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Aula 2 - Atuação do enfermeiro no cuidado a mulher no climatério e menopausa

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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO 
NO CUIDADO A MULHER NO 
CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
Disciplina: Saúde da Mulher
Profa Nathália Ruder Borçari
Curso de Enfermagem
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
Aula 2
Objetivos de aprendizagem
◦ Analisar a atuação do enfermeiro no cuidado a mulher no climatério e
menopausa.
◦ Classificar os cuidados de enfermagem no atendimento à mulher no período
climatério e menopausa.
Fases da vida reprodutiva da mulher
Menarca
Menacme
Climatério
Menopausa
NASCIMENTO MORTE
◦ MENARCA: primeira menstruação
 Sucede a telarca (desenvolvimento das mamas) e a
pubarca (desenvolvimento dos pelos pubianos)
 A idade média da menarca é de 12 anos e 4 meses, mas
pode ocorrer entre 9 e 16 anos
 Esclarecer a adolescente que é natural, pois trata-se do
crescimento do tecido endometrial e que deve-se apenas
cuidar mais da higiene corporal
 Observar o comportamento do evento na família
Fases da vida reprodutiva da mulher
◦ MENACME: período fértil – da menarca à última
menstruação
 Menstruação - ovulação e descamação do endométrio
acompanhada de perda sanguínea
 Os primeiros ciclos menstruais são geralmente
anovulatórios e irregulares, podendo essa irregularidade
permanecer por até 2 ou 3 anos
Fases da vida reprodutiva da mulher
Células 
hipotálamo 
sintetizam o 
hormônio 
liberador de 
gonodotrofinas
(GnRH)
GnRH-
estimula 
hipófise
Estimula 
produção 
hormônio folículo 
estimulante (FSH) 
e hormônio 
luteinizante (LH)
FSH
desenvolvimento folículos ovarianos;
Células foliculares produzem estrógenos
(características sexuais secundárias)
LH 
gatilho da ovulação;
estimula células foliculares e corpo lúteo 
produzir progesterona
◦ É caracterizado pela progressiva redução da produção de hormônios ovarianos (falência
ovariana), particularmente do estrogênio e da progesterona, resultando em
modificações substanciais que, por vezes, resultam em alterações físicas e psíquicas
contundentes para a qualidade de vida da mulher
 Transição do período reprodutivo (menacme) para o período não reprodutivo
(menopausa)
De acordo com estimativa do DATASUS (2007), cerca de 30 milhões de mulheres têm
entre 35 e 65 anos, o que significa que 32% das mulheres no Brasil estão na faixa etária
em que ocorre o climatério
Fases da vida reprodutiva da mulher
Climatério/Perimenopausa
Repercussões da falência ovariana sobre os níveis de FSH, LH e Estradiol 
◦ MENOPAUSA: interrupção permanente da
gestação
 Tem seu diagnóstico clínico e retroativo após 12
meses de amenorréria
 Novo panorama hormonal
 FSH e LH permanecem constantes
Estrógeno e progesterona basais
Fases da vida reprodutiva da mulher
◦ SINAIS E SINTOMAS DA MENOPAUSA
 algumas mulheres não apresentam sintomas
 a maioria apresenta alguns sinais ou sintomas 
bem antes da menopausa
Fases da vida reprodutiva da mulher
Fases da vida reprodutiva da mulher
Climatério/Perimenopausa
◦ Sinais e sintomas associados a redução de estrógeno
 Fogachos e sudorese
 Distúrbios do sono
 Palpitações, tonturas, fadiga e cefaleia
Transtornos humorais: irritabilidade, ansiedade,
labilidade e melancolia
 Sintomas depressivos
Transtornos da libido e da sexualidade
Alterações menstruais
Fases da vida reprodutiva da mulher
Climatério/Perimenopausa
RISCOS
Distúrbios urogenitais
Perda de massa óssea
Doenças cardiovascularesNeoplasias
Alterações cognitivas e 
doença de Alzheimer
Hipertensão arterial e diabetes
Climatério – alterações, sinais e sintomas
ALTERAÇÕES MENSTRUAIS
 Surgem os ciclos anovulatórios, iniciando-se o
maior espaçamento entre as menstruações
O fluxo poderá apresentar aumento da duração e
intensidade em conseqüência das alterações
endometriais
 Fogachos – “ondas de calor”
- sensação transitória súbita e intensa de calor na pele,
principalmente do tronco, pescoço e face
- pode apresentar hiperemia, acompanhada na maioria
das vezes de sudorese
- etiologia controversa: hipoestrogenismo
- Duração: de segundos a 30 minutos
 Papiltações, calafrios, insônia, vertigens, diminuição da
memória, fadiga
Climatério – alterações, sinais e sintomas
SINAIS VASOMOTORES
 Labilidade emocional, ansiedade, nervosismo,
irritabilidade, melancolia, baixa de autoestima,
dificuldade para tomar decisões, tristeza e depressão
 A diminuição do estrogênio pode influenciar os níveis
de serotonina, podendo relacionar-se a um aumento
dos casos de depressão durante o climatério
Climatério – alterações, sinais e sintomas
SINTOMAS NEUROPSÍQUICOS
 Alterações anátomo-funcionais: hipo ou
atrofia no aparelho genitourinário
Alterações comportamentais: diminuição da
libido, da freqüência e da resposta orgástica
Climatério – alterações, sinais e sintomas
DISFUNÇÕES SEXUAIS
 Distopias: prolapsos
- Hipoestrogenismo: diminuição da elasticidade e hipotrofia músculo ligamentar
- Tratamentos: fisioterápico, medicamentoso, uso de pessários ou cirúrgico
 Incontinência urinária: perda voluntária de urina
- Enfraquecimento do assoalho pélvico, adelgaçamento do tecido periuretral
- Tratamentos: terapias comportamentais, medicamentoso ou cirúrgico
 Atrofia genitouinária: adelgaçamento da mucosa vaginal
- Consequências: Disúria, diminuição de lubrificação, dor e ardor no coito
Climatério – alterações, sinais e sintomas
ALTERAÇÕES UROGENITAIS
 Elevação dos níveis de colesterol e triglicérides,
ocorrendo aumento das taxas de LDL e diminuição do HDL
- Pode levar a dislipidemia, formação de ateroma,
doença coronariana, infarto do miocárdio e acidente
vascular cerebral
- Impacta no aumento dos elementos envolvidos no
mecanismo de coagulação (ex: fibrinogênio):
hipercoagulabilidade, aumentando assim o risco de
tromboembolismo
Climatério – alterações, sinais e sintomas
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO LIPÍDICO
 Osteoporose: desordem esquelética,
caracterizada por força óssea comprometida,
predispondo a um aumento do risco de fratura
- Diminuição de estrógeno afeta a
osteogênese
- Tratamento: medidas preventivas (hábitos
saudáveis) ou medicamentoso
Climatério – alterações, sinais e sintomas
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO ÓSSEO
- Recomenda-se para aliviar os sintomas
relacionados à redução do estrógeno: alterações
menstruais, fogachos/sudorese e atrofia urogenital
- Contraindicações da TH: câncer de mama
ou endométrio, doença hepática grave,
sangramento genital não esclarecido e
tromboembolismo
Climatério – alterações, sinais e sintomas
TRATAMENTOS – Terapia Hormonal (TH)
- Recomenda-se para aliviar os sintomas vasomotores, ansiedade e depressão
- Principais indicações: contraindicação à TH, efeitos colaterais durante a TH ou
não desejam a hormonioterapia
- Agentes medicamentosos disponíveis: antidopaminérgicos (domperidone),
antidepressivos (cloridrato de fluoxetina), hipno-sedativos (alfametildopa), vasoativos
(propanolol) e eixo hipotalâmico-hipofisário (ciclofenil)
Climatério – alterações, sinais e sintomas
TRATAMENTOS – Medicamentoso não hormonal
Fitoterapia: uso das plantas medicinais e suas diferentes formas farmacêuticas
- Alguns tem ação fitoestrogênios: similaridade com a ação dos estrógenos
- Ex: Soja (Glycine max) - contêm isoflavonóides – melhora o perfil lipídico,
manutenção da massa óssea, ação antioxidante, antiinflamatória e antitumoral
 Homeopatia: diminuição dos sintomas indesejáveis do período do climatério
Medicina Tradicional Chinesa: acupuntura, praticas corporais, fitoterapia chinesa
Climatério – alterações, sinais e sintomas
TRATAMENTOS – Medicina Natural/ PIC
◦ Os sintomas e os problemas de saúde da mulher no
climatério refletem circunstâncias sociais e individuais e
não apenas eventos biológicos da menopausa
◦ A desigualdade de gênero pode fazer com que as mulheres
no climatério e menopausa venham a se sentir limitadas
ou incapazes de desempenhar normalmente suas
atividades ou de empreenderem novos projetos de vida
Climatério – impactos e implicações
◦ O climatério não é uma doença, mas
período natural na vida
da mulher, onde muitas não relatam queixas ou necessidade
de medicamentos
◦ Por outro lado, algumas apresentam sintomas que variam em
diversidade e intensidade, limitando sua qualidade de vida
◦ Ações de promoção da saúde, diagnóstico precoce,
tratamento dos agravos e prevenção de danos à saúde da
mulher são necessários para assistência humanizada e
qualificada
Climatério – Novos paradigmas na atenção 
à saúde da mulher
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO 
CUIDADO À MULHER NO CLIMATÉRIO 
E MENOPAUSA
• Atitudes positivas dos enfermeiros
- Estimular o autocuidado e a autoestima 
- Estimular a aquisição de informações sobre sexualidade (livros, revistas, entre outros)
- Oferecer tratamento para as queixas relacionadas ao climatério
- Encaminhar para os serviços de referência para avaliação, nos casos de indicação 
cirúrgica, doenças endócrinas, psiquiátricas, ou ajuste do tratamento, de modo a 
abordar a mulher de forma integral, respeitando sempre seu protagonismo
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Atitudes positivas dos enfermeiros
- Apoiar iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das relações
- Estimular a prática do sexo seguro em todas as relações sexuais 
- Esclarecer às mulheres que utilizam a masturbação como forma de satisfação sexual, 
que essa é uma prática normal e saudável, independente de faixa etária
- Estimular o “reaquecimento” da relação ou a reativação da libido por diversas formas, 
segundo o desejo e os valores das mulheres
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Anamnese
◦ Acolhimento
 Antecedentes familiares e pessoais: presença de doenças cardiovasculares, 
gastrointestinais, hipertensão arterial, diabetes mellitus, osteoporose e câncer 
(mama, útero e ovário)
 Idade da menopausa
 Alterações menstruais
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Anamnese
◦ Acolhimento
 Hábitos alimentares, atividades físicas, patologias, uso de medicações, alergias e 
problemas pessoais 
 Antecedentes menstruais (idade da menarca, última menstruação, irregularidade), 
sexuais e obstétricos
 Queixas clínicas: fogachos, insônia, cefaleia, transtornos emocionais, diminuição da 
libido, dispareunia, atrofia urogenital, secura vaginal, micção dolorosa, urgência e 
incontinência urinária
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Exame Físico Geral
 Pulso e pressão arterial
 Peso e altura (IMC: peso/altura²)
◦ baixo peso (IMC<18,5), sobrepeso (IMC>25) ou obesidade (IMC>30): cuidados com 
alimentação
 Inspeção de pele, mucosa e fâneros (cabelos, pêlos e unhas)
 Ausculta cardíaca e pulmonar
 Palpação da tireoide
 Palpação abdominal
 Inspeção bucal: condição dos dentes, gengivas e língua
◦ Orientar adoção de hábitos saudáveis e consulta regular ao dentista
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Exame Físico Específico
Exame clínico das mamas 
 Exame ginecológico e citopatológico de colo uterino
 Mamografia
Segundo o Ministério da Saúde, não há um conjunto de procedimentos e exames a serem
realizados. O cuidado deve ser orientado conforme as necessidades das mulheres,
aproveitando as oportunidades de contato para revisar a necessidade de ações preventivas,
observadas as indicações destas (BRASIL, 2016).
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
• Exames Complementares
• Em determinadas ocasiões
 Exames laboratoriais: Dosagem do FSH somente 
quanto houver dúvida do quadro hormonal. 
Avaliação óssea: dosagem de cálcio e fósforo, 
radiografia, densitometria óssea
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
Assistência de enfermagem no cuidado à 
mulher – CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
Alimentação 
saudável e 
ingesta hídrica
Prática de 
atividade física
Qualidade de sono e o 
autocuidado
Contribuição social
Promoção da saúde e prevenção de agravos 
(osteoporose, diabete mellitus, hipertensão 
arterial, obesidade e depressão)
Sexualidade e sobre os métodos de prevenção de IST’s
Referências
FEDEREÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Comissões
Nacionais Especializadas Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Orientação em Climatério.
2010. Disponível em:
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Climaterio
.pdf
LOWDERMILK, D.L. et al. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. 10ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
LIMA, AFS; JÚNIOR, MCFL; SILVA, JMO. Educação em saúde sobre implicações do
climatério e menopausa no processo de envelhecimento feminino: um relato de
experiência. Congresso Internacional Envelhecimento Humano (CIEH), 2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde Integral de Adolescentes e
Jovens: orientações para a organização de serviços de saúde. Brasília: Editora do Ministério
da Saúde, 2007. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescentes_jovens.pdf
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Climaterio.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescentes_jovens.pdf
Referências
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/ Menopausa.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio_menopau
sa.pdf
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Falando sobre câncer de mama. 2002. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/falando_cancer_mama2.pdf
Orshan, Susan A. Enfermagem na Saúde das Mulheres, das Mães e dos Recémnascidos: o
Cuidado ao Longo da Vida. Artmed, 2010.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio_menopausa.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/falando_cancer_mama2.pdf

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