscando transmitir conhecimentos gerais e específicos. Estas possuem uma melhor efetividade quando aplicadas entre 03 à 15 anos de idade, mesmo sendo passíveis de aplicação em qualquer idade, as mesmas devem ser aplicadas de forma individual de acordo com cada caso, especialmente. (ROGERS, 1996). Com o intuito de compreender individualmente, será explanado na tabela 03, a respeito de três metodologias educacionais consideradas eficientes na educação especial para autistas, são elas: ABA, TEACCH E PECS.
Tabela 03: Comparativo das Metodologias Educacionais
	Metodologias
	ABA4
	TEACCH5
	PECS6
	O que é?
	Se trata de uma abordagem para entender e mudar o comportamento.
	É umserviço, treinamento e programa de pesquisa.
	É um sistema exclusivo de comunicação alternativa/aumentativa.
	Qual a ideia principal?
	O comportamento humano é influenciado por eventos ou estímulos no ambiente.
	As crianças com autismo são avaliadas para identificar habilidades emergentes e o trabalho se concentra nessas para aprimorá-las.
	Estratégias específicas de estímulo e reforço que levarão à comunicação independente.
	Quais os meios?
	Uso de uma variedade de estratégias e técnicas diferentes que podem ser usadas para ensinar às pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA) novas habilidades e reduzir seu comportamento difícil.
	Um plano individualizado é desenvolvido para cada aluno, criando um ambiente altamente estruturado para ajudar o indivíduo a mapear as atividades, o mesmo é organizado usando suportes visuais.
	O PECS consiste em seis fases e começa ensinando um indivíduo a fornecer uma imagem única de um item ou ação desejado a um "parceiro de comunicação" que imediatamente honra a troca como uma solicitação.
	Qual o intuito?
	São usadas para ajudar crianças a melhorar suas habilidades sociais, autocuidado, comunicação, lúdicas e capacidade de gerenciar seu próprio comportamento. Também pode ajudar a reduzir comportamentos difíceis, como desatenção, agressão e gritos.
	Fazer com que a criança possa prever e entender com mais facilidade as atividades diárias e responder de maneira apropriada. Os suportes visuais também são usados ​​para tornar as tarefas individuais compreensíveis.
	O sistema tem como objetivo ensinar a discriminação de imagens e como reuni-las em frases. Nas fases mais avançadas, os indivíduos são ensinados a usar modificadores, responder a perguntas e comentar.
Fonte: raisingchildren.net.au, 2017.4; Autism Speaks, 2019.5; BOND, 2019.6. (Adaptado pela autora).
2.2 LUGAR E ESPAÇO: CONCEITO URBANO
O conceito de lugar é o espaço ocupado pelo homem. O espaço ganha significado e valor em razão da simples presença do homem, seja para acomodá-lo fisicamente, como o seu lar, seja para servir como palco para as suas atividades. (ALVES, 2007). A respeito da relação entre pessoas e espaços, CASTELLO, 2007, p. 2 cita:
Embora não haja uma correspondência física clara entre as pessoas e os espaços, [...]. Assim pode-se dizer que estes espaços são percebidos como lugares por seus usuários. Eles possuem qualidades que lhes permitem ser percebido como um lugar, definido dentro do maior espaço da cidade como um todo. O que significa: eles permitem que um lugar para ser distinguido de um espaço.
Os conceitos por trás das definições de espaços urbanos começaram a surgir em 1960, quando visionários como Jane Jacobs, William H. Whyte, Jan Gehl e outros divulgaram ideias inovadoras, afirmando que o desenvolvimento das cidades deveria ser voltado para pessoas. Jane Jacobs defendia a ideia de que ruas com pessoas são ruas mais seguras, usando o termo “olhos na rua” para explicar que, sem perceber, as pessoas são responsáveis por observar o uso dos espaços e zelar pela sua segurança. A respeito do espaço urbano destinado ao uso infantil: “As crianças da cidade precisam de uma boa quantidade de locais onde possam brincar e aprender. [...] movimentar-se e adquirir noções do mundo.” (JACOBS, 2007, p. 88).
O espaço público deve ter elementos essenciais para atrair pessoas e se tornar um lugar de convivência e vida como vitalidade urbana, infraestrutura, urbanidade entre outros. Jan Gehl propõe que a arquitetura e urbanismo devem pensar primeiro nas pessoas, depois no espaço e só então nos prédios. A respeito da espacialização de espaços educacionais voltados a crianças e adolescentes com deficiência, Rizzini, 2010, aponta que:
É fundamental a criação de espaços de cuidado, tratamento e escolaridade que preservem os laços familiares e sociais das crianças e dos adolescentes com deficiência. Portanto, espaços localizados próximos ao local de moradia, permitindo que os responsáveis possam trabalhar e dispor de tempo para outras atividades de cuidados pessoais.
No que se refere a espaços voltados a usuários autistas, Mostafa discute os meios pelos quais questões cognitivas geram padrões arquiteturais. Assim como práticas arquitetônicas se ajustam para acomodar padrões cognitivos socioculturais se propõe sensibilidade semelhante aos diferentes padrões cognitivos de indivíduos autistas. Estes padrões são formados através da percepção multi-sensorial. (MOSTAFA, 2008)
2.3 CONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO
Uma das muitas dificuldades para o portador de TEA pode ser simplesmente sentir-se à vontade em seu próprio ambiente. Para essas pessoas, o ambiente construído pode se tornar difícil, confuso e até ameaçador. (HARKER; KING, 2002). No Brasil, não há diretrizes específicas ao considerar o TEA e as diretrizes que mencionam tendem a fazê-lo apenas em termos gerais e com menos detalhes do que outras dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais. 
No que diz respeito ao ambiente escolar, a publicação “Evaluating Provision for Autistic Spectrum Disorders in Schools” (ODOM et al, 2010), em co-autoria do Departamento de Educação da Irlanda do Norte, apresenta três indicadores de desempenho para consideração. São eles: 1) O ambiente de aprendizagem é favorável à criança com autismo: a iluminação, o som e a cor são suficientes para incentivar a criança a relaxar e a se estabelecer no trabalho. 2) Há espaço pessoal suficiente para que a criança com autismo encontre conforto e angústia quando necessário. 3) O ambiente de aprendizagem contém áreas de alto interesse para refletir as particularidades da criança com autismo. 
Da mesma forma, o Boletim de Construção 102 (BB102) do governo do Reino Unido publicado recentemente em 2009 (BB102), “Designing for disabled children and children with special educational needs”, lista as necessidades de design para crianças com TEA, são eles:
Layout simples: calmo, ordenado, espaços com pouco estímulo, sem grandes espaços confusos; iluminação indireta, sem brilho, cores suaves; boa acústica, evitando ruídos repentinos / de fundo; materiais robustos, elementos invioláveis ​​e serviços ocultos; possivelmente avaliações de risco de saúde e segurança; locais internos e externos seguros para retirada e para se acalmar. (DfEE, 2009, p.199)
Ao projetar áreas para crianças dentro do espectro autista, é importante ter conhecimento e compreensão de como eles experimentam o ambiente e as pessoas e objetos dentro dele. Tanto Bogdashina (2003) como Harrison e Hare (2004) descrevem muito bem as potenciais diferenças sensoriais percepção, processamento e respostas. É importante saber que nem todas as crianças são afetadas da mesma maneira ou na mesma extensão, como já citado os graus de autismo interferem na forma como a criança interage com o espaço.
Um estudo chamado “An Architecture For Autism: Concepts Of Design Intervention For The Autistic User” (MOSTAFA, 2018), baseado em um questionário realizado a pais e educadores de crianças autistas que resultaram na indagação do impacto de alguns elementos arquitetônicos no comportamento autista, para que então houvesse a implantação destes elementos em um ambiente educacional. Durante o estudo, indicadores comportamentais específicos, como atenção, tempo de resposta e temperamento comportamental, foram rastreados para determinar o progresso de cada criança antes e após a intervenção.
Os resultados mostram que, a acústica é a fator arquitetônico mais influente no comportamento autista, seguido de sequenciamento espacial. Outros fatores como visual (iluminação), visual (cores e padrões), questões de textura e olfativas foram dada importância menos influente. Com essas discussões conclui se que o usuário autista identifica a arquitetura ambiente ao seu redor, de acordo com ao zoneamento sensorial. Essa discussão nos leva a concluir que o usuário autista identifica a arquitetura ambiente ao seu redor, de acordo com o zoneamento sensorial em vez do convencional zoneamento funcional. Agrupamentos espaciais poderiam seguir a lógicaautista e envolver sensorial funções compatíveis.
[...] funções de alto estímulo, como música, arte, artesanato e terapia psicomotora, exigindo um alto nível de alerta podem ser agrupados, enquanto funções de baixo estímulo, como terapia da fala, aulas particulares e salas de aula gerais, requerendo um alto nível de foco, pode ser agrupado juntos. Os serviços, que geralmente são de alto estímulo, incluindo banheiros, cozinhas, salas de funcionários e administração, devem ser separados. Somente aqueles que requerem acesso de estudantes devem ser agrupados perto das zonas de alto estímulo e até possível das zonas de baixo estímulo. A aplicação do conceito de zoneamento sensorial também poderia reduzir os problemas de distração e diversão. Mantendo a atmosfera sensorial cada área o mais coerente possível, poderia permitir uma circulação mais contínua de um espaço para outro. (MOSTAFA, 2008, p.205).
3. ANÁLISES
3.1 Análise de Correlatos
A Heartspring localizada em Wichita, Kansas, é uma provedora líder de serviços pediátricos, terapias e escola residencial e diurna para crianças com necessidades especiais e deficiências de desenvolvimento. As salas de aula e de terapia são adaptadas para melhor atender as diferentes necessidades dos alunos, onde o espaço proporciona um acolhimento e compreensão através de soluções arquitetônicas. Fatores como as cores e a iluminação, como já visto anteriormente, possuem grande influência sobre crianças com TEA.
Figura 1a: Corredor de acesso à sala de terapia. Figura 1b: Corredor de acesso às salas de aula.
Fonte: SOARES (2017, p. 15).
Conforme as figuras 1a e 1b, os espaço de transição valoriza o uso da iluminação natural e cores neutras, mantendo o nível de estímulos baixos impedindo o aumento de stress que envolve a mudança de atividade e espaço. As salas de aulas destinadas àqueles que sofrem com TEA, são adaptadas para garantir um maior conforto ao aluno por meio de espaços mais amplos. 
De acordo com a figura 3, nesta instituição é aplicada a metodologia educacional ABA, onde muitas vezes há um número maior de educadores do que de alunos, o espaço amplo também possibilita um deslocamento mais ágil na prestação de apoio para as atividades desenvolvidas.
Figura 3: Sala de aula para o atendimento de 05 alunos.
Fonte: SOARES (2017, p. 16).
Em salas onde acontecem outros tratamento, como terapia ocupacional, fisioterapia, terapia da fala, audiologia e psicologia para crianças de 05 a 21 anos. O ambulatório foi projetado para permitir que famílias e profissionais trabalhem juntos para garantir o progresso, como salas de observação que passam despercebidas pelas crianças que estão recebendo o tratamento ou terapia. O mobiliário é dimensionado para que o paciente possua maior conforto no seu campo de visão.
Figura 4: Sala de observação.
Fonte: SOARES (2017, p. 16).
Outro espaço diferenciado que a instituição é a sala de estimulação sensorial. As crianças têm possibilidade de vivenciar variados estímulos dos sentidos. Através do uso, as mesmas podem começar a compreender e sensações ou se familiarizar com atividades que antes acabavam por ser estressantes ou repelidas. Através da metodologia ABA, o espaço também é utilizado para desenvolver outras atividades como a aplicação de sessões de floortime7.
Figura 5: a) Mobiliário em sala de terapia ocupacional; b) Espaço para fisioterapia assistida; c) Sala de estimulação sensorial; d) Área de convivência com iluminação natural; e) Entrada do campus.
Fonte: SOARES (2017, p. 16).
7Floortime é uma terapia baseada em relacionamento para crianças com autismo. A intervenção é chamada Floortime porque o pai se senta no chão com a criança para brincar e interagir com a criança em seu nível. (Fonte: Autism Speaks, 2019. Disponível em: <https://www.autismspeaks.org/floortime-0>).
Learning Spring School / Platt Byard Dovell White Architects
Figura 6: Perspectiva externa do prédio.
Fonte: Archdaily, 2010.
(https://www.archdaily.com/197095/learning-spring-school-platt-byard-dovell-white-architects).
Localizada em Manhattan é uma escola particular de 108 alunos do ensino fundamental ao ensino médio, para crianças diagnosticadas no espectro do autismo. O prédio possui oito andares, sendo os espaços de maior ocupação, incluindo o ginásio, a biblioteca e a lanchonete, bem como as funções administrativas, estão localizados nos dois andares inferiores. Dos seis andares superiores, dois são para salas de aula de escolas inferiores, dois são para terapia compartilhada e espaços de educação especial e dois são para salas de aula superiores. Seu programa possui espaços acadêmicos, atléticos e para necessidades especiais organizados internamente como um campus vertical, projetado para atender às necessidades sociais, físicas e educacionais especiais de seus alunos.
Figura 7a: Planta baixa do pavimento 02; Figura 7b: Planta baixa do 7º e 8º pavimento.
Fonte: Archdaily, 2010.
(https://www.archdaily.com/197095/learning-spring-school-platt-byard-dovell-white-architects).
As salas de aula são emparelhadas como suítes, compartilhando áreas de recursos, silenciosas salas de estudo e banheiros. A circulação entre os pisos é feita através de uma escada de comunicação fechada por vidro. As salas de aula e os corredores são finalizados com piso de cortiça, estante de bambu e tecidos naturais de parede, ajudando a produzir um ambiente de aprendizado calmo e íntimo. Para proteger as fachadas do edifício da exposição ao sol o edifício é coberto com um filtro solar de alumínio e aço inoxidável suportado por uma armadura externa de aço. O design possibilitou a esta construção o fornecimento de luz natural e vistas da vizinhança para todas as salas de aula.
Figura 8a: Circulação vertical; Figura 8b: Sala de aula.
Fonte: Archdaily, 2010.
(https://www.archdaily.com/197095/learning-spring-school-platt-byard-dovell-white-architects).
3.1 Análise de Estudo de Caso
Figura 9: Fachada da instituição AMA.
Fonte: SILVA, 2018.
Associação de Amigos do Autista (AMA), localizada na Rua José G. Rolin Filho no bairro Bom Retiro na cidade de Joinville, Santa Catarina. Deu início a seus trabalhos em 24 de Maio de 1988. Sendo a única instituição especializada no atendimento aos autistas, prestando serviço de diagnóstico para pessoas da cidade e região. (Associação de Amigos do Autista, 2019). Em entrevista com a gestora Leila Dumke, declara que a missão/objetivo da instituição é oferecer atendimento especializado a pessoas autistas, possibilitando maior autonomia, socialização, melhorando a qualidade de vida destas pessoas e seus familiares e ser referência no atendimento humanizado a pessoas com autismo, visando à garantia de seus direitos sociais e buscando qualificação constante dos profissionais e o envolvimento da comunidade. (SILVA, 2018).
Figura 10: Planta Baixa Térreo da instituição AMA.
Fonte: SILVA, 2018.
A faixa etária das pessoas que frequentam a instituição são de: 3 a 38 anos e seu horário de atendimento são: 07:30h às 13:30h – 13:30h às 17:30h. A instituição conta com parcerias e presença de voluntários. Atualmente 91 pessoas frequentam a instituição, sendo 12 adultos e 79 crianças. No térreo podemos observar uma grande quantidades de ambientes, como a instituição atende ao mesmo tempo crianças e adultos, todos os ambientes são separados de acordo com a sua idade, segundo a figura 10, os ambientes são totalmente voltados aos adolescentes e adultos, e já o lado direito os ambientes são voltados para as crianças. A maior parte dos ambientes estão presentes no térreo, sendo assim no segundo pavimento estão as salas de aula para as crianças, conforme a figura 11. (SILVA, 2018)
Figura 11: Planta Baixa 1º pavimento da instituição AMA.
Fonte: SILVA, 2018.
De acordo com a entrevista, a instituição conta com 30 funcionários, sendo 17 professores. E através do estudo de campo, percebe-se que a instituição não é 100% adaptada para essas pessoas, há falta de salas de aulas, pois cada sala de aula abrange 4 alunos. A gestora aponta como problemáticas, a distânciada cozinha em relação ao refeitório e a falta de um jardim sensorial para atender os jovens e os adultos, pois atualmente existe apenas um para as crianças. (SILVA, 2018)
Figura 12: Imagens Internas das instalações da Associação AMA.
Fonte: SILVA,2018.
3.2 ANÁLISE DE LUGAR
O local proposto para implantação do projeto está situado no bairro América na cidade de Joinville, o mesmo se encontra localizado entre as ruas: Machado de Assis, Humberto de Campos e Blumenau conforme a Figura 13a O bairro possui uma área de 4,54 km², e sua distância do Centro é de apenas 1.63 km.
Figura 13a: Localização do Bairro em Joinville; Figura 13b: Implantação do Terreno
Fonte 13a: Joinville Bairro a Bairro, 2017; Fonte 13b: SIMgeo.
O terreno possui 7.677,97 m² de área, atualmente está sem uso. A área de recorte se encontra no setor de adensamento e grande parte do seu território possui faixas viárias impactando diretamente no gabarito dos edifícios. No que diz respeito ao zoneamento e Lei de Ordenamento Territorial (LOT) o local se encontra no Setor de adensamento prioritário 02 (SA-02); o seu Coeficiente de Aproveitamento do Lote (CAL): 3; Gabarito: 25 metros e Taxa de Ocupação (TO): 60%. (Lei Complementar nº 470/2017, Joinville, 2017).
Figura 14a: Uso de Lotes no bairro América.; Figura 14b: Infraestrutura do bairro América.
Fonte 14a: Joinville Cidade em Dados 2018, Ambiente Construído, 2018; Fonte 14b: Joinville Bairro a Bairro, 2017.
No bairro, o uso predominante é residencial como visto no Figura 14a e 15, porém outros usos como serviços, uso misto e comércio estão presentes, principalmente nas quadras de encontro com as vias arteriais. Há também uma indicação dos serviços disponíveis presentes no bairro como transporte público, educação, patrimônio, lazer e saúde demonstrando que o local apresenta condições favoráveis nesse sentido. Em relação a infraestrutura, a figura 14b apresenta os dados, demonstrando um alto índice de ruas pavimentadas e ligações de água e esgoto. 
Figura 15: Uso do Solo e Principais Serviços no raio de 300 metros do terreno.
Na Figura 16, analisando o entorno imediato do terreno de implantação vemos o mesmo se encontra próximo de duas importantes vias arteriais, que fazem a ligação norte-sul de Joinville, as mesmas possuem faixa exclusiva de ônibus, bem como pontos próximos ao terreno. Em relação a insolação, na figura xb, estão apresentadas as fachadas que recebem o sol da manhã e da tarde e também a sua relação com os ventos predominantes.
Figura 16a: Hierarquia viária; Figura 16b: Condicionantes Naturais.
Fonte 16a: SIMGeo, 2017.; Fonte 16b: Produzido pela autora.
Após analisar as principais características que envolvem a implantação do terreno, foram considerados os seguintes quesitos; boa infraestrutura do bairro, a presença de equipamentos voltados a saúde, lazer e patrimônio auxiliando na integração social dos usuários também apresentados na figura 15. Em relação ao sistema viário, o terreno encontra-se muito bem localizado e de fácil acesso pela sua proximidade do centro, bem como a proximidade com as principais vias, servidas de linhas de ônibus (figura 16a) bem como dos terminais norte e central. Desta forma, o espaço se integra democraticamente a esfera urbana, favorecendo o estudo, tratamento e integração social dos autistas e não-autistas. 
DIRETRIZES DE ANTEPROJETO
1. Integração do projeto com o meio urbano e a comunidade, contribuindo para as relações sociais.
2. Desenvolver espaços que estimulem o desenvolvimento educacional e social dos autistas.
3. Promover o melhor sequenciamento de espaços, layout e conforto dos ambientes, tornando o espaço favorável ao desenvolvimento do aprendizado e terapias.
4. Projetar espaços com iluminação e acústica adequada ao usuário a cada atividade desenvolvida.
5. Zoneamento Sensorial: desenvolver os espaços levando em consideração a capacidade de compreensão dos espaços através dos sentidos.
6. Fornecer um espaço que auxilie na aplicação de metodologias educacionais que favoreçam o ensino, socialização e desenvolvimentos das crianças autistas.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta consiste em desenvolver diretrizes de um anteprojeto que atenda as principais necessidades das crianças autistas, proporcionando espaços arquitetônicos adequados e que ofereçam tratamento profissional multidisciplinar, educacional e terapias que auxiliem no seu desenvolvimento cognitivo e social.
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