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(ou Despesas) que variam de acordo com os volumes das atividades. Os volumes das atividades devem estar representados por base de volume, que são geralmente medições físicas. Custo variável é aquele que varia com o volume de qualquer atividade que tenha sido escolhida como referência. Atende ainda ao fato de que o custo variável no total é variável, mas, quando considerado como custo unitário diante do quantitativo da base de volume, ele é fixo. Custos fixos são aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alterações de atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos que têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção. Assim, esses custos permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume de produção, existindo independentemente de a empresa estar produzindo ou parada. Segundo Horngren, Foster e Datar (1999), um custo fixo é um custo que não se altera em montante apesar de alterações num direcionador de custo. Em relação aos custos fixos, Leone (2000) relata que são custos (ou despesas) que não variam de acordo com o número de unidades produzidas. Isto é, o valor total dos custos permanece praticamente igual. Por exemplo: o aluguel mensal da padaria é um custo fixo mensal, independente do número de unidades produzidas, esse custo será o mesmo no final do mês. Portanto, ele é um custo fixo. Também podemos citar outros itens de custos fixos, como os seguros, os contratos de manutenção de sistemas, ou seja, qualquer item de custo que não altera o seu valor conforme a produção. O entendimento dessas conceituações e classificações é de fundamental importância para a realização de um sistema de custos, mas existem outras formas de diferenciação dos custos, utilizadas conforme a necessidade gerencial de cada situação. 48 UNIDADE 1 | CONCEITOS INICIAIS FIGURA 7 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS No esquema acima podemos verificar a separação dos custos em custos diretos e indiretos. Um fator que precisamos observar é que todos os custos diretos são classificados como custos variáveis. Mas, você deve se perguntar: por que isso ocorre? Porque primeiro precisamos classificar os custos em diretos, isso significa que é um custo que é identificado com o produto consumido, portanto, há condições de medir, de saber o quanto é gasto. Exemplo: em relação à matéria-prima utilizada na fabricação de uma camisa (tecido) eu sei que vou gastar 1 metro para fazer uma camisa P, ou 1,5 metros para fazer uma camisa XG, ou seja, a empresa sabe as medidas e também o valor do metro, portanto sei quanto vou gastar. Por que é variável? Porque depende de quantas camisas a empresa fabricará no período. Se ela fabricar uma, irá gastar um valor X. Caso a empresa fabrique cem camisetas, irá gastar X valor vezes as cem unidades produzidas. Todavia, podemos verificar que os custos variam de acordo com o número de unidades produzidas. Assim acontece com a mão de obra direta, caso a empresa fabrique uma camisa vou gastar X de tempo; caso fabrique cem, da mesma forma, terá que calcular X de tempo vezes cem unidades. No esquema anterior, ao observar os custos indiretos, é possível verificar em todos os exemplos que são custos em que não sabemos o quanto se gasta para fazer uma unidade de produto. Como por exemplo, o aluguel. Como eu sei quanto vai custar para fabricar uma camisa? TÓPICO 3 | CONCEITOS INICIAIS 49 Então agora começamos a perceber a importância dos critérios de rateio, ou seja, qual forma a empresa utilizará para distribuir esses custos aos produtos. Neste sentido, podemos verificar no esquema anterior, que todos os custos indiretos se classificam em fixos e variáveis. Os custos fixos, portanto, são aqueles possíveis de verificar o valor total no mês, não apresentando variações. Por exemplo: aluguel, seguros, depreciações. Os custos variáveis vão ter seus valores definidos conforme o consumo, ou seja, se a empresa ligar as máquinas para fazer uma camisa consumirá um determinado valor de kW de energia, porém, caso produza cem camisas, seu consumo de energia será um valor maior. Tanto os custos indiretos fixos, quanto os custos indiretos variáveis, precisam de critérios de rateio para ser alocados aos produtos. Vamos entender no próximo tópico os critérios de rateio dos Custos Indiretos. FONTE: Adaptado de: <http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/ handle/123456789/197/Custos%20e%20forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20 pre%C3%A7o%20de%20venda.pdf?sequence=1>. Acesso em: 24 set. 2015. UNI Vamos verificar a seguir, em nossa leitura complementar, como os custos podem afetar diretamente as empresas. LEITURA COMPLEMENTAR AUMENTO DE CUSTOS FREIA POSSIBILIDADE DE RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA EM 2015 Com alta nos preços da energia, do aço e com combustível nacional mais caro que no exterior, especialistas começam a rever projeções de crescimento do setor neste ano; competitividade da indústria nacional tende a ficar ainda mais baixa. O cenário de recuperação da indústria esperado para 2015 pode ser adiado por causa da forte pressão de custos neste início de ano. Aumento do aço entre 4% e 8%, a cotação do petróleo e de derivados elevada no mercado nacional enquanto o preço da commodity despencou no exterior, reajuste esperado para a eletricidade na casa de 30%, além dos estoques industriais altos, são fatores 50 UNIDADE 1 | CONCEITOS INICIAIS que devem reduzir a competitividade. Pior: podem anular os efeitos positivos da desvalorização do câmbio e de um alívio no mercado de trabalho. Até novembro, a produção industrial recuou 3,2% e a expectativa é que tenha fechado 2014 no vermelho. Para 2015, o mercado está reduzindo a projeção de crescimento a cada semana e espera agora um avanço de 1,02%, aponta o último Boletim Focus, do Banco Central. “Ainda não revisamos, mas a nossa projeção tem viés de baixa”, diz o economista da consultoria Tendências, Rafael Bacciotti, que prevê avanço de 1%. Há uma série de fatores, diz ele, que começa a pesar contra a recuperação da indústria, como a alta de custos de insumos essenciais, como aço e energia, e de prováveis desdobramentos das investigações da Lava Jato sobre os investimentos na indústria e no ritmo de atividade. “Se antes a indústria estava ruim, com perda de competitividade, agora vai ficar pior porque os custos estão subindo no Brasil e caindo no resto do mundo”, afirma o diretor do Departamento de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho. Um exemplo do descompasso entre a indústria nacional e mundial é o caso da nafta, produto derivado do petróleo e matéria-prima básica para a produção de resinas. Coelho diz que o preço da nafta cai no mercado externo por causa do recuo do petróleo, mas no Brasil não há indicações de queda. Ele observa que o corte no preço do petróleo foi proporcionalmente muito maior do que a desvalorização do real em relação ao dólar. No caso do aço, a correção de preço que houve no mercado interno está ligada à rentabilidade das siderúrgicas, e não a custos, segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Carlos Loureiro. O minério de ferro, principal insumo da siderurgia, caiu quase 6% este mês, aponta a FGV. Água. “2015 vai ser um ano complicado para a indústria em geral e para a indústria química que é transversal (que atende a vários setores)”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, Fernando Figueiredo. Além das pressões de custos na energia, ele lembra que a desvalorização do real em relação ao dólar joga contra o setor porque os preços dos insumos são