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TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES Brasil Registra-se mais de 10.000 – 15.000 TE Equinos/ Ano – feitos através da transferência de embrião PERFIL DOS CENTROS PRODUTORES DE EMBRIÕES ▪ Produção próprio haras – o proprietário tem muitos animais e ele possui as doadoras e as receptoras. E toda produção do embrião é feita no haras, desde a colheita até a transferência. ▪ Centrais com receptoras (embriões transportados). ▪ Centrais receptoras e doadoras. A transferência de embriões é mais utilizada em eqüinos, quase não se usa em bovinos, pois, neles é mais eficiente a PIV. Transferência de embriões: Na espécie eqüina como se usa pouco hormônio para a superovulação, desta maneira, temos embriões de qualidade boa, grau I. Na imagem vemos embriões expandidos, blastocistos (D7 e D8), não vemos mais massa vascular interna, somente a cápsula e a blastocele que é o interior repleto de liquido. Histórico: • Técnica cirúrgica: Walter Heaper, (1890): Coelhas Willet et al., (1951): Vacas Oguri, N. and Tsutsumi, Y.(1969 - 1972): Éguas Fleury et al., (1987): Éguas - Era feita uma lavagem uterina com uma sonda para retirar os embriões, e para transferir para a receptora era cirurgicamente. Como a transferência de embriões se iniciou nas vacas, sabe-se que ela tem uma cérvix difícil de se passar, e quando vamos transferir o embrião a receptora não esta em cio – ela deve estar em diestro, ovulada, então ela vai estar com a cérvix seca e fechada. E na vaca antigamente, acreditava-se que forçar esta passagem do aplicador de embrião pela cérvix da vaca ia promover um estimulo e liberação de prostaglandina, fazendo uma luteolise e a fêmea teria chances de perder a gestação. Por este motivo, as primeiras transferências nesta época eram feitas cirurgicamente, onde era feita uma incisão no flanco, puxava-se o útero para fora e transferia o embrião para dentro do útero. • Técnica não cirúrgica: No Brasil na década de “90” (Fleury) - Depois de uns anos, em eqüino, foi feita a técnica não cirúrgica, visto que a égua não tem a cérvix de difícil passagem que nem a vaca. Então é feita a transferência transcervical, onde é passada a pipeta com embrião pela cérvix e colocado dentro do útero com resultados bons. Assim, hoje em dia não se usa mais a transferência cirúrgica, e sim a transcervical ou não cirúrgica. Vantagens: • Melhor aproveitamento genético – quando tem uma fêmea geneticamente superior com a transferência de embriões consegue tirar mais de um produto por ano desta doadora. Sabe-se que a égua tem uma gestação de 11 meses em média e produz um potro por ano, e através desta técnica conseguimos produzir vários potros por ano, aproveitando a genética deste animal. • Éguas sub-férteis – podem ser utilizadas, com dificuldade de emprenhar ou de levar a gestação e ter uma taxa maior de aborto. Então se coletarmos este embrião e transferirmos para uma égua jovem e sem problemas reprodutivos a chance de levar a gestação para frente é maior. • Éguas velhas – podem ser usadas como doadoras, poupando a água, e adquirindo uma eficiência reprodutiva melhor. • Obtenção de produtos de potras (2-3 anos) • Problemas físicos – locomotor, de pelve, atrofia muscular de bacia e membros posterior, impedindo que a égua engorde e leve a gestação até o fim. • Manter a égua doadora em competições ou exposições. Desvantagens: ➢ Custo operacional; ➢ Resposta Superovulatória insatisfatória – a égua diferente da vaca não conseguimos superovular para coletar vários embriões em uma única coleta. A égua ovula pela fossa da ovulação, e se a égua tiver muitas ovulações, o coagulo formado obstrui a fossa da ovulação. Então mesmo se fizer uma dose hormonal alta de FSH para fazer um crescimento de vários folículos, ela vai ter crescimento de vários folículos e várias ovulações, mas a resposta embrionária vai ser baixa, porque a primeira e a segunda ovulação obstrui, vindo da ruptura do folículo, obstrui a fossa e os outros oocitos ficam retidos no ovário. Por este motivo na égua não fazemos tratamento com dose alta de hormônio. Somente quando necessário usamos hormônio em doses baixas para superovular, para a água ter no máximo 2-3 ovulações. ➢ Associações de Criadores de cavalos – algumas não permitem o uso desta biotecnologia – Puro Sangues Inglês de corrida. Porcentagem de égua em serviço x idade: - Conforme o passar a idade vai caindo a porcentagem de éguas em serviço reprodutivo, porque elas vão perdendo fertilidade, e isto significa que vai diminuindo a eficiência reprodutiva. Até 14 anos de idade tem porcentual alto, e depois começa cair. Então éguas velhas acima de 16 anos, se o proprietário ainda quiser tirar produtos desta égua por ser geneticamente superior, pode tentar tirar produtos através de transferência de embriões. Mesmo assim estas éguas mais velhas já temos uma eficiência inferior. Eficiência reprodutiva: - Com o passar dos anos a eficiência reprodutiva vai caindo, e a partir de 18 anos ela chega a níveis muito baixos. Seleção da Doadora: • Genética – tem que ser uma égua geneticamente superior, éguas ganhadoras que produzam filhos ganhadores. • Fertilidade – se trabalhar com éguas férteis vai ter um índice mais alto, se for éguas subferteis vai ter um índice inferior. • Condição corporal – é essencial pois, não existem éguas ciclando e produzindo embriões se estiverem magras e com estado corporal ruim. • Idade – éguas jovens tendem a ter uma fertilidade maior; • Impossibilidade de levar a gestação a termo • Obtenção de mais de um produto ao ano Manejo Reprodutivo: • Controle folicular eficiente # Obrigatoriamente a cada 24h • Cobertura ou Inseminação Artificial no momento apropriado # Viabilidade do sêmen e do oócito • Manejo durante e após a colheita do embrião # Controla as condições uterinas de forma a fazer uma Colheita limpa no próxima ciclo - Para coletar o embrião com 7-8 dias, tem que saber exatamente o dia que a égua ovulou, então o controle folicular eficiente deve ser feito a cada 24 horas – no cio e próximo a ovulação. A transferência de embrião é marcado no dia da ovulação da égua. - A cobertura ou a IA sempre deve levar em consideração a viabilidade do sêmen e do oócito, dependendo do sêmen que for usar tem que inseminar no momento correto, para que no momento que ocorrer a ovulação tenha espermatozóides capacitados e viáveis para fertilizar esse ovulo na tuba uterina. Então deve controlar o crescimento folicular e crescimento do edema uterino, e quando chegar no momento de indução, fazer isto no momento correto para preconizar a ovulação, e fazendo isto no momento certo, assim programamos a inseminação de acordo com o sêmen que será utilizado. O manejo durante e após a colheita do embrião também é essencial, sendo importante a higiene, material esterilizado, para não contaminar a égua e causar uma infecção. Procedimentos TE não-cirúrgica: Esquema mostrando como é feita a lavagem uterina. Primeiro é introduzido uma sonda uterina que passa pela vagina e pela cérvix, na ponta da sonda vai um balonete que entra desinflado, e quando a sonda ta dentro no útero, ele é inflado com uma seringa com ar, fazendo com que ele fique preso na cérvix, impedindo que o liquido reflua na cérvix, e os embriões com liquido saia pelo outro lado pela sonda, e depois no laboratório vamos procura-los. Colheita de embriões: - Para isto existe dois tipos de sistema, o fechado dupla via onde encaixamos na sonda um “Y” de silicone que tem duas vias, uma que desce o soro e outra que vai para o filtro. E o outro sistema que é o mais utilizado, é o sistema fechado de umavia, onde esta mesma sonda é ligada primeiramente no soro, quando enche o útero da égua fecha a presilha e tira a sonda do soro, e liga ela no filtro. Coleta de embriões: É feita pelo método trans-cervical em um período de 6 – 9 dias após a ovulação da doadora – assim para marcar o dia de transferência de embrião tem que saber o dia exato que a doadora ovulou, e para isto tem que passar US e palpar a égua todos os dias; O embrião da vaca com 8 a 9 dias ele eclode, ou seja, rompe a cápsula e começa alongar, então tem que coletar o embrião antes que isso ocorra, senão não conseguimos mais transferir porque ele desintegra. Então temos que coletar o embrião antes da eclosão. Já na égua não acontece isso de eclodir, podendo coletar até o 9 dia. Na vaca a coleta tem que ser feita no 6 ou no 7 dia (D6 ou D7). Então NÃO COLETA VACA D8 e D9 pois corre o risco do embrião sofrer eclosão. Com isto há tendência de ter embriões menores e em fase de desenvolvimento menor – então na vaca é mais comum coletar mórula que é a estrutura que vai estar com 6 dias, ou blastocisto inicial que é a estrutura de 7 dias. Na égua coleta embriões com 7 ou 8 dias – mais preferencialmente com 8 dias porque o embrião já esta na fase de blastocisto expandido, de um tamanho grande, que as vezes conseguimos ate enxergar dentro do filtro, facilitando para encontra-lo e no momento da manipulação. 6 dias: para congelamento dos embriões; - utiliza D6 somente para congelar embrião. 7 ou 8 dias: para TE sendo o sêmen utilizado fresco ou resfriado; - no D7 o embrião vai estar menor, por isto preferimos coletar D8. Não tem diferença quanto a fertilidade. 8 ou 9 dias: para TE sendo o sêmen utilizado congelado; Toda égua inseminada com sêmen congelado, o embrião tem um dia a menos de tamanho, ou seja, se coletar D9 ela vai ter um embrião D8 e se coletar D8 ela vai ter um embrião menor tamanho D7. Por ela tem um atraso no desenvolvimento do embrião de um dia. Éguas velhas acima de 20- 22 anos, elas começam ter um atraso na maturação do oócito, e a fertilização delas acaba sendo mais tardia, então estas éguas ovulam e este oócito não esta pronto para ser fertilizado, ele vai chegar no ponto de fertilização de 24 a 48 horas após a ovulação, então estas éguas vai ter ovócitos fertilizados um a dois dias depois do dia que ovulou, e não sabemos fertiliza, somente quando ela ovula. Assim, coletamos no D9. D9 : Sêmen congelado D7 ou D8 : Sêmen fresco ou refrigerado Material utilizado para transferência de embriões: Sonda Bionich ou Bullet, com balonete de 100ml; Filtro coletor de embriões; Seringa de 60ml; KY gel (Lubrificante); Solução de Ringer c/ Lactato de Sódio; - único soro que o embrião agüenta o pH. Protocolo: - Contenção adequada da égua; - Avaliação do útero e ovários da doadora; - avaliar o tônus do útero, uma doadora com D7 e D8 é esperado que o útero esteja com tônus firme e cilíndrico, vai palpar o útero, os ovários, passar o US para avaliar a imagem uterina, para ver se tem imagem de prenhez, ovários e corpo lúteo bonitos produzindo progesterona e se tem folículos produzindo para o próximo ciclo, e devemos palpar a cérvix para ver se esta fechada. - Lavagem e assepsia adequadas; - Introduzir a sonda e inflar o balonete; - Lavagem, massagem o útero para soltar o embrião e filtragem; - Retirada da sonda; - Aplicação de prostaglandina – para que a égua tenha uma luteolise precoce e ter um cio mais rápido. E além disso, evita da égua emprenhar caso tenha ficado algum embrião no útero. Higienização: • Lavar com água e sabão neutro • Não usar nenhum desinfetante • Secar papel toalha Introdução da Sonda: • A sonda deve estar devidamente estéril (autoclave ou óxido de etileno). • A mão do técnico deve estar protegida com uma luva de palpação virada ao avesso de forma a minimizar a contaminação. Localização da Cérvix: • A sonda vai protegida pelo polegar. • O orifício da cérvix é localizado e a sonda é introduzida até alcançar o corpo do útero. Inflando o Balonete: Lavagem e Massagem Uterina: Filtragem: TRANSFERÊNCIA DO LAVADO PARA A PLACA DE PETRI: • Deixar uma pequena quantidade do meio no interior do filtro. • Agite o filtro vigorosamente em circulo, procurando evitar que o embrião fique aderido ao fundo do filtro. • Despejar todo o conteúdo para o interior da placa de Petri (100x20). LAVAGEM DO FILTRO COM O MEIO DE MANIPULAÇÃO EMBRIONÁRIA: • Com o auxílio de uma seringa de 20 ml e de uma agulha 30x8, lava-se o interior do filtro com 15 a 20 ml de Ringuer com lactato de Sódio ou o meio de manipulação embrionária. • O filtro deve manter-se inclinado com a sua parte superior para baixo. Localização, manipulação e avaliação do embrião: Rastreamento: Localização: Avaliação do Embrião Classificação Morfológica: - Geralmente blastocisto, ou blastocisto expandido se coletar a égua D8. Este é o grau de desenvolvimento do embrião. Grau de classificação embrionária: • Grau I – Excelente - blastocistos expandidos • Grau II – Bom • Grau III - Intermediário • Grau IV – Ruim - com colapso de blastocele • Grau V –Degenerado Superovulação - Em égua usa pouco, e quando usa é doses muito baixas. Hoje em dias somente tem dois produtos que podem ser usados em égua que tem resultados para fazer a égua ter de duas a três ovulações. Pode usar a deslorelina,que é GnRH, 12-12H durante a fase de crescimento folicular. Entrar com hormônios antes dos folículos atingirem a dominância, podendo 2-3 chegarem a dominância. Se a égua já tem um folículo dominante não adianta entrar com a droga, pois este folículo somente vai crescer o dominante. O que fazer com o embrião: Inovular ? Refrigerar ? Congelar ? Vitrificar ? - O embrião se temos receptoras nos vamos transferir, que é chamado de inovular. Ou vamos refrigerar o embrião para transferir mais tarde, no dia seguinte. Ou vamos congelar o embrião se não tiver receptora, mas na espécie eqüina dificilmente é congelado. Já a vitrificação é uma forma de congelamento, que diferencia que esta é feita no nitrogênio liquido e a outra forma na maquina POSIÇÃO DO EMBRIÃO A SER INOVULADO: • Coloca-se três colunas do meio de manipulação intermediadas por uma gota de ar entre elas, sendo a primeira coluna do meio, maio que as outras duas com a finalidade de empurrar o embrião. Posição do Embrião INOVULAÇÃO DO EMBRIÃO: Embrião até D8 – cabem na palheta 0,25 (bainha azul). Embriões muito grandes – palheta de 0,50. • Lubrificar a parte superior da luva com o gel KY • Proteger a ponta do inovulador com o polegar • Levar o inovulador “protegido” até a abertura da cervix • Introduzir a ponta do inovulador para o interior da cervix • Romper a camisa sanitária • Tracione levemente a cervix em direção a vulva • Introduzir o inovulador para o interior do útero • Proceda o ato da inovulação Receptoras: - Devemos tomar cuidado com as receptoras, que devem estar em bom estado para receber o embrião. Citologia Uterina - Para avaliar se deu negativo ou positivo, feito antes de começar a estação, para fazer transferência de embrião em éguas somente com útero sadio. Coloração: Panótico Manejo Nutricional - As éguas tem que se alimentar bem, principalmente com volumoso. Em algumas situações se trata com ração se necessário. Seleção da receptora • Citologia negativa – sempre tem que ser negativa, porque se der positiva significa que o animal tem endometrite infecciosa. • Dia do ciclo – as éguas receptoras devem estar de 4 a 7 dias ovuladas. Porque de D1 a 3 o corpo lúteo esta em formação, não tem umnível de progesterona ideal para levar uma gestação. Em D4 o corpo lúteo já esta formado e nível alto de progesterona. A janela vai até D7 porque o útero precisa do embrião se movimentando para mostrar e ter interação endométrio e embrião e haver reconhecimento materno. Em D8,9, 10 se não tiver embrião a fêmea vai se preparar para produzir prostaglandina. • Presença e aspecto e tamanho do CL (>3.0 cm)- média 28 a 30 mm ou mais, pois um corpo luteo grande produz mais progesterona. E se o útero tem tônus firme significa que tem um nível alto de progesterona. • Morfoecogenicidade uterina • TENSÃO UTERINA E CERVICAL – quanto mais tenso o útero e a cervix significa que tem mais progesterona, e a cervix mais dura esta mais fechada. • Morfo-ecogenicidade e Tônus uterino “receptoras” – avaliação da imagem do US do utero, a imagem deve estar homogenea, não pode ser muito brilhante e nem muito escuro, não pode ter edema, e ecogenicidade homogenea. Grau I – palpação tônus bom e imagem boa. Grau II – tem o tônus ruim e a imagem boa, ou tônus bom e uma imagem ruim. Grau III – o tônus ruim e imagem ruim. Grau IV – péssimo. Controle folicular: Éguas ciclantes – com corpo lúteo acima de 30 mm, e edema uterino grau III, ela tem que estar nesta fase do estro para ser induzida e ovular em 2 dias. Quando a doadora ovula, marca a transferência 8 dias depois. E a 8 dias precisa de uma receptora de 4 a 7 dias de ovulada Indução de Ovulação Receptoras: Ciclantes: D0: ovulação da Doadora D0 a D2: Deslorelina + hCG Utilização 4 - 7 dias após ovulação Éguas não – ciclantes: - Tem como fazer uma preparação de éguas que não estejam ciclantes e que não tenham corpo lúteo no ovário. Assim essas éguas podemos mimetizar um cio, uma ovulação e manter elas tomando progesterona até 120 dias de gestação, porque a partir deste tempo a placenta assume esta produção. Protocolos que podem ser usados: Protocolo P4 300 mg/ml aplicação 5ml a cada 7 dias com duas aplicações do benzoato de estradiol – éguas em anestro ou transicionais. Benzoato de estradiol 2,5 mg (se segundo tratamento 15 mg única aplicação). P4 300 mg/ml (5ml reaplicações a cada 7 dias até 110 dias) Protocolo com 17 Beta Estradiol Implante Intra-vaginal: - Colocado implante de progesterona até confirmar prenhez.
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