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Movimentos Sociais

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2017
MoviMentos sociais
Profa. Simone Cristina Schreiner
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profa. Simone Cristina Schreiner
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
303.484095
S378m 
 Schreiner; Simone Cristina 
 Movimentos Sociais / Simone Cristina Schreiner: UNIASSELVI, 2017.
 173 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0071-2
 
 1.Movimentos Sociais. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
A disciplina de Movimentos Sociais nos norteará por um caminho 
histórico, que apresentará a origem e evolução em cada década trazendo o 
desenvolvimento e a importância dessa temática para o Serviço Social.
Vamos direcionar nossos estudos, para questões políticas desses 
movimentos, que no decorrer dos anos os movimentos sociais foram 
ganhando ênfase na história, mudanças efetivas e transformações em relação 
à sociedade e ao poder público, para que um maior número de pessoas 
tenha a vida digna. É necessário que as bases da política social e econômica 
permaneçam motivadas, pelas leis, que regem um país, e seja modificada por 
um bem maior.
Para facilitar nossa abordagem acerca deste conteúdo e melhorar a 
compreensão de todos, dividimos o Caderno de estudos em três unidades. 
Cada uma destas unidades apresenta os principais aspectos referentes às 
questões da prática profissional relacionados aos movimentos sociais e 
conselhos de direitos, correlacionados com diversas ações do dia a dia do 
profissional do Serviço Social.
Na Unidade 1 estudaremos o que são movimentos sociais em torno 
de conceitos juntamente com cada etapa da história dos movimentos sociais 
com o intuito de compreender a importância da organização e mobilização 
da sociedade.
Na segunda unidade, você terá oportunidade de relacionar os 
movimentos sociais com a participação popular e a evolução e conquistas 
brasileiras através da Constituição Federal. 
Na Unidade 3 conheceremos a importância e a origem dos conselhos 
de direito. Você compreenderá os conselhos de direitos já existentes, que 
envolvem as principais políticas públicas.
Desejamos a todos os acadêmicos bons estudos e que esta disciplina 
contribua para o conhecimento na vida profissional como assistente social. 
Então vamos começar bons estudos!
Prof.ª Simone Cristina Schreiner
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, 
há novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA ........................................................ 1
TÓPICO 1 CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS ......................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS ........................................................... 3
3 MEADOS DA DÉCADA DE 1960 E INÍCIO DE 1980 .................................................................. 7
4 DÉCADA DE 1990 A 2000 ................................................................................................................... 9
5 MOBILIZAÇÃO SOCIAL E ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL .......................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 15
TÓPICO 2 A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA .............. 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17
2 A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA ................................ 17
3 A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS . 20
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 27
TÓPICO 3 A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS BRASILEIROS .................... 29
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 29
2 A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL ..................................................... 29
 2.1 REVOLTA DA ARMADA ........................................................................................................ 31
 2.2 REVOLTA DA CHIBATA ........................................................................................................ 32
 2.3 REVOLTA DA VACINA ........................................................................................................... 33
3 MOVIMENTOS SOCIAIS DE 1968 ATÉ OS DIAS ATUAIS ...................................................... 35
4 MOVIMENTO NACIONAL DOS PROFESSORES ..................................................................... 36
5 MOVIMENTO PASSE LIVRE – 2013 ............................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 41
TÓPICO 4 A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E O SERVIÇO SOCIAL ................................. 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 43
2 A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA A PARTIR DOS MOVIMENTOS SOCIAIS ............... 43
3 BREVE HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL ............................................................................... 44
4 DIREITOS HUMANOS E O SERVIÇO SOCIAL .......................................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................48
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62
UNIDADE 2 AS INTERFACES NA CONSOLIDAÇÃO DE DIREITOS NAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS ................................................................................................................................................ 63
TÓPICO 1 A LEGISLAÇÃO E AS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL ..................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
suMário
VIII
2 OS MARCOS HISTÓRICOS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS RESPEITANDO A 
CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................................... 65
 2.1 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 66
 2.2 DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL .......................................................................................... 68
 2.3 DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................ 68
3 POLÍTICAS SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL ............................................................................. 70
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 76
TÓPICO 2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O SERVIÇO SOCIAL ........................................... 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 77
2 SERVIÇO SOCIAL E A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO 
BRASIL ...................................................................................................................................................... 77
2.1 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................... 77
3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SISTEMA ÚNICO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................................................ 81
4 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS) ............................................................. 84
 4.1 TIPOS DE GESTÃO DO SUAS ...................................................................................................... 84
 4.2 SUAS E A DECENTRALIZAÇÃO ................................................................................................ 85
 4.3 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .......................................................................... 86
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 91
TÓPICO 3 OS CONSELHOS DE DIREITOS NO BRASIL ........................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 93
2 O SURGIMENTO DOS CONSELHOS DE DIREITOS ............................................................... 93
 2.1 COMO SÃO DIVIDIDOS OS CONSELHOS DE DIREITOS ..................................................... 98
 2.2 O FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE DIREITOS .................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 103
TÓPICO 4 SERVIÇO SOCIAL E CONTROLE SOCIAL ................................................................ 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 105
2 DISCUTINDO O CONCEITO DE CONTROLE SOCIAL .......................................................... 105
 2.1 O SERVIÇO SOCIAL E O CONTROLE SOCIAL ....................................................................... 109
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 110
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 115
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 116
UNIDADE 3 CONHECENDO ALGUNS CONSELHOS DE DIREITOS ................................... 117
TÓPICO 1 O CONSELHO DE SAÚDE ............................................................................................. 119
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 119
2 A TRAJETÓRIA HISTÓRICA E A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DOS CONSELHOS E 
CONFERÊNCIAS DE SAÚDE NA CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE . 119
 2.1 POLÍTICAS DE SEGURIDADE SOCIAL .................................................................................... 119
 2.2 A SEGURIDADE SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA ........................................................ 120
 2.3 POLÍTICAS DE SAÚDE ................................................................................................................. 121
 2.4 O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS ....................................................................................... 122
3 CONSELHOS DE DIREITOS E O CONTROLE SOCIAL ........................................................... 127
 3.1 OS CONSELHOS MUNICIPAIS ................................................................................................... 127
 3.2 CONSELHOS DE SAÚDE ESTADUAIS, MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL ......... 128
 3.3 RESPONSABILIDADES ................................................................................................................. 129
IX
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 131
4 O SERVIÇO SOCIAL NO CONTROLE SOCIAL DA SAÚDE .................................................. 131
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 134
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 135
TÓPICO 2 O CONSELHO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................... 137
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 137
2 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ......................................................................................... 137
3 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O CONSELHO ......................................................... 142
4 A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL ......................................... 144
RESUMODO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 147
TÓPICO 3 O CONSELHO DE EDUCAÇÃO .................................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 149
2 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO E OS CONSELHOS ........................................................................ 149
 2.1 EDUCAÇÃO BRASILEIRA E OS SISTEMAS DE ENSINO ..................................................... 151
 2.2 NÍVEIS, ETAPAS E MODALIDADES DO ENSINO ................................................................. 151
 2.3 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ............................................................................. 152
 2.4 CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO ........................................................................... 152
 2.5 CONSELHOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO ......................................................................... 152
 2.6 REFERÊNCIAS CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL ......... 153
 2.6.1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais ................................................................................. 155
 2.6.2 Objetivos do ensino médio ..................................................................................................... 155
3 SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 156
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 158
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 159
TÓPICO 4 O CONSELHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................. 161
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 161
2 POLÍTICA DE ATENDIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................... 161
 2.1 CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ........... 162
 2.2 CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE-
 CMDCA ........................................................................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 167
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 169
X
1
UNIDADE 1
MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA 
HISTÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer a parte histórica e teórica dos movimentos sociais; 
• apresentar os principais aspectos teóricos e conceituais, bem como os 
temas;
• colaterais de discussão sobre os movimentos sociais na América Latina;
• identificar as características dos movimentos sociais latino-americanos;
• relacionar os principais protagonistas da história dos movimentos sociais 
no Brasil;
• relacionar a democracia participativa e o serviço social.
Esta Unidade 1 está dividida em quatro tópicos. No decorrer desta unidade 
você terá oportunidade de conhecer os marcos históricos e fixar seus 
conhecimentos realizando as atividades propostas.
TÓPICO 1 – CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAS
TÓPICO 2 – A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA 
LATINA
TÓPICO 3 – A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS BRASILEIROS
TÓPICO 4 – A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E O SERVIÇO SOCIAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONTEXTUALIZANDO OS 
MOVIMENTOS SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
 Neste primeiro tópico estudaremos a história dos movimentos sociais e a 
sua evolução em cada década. 
No decorrer dos anos, os movimentos sociais foram ganhando ênfase na 
história, mudanças efetivas e transformações em relação à sociedade e ao poder 
público, para que um maior número de pessoas tenha vida digna. É necessário que 
os alicerces da política social e econômica estejam determinados, pelas leis, que 
regem um país, e sejam modificadas por um bem maior.
 
Identifica-se a importância dos movimentos sociais na América Latina e no 
Brasil. Também o desenvolvimento das ONGs, que foram definidas como Terceiro 
Setor.
2 CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS 
Prezado acadêmico! Você sabe o que são movimentos sociais?
 
Movimentos sociais significam que um grupo de pessoas se reúne para 
reivindicar algo de interesse da coletividade, é uma prática diferenciada, não há 
uma identidade própria. São diferentes classes sociais reivindicando seus ideais 
perante o modelo político-econômico e diante de uma sociedade capitalista. 
 
A sociedade capitalista sofre com suas contraversões de valores, dando mais 
importância ao dinheiro. O Brasil vive situações em que aqueles que comandam e 
possuem mais posses regem e controlam o país. São deixados totalmente de lado 
aqueles que precisam, esquecendo-se da necessidade da população em geral, sejam 
eles ricos ou pobres. A única forma de demonstrar que há insatisfação é através 
da união das pessoas, para lutar pela mudança da situação política, econômica e 
social. Esta união é mais conhecida como movimentos sociais. 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
4
FIGURA 1- MOVIMENTOS DE TRABALHADORES RURAIS
FONTE: Disponível em: <http://historiabruno.blogspot.com.br/2011/10/
movimentos-sociais.html>. Acesso em: 5 de jan. 2016. 
 Esse movimento pode ser definido como uma ação concreta que adota 
diferentes formas e estratégias para reivindicar seus direitos, seguindo por meio de 
mobilizações, marchas, passeatas etc. Gohn (2012, p. 14) descreve os movimentos 
sociais da seguinte forma:
Os movimentos sociais propriamente ditos, criados e desenvolvidos 
a partir de grupos da sociedade civil, têm nos direitos a fonte de 
inspiração para a construção de sua identidade. Podem ser distintos 
individuais ou coletivos. Os direitos individuais inserem-se no rol dos 
direitos humanos fundamentais dos seres humanos, direitos vistos em 
suas múltiplas dimensões social econômica, civil/política e cultural, 
ética etc. 
As lutas iniciaram no momento de crise estrutural da economia brasileira, 
passam a ser repensadas e analisadas pelas camadas populacionais, que enfrentaram 
altos preços nos produtos de exportação, assim ocasionando o desemprego e outras 
dificuldades nos setores sociais. 
Na época, as estruturas de poder estavam ameaçadas, havia 
desentendimentos na sociedade brasileira, e não mais satisfaziam às reivindicações 
do desenvolvimento social e capitalista. 
O escritor do livro “Democracia e desenvolvimento”, Garnero (1985), 
apresenta o capitalismo como o “Homem sem propriedade é como escritor 
censurado”.
Capitalismo não é uma expressão feliz porque com o tempo adquiriu um 
significado pejorativo que exprime a brutal acumulação de riqueza por 
indivíduos gananciosos, conseguida à custa da população trabalhadora 
e da sociedade em geral (GARNERO, 1985, p. 29).
Com a desigualdade de ganhos na sociedade que as forças dos movimentos 
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS
5
sociais refletiram através de manifestações contra as desigualdades sociais negros, 
mulheres, crianças e, principalmente,a carência da população e o acesso aos 
mínimos de direitos sociais. Não há capitalismo sem lutas de classes.
UNI
SINOPSE: Lulu é metalúrgico e perde um dedo em acidente de 
trabalho. Por essa razão, ele é envolvido em movimento de protesto e assim 
descobre a vida sindical. E Lulu se divide entre as tentações da sociedade de 
consumo e as convocações da esquerda tradicional, num claro exemplo do 
impasse e insegurança ideológica. 
FONTE: Disponível em: <http://www.quimicosunificados.com.br/2309/
cine-unificados-apresenta-a-classe-operaria-vai-ao-paraiso/>. Acesso em: 1 
fev. 2016. 
Há muito tempo que a sociedade vem se organizando na luta de seus 
direitos individual ou coletivamente. É o que explica Bravo e Meneses (2012, p. 
43-44):
A conjuntura da luta de classes que viabilizou o fim da ditadura militar 
permitiu que se criassem condições políticas para uma ampla revisão 
do quadro institucional do país, incluindo-se aí implementação de 
políticas sociais abrangentes, inclusive universais, como foi o caso da 
legislação [...]. 
 
Assim, os movimentos sociais eram percebidos como problemas sociais, 
um fator de disfunção da ordem, pois se absorviam em entender a conduta dos 
grupos sociais. Também se pautavam nas perspectivas clássicas de abordagem do 
coletivo, por meio do comportamento dos seres humanos.
Os movimentos sociais foram historicamente marcados, pela organização 
da população representada pela força social e identificada pelas diferentes tensões 
e diferentes grupos de interesses que expõem o desenvolvimento da sociedade e 
revelam as diversas áreas de carência. 
Ocorrem nos países, através dos movimentos sociais, as transformações 
políticas devido à crise econômica e social. A luta da população teve mais força 
com os movimentos, pois se acreditava nas mudanças para se obter o mínimo de 
garantias dos direitos, ou seja, uma vida digna. 
Agora, prezado acadêmico, veremos o que foram os movimentos sociais 
nas décadas de 20 e 30.
A partir do século XIX, surgem os movimentos sociais como uma tática 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
6
do desenvolvimento das atividades políticas, com o objetivo de obter mudanças 
econômicas, políticas e sociais. 
 
 Início da década de 1920 os movimentos sociais enfrentavam a crise da 
República Velha. Nesta época, a sociedade estava insatisfeita com o governo o que 
resultou em rebeldia e várias rupturas no sistema capitalista. 
Prestes (2001) nos diz: Que o tenentismo foi marcado na década de 1920, 
por se pronunciar como militantes, o país iniciava uma nova era de denominação 
militar, quem participava eram tenentes, e capitães do exército.
O tenentismo surgiu para contestar o sistema político, mesmo sem defender 
algo em específico, também lutava contra mudanças na educação e no sistema 
eleitoral.
Em 1929 quebra a bolsa de valores e começa a crise capitalista. Nesta época, 
o Brasil exportava o café, quem sofreu com a desestruturação foram os estados do 
Rio Grande do Sul com a criação de gado e Minas Gerais com a cana de açúcar.
Como presidente, em 1930, Getúlio Vargas beneficiou os brasileiros 
com serviços sociais. Através disso, trouxe progresso ao país, expandindo o 
capital estrangeiro e avançando com o meio rural. O país passa a se modernizar 
estruturalmente formulando leis. O presidente Vargas passou a ser conhecido 
como o controlador, e apaziguador das lutas pelas classes sociais. 
O Manifesto dos Pioneiros ocorreu em 1932 e trouxe grandes inovações 
ao país. Porquanto foi a primeira escola pública (laica), além de ser gratuita, este 
feito foi uma conquista dos movimentos organizados. A Igreja Católica, sentindo-
se ameaçada cria a Confederação de Educação, com o intuito de permanecer na 
sua posição diante dos princípios católicos. 
Indo além, prezado acadêmico, vejamos agora como se deu o avanço na 
década de 40.
A população urbana cresce, modificações começam a ser feitas na estrutura 
educacional em todos os níveis. 
• 1945 – Término da 2º Guerra Mundial – consequentemente afetou a política 
brasileira, acelerando o fim do regime ditatorial do Estado Novo (1937-1945). 
• 1946 – A igreja católica constitui a primeira universidade privada no Rio de 
Janeiro denominado – Pontifícia Universidade Católica (PUC).
• 1946 – Inspirado na ideologia liberal democrática foi promulgada a Constituição 
da República. Foi quando a união encaminha propostas de Leis de Diretrizes e 
Bases – LDB, ao congresso que teve treze anos de tramitação. 
• 1947 – Cria-se o ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica. O Brasil teve grandes 
transformações, além de renovações e um sistema mais moderno na Educação, 
principalmente, com a criação da Universidade de Brasília.
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS
7
• 1950 – Aumentou a demanda de alunos devido à modernização, decorrente da 
industrialização e da crescente urbanização.
• 1950 a 1954 – Getúlio Vargas, volta ao poder e passa a exercer uma política 
nacionalista, investindo no Ensino Superior.
• 1958 – Cria-se a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da Lei 
nº 2.307.
O Ensino Superior gratuito é ampliado, depois que a federalização foi 
responsável pela criação das universidades federais, que hoje existem no país. Com 
a criação das universidades, inicia-se o processo de modernização e ao mesmo 
tempo abre caminhos para a ascensão social.
3 MEADOS DA DÉCADA DE 1960 E INÍCIO DE 1980
Na década de 60, o Brasil alcançou o desenvolvimento econômico que 
defrontava com os problemas sociais. O desenvolvimento atingia uma parcela da 
população, a riqueza continuava a concentrar-se em quem tinha o poder. 
Prezado acadêmico, vejamos agora alguns movimentos revolucionários: 
Partido Comunista do Brasil (1962)
Esse foi um grupo a realizar guerrilhas rurais no país. Aproximadamente 
70 combatentes enfrentaram 20 mil soldados no Araguaia.
Em 1963, conseguia-se a aprovação do plebiscito, que daria força para o 
atual presidente (João Goulart) que ofereceu ao país mudanças na Reforma de 
Base, que eram medidas econômicas e sociais que previam uma maior intervenção 
do Estado no setor econômico.
Movimento Nacionalista Revolucionário (1964-1967)
 
Esse movimento era o grupo que os militares mais temiam, por ser um grupo bem 
estruturado. Possuía 100 mil soldados e era liderado por Leonel Brizola.
Ação Popular (1962-1973) 
O grupo foi formado por militantes ligados à Juventude Católica. Eles 
formavam o movimento estudantil e apoiavam a reforma trabalhista. Como eram 
ligados à igreja cediam os mosteiros para as reuniões clandestinas dos grupos. 
Quem liderava era José Serra e Herbert de Souza (Betinho).
Política Operária (1961-1967) 
Esse grupo é o que deu maior importância ao debate teórico e doutrinário. 
Liderança: Emir Sader, Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio. Cerca de 100 militantes.
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
8
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (1966)
É um grupo menor, formado pelos estudantes que tiveram a ideia de 
sequestrar diplomatas estrangeiros. Uma das ações de mais sucesso foi o sequestro 
do americano Charles Elbrick (embaixador). Liderança: Franklin Martins e 
Fernando Gabeira. 
 
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (1968-1970)
Um grupo que se inspirou nos ideais do líder chinês Mao Tsé-tung, que 
acreditava na luta, na guerrilha rural. Essa organização praticou ações urbanas 
voltadas aos ideais urbanos. Liderança: Mário Alves e Jacob Gorender. 
 FIGURA 2: TROPICÁLIA
FONTE: Disponível em: <https://dialogoshistoricos.wordpress.
com/historia/brasil-anos-60-e-70/>. Acesso em: 2 jan. 2016.
Movimento Artístico dos anos 60, Tropicália teve início com o Festival de 
Música Popular, que ocorreu em 1967 na TV Record. O movimento teve grandeinfluência cultural, tanto brasileira como internacional. Seus aspectos eram 
tradicionais da própria cultura brasileira, utilizaram também inovações como o 
Pop Art, com diversos estilos musicais, como o rock, samba, bossa nova etc. 
O que se destacou em meados de 70, foram os movimentos reivindicatórios 
e o andamento da política na sociedade. O fator determinante dos grupos 
revolucionários foi o desenvolvimento e os impactos pela luta do estado de direitos. 
Conforme Gohn (2011, p. 7), “os movimentos sociais constituíram-se numa 
das grandes novidades brasileiras nos anos 70-80, tendo sido considerados, por 
alguns analistas, como fonte de renovação nas ciências sociais e da forma de fazer 
política”. 
 
Os movimentos sociais nos anos 70/80 contribuíram para a decisão das 
forças organizadas, para a conquista de vários direitos sociais inscritos por lei. 
As práticas coletivas estavam fortemente condicionadas pela experiência de 
resistência aos regimes autoritários e pela situação crítica das lutas pela cidadania.
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS
9
O objetivo desta luta é de integrar uma análise dos efeitos políticos 
institucionais, procurando os significados dos movimentos sociais e os efeitos do 
processo de mudanças sociopolíticas e de transformações dos serviços básicos 
como saúde e educação.
 
Esses movimentos aparecem em redes nacionais na década de 80 se 
mostrando pela reforma política, ou seja, na época os movimentos sociais foram 
ganhando mais credibilidade e visibilidade nas decisões e direção política.
No ano de 1986, os movimentos sociais, através das classes sociais, começam 
a lutar pela democracia de direitos, quando nomeou o movimento Nacional pela 
Constituinte que passa articular, reuniões a fim de iniciar o movimento popular, 
contando com os sindicatos, entidades, entre outros.
4 DÉCADA DE 1990 A 2000
Na década de 1990, os movimentos sociais surgiram da organização 
popular, a luta pela moradia, pela reforma urbana, Fórum Nacional e a participação 
popular, entre outros fatos marcantes. De acordo com Gohn (2011, p. 53):
 
Embora o Fórum Social Mundial faça parte da agenda de protesto contra 
o atual modelo de globalização econômica, decidimos apresentá-lo, 
neste livro, separado do texto relativo ao movimento antiglobalização 
por vários motivos. Dentre eles, destacamos: trata-se de um evento 
organizado e realizado de forma distinta dos atos e ações coletivas 
do movimento antiglobalização; o FSM, assim como o movimento 
antiglobalização, também é composto por uma rede de ONGs de 
natureza variada, sindicatos, movimentos sociais etc., mas nem todas 
suas instituições membros participam simultaneamente dos dois tipos 
de eventos; as coordenações do movimento antiglobalização e do FSM 
são distintas. O FSM criou em 2002 um conselho internacional integrado 
por 58 entidades. O comitê brasileiro é integrado por oito entidades. 
Isso mostra que nesse novo milênio encontramos novos sujeitos sociais nos 
movimentos sociais na antiglobalização. Gohn (2011) também faz referência ao 
levantamento das subdivisões, esses movimentos se misturam e alguns assumem 
mais de uma frente de ação.
Os movimentos populares foram tomando conta das diversas classes sociais, 
essas manifestações atingiram a crise econômica e social. Segundo Gohn (2011), os 
movimentos éticos e políticos iniciaram em 90, foram de grande importância na 
história, por contribuírem com o processo democrático. Assim como o movimento 
dos cara-pintadas, que foi contra o presidente da república por atos de corrupção. 
Também surgiram outros movimentos sociais como contra as reformas 
estatais e a ação da cidadania e do desemprego. Logo se organizou o movimento 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
10
das mulheres que lutaram contra a descriminação.
Outro fato marcante nos anos 90 foi a luta pela moradia organizada por 
diferentes tipos de classes sociais. Historicamente, o movimento social foi se 
expandindo pelo mundo todo, cada um com sua forma de reivindicar. 
Em função da política foram organizados os grupos de mulheres que 
atuaram politicamente, manifestando-se contra a exploração e discriminação. Em 
seguida tivemos o movimento dos homossexuais que organizaram passeatas e 
atos de protestos.
 FIGURA 3: MOVIMENTOS HOMOSSEXUAIS
FONTE: Disponível em: <http://www.pimenta.blog.br/wp-content/uploads/
Parada-Gay-de-Itabuna-foto-Pimenta-www.pimenta.blog-4.jpg>: 12 jan. 2016.
Diante de uma sociedade conservadora, a discriminação vive presente, a 
sociedade ainda é muito machista. E só haverá evolução, quando não houver mais 
discriminação. 
A discriminação também ocorreu com os afrodescendentes, ou seja, 
os afro-brasileiros. Esse movimento é uma construção desde a carta de alforria 
determinada pela Princesa Isabel. 
Após este fato, a sociedade vem caminhando a passos pequenos e o afro-
brasileiro vem construindo sua identidade, e lutando contra a discriminação racial. 
Desde então a população vem sendo trabalhada para a aceitação das diversidades 
de culturais, religiões e opções sexuais. 
Prosseguindo com os movimentos dos anos noventa, os indígenas se 
organizaram reivindicando suas terras e benefícios, os funcionários públicos 
também se organizaram por salários melhores e jornadas de trabalho consideráveis.
Ressalta-se que as organizações sindicais e de associações surgiram para 
reivindicar as reformas governamentais que vêm com o objetivo de reestruturar os 
direitos das profissões, ou seja, dos trabalhadores pedindo o aumento dos salários 
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS
11
compatíveis com os ajustes ficais. 
De acordo com Viola (2016), os ecologistas são considerados os herdeiros 
da cultura socialista e também da sociedade e natureza. Os movimentos ecológicos 
constituem-se num ponto de desvio na história da mobilização social e a ação 
coletiva, que trata de movimentos portadores de valores e interesses universais e 
ultrapassam as fronteiras de classe, sexo, raça e idade.
A humanidade faz parte da natureza e depende dela para sua sobrevivência, 
e os movimentos sociais surgiram para defender e intervir nas decisões políticas 
na depredação da natureza. Nestes anos a sociedade e os políticos somente 
destruíram o solo através do uso e abuso, assim provocando erosão e inundações 
alterando o clima.
 
Os políticos não se importam com as ameaças aos lagos e rios, à vida nos 
oceanos, tudo isso devido à poluição das águas, aos vapores que prejudicam a 
atmosfera e ao desmatamento. Empresas descumprem decretos sobre a poluição 
do meio ambiente, jogando produtos químicos nos lagos e mares. Tudo isso por 
causa do material de consumo que leva a sociedade e os políticos a cometerem essa 
enfermidade.
Em 2000, houve os avanços sociais, distribuição de renda, crescimento 
econômico e geração de emprego e renda. Como se observa na Quadro 1:
QUADRO 1 - AVANÇOS SOCIAIS
Políticas FHC Presidente (Lula)
Emprego (média anual) 100 mil
1,3 milhão (15 milhões ao 
total)
Pobres 74 milhões 54 milhões
Pobreza absoluta (miséria) 35 milhões 20 milhões
Universidades e extensões 
universitárias
ZERO
14 Universidades
124 extensões
Crédito para habitação 24 milhões (2002) 80 bilhões 
Escolas técnicas ZERO 214 
Programas sociais (número 
de famílias atendimentos)
5,1 milhões 12,4 milhões
FONTE: Disponível em: <http://www.smabc.org.br/Interag/temp_img/%7B128D1C71-DBD8-
4D68-8748-C64AAE2BC34A%7D_An%C3%A1lise%20de%20Conjuntura%20Trabalho%20e%20
Cidadania%20anos%2080%20-%2090%20e%202000.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2016.
Ao observar os dados identifica-se que, mesmo com a criação do FHC, 
a população continua almejando, salários compatíveis com as necessidades da 
família, com políticas públicas estruturais, conforme a necessidadedos segmentos.
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
12
5 MOBILIZAÇÃO SOCIAL E ORGANIZAÇÃO NÃO 
GOVERNAMENTAL
UNI
A partir de agora, vamos conhecer os movimentos sociais e ONGs. 
Prezado acadêmico! Vejamos agora o que são mobilização e movimentos 
sociais.
A mobilização social possibilita ao cidadão aproximar-se de outros para 
formar uma corrente de interesses e decisões para a conquista de direitos. Essa 
se define em compartilhar sonhos e desafios, propor ações para a melhoria da 
qualidade de vida daquele grupo de pessoas, daquela comunidade.
Por mais, que haja diferença entre os movimentos sociais e mobilização 
social, o intuito de todos é se organizar e lutar por um ideal, que trará benefícios 
para um determinado grupo de pessoas, muitas vezes, da coletividade. 
Essas organizações se preparam através de passeatas, caminhadas, entre 
outras, procuram o progresso e buscam direitos sociais que as auxiliem de uma 
maneira ou de outra.
Vamos conhecer melhor a finalidade e as diferenças entre movimentos 
sociais e ONGs. Pesquise em sua cidade se existem ONGs e como atuam em 
prol da sociedade.
AUTOATIVIDADE
Prezado acadêmico! Você sabe o que são as Organizações Não 
Governamentais, as ONGs? 
As ONGs são organizações sem fins lucrativos e se caracterizam por ações 
solidárias de um determinado grupo de pessoas que são criadas para auxiliar 
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZANDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS
13
um público alvo, geralmente se mantêm com colaborações de pessoas físicas e 
jurídicas. 
Como define o Dicionário de Ciências Sociais (1986), as ONGs fazem parte 
de movimentos sociais e têm como princípio o desenvolvimento humano e o 
alargamento da participação na cidadania. 
As ONGs são organizações não governamentais, associações civis e 
autônomas, que não dependem do Estado ou de partidos políticos. Tais organizações 
vivem em prol da população, para suprir as necessidades e problemas eventuais 
que o poder público em si não consegue resolver devido ao descaso com o povo. 
As ONGs se tornam de grande valia para uma sociedade com princípios. Quando 
organizadas, promovem ações sociais na população. 
 
Na década de 1960, as ONGs foram interrompidas pelo golpe militar, as 
entidades faziam parte do governo e se consideravam não governamentais, mas o 
objetivo era de suprir as necessidades da população através do assistencialismo e 
das organizações comunitárias.
 
As ONGs tiveram um papel importante nos movimentos sociais por 
lutar por democracia e pelas causas coletivas. Nos anos 90, as ONGs ganham 
representatividade dentro da sociedade. As ONGs sempre estiveram na esfera da 
sociedade civil, de onde emergem. Dessa forma é o que nos aponta Gohn (2003, p. 
55): 
 
O campo de atuação das ONGs tem sido o do assistencialismo (por 
meio da filantropia), o desenvolvimento (por meio dos programas de 
cooperação internacional, entre ONGs e agências de fomento, públicas e 
privadas), e o campo da cidadania (por meio das ONGs criadas a partir 
de movimentos sociais que lutam por direitos sociais). 
As ONGs fazem parte do terceiro setor e são voltadas para se fazerem 
presentes e parceiras da sociedade civil e do poder público. Os tipos de ONGs são: 
caritativas, desenvolvimentistas e ambientalistas.
14
Neste tópico você aprendeu que:
• Os movimentos sociais foram marcados historicamente pela organização da 
população, representada pela força social e identificada pelas diferentes tensões 
e diferentes grupos de interesses. 
• No século XIX surgem os movimentos sociais como instrumento para obter 
mudanças econômicas, políticas e sociais. 
• Década de 20, os movimentos sociais sofriam com a crise da República Velha, 
a população insatisfeita organizou rebeliões, ocorrendo uma ruptura entre o 
sistema capitalista. 
• O tenentismo surgiu para contestar o sistema político, lutavam por mudanças 
na educação e no sistema eleitoral.
• 1929 – Início da crise capitalista com a quebra da bolsa de valores, exportadores 
de café foram prejudicados. O Estado do Rio Grande do Sul foi prejudicado com 
a criação de gado e Minas Gerais, com a cana de açúcar. 
• 1930 – Getúlio Vargas ofereceu benefícios sociais, desta forma, o Brasil passou a 
se expandir, através do capital estrangeiro e avançar no meio rural. 
• Meados de 1970 – destaque para movimentos reivindicatórios e avanço da 
política na sociedade. Principais fatores: desenvolvimento e impactos pela luta 
do Estado de direitos.
• 1986 – Movimentos sociais pela democracia de direitos, mais conhecimento 
como Movimento Nacional pelo Constituinte. 
• Década de 1990 – Movimentos sociais surgiram da organização popular, a luta 
pela moradia, pela reforma urbana, Fórum Nacional, e a participação popular, 
entre outros fatos marcantes. 
• A mobilização social faz com que a população se una para uma corrente de 
interesses e decisões, para obter direitos por lei, compartilhar sonhos e desafios, 
propor ações para a melhoria da qualidade de vida daquele grupo de pessoas, 
daquela comunidade.
• As ONGs fazem parceria com a sociedade civil e o poder público. Os tipos de 
ONGs são: caritativas, desenvolvimentistas, cidadãs e ambientalistas.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 Partindo do princípio que no decorrer da história do povo brasileiro e 
também mundial, tivemos inúmeros movimentos sociais, relativos a uma 
diversidade de reinvindicações populares, em que alguns destes movimentos 
foram gigantescos e outros nem tanto, mas sabemos da sua importância 
para a melhoria de qualidade de vida de um povo. Neste sentido, assinale a 
alternativa que define o que são movimentos sociais:
 
( ) Atos de um determinado grupo de pessoas, com objetivo de mudanças 
radicais e reformistas.
( ) Organizações secretas que lutam por revolução mundial.
( ) Diferentes classes sociais reivindicando os seus ideais perante o modelo 
político econômico que nos é imposto por uma sociedade capitalista. Assim, 
esse grupo luta para que mudem a situação política, econômica e social. 
( ) Mobilizações que se reúnem e lutam de todas as formas para adquirir 
benefícios próprios. 
( ) Determinados grupos de pessoas que lutam de forma a coagir o poder 
público quebrando patrimônio público, machucando outras pessoas para 
melhorar a moradia, educação, saúde etc.
2 Na década de 1960, o Brasil alcançou o desenvolvimento econômico que 
defrontava com os problemas sociais. O desenvolvimento atingia uma 
parcela da população a riqueza continuava a concentrar-se em quem tinha o 
poder. Cite três movimentos revolucionários da época. 
3 A mobilização social possibilita ao cidadão aproximar-se de outros para 
formar uma corrente de interesses e decisões para a conquista de direitos 
por lei, como podemos descrever o que se compartilha com a mobilização 
social? 
4 As ONGs fazem parte do terceiro setor e são voltadas para se fazerem 
presentes e parceiras da sociedade civil e do poder público. Cite os tipos de 
ONGs. 
AUTOATIVIDADE
16
17
TÓPICO 2
A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS 
SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Já estudamos o conceito de movimentos sociais e as 
mudanças que eles nos refletem. Agora vamos conhecer como se manifestaram 
na América Latina, como também os paradigmas que norteiam a sociedade no 
mundo, cada uma com suas especificidades e organizações coletivas.
2 A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA 
LATINA
Nas últimas décadas, o movimento social na América Latina implantou-se 
pelo desenvolvimento e transformações ocorridas no mundo, as lutas foram por 
política e religião. 
Os movimentos sociais latino-americanos aparecem numa conjuntura de 
esgotamento da soberania popular representativa, sujeita à demonstração do limite, 
e da participação popular, isso decorrente de umsistema político de exclusão.
Com isso as instituições políticas tradicionais e os partidos e sindicatos, 
foram marcados pela corrupção e por métodos autoritários demonstrando 
a incapacidade da política tradicional, enfrentando a crise representativa, 
abandonando a democracia punitiva e procurando novas formas de participação.
Os movimentos latino-americanos são fundamentados em visões neoliberais 
que em contrapartida se ampliam em serviços públicos para atendimento dos 
direitos econômicos, sociais, de maneira coletiva. O panorama destes países é de 
altos índices de desigualdade social e, principalmente, econômico. 
Os movimentos sociais da América Latina formam grupos de pessoas para 
lutar por igualdade e dignidade, pois trata-se de uma sociedade que exclui e tenta 
extinguir seus valores culturais. 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
18
FIGURA 4: MOVIMENTOS LATINO-AMERICANOS
FONTE: Disponível em: <http://www.novamerica.org.br/revista_digital/L0108/
rev_emrede02.asp>. Acesso em: 13 jan. 2016.
Os movimentos sociais na América Latina estavam direcionados à 
globalização. Além de um avanço significativo de movimentos sociais latino-
americanos, diante do processo político e dos problemas enfrentados, como 
corrupção, além do grande contraste entre a realidade social e a economia. Este 
período foi categorizado pelas lutas de classes sociais. 
O principal marco foram as guerras que buscavam a independência da 
América Latina, durante o século XIX, a coroa espanhola deu início à independência 
dos inúmeros territórios latino-americanos. A doutrina Monroe e o apoio inglês 
foram importantes para a independência, pois apoiou a guerra de libertação dos 
negros. 
Segundo Gohn (1998), a liberdade dos países latino-americanos teve como 
líderes Simon Bolívar e José de San Martín, que percorreram quase toda a América 
Latina, para obter a tão desejada revolução, dando início ao sistema capitalista. 
A invasão europeia na América Latina (Espanha e Portugal), iniciada com 
que conhecemos como “Descobrimento” e prosseguida mediante a conquista 
e a colonização, impõe uma incorporação do continente ao desenvolvimento 
capitalista na qualidade de colônia. 
A queda dos impérios coloniais da Espanha e Portugal abre 
caminho para a implantação do neocolonialismo, que emerge 
como uma nova forma de domínio e exploração, que responde ao 
desenvolvimento alcançado pelo sistema de produção capitalista 
na etapa da Revolução Industrial e se consolida com a passagem 
do capitalismo concorrencial ao monopólio e, por conseguinte, do 
TÓPICO 2 | A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
19
desenvolvimento do imperialismo. (MONTAÑO; DURIGUETO, 
2010, p. 249).
IMPORTANT
E
O Neocolonialismo: caracteriza-se pela independência institucional formal dos 
Estados, que esconde a subordinação política e a dependência econômica das metrópoles 
imperialistas (Inglaterra). A relação neocolonial se baseia em uma divisão de trabalho em 
que o continente exporta matérias-primas e alimentos e importa produtos industriais, como 
resultado da monopolização financeira, mercantil e tecnológica das potências industriais.
O Imperialismo: a partir da segunda metade do século XX (após a II Guerra Mundial), os Estados 
Unidos da América se tornam a primeira potência imperialista mundial, juntamente com a 
expansão do socialismo na Europa Oriental e Ásia (União Soviética). A combinação desses 
processos origina a Guerra Fria (1946-1989). A Guerra Fria constituiu o principal instrumento do 
imperialismo norte-americano para ampliá-la a aprofundar sua dominação no continente, seja 
pela ofensiva política e militar, através da destruição das organizações e partidos comunistas e 
socialistas, seja pela expansão da penetração econômica monopolista no continente. 
Prezado acadêmico, você sabe como foi a VIDA POLÍTICA E 
ECONÔMICA da América Latina?
A América Latina utiliza o abastecimento de matérias-primas para fazer 
os produtos primários para o mercado externo, como o estanho para a Bolívia. A 
Argentina e a Colômbia ficam com o trigo juntamente com o Brasil, mas, logo, é 
aberto o comércio livre para a entrada de indústrias britânicas.
A industrialização foi fracassada, com a falta de tarifas protetivas e do 
domínio do exército pelos latifundiários na área governamental. No século XIX, se 
presencia o desenvolvimento pela imigração nos países latino-americanos.
O capital estrangeiro entra na América na metade do século, com isso a 
classe dominante traça uma ligação. Essa ligação acontecia entre os hispanos e a 
burguesia agrícola. A ligação entre o centro capitalista e a Inglaterra trouxe várias 
mudanças nos setores de transportes. 
A novidade destas alianças imigratórias é a independência com relação 
aos políticos e aos partidos, ou seja, a capacidade de proclamar os desejos que 
alicerçam a sociedade. 
As camadas populares são, com certeza, a expressão da manifestação 
espontânea que caracteriza uma capacidade de construir sua própria identidade e 
autonomia frente ao sistema de representatividade. 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
20
DICAS
Para ler e entender melhor os movimentos sociais latino-americanos. REVISTA 
LITTERIS nº 2 ISSN: 1982-7429/www.revistaliteris.com.br/maio, 2009. Disponível em: <http://
revistaliter.dominiotemporario.com/doc/MOVIMENTOS_SOCIAIS_LATINO-AMERICANOS.pdf>.
3 A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NOS 
MOVIMENTOS SOCIAIS
 
A teologia da libertação surge e se desenvolve com o fortalecimento dos 
movimentos sociais latino-americanos, enfrentando os problemas da realidade 
social. Procurava concretizar uma sociedade mais justa e igualitária, mais à frente 
pensava-se em uma nova visão do papel da igreja, bem como, do pensar teológico. 
Scherer Warren (1993, p. 33) faz uma reflexão sobre a história dos movimentos 
latino-americanos.
A libertação histórica, através dos movimentos sociais, é a condição 
necessária para que os povos oprimidos da América Latina caminhem 
em direção de uma libertação integral. Ou seja, concebe-se a libertação 
integral (ou libertação cristã) como resultante da superação das 
servidões temporais e das injustiças sociais (libertação econômica, 
social, política, cultural etc.) relacionada com a salvação (libertação do 
pecado). Libertação é, pois, a salvação que se dá na história. 
Esta teologia pautada na fé e nos valores cristãos fundamentava a 
libertação dos povos oprimidos. Os acontecimentos e divulgações sobre a teologia 
da libertação aconteciam através da aliança com a igreja católica, ou seja, o Estado 
e as classes dominantes da América Latina.
Almejava-se uma nova teologia que tivesse uma maior abrangência textual 
na América Latina. A teologia antiga já não respondia e nem explicava a realidade, 
deixando a comunidade insatisfeita com a situação eclesiástica.
Estes grupos se uniram para lutar pela dignidade do ser humano, fazendo 
com que as pessoas se unissem a ele, principalmente, aquelas que sofriam com 
a opressão. Portanto foi recomendado que o trabalho pastoral fosse levado aos 
grupos de mulheres, crianças, jovens, negros e índios organizados, com intuito de 
ter noção da luta por uma vida digna.
Mais um fato importante na Teologia da Libertação foi a aumento e a 
existência de organizações cristãs no Brasil, como os Movimentos de Educação de 
Base (MEBs) e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
TÓPICO 2 | A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
21
Pesquise na internet as conferências relacionadas às CEBs desde a 
década de 60 até os dias de hoje, o que é desenvolvido e defendido no que se 
refere aos movimentos sociais na América Latina.
AUTOATIVIDADE
Com relação aos movimentos sociais latino-americanos, de forma geral, 
influenciou também o pensamento feminista, inspirado pela teologia da libertação. 
Osmovimentos que tiveram mais influência foram os ecopacifistas e os pacifistas. 
Na lógica, o homem deve ser protagonista de seu destino pessoal e histórico, 
mas, no processo cristão, é através dos movimentos sociais que reconstrói sua 
dignidade humana em sua vivência, e assim constrói o seu conhecimento.
Para Scherer-Warren (apud WIESE; SANTOS, 2011) a libertação histórica 
através dos movimentos sociais seria a condição necessária para o ser humano 
caminhar para uma direção de libertação integral, ou seja, a libertação integral 
resultante de superação das injustiças sociais, econômicas, política e cultural. 
Além disso, existem vários teóricos para o estudo e compreensão dos movimentos 
sociais.
UNI
“Para nós um paradigma é um conjunto explicativo em que encontramos teorias, 
conceitos e categorias, de forma que podemos dizer que o paradigma X constrói 
uma interpretação Y sobre determinado fenômeno ou processo da realidade social. Esta 
explicação deve deferir da de outros paradigmas. T. Kuhn (1962), físico responsável pela difusão 
mundial do termo, afirmou que na ciência um paradigma surge toda vez que é difícil envolver 
novos dados em velhas teorias” (GOHN, 1997, p. 13).
Em seguida, baseado nos estudos de Gohn (1997), vamos conhecer os 
paradigmas sobre os movimentos sociais, norte-americanos, europeus e os latino-
americanos.
Prezado acadêmico! Você sabe o que é o paradigma norte-americano na 
contextualização dos movimentos sociais?
 
Para entender o que é paradigma latino-americano nos estudos dos 
movimentos sociais Gohn (2011, p. 211), contextualiza a seguir: 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
22
Falar de um paradigma teórico americano sobre os movimentos sociais é 
mais uma colocação estratégica do que real. O que existe é um paradigma 
bem diferenciado de lutas e movimentos sociais, na realidade concreta, 
quando comparado com os movimentos europeus, norte-americanos, 
canadenses etc., e não paradigma teórico propriamente dito.
No campo norte-americano, os movimentos sociais partem do contexto 
histórico centrados nas composições das organizações dos estudos dos movimentos 
sociais libertários ou emancipatórios como explana Gohn (2011, p. 14), na sua obra 
Paradigmas Clássicos Contemporâneos:
O paradigma latino-americano concentrou-se em sua quase totalidade, 
nos estudos sobre os movimentos sociais libertários ou emancipatórios 
(índios, negros, mulheres, minorias em geral); nas lutas populares 
urbanas por bens e equipamentos coletivos, ou espaço para moradia 
urbana (nas associações de moradores e nas comunidades de base da 
igreja), nas lutas pela terra, na área rural.
Como podemos observar os paradigmas norte-americanos estavam 
baseados em emancipação e libertação de uma sociedade. Nos anos 70 e 80 
utilizavam a vertente marxista em que surge uma nova abordagem dos movimentos 
sociais.
 
No livro da autora Gohn, “Teoria dos Movimentos sociais” ela explica o 
que ocorreu com os movimentos sociais na América Latina. 
Na América Latina a controvérsia se deu quanto à opção pragmática, 
colocando de um lado estruturalista e de outro interacionista. Os 
primeiros postulavam ser necessário antes mapear as condições 
estruturais, causas, consequências e influências dos movimentos, 
a partir de uma análise que enfocasse as desigualdades sociais, 
discriminação, a repressão e a exploração, dando-se atenção também 
às ideologias, frustrações, queixas, reclamações e demandas, assim 
como às possibilidades de conscientização e organização dos grupos e 
movimentos sociais (GOHN, 2011, p. 16).
 Há polêmicas quanto à opção paradigmática, colocam-se de um 
lado os estruturalistas e de outro os interacionistas.
Estruturalistas: destacavam que se faz necessário mapear as condições 
estruturais, as consequências e as influências dos movimentos, diagnosticando as 
desigualdades sociais, as discriminações, repressões e a exploração, assim como as 
possibilidades de organização desses grupos.
Interacionistas: destacaram os conflitos políticos e as táticas de mobilização, 
as afinidades de poder, o papel das governanças. Destacava-se a habilidade dos 
movimentos de construir identidades políticas por meio de métodos e falas que 
possibilitavam o entendimento das ações políticas como inferências diretas nas 
estruturas econômicas.
TÓPICO 2 | A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
23
Na época, os movimentos sociais eram bastante ativos, e nem sempre as 
teorias acompanhavam de forma dinâmica. Com o avanço da globalização e a 
informatização da sociedade, os movimentos sociais tendem diferenciar-se e a se 
complicar com os avanços tecnológicos. Por isso, tenderam a apresentar muitos 
comentários paradigmáticos e homogêneos. 
Na metade do século XX, os movimentos latino-americanos carecem de 
atualizações diante das emergências das situações sociais, enquanto aos cenários 
políticos buscava-se uma nova compreensão acerca da nova configuração da 
sociedade civil organizada. Com a configuração desenvolvimentista surgem duas 
faces na realidade social da América Latina, conforme a abordagem de Gohn:
A maioria das teorias elaboradas pela CEPAL (Comissão Econômica 
para desenvolvimento da América Latina) estava fundada naquele 
paradigma dualista de interpretação da realidade social: uma face 
moderna e outra atrasada. A contribuição daqueles estudos para a 
compreensão da realidade latino-americana estava na ênfase que as 
atribuía a participação social dos indivíduos (vistos isoladamente), 
como parte do processo de integração social (GOHN, 2011, p. 212). 
Com a modernização os países latinos americanos se desenvolveram, o 
crescimento gerou problemas sociais, onde se divide em uma América moderna 
e uma atrasada.
De acordo com Sader (2003), quando se analisa e se estuda a história latino-
americana ao longo do século XX, identificam-se três períodos diferenciados. 
Através do quadro a seguir refletiremos sobre as suas características.
QUADRO 2: CARACTERÍSTICAS DOS PERÍODOS DA HISTÓRIA LATINO-AMERICANA
1º Característica
A característica do século XIX teve a predominância de um padrão de acumulação 
primário-exportador ao qual correspondiam regimes políticos oligárquicos, em 
que as distintas frações das elites econômicas disputavam entre si a apropriação 
do Estado.
2º Característica
Desenvolve-se após a crise de 1929, em que vários países, como México, Chile, 
Argentina e o Brasil desenvolveram políticas voltadas à industrialização, ainda 
que de forma atrasada e dependente.
3º Característica
É caracterizado pelo esgotamento do modelo econômico de substituição de 
importações em meados dos anos 1960 e 1970, com a consequente consolidação 
das grandes corporações internacionais nos espaços nacionais.
FONTE: A autora
Com essas características, os movimentos sociais na América Latina, se 
destacam com a luta histórica pela colonização europeia. A realidade de muitos 
americanos está marcada pela vivência em áreas urbanas em situação de pobreza 
e de exclusão social.
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
24
 Nessa situação também entram as questões culturais que se tornam 
relevantes na trajetória das teorias da modernização da marginalidade e da 
dependência na América Latina.
Contudo, os países latino-americanos passam por uma transformação 
econômica. Assim fala Gohn (2011, p. 213): 
A teoria sobre a modernização que proliferou nos anos 50 e 60 partia 
de modelos comparativos entre os processos históricos ocorridos nos 
países de industrialização avançada e a América Latina, para citar um 
dos exemplos. Ela levou as abordagens evolucionistas e etapistas, e a 
diagnósticos equivocados. “A questão da marginalidade social” foi 
tratada como um problema cultural a ser resolvido por intermédio de 
processo da educação formal ou o “bolo” econômicodesenvolvimentista 
crescesse.
Esta teoria da marginalidade estrutural abre caminhos para outros processos 
da realidade latino-americana e surge o crescimento econômico e o arrocho salarial 
dos trabalhadores, entre outros. Gohn (2011, p. 221) faz a reflexão:
A distribuição dos movimentos sociais em termos espaciais foi bastante 
diferenciada na América Latina, embora tenham ocorrido na totalidade 
de seus países. Nos países mais industrializados, os movimentos 
surgiram em princípio nos grandes centros, articulados a redes 
movimentalistas em que se destacam a Igreja, os sindicatos e alguns 
partidos de oposição ao regime político na época.
No entanto, na década de 90, surgem diferentes movimentos sociais na 
política latino-americana. Há alguns movimentos que se tornam expressivos e vão 
além das fronteiras dos países americanos, como por exemplo:
a) Movimentos rurais; movimentos dos trabalhadores rurais sem-terra; no Brasil.
b) Piqueteiros na Argentina.
c) Movimentos indígenas na Bolívia, Peru, Equador e México. 
Na década de 2000, as mobilizações se redefiniam, com as liberações 
dos regimes políticos e da economia. As contestações promovidas pelas classes 
populares continuam a marcar a vida política em vários países do continente 
americano. Mas as ações coletivas e os grupos sociais impuseram a sua presença 
na política. De acordo com Wiese e Santos (2011, p. 24):
A argentina talvez tenha sido o caso mais exemplar de uma política 
neoliberal, cujo colapso teve um efeito devastador, tanto origem à 
crise de 2001. A crise financeira provocada pela paridade peso/dólar 
deu origem ao corralito (retenção de dinheiro nos bancos, mediante 
o estabelecimento de um limite semanal de retirada) e provocou a 
explosão do desemprego e um empobrecimento generalizado. Essa 
conjuntura deu origem a movimentos distintos, cuja unidade pode ser 
encontrada no questionamento do neoliberalismo.
TÓPICO 2 | A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
25
A América Latina também sofre com a influência política neoliberal mesmo 
que de formas distintas e com intensidades variadas.
IMPORTANT
E
O neoliberalismo significa uma doutrina político-econômica que corresponde 
a uma experiência de adaptar aos princípios do liberalismo econômico as condições do 
capitalismo moderno. Segundo a escola liberal clássica, os neoliberais acreditam que a 
economia tem seu curso designado de uma forma natural e livre e o determinante desse 
discurso é o preço, o neoliberalismo se difere do liberalismo a partir do pensamento de que o 
mercado seja desenvolvido de forma espontânea, isso significa que para que o preço sirva para 
ser um mecanismo de regulação da economia é necessário que haja condições favoráveis para 
o bom funcionamento do mercado no qual é também de extrema importância a estabilidade 
financeira e monetária. 
FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/neoliberalismo-1.
htm>. Acesso em: 28 jan. 2016.
Os neoliberais possuem um sistema de ideias que defendem as pequenas 
empresas, confrontando os grandes monopólios. No fator social, o neoliberalismo 
resguarda a limitação da herança de grandes fortunas com a finalidade de oferecer 
condições de igualdade permitindo a concorrência. 
Os movimentos sociais têm ajudado muitas pessoas a se organizarem 
na defesa de interesses comuns, e com o passar do tempo, até os dias de hoje, 
esse processo tem tido um avanço, pois, fez com que as pessoas acreditassem em 
mudanças no seu próprio destino, e com isso ter um papel importante na história 
da humanidade.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• Os movimentos sociais latino-americanos aparecem numa conjuntura de 
colapso da soberania popular representativa, sujeitos à demonstração do limite, 
e da participação popular, isso decorrente de um sistema político de exclusão.
• Instituições políticas tradicionais, partidos e sindicatos, são marcados pela 
corrupção, e por métodos ultrapassados demonstrando sua incapacidade 
política. Questões enfrentadas: crise representativa, abandono à democracia 
punitiva e novas formas de participação.
• Os movimentos latino-americanos são fundamentados em visões neoliberais 
que em contrapartida se ampliam em serviços públicos para atendimento dos 
direitos econômicos, sociais, de maneira coletiva.
• Matérias-primas e produtos primários oferecidos pelos países da América ao 
mercado externo: Bolívia – estanho, Argentina – trigo e Colômbia e Brasil – café. 
O comércio livre é aberto pouco depois para entrada de indústrias britânicas. 
• Nesta época acontece a decorrência do absolutismo e a permanência do 
militarismo e o personalismo na política latino-americana. Mesmo com as 
transformações e a modernização houve as massas populares que ainda estavam 
em situação precária (miséria), pois o Estado estava sendo controlado pelo 
capital estrangeiro.
• A teologia da libertação surge e se desenvolve com o fortalecimento dos 
movimentos sociais latino-americanos, enfrentando os problemas da realidade 
social. Procura concretizar uma sociedade mais justa e igualitária, mais à 
frente pensava-se em uma nova visão do papel da igreja, bem como, do pensar 
teológico.
• Divulgações sobre a teologia da libertação. Aliança entre Igreja Católica e o 
Estado, classes dominantes enfrentadas não pela Igreja, mas pela comunidade 
(freiras, padres e leigos) através de pregações bíblicas.
• Os movimentos sociais colaboraram para a organização de interesses comuns, 
fazendo com que a sociedade tivesse esperança em mudanças no seu próprio 
destino e com isso ter um papel importante na história da humanidade. 
27
1 Complete as lacunas (palavras) e assinale a sequência CORRETA:
Os ________________ latino-americanos aparecem numa circunstância de 
esgotamento da ______________ representativa, sujeita à demonstração do limite, 
e da __________________, isso decorrente de um sistema _________________.
( ) movimentos sociais; política exclusão; soberania popular; participação 
popular.
( ) participação popular; movimentos sociais; soberania popular; política de 
exclusão.
( ) soberania popular; participação popular; movimentos sociais; política de 
exclusão.
( ) movimentos sociais; soberania popular; participação popular; política de 
exclusão.
2 De acordo com Sader (2003), quando se analisa e estuda a história latino-
americana ao longo do século XX, identificam-se três períodos diferenciados. 
Descreva as três características.
3 Há polêmicas quanto à opção paradigmática, colocam-se de um lado os 
estruturalistas e de outro os interacionistas. Explique os dois paradigmas.
AUTOATIVIDADE
28
29
TÓPICO 3
A IMPORTÂNCIA DOS 
MOVIMENTOS SOCIAIS BRASILEIROS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como apontamos no tópico anterior, os movimentos sociais vêm da 
organização de grupos na luta de direitos comuns. E ressaltamos os movimentos 
na América Latina. Agora vamos conhecer os movimentos sociais no Brasil, sua 
história e sua importância no desenvolvimento político do país. 
2 A HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
Nas décadas 1970 e parte de 1980, os movimentos sociais no Brasil têm sua 
história caracterizada pelas lutas contra os governos autoritários. Podemos salientar 
que essas lutas foram inspiradas em ideologias que agitavam os pensamentos e 
corações dessas organizações sociais. 
O Brasil neoliberalista iniciou nos anos 90. Nesta época, a luta era contra o 
desrespeito do governo com os trabalhadores. Não havia diálogo com o governo, 
pois, estava ao lado da elite brasileira e almejava o capitalismo, sem levar em conta 
o povo que vivia na opressão e na discriminação.
Para compreendermos os movimentos sociais no Brasil, o procedimento é 
entender e conhecer os principais momentos históricos vividos no país. Iniciamos 
com o ano de 1960 atéos dias de hoje.
A maioria dos movimentos sociais abordam ações que demonstram a 
insatisfação do povo. Desta maneira, o povo usa esse recurso para cobrar atitudes 
dos órgãos competentes e das autoridades responsáveis pelas mudanças do 
país. Os movimentos foram, de certa forma, de grande importância para uma 
nova democracia política, foi um grande instrumento para lutar contra governos 
autoritários. 
Além de manifestos para reivindicar os direitos humanos, e a liberdade 
de expressão, problemas que eram ignorados pelos políticos e tão aclamados pela 
população descontente com as condições em que viviam. A maioria das lutas e 
movimentos que ocorrem em prol da política, deixaram a história e se tornaram 
um grande marco para o Brasil. 
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
30
DICAS
Não há como detalhar toda a história do Brasil, por isso sugerimos que pesquise: 
Movimentos sociais no Brasil: do período colonial à república. Conheça as principais 
revoltas econômicas e sociais ao longo de cinco séculos de história. Disponível em: <http://
educacao.uol.com.br/infograficos/2013/06/18/conheca-os-movimentos-sociais-que-
marcaram-a-historia-do-brasil.htm#7> Acesso em: 2 fev. 2016.
Prezado acadêmico! Vejamos agora alguns aspectos relativos à 
Proclamação da República.
A monarquia sofria com a crise em seu governo, porque não apresentava 
mais o progresso. Era necessária a mudança para um governo que progredisse, e 
demonstrasse avanço no que se diz respeito à política, economia e sociedade.
Marechal Deodoro da Fonseca deu início a um novo sistema de governo, 
no dia 15 de novembro de 1889, quando o Brasil passou por um dos movimentos 
mais importantes da sua história, a Proclamação da República. Marechal Deodoro 
liderou o golpe militar, dando fim à monarquia. 
Apesar disso, após as mudanças surge um novo sistema de governo, sem 
grandes transformações, o Brasil ainda vivenciava a miséria, a desigualdade 
social, com isso, não demorou muito para começarem as revoltas populares e as 
revoluções sociais. 
Marechal Deodoro assumiu provisoriamente o cargo de Presidente da 
República, pois, a partir daí a escolha para presidente do país, seria feita através da 
escolha do povo, por meio das eleições. Para a democracia do Brasil foi um feito, 
que lhe trouxe grande avanço.
Agora, prezado acadêmico, vejamos sobre Canudos, Contestado e 
Cangaço. 
A má distribuição de terras, que é um problema, enfrenta-se até os dias 
hoje. Motivo que também levou a muitas rebeliões, que hoje estão marcadas na 
História do Brasil. 
Apesar de ocorridas em locais diferentes, a Revolta de Canudos (Bahia), 
a Guerra do Contestado (entre Paraná e Santa Catarina), protestavam contra os 
mesmos problemas, a exploração de mão de obra e a dificuldade de acesso a 
propriedades rurais. 
A Guerra do Contestado foi um conflito armado na região sul do Brasil, 
cerca de 20 mil camponeses enfrentaram forças militares dos poderes federais e 
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS BRASILEIROS
31
estaduais. Teve esse nome porque disputavam as terras entre os Estados de Santa 
Catarina e Paraná.
Os dois movimentos tiveram fins semelhantes, todos combatidos pelos 
federais. Com os "cangaceiros" não foi diferente, vistos como heróis, em alguns 
momentos, quando tiravam dos ricos para dar aos pobres, e como bandidos 
quando provocavam desordem, utilizavam de meios ilegais para assim combater 
a fome e miséria que se encontravam. 
 FIGURA 5: MORTE DO BANDO DE LAMPIÃO
FONTE: Disponível em: <http://educacao.globo.com/historia/assunto/primeira-
republica/movimentos-sociais-da-primeira-republica.html>. Acesso em: 28 jan. 2016.
O governo, porém, desejava sucesso nacional, e não admitia tais 
movimentos, por isso eram barrados e combatidos pelas tropas federais. 
 
Prezado acadêmico, você sabe o que foi a Revolta da Armada?
2.1 REVOLTA DA ARMADA
A revolta armada foi um dos movimentos de rebelião realizados para 
demonstrar a insatisfações com a república, recém-proclamada, tal movimento foi 
organizado por unidades da marinha brasileira contra o governo do presidente 
Floriano Peixoto. Que foi barrada pelo governo imediatamente.
32
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
FIGURA 6 - REVOLTA ARMADA
FONTE: Disponível em: <https://sites.google.com/site/7e5histfoto/revolta-
armada-de-juan-gutierrez>. Acesso em: 1 de mar. 2016.
Neste movimento o presidente da república em março de 1894, época que 
ficou amparado pelo exército e pelo Partido Republicano Paulista contava com uma 
frota de navios arranjada com extrema urgência no exterior, abafou o movimento.
2.2 REVOLTA DA CHIBATA
A revolta da chibata foi importante movimento social. Em 1910, começavam 
a ocorrer novas rebeliões por parte da marinha, desta vez contra punições físicas 
que sofriam dos superiores, as faltas eram punidas com 25 chibatadas. Muitos 
dos marinheiros que sofriam com as punições, eram negros, com isso houve mais 
revolta, muitos deles eram ex-escravos. 
 FIGURA 7 – REVOLTA DA CHIBATA
FONTE: Disponível em: <http://educacao.globo.com/historia/assunto/
primeira-republica/movimentos-sociais-da-primeira-republica.html>. Acesso 
em: 23 jan. 2016.
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS BRASILEIROS
33
Sobre os comandos do "Almirante Negro" conhecido como João 
Cândico, líder dos movimentos, os marinheiros revoltados entraram em 
confronto com militares sendo derrotados por eles, com um fim trágico e 
sangrento.
2.3 REVOLTA DA VACINA
E, prezado acadêmico, você sabe o que foi a Revolta da Vacina?
Ocorrida na cidade do Rio de Janeiro durante o governo do prefeito Pereira 
Passos, essa revolta foi pela imposição do poder público pela obrigatoriedade da 
vacina contra varíola. O protesto, além de ser contra tal medida, também era contra 
o real motivo do governo tomar a devida ação.
Pelo comando de Oswaldo Cruz, foi iniciada a campanha de obrigatoriedade 
da vacina. Grande parte da população era formada por pessoas leigas e 
desinformadas que desconheciam o verdadeiro benefício da vacina. 
Outros problemas eram combatidos como a recente reforma urbana da 
cidade do Rio de Janeiro, levando diversas famílias a ficarem desabrigadas.
 
A reação das pessoas ao receberem os agentes de saúde em suas casas, muitas 
vezes eram recebidos de forma violenta. Assim, depois dos problemas enfrentados, 
o governo decidiu suspender temporariamente a vacinação obrigatória.
 
O Estado de Bloqueio foi decretado na cidade, retirando assim direitos e 
garantias constitucionais. Houve mortes e conflitos durante rebeliões populares. 
Com a situação devidamente controlada, a vacinação foi iniciada novamente, 
erradicando a varíola da cidade. 
Agora, prezado acadêmico, vejamos o que foi o Tenentismo.
O movimento do Tenentismo foi formado por militares de patentes baixas, 
que eram contra o voto do cabresto e a favor do direito ao voto da mulher. O voto 
do cabresto foi um abuso de poder público, onde máquinas eram manipuladas a 
favor de determinados políticos. 
34
UNIDADE 1 | MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA HISTÓRIA
FIGURA 8 - TENENTISMO
FONTE: Disponível em: <https://dialogoshistoricos.wordpress.com/historia/
brasil-anos-60-e-70/>. Acesso em: 2 jan. 2016.
O movimento não acarretou resultados imediatos, mas deixou marcas em 
1920, mudando significativamente as estruturas políticas em 1930. 
Prezado acadêmico, você sabe o que foram os movimentos sociais no 
período da ditadura?
Vejamos:
João Goulart é deposto e a ditadura militar é iniciada. É contra a suposta 
ameaça comunista, que era iniciado qualquer tipo de movimento social contra a 
violência, tortura e violação dos direitos humanos e ausência de democracia.
 FIGURA 9 - DITADURA MILITAR
FONTE: Disponível

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