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Caso Fortuito ou Força Maior – Art 393, CC
Inadimplemento = Indenização 
Definição de Inadimplemento
Não realização imputável ao devedor da prestação. O inadimplemento se mede pelo ato ilícito (conduta culposa), enquanto a indenização se mede pelo tamanho do dano. Logo, Ato Ilícito Dano. É preciso provar que o dano foi previsto devido ao ato ilícito. Na passagem do inadimplemento para a indenização, há um ponto, em principio invisível, chamado nexo de causalidade, onde pode surgir algum problema.
Explicação
É possível que um devedor descumpra culposamente uma obrigação, inadimplemento. É possível que o credor tenha sofrido um dano, mas mesmo assim, o devedor inadimplente não seja obrigado a indenizar esse dano. Isso porque, para que surja o efeito do inadimplemento, que se aplique o Artigo 389, CC, é preciso comprovar que o dano que o credor sofreu foi causado pelo inadimplemento. Tem um requisito implícito que se chama nexo de causalidade ou nexo causal. Só serão indenizáveis os danos causados pela conduta do devedor. Sendo que é muito difícil determinar em algumas situações quando há e quando não há esse nexo de causalidade, porque um dano pode ter um serie de causalidades. 
Exemplo: Quando vamos a um medico e não explicamos tudo o que temos e nem o medico pergunta e junto a isso este prescreve um remédio errado para a situação, a farmácia entrega esse remédio vencido e a pessoa morre, logo quem será o culpado? Existem múltiplas causas para esse dano. Todavia, existem situações que claramente rompem o nexo de causalidade, situações em que a gente tem o inadimplemento, o inadimplemento iria causar um dano, mas vem um outro fato que por si só causa esse dano. 
Exemplo: Uma peça de teatro. O ator principal contrato para se apresentar (obrigação de fazer) bebe muito na véspera e no dia seguinte não esta em condições de se apresentar, logo houve culpa, houve inadimplemento. No entanto, naquele dia da apresentação tem uma tempestade na cidade e o teatro fica inundado e o dono do teatro é obrigado a cancelar a peça naquele dia e devolver o dinheiro, houve inadimplemento, houve dano, mas não há nexo de causalidade entre o inadimplemento e o dano, porque a tempestade interrompe o nexo. O dono do teatro vai ter o prejuízo de devolver os ingresso não por causa do ator embriagado, mas por causa da tempestade. A segunda causa causou sozinha esse dano. Quando isso acontece, interrupção de nexo de causalidade. Ocorre o caso fortuito ou força maior. 
obs: Em suma, um mesmo dano pode ter uma serie de causas. Existem situações que rompem com o nexo de causalidade, por exemplo, uma tempestade que rompe com o nexo de causalidade (cantor embriagado) pré-existente. 
Definição de Caso Fortuito ou Força Maior
Não vai fazer diferença saber a diferença entre esses dois nomes, para gente vai ser tudo igual, devido ao código que nunca os distingue. De acordo com o código, é um fato necessário cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Há a necessariedade do fato e a inevitabilidade do mesmo. Situações em que há um inadimplemento, esse inadimplemento causa um dano, mas um outro fato acaba gerando um novo dano. Portanto, a segunda causa que causou o verdadeiro dano da situação.. Artigo 393, CC, parágrafo único. 
obs: O caso fortuito ou força maior é uma discussão de causalidade do fato e não de culpabilidade deste. O que interessa é se aquele evento por si só foi o que causou aquela situação. Não importa a culpabilidade do devedor. Vale lembrar que, para o devedor ser responsabilizado, tem que haver culpa, nexo de causalidade e o dano, porque as vezes pode ocorrer, de haver nexo de causalidade sem culpa ou haver culpa sem nexo de causalidade, isso ocorre na legitima defesa, por exemplo, em que eu não sou o culpado mas eu causo um dano. Outro exemplo, furar o sinal vermelho, cometi um ilícito mas não causei dano a ninguém. 
Características de Caso Fortuito ou Força Maior 
· Necessariedade do Fato: por si só tem que causar o dano, logo, afastar totalmente o nexo de causalidade. Apenas aquela circunstancia vai causar o dano. 
· Inevitabilidade do Fato: tem que ser algo que eu não teria como evitar que acontecesse, não teria como passar por cima e cumprir a obrigação. Exemplo, de tomar conta de uma casa de praia e ocorrer um tsunami naquela região, é incontrolável. 
obs: A maioria são casos da natureza, mas pode ser humano, em geral um fato humano de terceiro em que não é responsabilidade do devedor controlar, por exemplo, transito ou manifestação. Porém, sempre tem que seguir essas duas características acima para ser fortuito
Exceções quanto a exoneração do devedor
Em regra, o efeito caso fortuito ou força maior, é liberar o devedor da responsabilidade, presente o fortuito o devedor é exonerado da responsabilidade. Porém existem exceções em que ele não será exonerado, situações em que o devedor será responsável mesmo se tratando de caso fortuito ou força maior:
· Legais: Casos em que a lei prevê que o próprio devedor deve ser responsável pelo caso fortuito. Devedor em mora, por exemplo, é responsável pela coisa. 
· Convencionais: Casos em que o devedor e o credor assumem que o devedor será responsável pelo fortuito , por exemplo, seguro de carro onde a seguradora basicamente se responsabiliza por fortuitos. Logo, o contrato pode prever por quais fortuitos o devedor será responsabilizado, ou ate mesmo por apenas um fortuito especifico. 
· Judiciais: Firmada pela nossa jurisprudência, mas não tem nada na lei prevendo isso. Diferenciação entre Fortuito Interno x Fortuito Externo. Em determinados casos, casos de responsabilidade objetiva, em que a lei prevê que o devedor responde mesmo não tendo culpa ( ex: relação de consumo), nesses casos a nossa jurisprudência vai entender que nem todo fortuito libera o devedor, apenas os externos liberam, os internos ele deve responder. Vale lembrar, que só serão usado para discussão de casos de responsabilidade objetiva.
· Fortuito Interno: O fortuito interno é aquele que é intrínseco a atividade do devedor, é um risco da própria atividade econômica do devedor. Por exemplo, contrato de transporte, a pessoa pega o ônibus e o motorista enfarta e morre, o ônibus bate e a pessoa se machuca, ou o ônibus leva uma fechada de terceiro e a pessoa se machuca, são exemplos de fortuito interno, que não foram atos do devedor (motorista), mas são todos fortuitos da própria atividade de transporte, são riscos da atividade de transporte, logo deve haver uma indenização a essa pessoa.
· Fortuito Externo: O externo é alheio a atividade que o devedor realiza. Por exemplo, do passageiro do ônibus leva uma pedrada de alguém de fora do ônibus, não é algo intrínseco a atividade de transporte, logo, o que se entende, é que a transportadora não deve ser responsabilizar por essa pedrada, ela não deve ter que indenizar o passageiro. A base do fortuito interno é de ser um risco da própria atividade. É uma lógica puramente construída por jurisprudência, logo, vai diferenciar de acordo com a lógica do juiz. 
Exemplo: Assalto em banco é considerado um fortuito interno, porque é alto que por ser completamente ligada ao financeiro, atrai assaltos, logo é um risco da atividade, sendo então um fortuito interno, onde há a responsabilização do devedor. Por isso o banco tem segurança, porque sabe que isso é esperado. 
Obs: Essas regras acima servem tanto para inadimplemento absoluto quanto para inadimplemento relativo, mas no caso do relativo vão ter mais regras alem dessas, essas continuam valendo, mas vão ter acréscimos, porque é uma situação de inadimplemento onde o credor ainda tem interesse de receber a prestação. 
Mora – artigo 394, CC 
Na situação de inadimplemento relativo a gente tem uma cumulação, ainda continua a obrigação original e ainda vai ter a obrigação de indenizar, logo, juros, perdas e danos, atualização monetária, honorários advocatícios. A grande diferença do anterior, é que essas perdas e danos vão ter um valor muito menor, porque não vai ser o prejuízo do credor não ter recebido a prestação,mas, na realidade, vai ser o prejuízo do atraso do devedor. Agora, há regras mais especificas porque o bem entrou em haftung, precisando então ter regras diferentes. O nosso ordenamento tem uma forma peculiar de caracterizar a mora. Artigo 394 conceitua mora. Portanto, o código permite tanto mora do credor quanto mora do devedor. A mora do credor na verdade, é bem diferente da do devedor, é a situação do credor que coloca obstáculos ao devedor que quer pagar, exemplo, aquele credor que foge. A consignação de pagamento resolveria essa situação. Em suma, a mora tem relação com o inadimplemento relativo, porque este tem mais acréscimos do que o inadimplemento absoluto, isso pois, o credor ainda pode ter um interesse de receber o bem. Logo, deve-se exigir a coisa com o tempo em que ela deixou de ser recebida, porque há interesse do credor. 
obs:É muito parecido com a diferença nos casos de perda e deteriorização, porque se perdeu já era, vai ser a indenização + perdas e danos, e a deteriorização, o credor ainda pode receber o bem deteriorado e pedir perdas e danos pela deteriorização. Aqui não é uma deteriorização da coisa, mas sim um atraso da entrega do bem, então pode exigir a coisa mais a indenização pelo atraso, logo, com perdas e danos. Então, vai ser uma indenização menor, porque ela só vai cobrir os prejuízos que eu tive por ter recebido o bem atrasado, tudo que eu deixei de lucrar.
obs:Nada impede de começar com inadimplemento relativo, onde o credor cinco dias depois do atraso ainda quer o bem, mas passado um mês o credor não quer mais o bem. Logo, um inadimplemento relativo que se transformou em inadimplemento absoluto, então, como elas têm o mesmo principio, passa a cobrar apenas os juros, atualização, honorários, mas a perdas e danos vai ter um valor maior porque vai ter que cobrir o valor do bem que não tem mais o interesse do credor. 
obs: Para estar em mora tem que ser CULPADO. No nosso ordenamento, só vale mora com culpa. 
Mora do devedor
Na mora do devedor, o sujeito ta em mora quando o sujeito estiver atrasado no pagamento da obrigação. Só que o Artigo 394 diz que o sujeito estará em mora também quando estiver no tempo, no lugar e na forma indevida. Sendo assim, essa discrição do artigo abriu discussão para um problema do direito alemão, era um problema grave no direito alemão, mas na realidade não era um problema pra gente. 
Problema do direito alemão: O direito alemão previa que pode pedir indenização caso se torne impossível o cumprimento ou se o devedor atrasar, todavia, surgiu a questão que se, por exemplo, uma pessoa entrega uma ração para alimentar os meus cavalos e ao alimentá-los com essa ração eles morrem, eu poderia pedir indenização? Na realidade, não se encaixaria na questão alemã, porque não seria nem impossível e nem atraso, logo, em teoria não poderia pedir indenização, mas de toda maneira, houve um dano. Sendo assim, eles construíram uma teoria que se chama “violação positiva do contrato”. A idéia seria que uma pessoa ao cumprir o contrato poderia vir a causar um dano, como no caso da ração acima, então seria uma violação do contrato realizando a prestação. O devedor cumpre a prestação de uma maneira em que ele prejudica o credor, logo, ele pode ate prejudicar mais do que se ele não tivesse cumprido a prestação. Portanto, há uma idéia de realizar não só aquela conduta, mas uma serie de deveres para realizar aquela conduta de uma forma adequada, como entregar uma ração boa, por exemplo. Sendo assim, quando lidamos negocialmente, temos base na boa-fé, na confiança. Devido a esse problema, foi construída uma terceira forma de inadimplemento para os alemães, tendo então o inadimplemento absoluto, o inadimplemento relativo (mora) e a violação positiva (cumprir mal, de forma defeituosa). Todavia, esse era um problema apenas para os alemães, então uma parte da nossa doutrina entende que, como o Artigo 394 já faz essa ressalva expressa de que também se considera em mora o devedor que não cumpre da forma adequada, a gente não precisa dessa categoria de violação positiva do contrato, porque seria um inadimplemento absoluto (se não houver interesse do credor) ou inadimplemento relativo (se houver interesse do credor). No entanto, outra parte da doutrina entende que a gente precisa sim desse terceiro tipo de inadimplemento. Na pratica, não muda nada, pra gente não gera conseqüência nenhuma, porque não há adimplemento do devedor, continua existindo um inadimplemento. Em suma, a “violação positiva do contrato” seria uma terceira forma de inadimplemento para o direito alemão, pois entendem que é possível que uma pessoa ao realizar a prestação (positiva), gere um dano, por exemplo, o devedor entregar uma ração estraga ao credor e matar todos os cavalos dele, todavia, esse devedor não sabia do estado da ração e agiu de boa-fé, assim, lealdade de ambas as partes. Essa terceira divisão vem para a Alemanha para cobrir a forma inadequada do pagamento, o que no Brasil já era previsto no artigo 394, CC. 
· Requisitos para caracterização da mora: vai além do que está previsto no artigo 394, CC. 
· Inexecução Culposa: para haver mora, o devedor deve agir com culpa, todavia, pode ser dolo, mas em regra vai ser culpa. Não existe mora sem culpa do devedor. Artigo 396, CC. 
· Constituição em mora do devedor: Momento em que o devedor deveria cumprir a obrigação e não cumpriu, esse fato que torna o devedor moroso. As obrigações com prazo devem ser pagar, em regra, devem ser pagas ate o vencimento, mas se for para o beneficio tanto do credor quanto do devedor ou apenas do credor, poderão ser pagas no dia do vencimento. As obrigações sem prazo são exigíveis imediatamente. As obrigações sob condição, quando a condição se implementar, cabendo provar que o devedor sabia disso, trata da ciência do credor. Portanto, só haverá situação de mora, quando o devedor tiver agido com culpa e chegar esse momento que ele deveria cumprir e não cumpriu. Pode-se separar em duas formas: 
· Mora “Ex Re”: decorrente do fato, da coisa. Acontece o fato e o devedor imediatamente (automaticamente) entra em mora, logo, automáticas. Artigo 397, caput, CC + Artigo 390,CC + Artigo 398, CC.
· Obrigações positivas – de dar ou de fazer + liquida (que tem um valor definido, esta quantificada): Artigo 397, caput, CC serão automáticas. Quando chegar o dia do pagamento, o devedor que não pagou entra automaticamente em mora no dia seguinte. Logo, não precisa comunicar, nem notificar. 
· Obrigações negativas – obrigações de não fazer, mas o devedor faz: A mora é automática, porque o devedor faz algo que ele tinha prometido não fazer. Todavia, a antiga doutrina entendia que seria inadimplemento absoluto, porque ele não podia fazer e simplesmente ele fez. Só que existem situações em que é interesse do credor que o devedor não volte a fazer o que ele prometeu não fazer, é o caso, por exemplo, do bar que só podia vender Pepsi, mas vendeu coca. Portanto, a doutrina moderna considera que existem possibilidades de inadimplemento relativo em relação a obrigações negativas. Artigo 390, CC. 
· Obrigações ilíquidas: artigo 398, CC. A mora acontece da data que aconteceu o ilícito. As obrigações ilíquidas só caem em mora quando são provenientes de ato ilícito. Por exemplo, atropelei um pedestre, tenho obrigação de pagar perdas e danos, porque houve um dano, e a divida vai virar liquida, o momento que eu vou ter que pagar, vai ser desde o momento em que foi praticado o ilícito, logo, na data em que surge a obrigação, vai surgir também o momento de pagar o ilícito cometido, logo, nasce em mora. 
· Mora “Ex Persona”: decorrente da ação da pessoa, da atitude, portanto de uma pessoa. Não é automática, pois depende do aviso, da comunicação do credor ao devedor que este esta em mora, do momento em que o devedor é cobrado pelo credor do pagamento daquela obrigação. Com a notificação do devedor, os efeitos da mora começam a valer, começa a correr juros, etc. Artigo 397, parágrafo único, CC. Nas obrigações sem prazo (sem termo), vão poder ser cobradas aqualquer momento pelo credor e quando o devedor não pagar, ele vai entrar em mora e a partir desse momento, vão ocorrer os efeitos da mora. 
· Efeitos da mora do devedor: 
· Responsabilidade Patrimonial – Artigo 395, CC (mesmos efeitos do inadimplemento absoluto): perdas e danos, juros, atualização monetária e honorários advocatícios. As perdas e danos são para cobrir o atraso, por isso, nesse caso, vão ser menores, porque não servem para substituir, indenizar, a perda do objeto. logo, as perdas e danos cobrem apenas o atraso nesse caso. 
· “Perpetuatio Obligationis”: o devedor que estiver em mora passa a se responsabilizar pela conservação do bem, passa a ter que indenizar se a coisa se perder ou se deteriorar, havendo culpa ou não na perda do bem, basta que ele esteja em mora. Logo, se a coisa se perder quando o devedor estiver atraso, ele vai ser responsabilizado mesmo se ele não tiver culpa, porque ele teve culpa na mora, isso pois, apesar de ele poder não ter culpa na perde do bem nesse momento, ele teve culpa ao entrar em mora, ao não ter entregue o bem no momento que ele deveria ter entregue, porque afinal de contas, se ele não tivesse agido com culpa lá atrás e tivesse entregado o bem no momento certo, o bem não estaria agora com ele e conseqüentemente ele não teria perdido o bem. E mesmo se tiver sido em um caso fortuito, de força maior. É como se fosse uma presunção absoluta de culpa. Antes do vencimento há o caso da culpabilidade ou não do devedor, mas agora, não vai importar tanto se há culpabilidade ou não, porque já venceu a obrigação (mora), já há o descumprimento jurídico. Logo, há uma responsabilidade mais agravada que antes. Artigo 399, CC. No entanto, não é uma responsabilidade absoluta. Esse devedor que vier a perder o bem, depois de estar em mora, ainda pode se livrar da indenização pelo valor do bem. Isso apenas, quando ele conseguir provar uma causa virtual. 
· Causa virtual: Quando o devedor prova que mesmo entregando o bem no período correto da obrigação, ele seria deteriorado, logo, mesmo estando em mora, a perda do bem iria ocorrer. Portanto, ele deve provar que mesmo se ele tivesse entregado o bem na data correta e o bem estivesse com o credor, o bem teria se deteriorado ou teria se perdido mesmo assim, ele prova que não foi porque ele não entregou o objeto que esse bem veio a se perder ou deteriorar. Sendo validada a causa virtual, o devedor não precisa pagar pela perda do bem, mas responde pela responsabilidade patrimonial. Exemplo: eu devo entregar um cavalo dia 15, entretanto, um raio cai no meu pasto dia 17, e ele atinge o cavalo e ele morre fulminado. Portanto, caso fortuito, o devedor é responsável porque esta em mora e tinha passado da data e o bem foi perdido, logo deve haver indenização do cavalo, porque houve um inadimplemento absoluto. Só que se dia 17, ao invés do raio, o cavalo tivesse infartado porque estava velho, logo, mesmo que o devedor tivesse entregado o cavalo no dia certo, no dia 17 o cavalo teria morrido do mesmo jeito, sendo assim, prova-se que mesmo se o devedor tivesse cumprido oportunamente a sua obrigação, a perda se daria da mesma forma, se provaria a causa virtual. Portanto, teria que pagar juros, perdas e danos, honorários, atualização, mas não deveria haver uma indenização do preço do cavalo, apenas perdas e danos do atraso do pagamento.
obs: Artigo 399, CC “salvo se provar isenção de culpa”, essa parte veio do código civil 1916, inspiração do código civil suíço. Porque lá existe mora com culpa e mora sem culpa, a mora não é essencial. Sendo assim, faz sentido nesses casos, porque mora com culpa se aplica esse artigo e mora sem culpa não se aplica esse artigo. Como no nosso ordenamento entende-se que toda mora é com culpa, esse pedaço não faz sentido e não tem aplicabilidade pratica, logo, se ele não tiver culpa, ele não está nem mesmo em mora. Portanto, só será liberado se ele provar a causa virtual.
Mora do credor 
A mora do credor é aquela que o credor coloca alguma barreira (obstáculo) no pagamento da obrigação, por exemplo, o credor some durante o prazo da entrega ou viaja no dia do pagamento ou esta ausente ou em lugar perigoso etc, por exemplo, impossibilitando o pagamento do devedor. Diante da mora do credor o devedor pode esperar para prestação da obrigação. Se a mora é do credor, não há juros correndo, nem multa. 
obs: NÃO existe a mora de ambos. Tem como ter primeiro uma mora do devedor e depois do credor, logo, mora sucessiva, mas nunca ao mesmo tempo. 
· Requisitos para mora do credor: A maioria entende que não deve levar em conta se há culpa ou não do credor
· Oferta da prestação ( o devedor vai lá e oferece a prestação ao credor) ou mera disponibilidade da obrigação: O ônus da prova vai ser diferente caso a obrigação seja quesível ou portável. 
· Quesível: cumprida no domicilio do devedor, para esse devedor provar que a culpa era do credor, o devedor terá que provar que tinha a prestação para pagar em seu domicilio e o credor não veio buscar. É uma prova mais tranqüila de provar a mora do credor.
· Portável: cumprida no domicilio do credor, para o devedor provar que houve mora do credor, o devedor tem que provar ( a oferta da prestação) que levou a prestação ao domicilio do credor, tentou pagar ao credor e não conseguiu. 
· Efeitos da mora do credor – artigo 400, CC: 
· Ressarcir os prejuízos do devedor: há uma atenuação (diminuição) da responsabilidade do devedor porque a mora é do credor
· Responsabilidade do devedor pela conservação do bem só se houver dolo: O devedor só devera indenizar a perda do bem durante a mora do credor se ele tiver agido com dolo, se não houver agido com dolo, ele fica isento de qualquer coisa. Logo, tem que ter intenção ou ter assumido o risco para ser responsável. 
· O credor deve pagar a máxima atingida pelo objeto (se ele tiver um valor no mercado) durante o período da sua mora: O credor deve pagar a cotação mais alta do bem nesse período, portanto, pagar o valor mais favorável se o valor da coisa oscilar. O bem tem que sofrer oscilação no mercado. Nesse caso, tem que ser um contrato bilateral, onde o credor tem que pagar e o devedor têm que entregar. Por exemplo, o devedor tem que entregar café no dia 15, mas ao tentar pagar o café no dia 15 o credor some, no dia que finalmente o devedor consegue entregar o café, quanto o credor terá que pagar por esse café? O valor que o café tinha no dia da entrega, que seria dia 15 ou no dia 30 que foi o dia que o devedor conseguiu pagar para o credor que havia sumido? Nenhum dos dois necessariamente, o credor terá que pagar a cotação mais alta que o café tiver atingido entre os dias 15 e 30. Isso porque, o devedor poderia ter agido de má-fé e ter vendido o café no dia que a cotação foi mais alta já que esse credor sumiu, só que o devedor foi tão leal ao contratante, agiu tão de boa-fé que ele não vendeu e esperou o credor, sendo assim, é justo que o credor pague o valor que for melhor para o devedor que agiu de tão boa-fé. 
obs: Qualquer objeto material pode ser consignado. 
obs: A idéia da mora é ainda haver o cumprimento da obrigação, ainda há interesse que a mora seja cumprida, o inadimplemento não é absoluto. Cria-se um regime mais gravoso para quem esta em mora, para levar a pessoa a cumprir a sua obrigação. Se é o devedor que tem que pagar, é pressionar o devedor para pagara divida que ele tinha, se é o credor que esta em mora, é pressionar ele a receber aquela obrigação.
· Purgação da Mora – artigo 401, CC : Seria o ato daquele sujeito que esta em mora arcar com os efeitos da mora. Se for o devedor entregar a prestação com juros, perdas e danos, atualização, etc. Se for o credor é receber a prestação sem reclamar se foi deteriorada, ressarcindo os prejuízos, pagando os danos causados. De maneira geral, a intenção da purgação da mora é o ato de quem esta em mora suportar os efeitos daquela mora. Artigo 401, CC. 
· O devedor, em geral, só pode purgar a mora enquanto houver interesse do credor na obrigação, enquanto ele não transformar a obrigaçãoem um inadimplemento absoluto, perder o interesse em receber a prestação. O credor pode purgar a mora a qualquer momento, enquanto o devedor não resolver consignar ou esta não prescrever. Existem leis que também podem limitar a purgação da mora. 
Clausula Penal (Multa Contratual)
O efeito que mais gera riscos é o de perdas e danos, porque ele pode ser muito honeroso ou não. Logo, para contornar esse risco existe uma estratégia negocial, que é ao fazer o contrato já pré-determinar o valor das perdas e danos no caso de inadimplemento. Já prever no próprio contrato as conseqüências do inadimplemento caso este venha a ocorrer, isso porque, as perdas e danos é o efeito mais perigoso do inadimplemento. Logo, a multa contratual é uma clausula que pré-fixa as perdas e danos. 
obs: Há uma duvida se essa clausula penal alem de desempenhar essa clausula indenizatória se ela também desempenha uma função punitiva, se é uma forma de sancionar o devedor e pressionar ele a não deixar de cumprir. Para gente, só reconhecemos que ela é predominantemente uma função indenizatória e não punitiva do devedor. Isso é ótimo porque diminui a insegurança, a incerteza das partes e isso torna muito mais célere a execução forcada do contrato em caso de inadimplemento. É um instrumento muito recorrente na pratica. 
obs: A grande diferença das perdas e danos na mora para no inadimplemento absoluto, é de que na mora a perdas e danos só vai englobar o atraso, porque o objeto ainda é de interesse e ele vai ser entregue ao credor. Enquanto que no inadimplemento absoluto não há mais esse bem, então as perdas e danos, vão ter que englobar também, o valor daquele objeto perdido, portanto o valor das perdas e danos no inadimplemento absoluto vai ser muito maior do que no caso do inadimplemento relativo (mora) 
· Artigo 409, CC: A distinção entre os dois tipos de multa, vai ser a partir do valor, se muito alto o valor, será uma multa moratória, porque vai abranger tanto a multa quanto a prestação.
· Multa Compensatória: caso de inadimplemento absoluto, o pagamento do valor da própria prestação. O credor só pode cobrar essa multa, é uma multa no lugar da prestação. É uma clausula acessória. Artigo 410, CC. (OU)
· Multa Moratória: caso de inadimplemento relativo. O credor só pode cobrar a multa e a obrigação (prestação). É uma clausula acessória. Multa + Prestação Principal. Artigo 411, CC. (E)
Obs: No contrato não vai estar dizendo se é uma multa moratória ou compensatória, vai estar apenas uma clausula penal, portanto, para diferenciar é necessário olhar para o valor geral da multa, a multa que tiver um valor um pouco maior que o valor da prestação principal deve ser uma multa compensatória, agora uma multa que tiver um valor muito menor que o da prestação principal deve ser da multa moratória, já que esta não engloba a prestação principal. Alem disso, nada impede de haverem duas multas no contrato, uma moratória e uma compensatória e ai fica a critério do credor escolher se aquilo é um inadimplemento absoluto ou relativo decidindo assim qual multa irá ser aplicada.
obs: Se houver o descumprimento de alguma “clausula especial” do contrato, será uma multa moratória, porque ainda tem que haver a entrega da prestação. Por exemplo, no contrato firmar que a pessoa tem que entregar um automóvel no dia 15 e no dia 15 deve estar com teto solar instalado, a obrigação principal é de entregar o carro e a acessória é a de entregar com teto solar. No contrato diz que se não entregar o carro no dia 15 com teto solar, deve haver uma multa de 10.000 reais, é uma multa que se volta a uma clausula especial do contrato, e não vai ser um terceiro tipo de multa, mas vai ser uma multa moratória, porque vai cobrar esses 10.000 junto a prestação principal. Só poderá ser entendido que na realidade é uma multa compensatória, caso esse teto solar fosse totalmente imprescritível para a utilização do carro e por isso eu me negaria a receber o carro sem ele, logo, me negaria a receber a prestação principal, e ai essa multa na verdade é uma exigência no lugar do valor do carro que já não é mais do meu interesse. 
obs: Em suma, o critério será de multa e prestação da obrigação ou multa no lugar da obrigação. 
· Controle do Valor da Clausula Penal (proteção ao devedor): Há um medo no nosso ordenamento de a multa se alta demais (e o devedor se recusar a pagar por achar injusta) ou a multa ser baixa demais (e o credor não quiser aplicar mais essa multa por achar que não cobre todos os prejuízos que esse acabou tento com o inadimplemento). Sendo assim, deveria haver um limite, um controle do nosso ordenamento para o valor da clausula penal:
· Limites: é a maneira mais clássica de controlar e proteger o devedor de um preço absurdo, porque isso já é um beneficio ao credor. 
· Artigo 412, CC: O valor da multa não pode ser maior do que o valor da obrigação principal, isso porque não pode ser uma forma do credor se enriquecer. Só que esse limite é muito estranho porque nesse artigo, estimulo que o máximo que pode ser cobrado, é o mínimo que o credor vai receber, porque no mínimo ele deveria receber a indenização da perda da prestação. E dessa forma, todo o resto deixaria de ser cobrado, nesse caso, por exemplo, não seria cobrado tudo o que você deixou de ganhar por causa desse inadimplemento. Então existem duas saídas para contornar isso:
· Doutrina Majoritária: A saída mais comum é que ao interpretar valor da obrigação principal, na verdade deveríamos interpretar valor das perdas e danos decorrentes da obrigação principal. 
· Doutrina Minoritária: Já outra doutrina, minoritária, entende que esse artigo 412 só se aplica as clausulas penais moratórias, ou seja, eu não posso ter que entregar a prestação e por estar atrasado ter que pagar uma multa que seja maior que o valor da prestação principal. Só que essa discussão não leva em muito lugar, porque o artigo 412 é muito pouco usado pela nossa jurisprudência, existem outros limites mais úteis. 
· Especiais (espalhados pela Legislação Específica): Apenas um vai importar, porque ele tem uma controvérsia enorme, a Lei da Usura (P 22626/33) artigo 9. Limite a moratória, aplicado em casos específicos que o artigo não específica, logo existem três correntes:
· Primeira Corrente: Se aplica a todos os contratos e todas as obrigações, porque este artigo não especifica quais contratos, o artigo não restringe nada. Então, nunca poderia haver uma multa moratória acima de 10%.
· Segunda Corrente: Como a lei da usura é voltada para os contratos de empréstimo, então esse limite de multa de 10% só poderia ser aplicado nos contratos de muto, ou seja, empréstimo de bem infungível (dinheiro). Logo, quando uma pessoa empresta dinheiro, o máximo de multa pelo atraso seria de 10%.
· Terceira Corrente: Não se aplica nunca porque foi revogado pelo próprio Código Civil
· Redução Judicial Equitativa – Art 413, CC: O juiz pode diminuir a multa se ele achar que ela é injusta, caso ele ache que não é proporcional a finalidade e a natureza da obrigação principal. Logo, garante a proteção do devedor no caso concreto, é o mais utilizado. É uma norma cogente, que não pode ser afastada pela vontade das partes. Muito utilizada. O juiz pode reduzir, mas nunca suprimir para zero a multa.
· Indenização Suplementar: Exigir perdas e danos para completar a multa. Deve estar expresso no contrato a clausula penal de mínimo indenizatório. O código prevê uma indenização mínima e para aumentar, o credor tem que provar que gastou mais. Logo, o devedor vai ter que pagar no mínimo x e se o credor provar que o prejuízo for maior, a indenização pode aumentar. É uma clausula penal especial de mínimo indenizatório. Artigo 416, CC. 
· Pluralidade de Devedores: Como lidar com a clausula penal com mais de um devedor, por exemplo, quatro devedores tem uma prestação de 12000 reais com um credor e esse credor prevê uma multa assessoria de 1800 reais caso a prestação seja inadimplida. Como cobrar multa caso a prestação principal seja inadimplida por apenas um dos devedores: 
· Quandoa prestação for divisível (regra de que divide-se a prestação em tantas quanto forem necessárias pelo numero de devedores) e apenas um dos devedores não pagar, cada devedor vai ter que arcar com a sua parte, o credor vai cobrar. A multa vai ser um acessório nesse caso, logo, ela vai seguir o principal, portanto, vai ser dividida em quantas vezes forem necessárias para cada devedor e o devedor que deixou de pagar vai ter que arcar com a sua parte da multa sobre a sua parte da divida que deixou de pagar. Já o resto da multa, não poderá ser cobrado dos demais, isso porque os demais vão ter pago a sua parte da obrigação e nem vão ter chegado a gerar multa. Por exemplo, um contrato em que ABCD devem 12000 para E, caso não paguem haverá uma multa de 1800, portanto, cada um vai ter que pagar 3000 da prestação da obrigação, mais um quarto da multa caso deixem de pagar, sendo assim, se A não paga a divida no momento determinado, ele vai pagar a sua parte 3000, mais 490 de multa pelo seu inadimplemento. Portanto, a multa de 1800 é uma previsão caso o credor não recebesse nada da prestação, logo, só quem esta inadimplente vai pagar com a sua parte da multa. Art 415, CC.
· Quando a prestação for indivisível e o mesmo A for o único culpado pela não entrega da prestação, o credor poderá exigir o bem indivisível de qualquer um dos devedores. Já a multa, o credor pode cobrar inteira do culpado ou ele pode cobrar proporcionalmente de cada um dos devedores, logo, 490 de cada devedor e depois esses devedores se entendem com o culpado A. Artigo 414, CC. 
· Quando for caso de solidariedade, o credor poderá cobrar de qualquer um a divida toda e a multa toda, porque há uma solidariedade passiva entre eles. E como sendo a multa uma clausula acessória, ela esta embutida na solidariedade. 
obs: A clausula penal vai incidir quando houver culpa no inadimplemento da prestação principal. 
Arras (sinal)
Tem uma função praticamente igual a função da clausula penal, pré-fixar as perdas e danos, regular previamente os efeitos do inadimplemento. A diferença é que a clausula penal cria uma obrigação acessória, condicional, de realizar uma prestação caso o inadimplemento ocorra. Já as arras são negócios jurídicos reais, em que a pessoa já entrega um bem no momento em que fecha o contrato (celebra o contrato) e depois paga o restante, logo, se não pagar o restante, o devedor perde essa prestação inicial que ele pagou, funcionam muito como uma “garantia”, é algo que assegura o credor. Sendo assim, é um pagamento adiantado de uma parte do contrato, que vai garantir uma segurança ao contrato, seriedade. Logo, é algo que o devedor já pagou e ele vai perder se inadimplir. Normalmente é aplicado em compra e venda de imóvel. Existem dois tipos de arras:
· Arras Confirmatórias: São as arras padrão, que confirma as partes que o contrato é realmente vinculante. É o pagamento de uma parte adiantado, pode ser qualquer coisa ou valor, mais normalmente é igual a essência da prestação futura, da mesma espécie. Quais são os efeitos dessas arras: 
· Em Caso de Execução do Contrato: o que foi pago antes, e as partes nada declararam, será abatido, caso sejam da mesma espécie que o resto da prestação. É um principio de pagamento, não haverá devolução para o devedor do que foi pago. Se esse primeiro pagamento não for da mesma espécie, há devolução para o devedor e pagamento da prestação completa. Se o credor quiser ficar com essa prestação de outra espécie, será uma dação de pagamento, um pagamento parcial, o valor vai ser abatido da prestação total, assim, o credor fica com esse objeto de outra espécie e mais o complemento com abatimento da prestação determinada no contrato. Artigo 417, CC
· Em Caso de Inexecução do Contrato: Os efeitos das arras vão variar conforme quem for o culpado. Artigo 418, CC. Artigo 419, CC
· Sem culpa de ninguém: resolve e devolvem-se as arras 
· Com culpa de quem deu as arras: quem deu perde o pagamento que deu. O que fica com quem recebeu serve como uma indenização de perdas e danos. Portanto, retém as arras + indenização suplementar (caso as arras sejam insuficientes para aquele prejuízo) + execução forcada do contrato (caso haja interesse da parte prejudicada em realizar o contrato - mora)
· Com culpa de quem recebeu as arras: devolve as arras e há indenização dos prejuízos que a pessoa sofreu, indenização com o equivalente dessas arras, devolve as arras em dobro, porque o prejuízo tem que ser o mesmo para os dois lados desse contrato. E se esse valor de ressarcimento não for suficiente para cobrir o prejuízo gerado pelo culpado? Pode exigir mais perdas e danos? Portanto, recebe arras pagas de volta + equivalente das arras + indenização suplementar (caso as arras sejam insuficientes para aquele prejuízo) + execução forcada do contrato (caso haja interesse da parte prejudicada em realizar o contrato - mora) 
obs: Na clausula penal não cabe indenização suplementar, nas arras cabe indenização suplementar, logo, no silencio das partes, as arras pré-fixam o mínimo da indenização que vai ser o valor das arras, e o máximo vai ser o que o prejudicado conseguir provar através do prejuízo que sofreu. Na indenização suplementar está contido o dano emergente e o lucro cessante, o que ele provar que perdeu e o que ele deixou de ganhar.
obs: se houver mora (inadimplemento relativo) ao invés de inadimplemento absoluto como acima: a diferença é que nesse caso, o comprador ainda pode ter interesse em receber a prestação, logo, por exemplo, o comprador deu 200 mil, o vendedor desistiu, sendo assim, o vendedor tem que devolver as arras, porque não é justo ficar já que foi ele que desistiu, segundo, ele tem que da mais 200 mil, para indenizar o comprador que ele deu “calote”, há uma presunção relativa desse valor, porque o comprador pode provar que houve um prejuízo maior do que esse da indenização, sendo assim, o comprador poderia cobrar mais 100 mil de indenização, por exemplo. Mas e se esse comprador quiser a casa mesmo assim? Ele pode exigir que o vendedor de a casa para ele? Vale lembrar que a execução especifica é sempre melhor que perdas e danos. Logo, seria uma obrigação de fazer, caso o comprador exigi-se a casa do vendedor. Como o vendedor está atrasado, ele desistiu, esta inadimplente, ele pode sim ser exigido de dar a casa para o comprador. Logo, o comprador pode exigir as arras que ele deu, exigir indenização, indenização suplementar caso ache que o que recebeu foi pouco para o seu prejuízo e ainda exigir a entrega da casa. Logo, nesse caso, a vitima de prejuízo, tanto sendo a pessoa que deu, quanto a pessoa que recebeu, pode exigir no mínimo as arras. Portanto, nesse caso, se o comprador ainda quiser a casa, ele pede tudo isso, paga o valor combinado em contrato e recebe todos os seus direitos por causa desse inadimplemento, logo, cairia no caso de culpa de quem recebeu as arras. Caso fosse esse comprador que desistisse da compra, o devedor também poderia exigir dele a compra da casa, porque ele poderia alegar que não quer mais ter aquela casa, que ele contava com a compra dela por esse comprador, logo, ele pode forçar o comprador a comprar de fato aquela casa e exigir todos os seus direito por causa do inadimplemento relativo desse comprado, iria cair no caso de culpa de quem deu as arras. Em suma, o mínimo de ambos os casos vai ser o valor das arras dadas ou recebidas, mas ambos vão poder pedir por indenização das arras, indenização suplementar e execução forcada do contrato
obs: Em suma, no caso de culpa de quem recebeu as arras: Quem recebeu não cumpriu o prazo, quem pagou, logo o comprador, pode considerar inadimplemento absoluto ou inadimplemento relativo, no caso de inadimplemento absoluto: devolução das arras + indenização do equivalente das arras + indenização suplementar caso prove prejuízo superior. Em caso de inadimplemento relativo: caso em que o comprador ainda quer a casa, ele pode exigir a casa (mas vai ter que pagar no máximo o valor da prestação menos as arras que ele deu) + indenização pelo atraso do equivalentedas arras, logo, esse comprador vai ter que pagar o valor da prestação da casa menos as arras que ele já pagou e agora menos a indenização pelo atraso do devedor, só que se esse comprador provar mais prejuízo ainda, pode pedir uma indenização suplementar, que também será abatido do pagamento daquele imóvel, logo, ele vai pagar um valor ainda menor pela prestação.
obs: Em suma, no caso de culpa de quem pagou as arras: O comprador desistiu da compra, o vendedor vai poder considerar inadimplemento relativo ou absoluto, caso considere inadimplemento absoluto: vai reter as arras recebidas a titulo de indenização pelo fato da desistência do comprador + indenização suplementar se ele provar que o prejuízo foi maior. Se o vendedor ainda quiser vender a casa, logo, considerar inadimplemento relativo: vai exigir que o comprador compre de fato a casa, sendo assim, no mínimo o comprador vai ter que pagar no mínimo o valor total da prestação, e não vai poder abater as arras que ele pagou lá no inicio, porque elas serviram de indenização pelo atraso desse comprador. O vendedor pode exigir mais do que esse mínimo, caso ele prove que esse valor não é suficiente para todos os seus prejuízos, portanto, indenização suplementar. 
· Arras Penitenciais: (51 MINUTOS) em vez de reforçar o contrato, dar maior segurança, elas vão enfraquecer o contrato, vão aumentar as chances de o contrato ser descumprido. Elas serão penitenciais se houver pretensão do direito de arrependimento. 
· Direito de Arrependimento: previsto a ambas as partes ou uma das partes a desistência do contrato, a desistência é um ato licito porque vai estar previsto no contrato, não vai ter que pagar perdas e danos. Pode haver uma multa por se arrepender, ou pode haver o aumento da prestação por causa desse direito ou um pagamento anterior (arras) para haver esse direito. Nesse caso, não pode ocorrer a execução forçada e nem indenização suplementar, porque não é um ato ilícito, esse é o preço por se arrepender, mas o resto é igual, se quem tinha direito de se arrepender foi quem deu as arras, a outra parte, havendo o arrependimento, vai reter as arras e só reter as arras, agora se quem tinha direito de se arrepende for quem receber as arras, ele tem que devolver essas arras em dobros, mais o equivalente, porque o preço do arrependimento era o valor das arras . Portanto, é um contrato igual, com as arras iguais, só que dentro do contrato tem esse direito de arrependimento. Sendo assim, em suma, só poderia haver retenção das arras com culpa de quem deu as arras ou devolução das arras + equivalente, havendo culpa de quem recebeu as arras. Passado o prazo decadencial, deixa de ser arras penitenciarias e vira compensatória, podendo assim, exigir tudo que foi dito acima, porque passou o prazo de se arrepender, se arrepender agora já não é mais um ato licito. Por exemplo, um comprador paga arras penitenciais, e ele tem 10 dias para decidir se ele vai querer ou não realizar essa compra, porque em 10 dias ele vai saber se vai mudar de cidade pelo trabalho ou não, logo, ele pode desistir do contrato dentro desse prazo, caso passe 12 dias e ai a pessoa desista do contrato porque vai morar em outra cidade, as arras que eram penitenciais passam a ser compensatórias, portanto, a outra parte, agora, vai poder exigir tudo. Outro exemplo, quando você compra na internet, tem sete dias para desistir daquela compra depois da entrega, porque você pode se arrepender daquele produto, não ser o que a pessoa queria. Artigo 420, CC.
Enriquecimento sem causa 
É o último ponto de obrigações e a terceira fonte das obrigações. É uma obrigação de devolver aquilo que veio parar indevidamente no meu patrimônio, não dependem de culpa, danos, não dependeu de ato ilícito, veio parar no meu patrimônio algo que pertence ao seu patrimônio. As vezes vem parar no meu patrimônio porque eu usei indevidamente alguma coisa que era sua, um direito seu, um bem seu, um trabalho seu, ou veio parar no meu patrimônio porque você me deu equivocadamente, ou as vezes veio parar no meu patrimônio por um acidente, um ato da natureza, uma fatalidade. Por exemplo, se eu recebo na minha casa, algo que deveria ter ido pra sua casa, uma encomenda sua, eu sou obrigado a te dar, eu não cometi ato ilícito nenhum, mas aquilo deveria estar na sua casa e se eu retiver aquele bem, eu vou estar me enriquecendo sem causa, as suas custas. Ou por exemplo, se você achou que eu era o seu credor e pagou pra mim, mas o seu credor é outra pessoa, eu estou enriquecendo as suas custas se eu retiver esse pagamento, eu não fiz nada errado, não há ilícito, na realidade a culpa é sua, mas eu sou obrigado a te devolver. É na realidade uma principio geral do direito para gerar segurança de que ninguém se enriqueça de alguém, sem uma causa, uma justificativa para isso, sem um fato jurídico. Então havendo esse dever, acontece a causa de que se eu vier a me enriquecer sem justificativa de outra pessoa, eu sou obrigado a restituir esse valor retido, não é juros, não é perdas e danos, porque não há um ilícito, é apenas uma obrigação de transferir aquilo de indevidamente veio parar no meu patrimônio. 
· Requisitos: 
· Enriquecimento: tem que ter havido enriquecimento com ou sem culpa da pessoa. O enriquecimento tem que ser patrimonial para poder devolver para seu patrimônio. Tem que ter aumentado o meu patrimônio, me beneficiado de alguma forma. Por exemplo, ter recebido uma encomenda que era sua, ou recebi um dinheiro que era seu e veio parar em mim, ou eu te emprestei um imóvel e você fez benfeitorias no meu imóvel com o seu dinheiro e você me devolveu o meu imóvel assim, então meu imóvel esta melhor, ou, por exemplo, você evitou que eu pagasse algo que normalmente eu pago, uma pessoa sempre limpa a minha casa e eu sempre pago para ela, mas então a pessoa que limpa a sua casa veio e limpou a minha por engano e eu não gastei dinheiro com isso, portanto, eu me beneficiei as suas custas, tive um enriquecimento. É fácil ver um enriquecimento patrimonial, mas, por exemplo, ser reconhecido por algo que eu não fiz, eu sou obrigado a devolver? Não há como devolver um enriquecimento que não é patrimonial, não há indenização de dano moral nesse caso, para cair nesse enriquecimento sem causa, precisa recair sobre o patrimônio, para poder tiver do meu patrimônio e ir para o seu como deveria ter sido desde o inicio. Em casos que não atinge o patrimônio, mas pode ser revertido a isso, também será aplicado, por exemplo, eu usufruo das suas aulas particulares e assisto a todas elas escondido, eu me poupei de pagar essas aulas, eu usufrui do seu pagamento para assistir as aulas que eu deveria ter pago, logo há como transformar em patrimônio, porque eu deixei de diminuir meu patrimônio não gastando esse dinheiro com as aulas, ai eu poderia pagar metade do valor das aulas já que eu estava assistindo com você as aulas. 
· Tem que ser ás custas de outrem (outra pessoa): Seja ás custas do trabalho de outra pessoa, ou de bens de outra pessoa, ou de um direito, a imagem de outra pessoa, tem que ser algo que deveria estar no patrimônio de outra pessoa. Artigo 884, CC. Agora, isso fica complicado se o meu enriquecimento as suas custas foi feito com uma intervenção minha aos seus direitos ou ao seu patrimônio, por exemplo, Paulo tem uma casa de veraneio na beira da praia, e ai Marcela comenta que esta pensando em ir para búzios no feriado, e vamos supor que na mais boa-fé, Marcela interpreta que no meio do assunto, Paulo acabou por dar a entender que ia emprestar a sua casa de veraneio, só que Paulo acaba por dar as chaves, não com a intenção de emprestar a casa para Marcela, mas na realidade para que, já que Marcela ira estar no feriado em búzios, ela poderá dar uma olhada na casa e ver se esta tudo certinho por lá, só que Marcela usa a casa por este tempo, ela não causa nenhum dano na caso e por isso não deve indenizar por perdas e danos, mas ela se enriqueceu as custas de Paulo, como calcular o valor desse enriquecimento? Calculando esse enriquecimento com oque Marcela enriqueceu, o quanto ela gastaria com uma pousada que ela não gastou porque usou a casa de Paulo, logo uma maneira mais subjetiva? Ou vou calcular de uma maneira mais objetiva, tido enriquecimento real, com base no valor real, o valor de mercado, que aquela casa tem para ser alugada? Logo devo pagar o enriquecimento patrimonial ou enriquecimento real do que ganhei? Vale lembrar que Marcela agiu de boa-fé. Ou ainda outro exemplo, A teve um relacionamento amoroso com B, não deu certo e eles se separaram, só que depois, A aparece com um bebe e diz ser de B e diz que ele deve pagar pensão. Passam-se meses e B constata que o bebe não é muito parecido com ele e pede um exame de DNA e descobre que o pai verdadeiro é C. B pagou durante um ano pagou a pensão para um filho que não era dele, logo C se enriqueceu ás custas de B, já que ele foi dispensado de pagar a pensão. A pensão é fixada não só com as necessidades da criança, mas também com as condições do pai, supondo que B tem muito dinheiro e por isso a pensão foi fixada muito mais alta, mas C é muito pobre, o B vai ter direito de cobrar do C o ressarcimento pelo o que ele gastou ou pelo quanto C teria gasto e não precisou gastar? E se for o contrario, B teria direito a cobrar o quanto ele gastou ou o que C teria gasto, caso B fosse muito pobre e C fosse muito rico? Há uma teoria, teoria do duplo limite. 
· Teoria do duplo limite: de que entre as duas formas de calculas acima ditas, a forma patrimonial (calcular a forma patrimonial hipotética) e a forma real (calcular a forma real do enriquecimento) deveria ser aplicado na realidade, a menor, porque já que não teve culpa, não teve prejuízo, não teve dano, não teve ato ilícito, não é justo fazer o sujeito pagar mais do que ele pagaria. Então das duas, seria sempre a menor, porque não há culpabilidade. Artigo 844, CC, não fala nada sobre quando o bem não é patrimonial e essa teoria. 
· Ausência de causa: a causa pode surgir e depois desaparecer, ai devera haver a devolução, porque há enriquecimento sem causa. Por exemplo, eu devo dinheiro a alguém e prescreve, eu não preciso mais pagar, eu estou me enriquecendo ás custas dessa pessoa, mas tem uma causa para isso, a prescrição. Ou, por exemplo, eu estou trabalhando, e o meu chefe esta me pagando pouco por esse trabalho, ele esta enriquecendo as minhas custas, mas há uma causa para isso, o meu contrato de trabalho com ele. Então, existem varias circunstancia em que o direito admite que se enriqueça ás custas de outra pessoa, basta que haja algum titulo justificativo desse enriquecimento. Só haverá a obrigação de devolver, quando não houver uma justificativa para aquele enriquecimento. Como no caso, por exemplo, seguradora de carro, meu carro é roubado e a seguradora vai me ressarcir, sendo que esse ano eu paguei 2000 de seguro e a seguradora me pagou 20.000 pelo carro roubado, estou enriquecendo em cima da seguradora, mas há uma causa, só que se depois de dois meses encontram o meu carro, eu posso ficar com o carro e com a indenização que a seguradora me deu pelo roubo? Não, porque isso seria enriquecimento sem causa, porque sumiu a causa que justificava o enriquecimento, nesse caso ou eu devolvo a indenização que a seguradora me deu ou eu devolvo o carro, e assim não haveria mais o enriquecimento sem causa, logo era uma causa que existia e desapareceu. O importante é que eu não posso exigir a devolução do enriquecimento, enquanto houver uma causa para isso. Artigo 885, CC. 
· Subsidiariedade: deve obedecer a regra especifica se houve, se não usa as regras gerais acima. Artigo 886, CC. Por exemplo, um locatário aluga uma casa e resolve instalar uma piscina de hidromassagem na sala da casa pagando do meu bolso, termina a locação e o locador diz que não vai ressarcir o locatório, e o locatário diz que vai sim porque ele vai ter um enriquecimento sem causa as suas custas. Isso vai da uma confusão no sistema e por isso foi criada a subsidiariedade das regras do enriquecimento sem causa, ou seja, se existe uma regra especifica para aquela tipo de enriquecimento sem causa, eu não posso aplicar essa regra geral que vimos acima. se no pagamento indevido vai ter regra especifica, eu não posso usar a geral aplicada aqui, essas regras que vimos aqui, só serão aplicadas se não houver regras especiais gerindo aquele tipo de enriquecimento sem causa. 
Pagamento Indevido – Artigo 876, 877, CC
Se o pagamento for voluntario (espontâneo, não for cobrado), só pode pedir de volta se provar que foi pago com erro. Apenas no caso em que houver duvida haverá essa prova. Quem pagou mal, paga de novo, paga duas vezes, e a pessoa que ele pagou, têm que devolver? Tem que devolver não pelo pagamento em si, mas para evitar o enriquecimento sem causa. Logo, a pessoa se enriqueceu devido a uma prestação que outra deu e não deveria ter dado e como isso vem de um ato do próprio sujeito, as regras são um pouco diferentes das regras gerais do enriquecimento sem causa. Artigo 876 e 877, CC. Por exemplo, você deposita um dinheiro a mais no banco, devia 100 e pagou 200, logo, 100 pagou indevidamente, pode pedir esse dinheiro de volta? Para pedir, deve provar que você pagou com erro. Essa prova tem sido muito relativizada pela jurisprudência, qual a prova de se exigir esses erros nesses casos? A prova era para evitar que doadores se arrependessem das doações e usassem isso como subterfúgio, por exemplo, eu doou 20 reais para alguém, só que essa pessoa depois age de forma ingrata comigo, ai eu vou a justiça dizer que na verdade eu não doei esses 20 reais para a pessoa, eu paguei esses 20 reais achando que eu te devia, mas na realidade eu não devia, mas agora quero de volta. Então, a lei pede para que prove que eu achava que legitimamente eu achava que devia a você. Sendo assim, quando não houver essa duvida de doação ou não do dinheiro, tipo ninguém doa dinheiro a um banco, não é preciso haver essa prova de erro, eu vou presumir que se alguém pagou 10 reais a mais para um banco, essa pessoa pagou errado. Só vai ser exigida essa prova, quando houver a duvida. 
· Duas Regras Específicas para Casos Especiais: 
· Pagamento Indevido de uma Obrigação de Fazer: Artigo 881, CC. “na medida do lucro obtido”, como calcular isso? Vai haver aquela mesma ausência de regra, o mesmo problema, enriquecimento real ou patrimonial? Logo, prova que houve benefício e tenta calcular, usando por exemplo, a teoria do duplo limite, do menor valor já que não houve culpa, não houve ato ilícito. Por exemplo, eu achava que tinha uma obrigação de fazer perante a você, fiz, mas na verdade não deveria ter feito, eu fui pago para varrer o quintal de A, mas varri o do vizinho de A, logo esse vizinho se enriqueceu sem causa, como ele devolve esse enriquecimento? Depende do que se defenda, o valor patrimonial ou o valor real ou a teoria do duplo limite. 
· Pagamento Indevido por Transferência Imóvel: Artigo 879, CC. Por exemplo, achei que tinha que te dar um imóvel e te dei um imóvel, só que na verdade não deveria ter dado, dei errado e peço o imóvel de volta para a pessoa, mas e se essa pessoa já passou o imóvel para outra pessoa? O que acontece muito em casos de herança. Há aquele problema de que imóvel precisa ser direito real, no nível erga omnes, se já passei o registro para o nome de outra pessoa, como vou pedir de volta de alguém que está legitimamente registrado? Entramos em um sistema um pouco complicado, são quatro hipóteses diferentes:
1. Dei o imóvel equivocadamente para B e ele vendeu imóvel para C de boa-fé, achando que ele tinha direito de ficar com aquele imóvel: Então, eu posso exigir que o B me de o que o C pagou para o ele pelo imóvel. Ele vai sair no zero e eu vou ficar com o preço do imóvel
2. Agora, se B agiu de má-fé, ele sabia que não deveria receber aquele imóvel e vendeu correndo para não dar problema para ele: Deixa de ser um problema de enriquecimento sem causa e vira um problema de responsabilidade civil, ele agiu ilicitamente e me causou um dano, vou exigir então indenização que vai terpor objeto principal perdas e danos pelo equivalente do imóvel, o valor de mercado desse imóvel e não quanto o C pagou pelo imóvel. Logo, equivalente do mercado + perdas e danos 
3. Agora, e se ele não vendeu o imóvel para o C, mas doou para o C o imóvel: Se ele doou, eu posso exigir do C o próprio imóvel. Quando for doação, for de graça, não interessa má-fé ou boa-fé, ganhou de graça vai perder de graça. 
4. Se o C comprou o imóvel, mas comprou de má-fé: Posso exigir do B equivalente + perdas e danos, ou só exigir do B perdas e danos e exigir do C o imóvel. Mas se os dois estão agindo de má-fé, é um caso de solidariedade ilegal, previsto em lei. Perdas e danos ele pode exigir de qualquer um que esteja de má-fé. 
Obs: Detenção do indébito – Primeiro: Artigo, 880. A devia para B, vem C e paga para B, B acha que o C ta pagando pra ele como se fosse A. Mas C na verdade pagou por engano, não tem nada com essa historia: 1. Como ele recebeu, ele deixou prescrever, não cobrou do A porque achou que estava pago. 2. Ele inutilizou o titulo, rasgou a nota promissória que A tinha dado para ele. 3. Abriu mao das garantias, mandou cancelar a hipoteca que A tinha feito, liberou o viador. O que essas três situações tem em comum? B não vai mais conseguir cobrar do A. Se a dividia esta prescrita, se ele perdeu o titulo ou se ele liberou o fiador da divida, dificilmente ele vai conseguir cobrar do A. Todavia, como B recebeu o pagamento do C, de boa-fé, achando que ele estava pagando para A e agora não tem mais como cobrar do A, ele tem o direito de não devolver para o C, porque se ele devolver ele vai ficar sem o do A e sem o do C também. Mas como fica o resto? C agora pode cobrar do A que reembolse ele, porque ele vai virar o terceiro interessado em nome próprio que pagou uma divida que não era dele, logo tem direito de reembolso e pode cobrar do A o que ele gastou para salvar a divida do A. inutilização do título, perda das garantias 
Obs: Detenção do indébito – Segundo: Artigo 882, CC. Não se pode devolver, não se precisa devolver, o que foi pago para pagar divida prescrita, ou foi pago para se pagar divida judicialmente inexigível, logo, obrigação natural. Porque não preciso devolver? Porque elas tem schuld, mas não tem haftung, porque elas existem, mas não são exigíveis. Logo, eu poderia reter aquele pagamento. Mas uma vez pago é inexigível. Não precisa repetir, obrigações naturais e prescritas, sem haftung, com shuld.
Obs: Detenção do indébito – Terceiro: artigo 883, caput, CC. Não pode pedir de volta aquele que pagou em troca de um fim ilícito, imoral ou proibido por lei. É uma obrigação cujo o objeto é licito, mas em troca, provavelmente de uma obrigação que o objeto era antes ilícito, logo não existia. Por exemplo, o sujeito pagou por 10 trouxinhas de maconha, ai ele não recebe a maconha e vai a justiça pedir o dinheiro de volta e houve o enriquecimento sem causa do traficante. Artigo 883, parágrafo único, CC. Então agora, o juiz ao invés de rejeitar isso de plano e comunicar para prender, o juiz vai ter que receber a ação, vai convocar o traficante a comparecer e devolver o dinheiro, mas não devolver o dinheiro ao sujeito que comprou a maconha, o dinheiro seria revertido para um estabelecimento de caridade escolhido pelo juiz. Logo, o juiz vai agir contra as duas partes. Causas de retenção do indébito. O objeto da obrigação era lícito, se não ela nem existira. 
Contratos 
· Conceito: O contrato são negócios jurídicos, que são fatos jurídicos, são acontecimento, são eventos. O contrato cria relações obrigacionais, é o acontecimento, é o fato pelo qual as partes criam essas obrigações. Ele é um negocio, que depende da manifestação da vontade humana e pode escolher os seus efeitos jurídicos da sua manifestação. Todo negocio jurídico é um contrato? Não, o que distingue o contrato dos outros negócios jurídicos? O contrato é por excelência um negocio jurídico bilateral. 
· Bilateral: Depende da manifestacao de vontade de duas pessoas, ele depende de um encontro de vontades, complementacao da manifestacao de vontade. Por exemplo, uma menifestação de vontade de vender e outra de comprar. A doação é um contrato, assim como remissão, novação, dação em pagamento, etc. O casamento não é um contrato porque não é patrimonial, Artigo 1566, CC. 
· Patrimonial: Para a maioria contrato é negócio juridico bilaetaral patrimonial, mas existem correntes minoritarias que entendem que os contratos podem ser negócios jurídico bilaterais extrapatrimoniais. Para um conceito mais restrito, o contrato é um negócio juridico bilateral patrimonial. 
Obs: Quando um contrato chega no seu fim, o que termina não é o contrato, é a relação contratual jurídica criada por aquele contrato, os efeitos e direitos do contrato terminam, porque o contrato é em si um fato que gera efeitos, direitos e obrigações. 
Obs: O contrato não é assinado, o que é assinado é o instrumento do contrato, porque o contrato é a manifestação das vontades, é um negócio, é algo abstrato, o contrato não é o papel, o papel apenas comprova a exitência de um contrato.
Obs: Sendo um negócio jurídico, para ele ser eficaz, é necessário objeto lícito, possivel, patrimonial e determinavel; que os sujeitos sejam capazes e legítimos (a legitimidade é dada pelas leis, a lei pode impedir aquele tipo de contrato, por exemplo, doar dinheiro para um amante); é preciso ter também, manifestação de vontade; forma prescrita ou nao precisa em lei (em regra, os contratos podem ser feitos de qualquer forma, mas excepcionalmente, a lei pode exigir uma forma especifica para a validade daquele contrato).
· É preciso:
· Objeto licito, possível, determinável e patrimonial 
· Forma possível e não precisa em lei
· Sujeitos capazes e legítimos
· Art 426, CC: “pacta corvina”: É uma regra especifica para os objetos do contrato e não para os objetos dos negócios em geral. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva, pode ser objeto de negocio lateral, por exemplo, testamento. Mas eu não posso contratar sobre a herança de pessoa que ainda não morreu, porque tem a ver com a moralidade, não é algo moral especular sobre a herança de uma pessoa que ainda ta viva, isso pois, entende-se que pode incentivar a pessoa a adiantar esse processo, matar a pessoa, por exemplo. Qualquer pacto sucessório é proibido por lei e, portanto, é nulo.
· Princípios de Direito Contratual 
Obs: Princípios x Regras: No nosso sistema, podem existir principios contrapostos, mas nao podem existir regras que colidem. Em um caso concreto, vou ponderar qual principio vai preponderante, qual dos principios contrapostos, vai ser aplicado no caso concreto.
· Diminuição da incidência da estrutura forma, dos contratos 
· Princípios liberais (principios classicos de direito civil) x Princípios Sociais (foram introduzidos pela solidarização do direito contratual)
· Liberais: são principios mais antigos, tradicionais. Principios da autonomia da vontade, continuam valendo e se aplicam, mas se confrontam com os principios sociais, com uma logica mais solidarista, para fins coletivos, sao os novos.
· Liberdade de contrato: Liberdade de contratar ou não e se contratar, escolher o conteudo do seu contrato,as pessoas só tem que cumprir aquele contrato, porque elas, livremente, desejaram aquele contrato. As pessoas tem que ter liberdade de escrever contratos, de não contratar e, por sua vez, a liberdade de escolher seu conteúdo. Lógica kantiana de que o indivíduo esta vinculado a sua manifestação de vontade. Com o seculo XX, o Estado comecou a intervir para proteger os contrates mesmo sem a vontade deles, esse processo de intervenção do Estado ficou chamado de dirigismo contratual, asim o Estado ia dirigindo, restringindo, o que as pessoas poderiam contratar, por exemplo, direito do trabalho, direito do consumidor. Isso então, se opõe a liberdade plena do principio da liberdade de contratar.
· Relatividade dos efeitos do contrato: Os contratos geram efeitos que são relativos, efeitos que só atingem aos contratantes, esses efeitosnão se estedem aos terceiros, o terceiro é quem não manifesta a vontade de contratar, logo, qualquer terceiro não pode ser beneficiado ou prejudicado pelos efeitos do contrato. Terceiros não podem ser obrigados a cumprir um contrato. Tendo em vista interesses publicos ou o contrato entre as parte, essa situação pode possuir exceções. 
· Intangibilidade do conteúdo do contrato (principio da força obrigatoria do contrato): Pacta sunt servanda (lógica de que contrato faz lei entre as parte). Uma vez contratado, aquilo não pode ser modificado, não pode ser tocado, é intangível, a unica forma de ser modificado é por um novo contrato envolvendo as mesmas partes. Depois do contrato fechado, não posso mais reclamar que “não gosto” ou “não acho mais justo”, porque eu voluntariamente aceitei. Entretanto, esse principio pode ser relativizado. 
· Sociais: são principios vistos como novos, principios modernos. Eles entram para acabar com a hegemonia dos principios liberais, com a ideia que eles possuem de “se você aceitou aquele contrato agora você tem que cumpri-lo e não reclame”. Logo, os sociais estão centrados em uma idéia de solidariedade constitucional, esse principio impoe contribuições de um para todos, para uma coletividade, como a previdencia social, eu contribuo para depois os outros poderem tirar a sua contribuição. Eu como contratente, tenho dever de colaborar, contribuir, para os interesses, não só meus, mas de todos, isso é necessario para permitir que o sistema contratual funcione. 
· Equilíbrio econômico: Há controvérsia quanto á existência ou não desse principio. Os contratos deve ser equilibrados ou não? Isso ocorre porque, em certos casos, eu posso desfazer os efeitos daquele contrato desequilibrado, todavia, as sanções decorrente de um contrato desequilibrado presupõe nao somente o desequilibrio. Exemplo: lesão, ela é uma sanção ao desequilibro originário do negócio juridico, para anular um negócio juridico por lesao eu não posso alegar apenas que ele nasceu desequilibrado, preciso provar que ele é desequilibrado por premente necessidade ou inexperiencia (requisito sujetivo). Pode ser tambem, que um contrato tenha nascido equilibrado e posteriormente tenha sido desequilibrado, poderia ser desfeito por onerosidade excessiva e não é apenas porque ele ficou desequilibrado, eu preciso provar que ele ficou desequilibrado por um motivo imprevisivel (questão subjetiva). Por isso, por causa desses dois institutos que protegem o equilibro economico, que são a lesão e a onerosidade excessiva, exigirem para a sua aplicação além do desequilibro em si, algum outro fator subjetivo, muita gente questiona se realmente existe um principio autonomo de proteção ao equibilibro ecomonimo, porque na prática nao é o equibilibro em si que esta sendo protegido, mas sim esse equilibrio vinculado a uma vontade individual. 
· Função social do contrato: Há uma controversia do que é essa função social de um contrato. Art 421, CC. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Então, a função social é não só um limite a liberdade de contratar, mas ela é a razão de ser da liberdade de contratar, ela existe por causa da função social. Isso que gera uma enorme controversia na doutrina. Então que dizer que eu só posso contratar se meu contrato tiver função social? Podemos entender, com a doutrina mais típica, que o contrato tem função social porque ele é bom, porque faz circular riquezas, porque contrar é simplesmente algo bom, e ai cai na questão de que se realmente é algo bom e sempre tem função social, não precisava ter um artigo falando disso, o artigo ao dizer que o contrato deve ter função social, meio que deixa implicito, para essa parte da doutrina, que se ele não tiver função social, ele não vai ser protegido, vai ser ineficaz. A partir disso, essa mesma primeira corrente construiu que, dizer que o contrato é uma função social, significa dizer que a proteção de um contrato deve levar em conta não só o interesse dos contratantes, mas deve levar também interesse de quem não é contrante, que eu posso considerar o contrato ineficaz caso viole os interesses de quem não é contratante. A questão seria dizer de que maneira esses interesses seriam relevantes ou não? A produção do contrato deve levar em conta interesses relevantes de terceiros. Uma segunda corrente entra e diz que, em determinadas situacoes em que o contrato é interferir, ainda que nao diretamente, com a esfera de um terceiro, a funcao social do contrato serviria pra, em oposicao ao principio da relatividade, gerar esses efeitos juridicos perante terceiros, criar direitos ou deveres para o terceiros em funcao social economica. Como seria possivel que um contrato firmado entre A e B gerasse um direito para um terceiro ter? Para gerar um direito, esse direito seria bom, interesse que merece ser protegido, por isso o terceiros vai ter um direito contra os contratantes, de exigir deles alguma coisa, isso se encaixaria em seguro facultativo de responsabilidade civil. Por exemplo, eu faço um seguro porque nao quero ter que pagar ter que pagar indenizacao se eu causar algum dano no carro ou se me causarem um dano no carro, logo, seguro contra mim mesmo e seguro contra terceiros. Na logica, se eu atropelar uma pessoa o seguro paga, se outro carro bater no meu o seguro tambem paga. Nesse caso de terceiros, o seguro paga o dano dele e depois cobra para esse terceiro o dano (subrogação). Agora em um caso contrato, em que eu cause dano a terceiros, eu contrato uma seguradora B para me resguardar dos prejuizos que eu posso causar em um terceiro, por exemplo, eu atropelo um terceiro e sou obrigado a indenizar esse terceiro, esse seguro com a seguradora B garante que, se eu indenizar esse terceiro pelo meu atropelamento, a seguradora B vai me reembolsar com o que eu gastar com o terceiro. Todavia, o que acontecia era, por exemplo, atropelava um pai de familia, ele morria e eu deveria pagar indenizacao para essa familia pelo resto da vida, porque cometi um ato ilicito tem que indenizar, o seguro tem obrigacao de me reembolsar, a obrigacao pressupoe que eu pague, mas eu posso ser insolvente, entao como o seguradora só reembolsa quando eu pago, o seguro nao vai pagar nada porque eu nao paguei nada por nao ter dinheiro e familia então fica sem receber nada tambem, isso pode ocorrer e gera uma grande injustiça. Sendo assim, entendeu-se que, tendo em vista o interesse desse terceiros é altamente relevante e esse contrato de seguro não é interessante só para a seguradora e quem contrato, é interessante tambem para terceiros, se entendeu que poderia a seguradora ser condenada a pagar diretamente para o terceiro vitima, embora esse terceiro nao tenha nada a ver com esse contrato de seguro, isso porque a seguradora vai me reembolsar de qualquer jeito, então o terceiro pode cobrar essa indenização tanto da seguradora quando de mim, só precisaria processar os dois, gerando uma obrigacao direta, sendo assim, o terceiro teria direito de exigir de um dos contratantes que ele cumpra o contrato mesmo ele nao sendo parte do contrato, então entende-se que isso pode ocorrer, porque esse contrato desempenha uma funcao social e isso justifica tudo. Essa segunda corrente tambem defende que, as vezes, ao contrario, o terceiro terá um dever perante os contratantes, quando o interesse do terceiro não for o interesse do bem, quando nao for um interesse que nao é merecedor de proteçao e ao contrario, o interesse dos contratantes fosse priorizado, esse terceiro teria o dever de respeitar o contrato alheio. Por exemplo, contratos de exclusividade, eu contrato alguem e essa pessoa se obriga a só prestar serviços para mim e vem um terceiro chamado de atravessador e convence essa pessoa de descumprir a obrigacao de nao fazer perante mim e prestar para esse terceiro, ocorre no caso de posto de gasolinha, por exemplo. Logo, contrato de exclusividade + atravessador, a ideia seria de publicidade do contrato gera uma obrigação de respeitar o contrato e responsabilidadecom perdas e danos e tambem estaria fundado da funcao social dos contratos, porque ta interferindo na funcao pra sociedade que aquele contrato tem, so que será que interferre mesmo na sociedade como um todo? Entra então uma terceira corrente, constroi que isso nao é questao de funcao social do contrato, dizem que a funcao social do contrato serve para levar em conta alem de interesses dos contratantes, interesses da coletivida, nao interesses de um terceiro especifico, logo interesses coletivos. Por exemplo, contrato de prestacao de servicos educacionais, sao contratos que envolve alunos e a puc, mas sao contratos que envolvem interesses da coletividade no tocante da educacao. A ideia é que o interesse é social na medida que ele foi incorporado na Constituição, tem que ser algo positivado judicialmente na caracterizacao desse social, Artigo 421, CC. Em suma, três correntes: primeira: bom por causa de interesses próprios, entao nao muda nada as regras. Segunda: devem levar em conta interesses de terceiros especificos, que entao leva em contra criar direito de terceiros ou deveres de terceiros, só que deveres é controverso. Terceira:devem levar em conta interessada coletividade, por exemplo, puc, plano de saúde, financiamento de moradia.
Obs: Atenção: Terceiros para obrigações é diferente dos terceiros para contratos
Obs: Solidariedade constitucional: Colaboração não só para interesses individuais, mas para interesses de toda a sociedade. Para que o sistema contratual funcione
· Boa-fé: Os contratantes devem se comportar de uma forma colaborativa um com o outro, ética, legal, transparente, por exigencia dessa ideia de estarem juntos nesse contrato para algo muito benefico ou nao deles. Isso para que se tenha um beneficio há ambas as partes . Nasce a necessidade de proteção da confiança, mas sem exigir algo que seja irrealista como uma solidariedade entre eles, por exemplo. O parametro vai ser uma logica da confiança, na medida em que eles devem colaborar para dar respeito a confiança que eles criam um com o outro, aquilo que seja legitimo um contratante confiar que vai acontecer é exigiver que realmente aconteça, esse é o padrao de conduta e comportamento. Solidariedade – confiança: devem dar respeito a confiança
· Boa-fé objetiva: Interessa o direito contratual. Ela viabiliza a proteção da confiança, porque ela não leva em conta o estado psicologico do sujeito, ela não é uma situação de fato. Ela é uma norma, determina que algo seja feito, ela impõe um comportamento, uma conduta para respeitar a confiança das partes. É um principio geral do direito contratual, impõe um padrão de conduta e por isso é objetiva porque não vai estar avaliando se o contratante sabia ou não que estava agindo errado se ele agiu objetivamente de forma incompativel com a confiança que ele criou, ele agiu errado, ou seja, em qualquer relação contratual eu posso com base na boa-fé exigir o comportamento que esteja de acordo com a confiança criada pelas partes no caso concreto.
· Boa-fé subjetiva: Antigamente era apenas usado nesse sentido. Estado de ignorância de um vicio, a pessoa não sabe que esta agindo errado, nao sabe que nao esta aparada pelo direito. É o oposto da má-fé. O direito investiga indicios de que a pessoa sabia ou não sabia que estava agindo errado. Essa boa-fé sempre apareceu quando o legislador, expressamente, determina que é preciso existir, que ela deve ser levada em conta, diz onde tem que saber que tava de boa-fé ou não. Então, a norma só se aplicaria quando tivesse de boa-fé e não se aplicaria quando tivese de má-fé. É uma avaliação excepcional, porque normalmente não leva em conta se o sujeito ta de má-fé ou boa-fé, não há distinção da boa-fé da ma-fé. Mas em algumas situacoes o legislador vai dizer se leva em conta ou nao, logo são situacoes que essa diferença é relevante. Então, a boa-fé subjetiva não é uma norma, não determina nada, ela na realidade é uma situação de fato que o ordenamento as vezes leva em consideração, ela é um pressuposto para aplicar uma regra. Essa boa-fé não é relevante para o direito contratual a não ser quando o legislador expressamente a coloca em cheque. 
Obs: O Código de Defesa do Consumidor de 1990 foi o de apareceu o principio da boa-fé, a lógica do CDC é proteger o consumidor, a parte mais fraca. No caso dos contratos, a boa-fé não serve para proteger a parte mais fraca, serve para proteger a parte que confiou, seja a parte mais forte ou mais fraca. Então por causa disso, a boa-fé pode até mesmo proteger a parte mais forte quando a parte mais fraca for contra a ideia de confiabilidade. O fato de ser mais fraco, não permite que a parte seja desleal.
· Tríplice função da boa-fé: São três papeis que já foram incorporados no nosso Código Civil que a boa-fé se presta a exercer. 
· Interpretação do Contrato: Tudo em relação ao que as partes queriam com aquele contrato. A função que aquele contrato visa, por exemplo. Conteúdo que o contrato abrange. Papel de argumentação do interprete e tem sempre mais de uma interpretação. A boa-fé entra aqui sempre prezando pela confiabilidade, o que normalmente seria expectativa legitima das partes nesse contrato. Interpretação conforme a boa-fé. Artigo 113, CC
· Limitação ao exercício de direitos (26:50): Artigo 187, CC. A boa-fé também atua para limitar o exercicio de direitos. A boa-fé aqui se conjuga com o abuso do direito, há uma área em comum dos dois que irá levar ao abuso do direito, levando o autor a um ato ilicito. Logo, eu tenho direito sobre aquilo, só que a maneira como eu to exercendo o meu direito fere algo. O abuso pode ocorrer, por exemplo, por violação da boa-fe. A nosa doutrina especifica algumas hipoteses padrao de violacao da boa-fé por abuso do direito, logo, ilustra os exemplos mais comuns dessa violação por abuso do direito. As mais comuns são:
· Adimplemento substancial: Situação em que se considera abusivo o direito de resolver o contrato devido a violação da boa-fe. Se o devedor já cumpriu substancialmente, significativamente, a prestação dele, embora não tenha cumprido toda, seria abuso da outra parte exercer o direito de considerar que o que ficou faltando configurou inadimplemento absoluto e não me interesse mais receber. Se o cara já cumpriu quase tudo, ele tem a expectativa legitima de que, mesmo que ele atrase as parcelas finais, ele terá oportunidade de cumprir, porque praticamente já cumpriu tudo. Logo, seria abuso da minha parte resolver o contrato, mas se eu quiser, eu poderia cobrar o que ficou faltando, mas eu não poso considerar isso inadimplemento absoluto e falar que eu nao tenho mais interesse na prestação. Porque tudo que ele já pagou, foi o suficiente para criar uma confiança legitima. 
· Supressio: Impossibilidade de exercer um direito por não exercer esse direito reinteradamente, se eu por varias situações tive a oportunidade de exercer um direito e não cobrei, o devedor decumpriu o meu direito e eu não reclamei, então, eu crei para o devedor uma expectativa legitima de que eu não ia mais cobrar aquele direito e por isso agora mudar de ideia e cobrar esse direito, fica abusiva, seria um abuso do direito, eu perco a possibilidade de exercer esse direito ou o devedor ganhou o direito de não exercer esse direito. Por exemplo, lugar do pagamento, se você aceita o pagamento em lugar diverso do que combinado no contrato, você não pode mais exigir o pagamento no lugar original do contrato. Isso vale para epoca do pagamento tambem. A supressio não tem um prazo fixo, não tem um numero de vezes, tem que ser o suficiente para se entender que criou uma confiança legitima de que ele não precisa cumprir aquele dever e aí se for suficiente, ainda que não tenha prescrito, seria abusivo cobrar satisfação daquele direito. Para muitos autores a supressio é uma subespecie de venite contra factum propium
· “Venite contra factum propium”: Ninguem pode voltar-se contra um fato proprio. Seria uma proibiçao de comportamento contraditorio. Eu vou estar abusando de um direito e portanto violando a confianca despertada

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