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Abordagem Contingencial.

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ABORDAGEM CONTIGENCIAL 
Prof. Fábio Arruda 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode 
suceder ou não, dependendo das circunstâncias. A abordagem 
contingencial salienta que não se alcança a eficácia organizacional 
seguindo um único e exclusivo modelo organizacional. A estrutura da 
organização e o seu funcionamento são dependentes da sua interface 
com o ambiente externo. Torna-se necessário um modelo apropriado para 
cada situação. Por outro lado, diferentes tecnologias conduzem a 
diferentes desenhos organizacionais. Variações no ambiente e na 
tecnologia conduzem a variações na estrutura organizacional. 
 
 
 
 
 
 
A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas 
organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. 
As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas 
administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação 
funcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 
A relação funcional entre as variáveis independentes e dependentes não 
implica que haja uma relação de “causa-e-efeito”, pois a Administração é 
ativa e não passivamente dependente, procurando aquelas relações 
funcionais entre o ambiente e as técnicas administrativas que melhorem a 
eficácia da prática da administração contingencial. Há um aspecto 
proativo e não meramente reativo na Abordagem Contingencial. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 Origens da Teoria da Contingência 
 
A Teoria da Contingência é também denominada Escola Ambiental e 
surgiu a partir dos resultados de várias pesquisas que procuraram verificar 
os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados 
tipos de empresas. 
 
1) Pesquisa de Chandler sobre Estratégia e Estrutura 
Chandler realizou uma investigação histórica sobre as mudanças 
estruturais de grandes organizações relacionando-as com a estratégia de 
negócios. A estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi 
sendo gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 2) Pesquisa de Emery e Trist sobre os Contextos Ambientais 
Para se compreender o comportamento da organização é importante 
considerar também seu relacionamento com o ambiente. 
 
Os quatro tipos de contexto ambiental são: 
 
Ambiente tipo 1: Meio plácido e randômico – Corresponde ao “mercado 
clássico” dos economistas, no qual organizações puramente competitivas 
vendem produtos homogêneos e que têm objetivos relativamente 
estáveis distribuídos ao acaso (randomicamente) como, por exemplo: 
bares, mercearias, oficinas artesanais. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 Ambiente Tipo 2: Meio plácido e segmentado - É um meio ambiente 
também estático, mas os objetivos não são distribuídos randomicamente, 
porque estão concentrados de alguma forma. Corresponde ao modelo da 
“competição imperfeita” dos economistas, no qual os produtos ou 
serviços oferecidos pelas organizações concorrentes são diferenciados. 
Toda organização pode ter algum controle sobre o mercado, mas não 
pode afetar as outras organizações. São as empresas que se dedicam a um 
tipo de produto em uma região na qual não há um mercado competitivo. 
Esse tipo de organização requer concentração de recursos, subordinação a 
um plano central principal e o desenvolvimento de “especialização 
distinta” em sua tecnologia como, por exemplo: know-how de siderurgia, 
cimento, etc. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 Ambiente tipo 3: Meio perturbado e reativo – Neste ambiente mais 
dinâmico do que estático, desenvolvem-se organizações do mesmo 
tamanho, tipo, objetivos, dispondo das mesmas informações e 
pretendendo o mesmo mercado. Corresponde ao “mercado oligopólico” 
dos economistas, cuja característica primária é o fato de que, como são 
poucas as organizações, as atividades de uma organização causam 
repercussões adversas sobre as demais. Exemplo: organizações que se 
dedicam a negócios diversificados ou alguns tipos de organização que 
atuam em um mercado estritamente disputado, como companhias de 
petróleo e de cimento. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 Ambiente tipo 4: Meio de campos turbulentos – Caracteriza-se pela 
complexidade, turbulência e dinamicidade. As organizações não podem 
adaptar-se com sucesso apenas por meio da competição nas suas 
interações, mas por meio da colaboração para reduzir a incerteza 
tecnológica, permitindo um mecanismo de controle obedecido por todas 
as organizações do complexo. Não há modelo correspondente na teoria 
econômica em face da complexidade e incerteza. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
3) Pesquisa de Burns e Stalker sobre as Organizações 
 
Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram vinte indústrias inglesas para 
verificar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo 
dessas indústrias. Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos: 
organizações “mecanísticas” e “orgânicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Características Sistemas Mecânicos Sistemas Orgânicos 
Estrutura 
Organizacional 
Burocrática, permanente, 
rígida e definitiva. 
Flexível, mutável, adaptativa e 
transitória 
Processo Decisorial 
Decisões centralizadas na 
cúpula da organização. 
Decisões descentralizadas: ad hoc 
(aqui e agora) 
Comunicações Quase sempre verticais Quase sempre horizontais 
Princípios 
Predominantes 
Princípios gerais da Teoria 
Clássica 
Aspectos democráticos da Teoria 
das Relações Humanas. 
Desenho de Cargos e 
Tarefas 
Cargos estáveis e definidos. 
Ocupantes especialistas e 
univalentes 
Provisório. Cargos mutáveis, 
redefinidos constantemente. 
Ocupantes polivalentes. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
4) Pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre o Ambiente 
 
Lawrence e Lorsh fizeram uma pesquisa sobre o defrontamento entre 
organização e ambiente que marca o aparecimento da Teoria da 
Contingência. Os autores concluíram que os problemas organizacionais 
básicos são a diferenciação e a integração. 
 
OBS: A denominação Teoria da Contingência derivou desta pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
a) Conceito de diferenciação - É a divisão da organização em 
subsistemas ou departamentos, cada qual desempenhando uma 
tarefa especializada para um contexto ambiental também 
especializado. Cada subsistema ou departamento reage unicamente 
àquela parte do ambiente que é relevante para sua própria tarefa 
especializada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
b) Conceito de Integração - A integração refere-se ao processo oposto, 
gerado por pressões vindas do ambiente da organização no sentido 
de obter unidade de esforços e coordenação entre os vários 
departamentos (ou subsistemas). Cada um desses segmentos se 
relaciona com um segmento do universo exterior à empresa. Essa 
divisão do trabalho entre departamentos marca um estado de 
diferenciação. Mas esses departamentos precisam fazer um esforço 
convergente e unificado para atingir os objetivos globais da 
organização. Em conseqüência, ocorre também um processo de 
integração. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
c) Teoria da Contingência - Em função dos resultados da pesquisa, os 
autores formularam a Teoria da Contingência: não existe uma única 
maneira melhor de organizar. Ao contrário. As organizações precisam 
ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. A Teoria da 
Contingência apresenta os seguintes aspectos: 
 
 A organização é um sistema aberto 
 Existe uma íntima relação entre as variáveis externas e as 
características organizacionais 
 As características ambientais funcionam como variáveis 
independentes, enquanto as características organizacionais 
são variáveis dependentes daquelas. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
5) Pesquisa de Woodward sobre a Tecnologia 
Joan Woodward fez uma pesquisa para saber se os princípios de 
administração propostos pelas teorias administrativas se correlacionavamcom o êxito do negócio. As firmas foram classificadas em três grupos de 
tecnologia de produção. 
 
a) Produção unitária ou oficina – O processo produtivo é menos 
padronizado e menos automatizado. É o caso da produção de navios, 
aviões, locomotivas, geradores e motores de grande porte e 
confecções sob medida. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
b) Produção em massa ou mecanizada – A produção é feita em grande 
quantidade. É o caso da produção que requer máquinas operadas 
pelo homem e linha de produção ou montagens padronizadas, como 
empresas montadoras de automóveis, brinquedos, etc. 
 
c) Produção em processo ou automatizada – Produção em 
processamento contínuo em que um ou poucos operários 
monitorizam um processo total ou parcialmente automático de 
produção. É o caso do processo de produção de refinarias de 
petróleo, cimento, produção química ou petroquímica, siderúrgica, 
etc. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Ambiente 
 
É o contexto que envolve externamente a organização. É a situação dentro 
da qual a organização está inserida. A análise das organizações dentro de 
uma abordagem múltipla envolvendo a interação entre organizações e o 
meio ambiente foi iniciada pelos estruturalistas. À medida que essa 
análise organizacional começou a ser influenciada pelas abordagens de 
sistemas abertos, aumentou a ênfase no estudo do meio ambiente como 
base para a compreensão da eficácia na organização. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Mapeamento ambiental 
 
Como o ambiente é extremamente vasto e complexo, as organizações não 
podem absorvê-lo, conhecê-lo em sua totalidade e complexidade. As 
organizações precisam tatear, explorar e discernir o ambiente para reduzir 
a incerteza a seu respeito. O mapeamento ambiental não é feito pela 
organização em si, mas por pessoas – sujeitas ao subjetivismo e a 
diferenças individuais - que são seus dirigentes. 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Seleção Ambiental 
 
As organizações não são capazes de compreender todas as condições 
variáveis do ambiente de uma só vez. Para lidar com a complexidade 
ambiental, as organizações selecionam seus ambientes e passam a 
visualizar o seu mundo exterior apenas nas partes escolhidas e 
selecionadas desse enorme conjunto. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Percepção Ambiental 
 
É uma construção ou um conjunto de informações selecionadas e 
estruturadas em função da experiência anterior, intenções e maneiras de 
pensar dos dirigentes de cada organização. A percepção está ligada à 
captação e tratamento da informação externa considerada útil. Um 
mesmo ambiente pode ser percebido e interpretado diferentemente por 
duas ou mais organizações. 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Consonância e Dissonância 
 
A consonância significa que as presunções da organização a respeito de 
seu ambiente são confirmadas na prática e no cotidiano. Se a comparação 
revela algum desvio, temos uma incoerência ou dissonância, e a 
organização tende a restabelecer o equilíbrio desfeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Ambiente Geral 
É o ambiente genérico e comum a todas as organizações. Tudo que 
acontece no ambiente geral afeta direta ou indiretamente todas as 
organizações. O ambiente geral é constituído de condições comuns para 
todas as organizações: 
 
1. Condições tecnológicas: As organizações precisam adaptar-se e 
incorporar tecnologia que provém do ambiente geral para não 
perderem a sua competitividade. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2. Condições legais: Constituem a legislação vigente e que afeta direta 
ou indiretamente as organizações, auxiliando-as ou impondo-lhes 
restrições às suas operações. 
 
3. Condições políticas: São as decisões e definições políticas tomadas 
em nível federal, estadual e municipal que influenciam as 
organizações e que orientam as próprias condições econômicas. 
 
4. Condições econômicas: Constituem a conjuntura que determina o 
desenvolvimento ou a retração econômica, que condicionam 
fortemente as organizações. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
5. Condições demográficas: Aspectos demográficos (distribuição 
geográfica, taxa de crescimento, raça, religião, sexo, idade) que 
determinam as características do mercado atual e futuro das 
organizações. 
 
6. Condições ecológicas: O ecossistema refere-se ao sistema de 
intercâmbio entre os seres vivos e seu meio ambiente. No caso das 
organizações, existe a chamada ecologia social: as organizações 
influenciam e são influenciadas por aspectos como poluição, clima, 
transportes, comunicações, etc. 
 
7. Condições culturais: A cultura de um povo penetra nas organizações 
através das expectativas de seus participantes e de seus 
 consumidores. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Ambiente de Tarefa 
 
É o segmento do ambiente geral do qual uma determinada organização 
extrai as suas entradas e deposita as suas saídas. O ambiente de tarefa é 
constituído por: 
 
1. Fornecedores de entradas: fornecedores de todos os tipos de 
recursos de que uma organização necessita para trabalhar: recursos 
materiais, recursos financeiros, recursos humanos. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2. Clientes ou usuários: consumidores das saídas da organização. 
 
3. Concorrentes: outras organizações que disputam os mesmos recursos 
e os mesmos tomadores de suas saídas. 
 
4. Entidades Reguladoras: regulam ou fiscalizam as atividades das 
organizações: sindicatos, associação de classes, órgãos reguladores do 
governo, órgão protetores do consumidor. 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
É no ambiente de tarefa que uma organização estabelece o seu domínio 
ou, pelo menos, procura estabelecê-lo. O domínio depende das relações 
de poder ou dependência de uma organização face ao ambiente quanto 
às suas entradas ou saídas. As organizações procuram aumentar o seu 
poder e reduzir sua dependência quanto ao seu ambiente de tarefa e 
estabelecer seu domínio. Esse é o papel da estratégia organizacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Domínio é a área de influência e de poder, como também a área de 
dependência da organização em relação ao seu ambiente. 
 
Dá-se o nome de interface para descrever a área de contato entre uma 
organização e seu ambiente. É no ponto da interface que as entradas e 
saídas passam através dos limites ou fronteiras entre uma organização e o 
seu ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Tipologia de Ambiente 
 
Para facilitar o estudo e a análise ambiental existem tipologias de 
ambiente, relacionadas com o ambiente de tarefa: 
 
1. Quanto à sua estrutrura: 
a) Ambiente Homogêneo 
b) Ambiente Heterogêneo 
 
2. Quanto à sua dinâmica: 
a) Ambiente Estável 
b) Ambiente Mutável 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Tecnologia 
 
Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável independente 
que influencia as características organizacionais (variáveis dependentes). 
Além do impacto ambiental (imperativo ambiental), existe o impacto 
tecnológico (imperativo tecnológico) sobre as organizações. 
 
A tecnologia adotada pode ser tosca e rudimentar (como a faxina e 
limpeza através da vassoura ou do escovão) como poderá ser sofisticada 
(como o processamento de dados pelo computador). 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
A tecnologia pode estar contida em bens de capital, matérias-primas 
intermediárias ou componentes, etc. Nesse sentido, a tecnologia 
corresponde ao conceito de hardware. 
 
A tecnologia não incorporada encontra-se nas pessoas, sob a forma de 
conhecimentos intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual 
para executar operações. Nesse sentido, a tecnologia corresponde ao 
conceito de software. 
 
Em resumo, a tecnologia é o tipo de conhecimento utilizado no sentido de 
transformar elementos materiais em bens ou serviços, modificando sua 
natureza e características. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Tipologias de Tecnologias 
 
Devido à complexidade da tecnologia, váriosautores propõem 
classificações ou tipologias de tecnologias para facilitar o estudo e sua 
administração. 
 
1) Tipologia de Thompson 
 
Thompson propõe uma tipologia de tecnologias, conforme o seu arranjo 
dentro da organização, a saber: 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
a) Tecnologia de elos em seqüência – Baseada na interdependência 
serial das tarefas para completar um produto. É o caso da produção 
em massa. Cada tarefa depende da anterior. 
 
b) Tecnologia mediadora – Tem por função interligar clientes que são ou 
desejam ser interdependentes. O banco comercial liga os 
depositantes com aqueles que tomam dinheiro emprestado. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
c) Tecnologia intensiva – Representa a convergência de várias 
habilidades e especializações sobre um único cliente e a seleção, a 
combinação e a ordem de aplicação são determinadas pela retroação 
proporcionada pelo cliente. O hospital geral ilustra a aplicação da 
tecnologia intensiva: uma internação de emergência exige a 
combinação de serviços dietéticos, radiológicos, de laboratório, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2) Matriz de Tecnologia/Produto 
Em outra obra, Thompson e Bates, classificam a tecnologia em dois tipos 
básicos: 
 
a) Tecnologia flexível: a flexibilidade da tecnologia refere-se à 
extensão em que as máquinas, o conhecimento técnico e as 
matérias-primas podem ser usados para outros produtos ou 
serviços diferentes. 
 
b) Tecnologia fixa: é a tecnologia inflexível que não permite a 
utilização em outros produtos e serviços. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Por outro lado, os autores classificam os produtos em dois tipos básicos: 
 
a) Produto concreto: é o produto que pode ser descrito com 
precisão, identificado com especificidade, medido e avaliado. É 
o produto palpável e tangível. 
 
b) Produto abstrato: não permite descrição precisa nem 
identificação e especificação notáveis. É o produto não palpável 
ou intangível. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Ambas as classificações podem ser reunidas em uma tipologia binária de 
tecnologias e produtos: 
I. Tecnologia Fixa/Produto Concreto: Empresas do ramo 
automobilístico. 
II. Tecnologia Fixa/Produto Abstrato: Instituições educacionais baseadas 
em conhecimentos especializados e que oferecem cursos variados. 
III. Tecnologia Flexível/Produto Concreto: Empresas do ramo de 
plásticos, equipamentos eletrônicos, sujeitos a inovações e 
mudanças tecnológicas. 
IV. Tecnologia flexível/Produto abstrato: Empresas de propaganda e 
relações públicas, de consultoria administrativa, consultoria legal, 
auditoria, etc. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
3) Tipologia de Perrow 
 
As máquinas, equipamentos e suprimentos, naturalmente podem ser 
considerados como componentes da tecnologia. Porém, o mais 
importante componente é o processo pelo qual as matérias-primas são 
transformadas em resultados desejados. Para Perrow, a tecnologia é a 
técnica que habilita essa transformação. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Impacto da Tecnologia 
A influência da tecnologia sobre a organização e seus participantes é 
enorme, pelas seguintes razões: 
 
 A tecnologia (alguns autores falam de imperativo tecnológico) 
determina a natureza da estrutura organizacional e do 
comportamento organizacional das empresas. Apesar do exagero da 
afirmação, não há dúvida de que existe um forte impacto da 
tecnologia sobre a vida, natureza e funcionamento das 
organizações. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 A tecnologia, isto é, a racionalidade técnica, tornou-se um sinônimo 
de eficiência. E a eficiência tornou-se o critério normativo pelo qual 
as organizações são avaliadas pelo mercado. 
 
 A tecnologia leva os administradores a melhorar cada vez mais a 
eficácia, mas sempre dentro dos limites do critério normativo de 
produzir eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Existe hoje uma distinção entre tecnologias de sustentação – que 
proporcionam melhor desempenho aos produtos já existentes – e 
tecnologias demolidoras – que apresentam características inovadoras e 
que substituem rapidamente as tecnologias existentes por serem mais 
baratas e fáceis de usar. 
 
A tecnologia não é simplesmente a aplicação da ciência a produtos ou 
processos. Ela se tornou pesquisa, ou seja, uma disciplina separada, com 
méritos específicos próprios. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
O Defrontamento com a incerteza 
 
A incerteza que se produz na organização acerca do seu ambiente é a 
incerteza de saber quais as oportunidades e ameaças desse ambiente e 
como utilizá-las ou evitá-las. Thompson identifica dois componentes que 
interferem na produção da incerteza: um componente objetivo, que é o 
ambiente (caracterizado pela pertinência, clareza e suficiência das 
informações oferecidas), e um componente subjetivo, que é a organização 
(caracterizado pela capacidade de captar e processar as informações, 
produzindo um entendimento acerca do fenômeno estudado). 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
O mesmo ambiente pode ser percebido e compreendido de maneira 
diferente por duas organizações. A incerteza não está no ambiente, mas 
sim na organização. 
 
Todo esse fluxo está aberto à produção de incerteza. Isso explica a 
substituição do conceito de racionalidade absoluta pelo da racionalidade 
organizacional. A racionalidade organizacional se desloca para a 
racionalidade absoluta à medida que produz menos incerteza e se afasta 
dela quando produz mais incerteza. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Desenho Organizacional 
 
A Teoria da Contingência focaliza o desenho das organizações dentro da 
abordagem de sistema aberto. O desenho organizacional (organizational 
design) retrata a configuração estrutural da organização e implica no 
arranjo dos órgãos dentro da estrutura no sentido de aumentar a 
eficiência e a eficácia organizacional. 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
1) Estrutura Matricial 
 
É denominada matriz ou organização em grade. Combina duas formas de 
departamentalização: departamentalização funcional e 
departamentalização por produtos (ou projetos) – na mesma estrutura 
organizacional. Trata-se, portanto de uma estrutura mista, ou melhor, 
híbrida. 
 
O desenho matricial é usado em duas dimensões: gerentes funcionais e 
gerentes de produtos ou de projetos. As pessoas atendem a uma dupla 
subordinação: a orientação dos gerentes funcionais e a dos gerentes de 
produto/projeto simultaneamente. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Projetos 
Ponte 
Estádio 
Shopping 
Funções 
Compras 
RH 
Marketing 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Vantagens da estrutura matricial: 
 
 A estrutura funcional enfatiza a especialização, mas não enfatiza o 
negócio, enquanto a estrutura de produto/projeto enfatiza o 
negócio, mas não enfatiza a especialização. 
 O desenho matricial permite satisfazer simultaneamente as duas 
necessidades básicas da organização: especialização e 
coordenação 
 
Limitações da estrutura matricial: 
 
 Viola a unidade de comando e introduz conflitos inevitáveis 
 de duplicidade de supervisão. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2) Organização por Equipes 
 
Torna as organizações mais flexíveis e ágeis ao meio ambiente global e 
competitivo, principalmente quando se adota o seu fortalecimento 
(empowerment). 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Tipos de Equipes 
 
1. Equipe funcional cruzada: é composta de pessoas de vários 
departamentos funcionais que resolvem problemas mútuos. 
 
2. Equipes permanentes: são constituídas como se fossem 
departamentos formais da organização. Os seus participantes 
trabalham juntos e se reportam ao mesmo gerente para resolver 
problemas de interesse comum. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Vantagens da estrutura por equipes: 
 
 Aproveita as vantagens da estrutura funcional, como economia de 
escala e treinamento especializado. 
 
 Redução de barreiras entre os departamentos, aumentandoo 
compromisso pela maior proximidade das pessoas. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Limitações da estrutura por equipes: 
 
 Conflitos de dupla lealdade. Uma equipe funcional cruzada pode 
exigir diferentes solicitações aos seus membros provocando 
conflitos que precisam ser resolvidos. 
 
 Nem sempre os membros da equipe têm uma noção corporativa 
e tendem a tomar decisões que são boas para a equipe e que 
podem ser más para a organização como um todo. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
3) Abordagens em Redes 
 
Através da estrutura em rede (network organization) a organização 
desagrega as suas funções principais e as transfere para empresas ou 
unidades separadas que são interligadas através de uma pequena 
organização coordenadora, que detém o aspecto essencial do negócio 
(core business). 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Cia 
Central 
TV 
INTERNET 
SAC 
TEL 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Vantagens da estrutura em redes: 
 
 Competitividade em escala global. 
 
 Flexibilidade da força de trabalho e habilidade em fazer as tarefas 
onde elas são necessárias. 
 
 Custos administrativos reduzidos, pois pode ter uma hierarquia de 
dois ou três níveis hierárquicos contra dez ou mais das organizações 
tradicionais. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Desvantagens da estrutura em redes: 
 
 Falta de controle global, pois os gerentes dependem de serviços e 
contatos com outras empresas para “tocar” as coisas em conjunto. 
 
 Maior incerteza e potencial de falhas, pois se uma empresa 
subcontratada deixa de cumprir o contrato, o negócio pode ser 
prejudicado. 
 
 A lealdade dos empregados é enfraquecida, pois as pessoas sentem 
que podem ser substituídas por outros contratos e serviços. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
4) Adhocracia 
 
Em seu livro “Choque do Futuro”, Toffler retoma as conclusões de Burns 
e Stalker sobre as organizações mecanísticas e orgânicas ao salientar que 
a nova sociedade do futuro será extremamente dinâmica e mutável. Para 
acompanhar o ambiente turbulento e mutável, as organizações 
precisarão ser orgânicas. Uma nova forma de organização surgirá: a 
adhocracia - o inverso da burocracia. A adhocracia (do latim ad hoc = 
para isso ou para esse fim) significa uma estrutura flexível capaz de 
amoldar-se contínua e rapidamente às condições ambientais em 
mutação. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
A adhocracia caracteriza-se pelos seguintes aspectos: 
 
 Equipes temporárias e multidisciplinares. 
 Autoridade totalmente descentralizada. 
 Atribuições e responsabilidades fluidas e mutáveis. 
 Poucas regras e procedimentos, ou seja, muita liberdade de 
trabalho. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Estratégia Organizacional 
 
A abordagem contingencial trouxe novos ares para a estratégia 
organizacional. Ela passa a ser um comportamento global e contingente 
em relação aos eventos ambientais. Ela deixa de ser uma ação 
organizacional unilateral pura e simples para tentar compatibilizar as 
condições internas da organização às condições externas e ambientais 
para definir alternativas de comportamento da organização no sentido 
de tirar vantagens das circunstâncias e evitar possíveis ameaças 
ambientais. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Abordagens Contingenciais à estratégia organizacional. 
 
1. Escola Ambiental 
 
Os autores da Teoria da Contingência visualizam o ambiente mais como 
um ator do que como um fator. Como consequência, consideram a 
organização como o elemento passivo e que reage a um ambiente que 
estabelece as condições do jogo. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
As principais características da escola ambiental são: 
 
a) O ambiente constitui um conjunto de forças gerais e é o agente 
central no processo de geração da estratégia. 
b) A organização precisa responder a essas forças ou será “eliminada”. 
c) A liderança na organização deve saber ler o ambiente e garantir uma 
adaptação adequada pela organização. 
d) As organizações acabam se agrupando em nichos distintos, posições 
nas quais permanecem até que os recursos se tornem escassos ou 
as condições demasiado hostis. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2. Escola do Design 
 
A escola do desenho estratégico é, sem dúvida, a abordagem mais 
influente sobre o processo de formação da estratégia organizacional. É 
também denominada Abordagem de Adequação, pois procura a 
compatibilização entre os aspectos internos da organização e os 
aspectos externos do ambiente. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
As premissas básicas deste modelo são as seguintes: 
 
a) Mapeamento ambiental: diagnóstico externo para identificar as 
oportunidades e ameaças ambientais. 
b) Avaliação interna da organização: verificar os pontos fortes (que 
devem ser ampliados) e os pontos fracos (que devem ser 
corrigidos). 
c) Compatibilização: compatibilizar os aspectos internos e os aspectos 
externos. 
d) Definição da estratégia organizacional: ação, ou seja, a mudança 
estratégica. 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
3. Escola do Posicionamento: Modelo do Boston Consulting Group (BCG) 
O modelo BCG parte da premissa de que a organização precisa ter um 
portfólio de produtos com diferentes taxas de participação no mercado. 
 
Toda organização necessita de produtos nos quais investir e de produtos 
que gerem caixa. Todo produto deve vir a ser um gerador de caixa, pois 
caso contrário, ele não tem valor. Somente a organização com um 
portfólio integrado e equilibrado pode usar suas forças para aproveitar 
realmente as oportunidades de crescimento. O portfólio equilibrado 
deve possuir: 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
 Estrelas: produtos cuja alta participação e alto crescimento 
garantem o futuro. 
 Vacas leiteiras: produtos que fornecem fundos para aquele 
crescimento futuro. 
 Crianças-problema: produtos a serem convertidos em estrelas com 
os fundos adicionais. 
 Cães: produtos desnecessários ao portfólio, pois são evidências de 
fracasso. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
4. Escola do Posicionamento: Modelo de Porter de Análise Competitiva 
 
Porter não é um autor da teoria da contingência e sua inclusão neste 
capítulo foi baseada no seu foco no mercado e na busca por relações 
entre condições externas e estratégias internas. Para ele a estratégia de 
negócios deve ser baseada na estrutura do mercado na qual as 
organizações operam. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
O Homem Complexo 
 
Para a Teoria da Contingência as antigas concepções anteriores a 
respeito da natureza humana contam apenas uma parte da história e 
não considera toda a complexidade do homem e os fatores que 
influenciam sua motivação para alcançar os objetivos organizacionais. A 
concepção contingencial focaliza o “homem complexo”: o homem como 
um sistema complexo de valores, percepções, características pessoais e 
necessidades. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Modelo Contingencial de Motivação 
Os autores da Teoria da Contingência substituem as teorias de 
McGregor, Maslow e de Herzberg, baseados em uma estrutura 
uniforme, hierárquica e universal de necessidades por teorias que 
rejeitam idéias preconcebidas e que reconhecem tanto as diferenças 
individuais quanto as diferentes situações em que as pessoas estão 
envolvidas. 
 
1) Modelo de Vroom 
O modelo contingencial proposto por Victor H. Vroom parte do princípio 
de que o nível de produtividade depende de três forças básicas que 
atuam em cada indivíduo, a saber: 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
1. Expectativas: são os objetivos individuais, que podem incluir 
dinheiro, segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento, etc. 
 
2. Recompensas: é a relação percebida entre produtividade e alcance 
dos objetivos individuais. 
 
3. Relação entre expectativas e recompensas: é a capacidade percebida 
de aumentar a produtividade para satisfazer suas expectativas com 
as recompensas. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Este modelo parte da hipótese de que a motivação é um processo que 
orienta opções de comportamento(resultados intermediários) para 
alcançar um determinado resultado final. Quando uma pessoa deseja 
alcançar um objetivo individual (resultado final) ela o busca através do 
alcance de vários resultados intermediários. É o que chamamos de 
objetivos gradativos (path-goal) para o alcance de um objetivo final. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2) Teoria da Expectância 
O modelo de Vroom foi desenvolvido por Lawler III que o relacionou com 
o dinheiro. As conclusões de Lawler III são as seguintes. 
 
As pessoas desejam o dinheiro porque o dinheiro permite a satisfação 
das necessidades fisiológicas e de segurança, como também dá plenas 
condições para a satisfação das necessidades sociais e auto-realização. 
 
Se as pessoas acreditam que a obtenção do dinheiro (resultado final) 
depende do de desempenho (resultado intermediário), elas se dedicarão 
a melhorar esse desempenho. 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Teoria Contingencial da Liderança 
A Teoria da Contingência desenvolveu muitas pesquisas para averiguar o 
estilo de liderança mais adequado para promover um desempenho 
eficaz do trabalho. O estilo de liderança mais apropriado depende da 
situação em que o líder e os subordinados estão envolvidos. 
 
1) Abordagem de Fiedler 
Fiedler desenvolveu um modelo contingencial de liderança segundo o 
qual não existe um único e melhor (the one best way) estilo de liderança 
para toda e qualquer situação. Os estilos de liderança são situacionais. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2) Abordagem de Hersey e Blanchard 
 
A partir do modelo de Fiedler, Hersey e Blanchard desenvolveram uma 
Teoria do “Ciclo Vital de Liderança”, na tentativa de integrar os conceitos 
de Fiedler, Argyris, Maslow, Herzberg, Likert, Schein, Reddin em uma 
abordagem única e compreensiva. Os autores utilizam os quatro 
quadrantes de estilos básicos do Modelo-D de Eficácia do Líder do 
modelo de Reddin, os componentes do continuum de imaturidade-
maturidade de Argyris e o perfil traçado por Fiedler, para descrever o 
“Ciclo Vital de Liderança”. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
À medida que o nível de maturidade dos seguidores tende a aumentar, o 
comportamento adequado do líder passa a exigir cada vez menos 
estrutura (tarefa) e ao mesmo tempo em que exige relações de apoio 
socioemocional (relações). 
 
(+) Maturidade do grupo (-) 
 
Relações Comportamento do Tarefas Líder 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Apreciação crítica da Teoria da Contingência 
 
A Teoria da Contingência representa a mais recente abordagem da teoria 
administrativa. Os conceitos das teorias administrativas anteriores são 
redimensionados, atualizados e integrados dentro da abordagem sistêmica 
para permitir uma visão conjunta, molar e abrangente. Segundo alguns 
autores a relação existente entre a Abordagem Contingencial e a Teoria de 
Sistemas é paralela à relação existente entre a Abordagem Neoclássica e a 
Abordagem Clássica. Os neoclássicos tentaram estender a Teoria Clássica 
adicionando aspectos das teorias comportamentais mantendo, contudo, 
intactas as premissas básicas da Teoria Clássica. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
A Abordagem Contingencial fez a mesma coisa com relação à Teoria de 
Sistemas: aceitou as premissas básicas da Teoria dos Sistemas a respeito 
da interdependência e natureza orgânica da organização, bem como o 
caráter aberto e adaptativo das organizações e a necessidade de preservar 
sua flexibilidade em face das mudanças ambientais. Porém, como a Teoria 
de Sistemas é muito abstrata e de difícil aplicação a situações gerenciais 
práticas, a Abordagem Contingencial permite proporcionar meios para 
mesclar a teoria com a prática dentro de uma integração sistêmica. 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
Os principais aspectos críticos da Teoria da Contingência são: 
 
1) Relativismo em Administração 
 
A Teoria da Contingência rechaça os princípios universais e definitivos de 
administração. A prática administrativa é situacional e circunstancial, pois 
depende de situações diferentes e variadas. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
2) Bipolaridade Contínua 
 
Quase todos os conceitos básicos da Teoria da Contingência são utilizados 
em termos relativos, como em um continuum. Os autores desta 
abordagem não utilizam conceitos únicos e estáticos e em termos 
absolutos e definitivos, mas como conceitos dinâmicos e podem ser 
abordados em diferentes situações e circunstâncias e, sobretudo, em 
diferentes graus de variação. 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
3) Ênfase no Ambiente 
De todas as teorias administrativas, a abordagem contingencial desloca o 
eixo de atenção para fora da organização. Muito embora alguns autores 
mais exacerbados tenham pregado um determinismo ambiental, o que 
certamente é um exagero, o fato é que a abordagem contingencial mostra 
a influência ambiental na estrutura e no comportamento das organizações. 
 
Para ser bem sucedida, a organização deve localizar e aproveitar 
rapidamente as oportunidades antes que outras organizações o façam e, 
simultaneamente, localizar e neutralizar as ameaças que provêm do 
ambiente. Este “jogo de cintura” constitui o aspecto central da estratégia 
organizacional. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
4) Ênfase na Tecnologia 
A visão contingencial focaliza a organização como um meio de utilização 
racional da tecnologia. Alguns autores apregoam um imperativo 
tecnológico: a tecnologia constitui a variável independente que condiciona 
a estrutura e o comportamento organizacional, que constituem as 
variáveis dependentes do sistema. Embora se trate de um evidente 
exagero, não resta dúvida de que a tecnologia impacta fortemente as 
características organizacionais. 
 
A tecnologia representa simultaneamente uma importante variável 
ambiental e uma variável organizacional, ou seja, uma variável exógena e 
uma variável endógena para as organizações. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
5) Compatibilização entre Abordagens de Sistema Fechado e Sistema 
Aberto 
 
A Teoria da Contingência mostrou que as abordagens mecanísticas 
preocuparam-se com os aspectos internos e íntimos da organização, 
enquanto as abordagens orgânicas voltaram-se para os aspectos da 
periferia organizacional e dos níveis organizacionais mais elevados. 
 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
A princípio, pensava-se que as organizações deveriam ser 
burocráticas/mecanísticas, de um lado, e adhocráticas/orgânicas, de outro. 
Na verdade, uma organização pode possuir características mecanísticas e 
orgânicas, simultaneamente. Enquanto os níveis inferiores e situados no 
âmago da organização trabalham dentro da lógica de sistema fechado, os 
níveis mais elevados e situados na periferia organizacional e servindo 
como interface para os eventos ambientais, trabalham dentro de uma 
lógica aberta. 
 
 
TEORIA DA CONTINGÊNCIA 
6) Caráter Eclético e Integrativo 
A abordagem contingencial é eclética e integrativa, absorvendo os 
conceitos das diversas teorias administrativas no sentido de alargar 
horizontes e mostrar que nada é absoluto. Cada teoria administrativa foi 
forjada e desenvolvida para uma dada situação dentro da qual funciona 
adequadamente. Mudando-se a situação, ela deixa de proporcionar 
resultados. 
 
É com a Teoria da Contingência que se nota com mais nitidez que as 
fronteiras entre as diversas teorias administrativas estão se tornando cada 
vez mais permeáveis e incertas devido a um crescente e pujante 
intercâmbio de idéias e conceitos.

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