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1 NEOPLASIA PULMONAR NEOPLASIAS MALIGNAS Característica e propriedades das células malignas Crescimento acelerado – figuras de mitose CARCINOMAS Mais comum entre 40 e 70 anos Prognóstico desanimador, sobrevida média de 1 anos para a maior parte dos casos Causado, na maioria dos casos por um acúmulo gradual de anormalidades genéticas, que transformam o epitélio brônquico em tecido neoplásico Tabagismo: alterações histológicas adaptativas no epitélio, como metaplasia escamosa, progredindo para displasia escamosa. Mutação no gene p53 (causada pelo benzo[a]pirene). Riscos industriais: radiação ionizante em alta dose, urânio, asbestos Poluição: radônio (gás radioativo, comum em minas) LESÕES PRECURSORAS • Displasia escamosa do epitélio brônquico • Hiperplasia adenomatosa atípica (foco demarcado de proliferação epitelial cubóide a colunar baixa) • Hiperplasia de células neuroendócrinas pulmonares • Células afetadas podem ser vistas em esfregaço de escarro e lavagem brônquica • Também são observadas no carcinoma de células escamosas • Sintomatologia surge quando há uma massa tumoral obstrui a luz de um brônquio, causando atelectasia distal e infecção 2 A neoplasia pode evoluir: • Crescer para a luz brônquica (massa intraluminal) • Penetrar a parede do brônquio, seguindo ao longo do tecido peribrônquico • Crescimento intraparenquimatoso Na maioria dos casos, a neoplasia é uma massa cinza- esbranquiçada, firme e dura, podendo ter áreas de necrose ou hemorragia, com aspecto vermelho ou amarelado, mole. Pode haver cavitação (pela necrose) Pode haver disseminação por via linfática ou hematogênica, levando à metástases (principalmente nas adrenais, fígado, cérebro e ossos) CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS Mais comuns em homens do que em mulheres, intimamente correlacionados com história de tabagismo, tendem a surgir em grande brônquios centrais e eventualmente se espalham para os gânglios hilares locais, mas se disseminam para fora do tórax mais tardiamente do que os outros tipos histológicos. Morfologia • Queratinização: pérolas escamosas ou escamas individuais com citoplasma denso e muito eosinofílico • Pontes intercelulares • Metaplasia escamosa e displasia epitelial no tecido adjacente ADENOCARCINOMA Tumor epitelial maligno com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células neoplásica Mais comum em mulheres e homens não fumantes 3 Crescimento mais lento que carcinoma de células escamosas, mas apresentam metástase mais precocemente Morfologia • Lesões periféricas e menores que outros tipos • Varia de tumores bem diferenciados glandulares a lesões mal definidas e massas sólidas com glândulas e células produtoras de mucina • Foco bem demarcado de proliferação epitelial composto por células cubóides a colunares baixas, que se assemelham a pneumócitos alveolares, que demonstram vários graus de atipia citológica (hipercromasia nuclear, pleomorfismo, nucléolo proeminente) CARCINOMA BRONQUIOALVEOLAR Regiões bronquioloalveolares terminais o 1% a 9% das neoplasias pulmonares Morfologia • Quase sempre na periferia, como nódulo único ou múltiplos, podendo produzir consolidação • Podem ser translúcidos, quando há mucina • Áreas sólidas acinzentadas • Crescimento bronquioloalveolar, sem evidência de invasão vascular ou pleural. • Não destrói arquitetura alveolar (cresce em estruturas existentes. Padrão lepídico: borboletas na cerca) Mucinoso • Células altas, colunares distintas, ao longo dos septos alveolares • Mucina citoplasmática e intra-alveolar • Disseminação aerógena, com tumores satélite (únicos, difusos ou formando consolidação) Não mucinoso • Células colunares ou cubóides • Nódulo periférico com rara disseminação aerógena (boa resposta à cirurgia) 4 CARCINOMA DE CÉLULAS PEQUENAS Altamente maligno, pode ser combinado com outro tipo histológico Mais agressivos Pode ser hormonalmente ativo Relação com tabagismo Morfologia • Células redondas, ovais ou fusiformes, pequenas, com citoplasma escasso, bordas pouco definidas, cromatina granular (padrão de sal e pimenta), nucléolos ausentes ou pouco evidentes • Alto índice de mitose, e crescem em grupos, mas sem organização • Necrose extensa • Efeito Azzopardi: basofilia das paredes vasculares, pela incrustação de DNA das células tumorais necróticas 5 CARCINOMA DE CÉLULAS GRANDES Epitelial, maligno, não diferenciado Não possui características citológicas de carcinoma de células pequenas, diferenciação glandular ou escamosa Provavelmente representa outras neoplasias tão indiferenciadas que não são reconhecidas por microscopia óptica Ultraestruturalmente, no entanto, a diferenciação glandular ou escamosa mínima é comum. Morfologia • Células com núcleos grandes e nucléolos proeminentes • Variante: carcinoma neuroendócrino de células grandes, com formação de ninhos, trabéculas, roseta ou paliçada ESTADIAMENTO TUMORAL “A graduação de um câncer se baseia no grau de diferenciação das células tumorais, e em alguns cânceres, no número de mitoses ou nas características arquitetônicas.” Variam para cada tipo Geralmente 2 a 4 categorias: alto e baixo grau Baseado no tamanho da lesão primária, na extensão de sua disseminação para os linfonodos regionais e na presença de metástases hematogênicas SÍNDROME DE PANCOAST Conjunto de sinais e sintomas secundários ao acometimento neoplásico do plexo braquial, pleura parietal, primeiro e segundo arcos costais e corpos vertebrais adjacentes, primeiro e segundo nervos torácicos, cadeia simpática paravertebral e gânglio estrelado, devido a tumor inserido no sulco superior do tórax. Neoplasias apicais podem invadir o plexo braquial ou simpático cervical. Tais tumores apicais são chamados de tumores de Pancoast. Clinicamente, expressa-se por dor em ombro e na face dorsal do braço ipsilateralmente acometido, dormência no cotovelo e antebraço, evoluindo com fraqueza e hipotrofia muscular. A síndrome de Claude-Bernard-Horner (ou simplesmente Horner) pode fazer parte do cortejo da síndrome de Pancoast, onde há acometimento do gânglio estrelado, clinicamente manifestando-se por miose e ptose palpebral, enoftalmia e anidrose. A maioria dos pacientes com estes tumores possuem um carcinoma broncogênico de células não-pequenas (grandes), freqüentemente o adenocarcinoma. 6 Causas menos comuns de tumor de sulco superior do tórax foram descritas, como outras neoplasias malignas primárias do tórax, doenças malignas metastáticas e patologias benignas. A apresentação de um carcinoma de pequenas células de pulmão como um tumor de Pancoast é rara. SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS “Complexos de sintomas em indivíduos portadores de câncer que não podem prontamente ser explicados, quer seja por disseminação local do tumor ou à distância, ou ainda pela elaboração de hormônios indígenas ao tecido a partir dos quais o tumor surgiu.” o 10% dos indivíduos com neoplasias malignas • Podem indicar uma neoplasia oculta • Podem ser graves, até mesmo fatais • Podem mimetizar metástase, comprometendo o tratamento Endocrinopatias • Frequentes • Produção ectópica de hormônio • Mais comum: Síndrome de Cushing (principalmente o carcinoma de células pequenas do pulmão). Produção de ACTH ou peptídeos semelhantes. Hipercalcemia • Mais comum • Hipercalcemia evidentemente sintomática é mais frequente em câncer do que ao hiperparatireoidismo • Causada por osteólise induzida pelo câncer ou pela produção de substâncias calcêmicas por neoplasias extra-ósseas • PTHRP (proteína relacionada ao hormônio da paratireoide): lembra o hormônio nativo, e possui algumas ações biológicassemelhantes ao paratormônio (PTH), e ambos compartilham o mesmo receptor (receptor PTH ou PTH-R / PTHRP- R). É produzida por vários tecidos normais, e regula o transporte de cálcio na mama lactante e na placenta, por isso, carcinomas de mama, pulmão, rins e ovários são os mais relacionados à remodelação óssea. • IL-1, TGF-α e TNF também estão envolvidos com a hipercalcemia Neuromiopáticas • Neuropatias periféricas, degeneração cerebelar cortical, polimiopatia, síndrome miastênica similar à miastenia graves. • Patogenia pouco compreendida, com possível envolvimento reação cruzada de anticorpos contra células tumorais Acantose nigricans • Placas negro-acinzentadas, com hiperceratose verrucosa, na pele • 50% está associado com alguma neoplasia maligna • Pode surgir antes mesmo da descoberta do câncer Osteoartropatia hipertrófica • 1% a 10% dos carcinomas broncogênicos • Raro em outras neoplasias malignas • Ocorre formação de novo osso periosteal (extremidades distais de ossos longos, metacarpos e metacarpos, falanges), seguida de artrite das articulações adjacentes e baqueteamento dos dedos • O baqueteamento pode ser visto em outras condições (Ex: colite ulcerativa)
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