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Empreendedorismo _ Matéria completa

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EMPREENDEDORISMO 
CAPÍTULO 1 - O QUE É 
EMPREENDEDORISMO? 
Introdução 
Os empreendedores são admirados e às vezes invejados. São responsáveis pelo lançamento de produtos e 
serviços revolucionários, pela criação de empresas seculares e pela geração de empregos. Mas o que é 
empreendedorismo? O que é ser empreendedor? Podemos dizer que o empreendedorismo é o motor da 
economia e ao longo da história foi responsável por grandes mudanças. E o que o empreendedor tem de 
diferente das outras pessoas? Ele nasce pronto, sendo algo somente para predestinados ou qualquer um 
pode ser empreendedor? Como ele afeta a economia? 
Muitas pessoas têm medo de empreender. Será que realmente é difícil ser empreendedor? Quais são os 
fatores que influenciam o empreendedorismo? 
Ao longo deste capítulo, você vai conhecer uma breve história do empreendedorismo e entender a sua 
definição, analisar o impacto do empreendedor na economia e examinar os fatores que influenciam o 
empreendedorismo. 
 
1.1 Quem é o empreendedor? 
Imagine que você está participando de um evento - uma festa, um jantar ou um congresso – com a 
oportunidade de conhecer e conversar com pessoas diversas. E durante aquela conversa básica, que 
geralmente inclui a pergunta “o que você faz?”, o seu interlocutor responde: “Eu sou empreendedor.” 
Qual a primeira imagem que vêm na sua cabeça? Seria a de um empresário bem- sucedido, que começou o 
seu negócio do zero e hoje é dono de uma fortuna? Ou daqueles vendedores de pipoca que ficam na porta 
de escolas? Seria um funcionário dedicado de uma empresa ou de um gerente desta mesma empresa? Será 
que você imaginaria que ele é um funcionário público ou o voluntário de uma ONG? 
A maioria das pessoas associa a imagem do empreendedor com a do empresário, como sendo uma pessoa 
que cria novos negócios, mas a grande verdade é que qualquer uma das pessoas descritas no parágrafo 
anterior, desde o vendedor de pipoca, passando pelo funcionário de uma empresa e o servidor público, 
podem sim ser empreendedores. Sendo assim, vamos conhecer os pontos principais que definem um 
empreendedor. 
 
1.1.1 O papel do empreendedor 
Numa visão mais ampla, o empreendedor é a pessoa que identifica oportunidades, as explora e as 
desenvolve, seja na criação de um negócio, na construção de uma carreira como empregado ou até mesmo 
em outras áreas ou outros aspectos da vida (RAE, 2007). 
Outra imagem muita associada ao empreendedor é de que algumas pessoas nascem para serem 
empreendedores. Mas ao contrário do que se pensa, as habilidades, comportamentos e características do 
empreendedor podem ser aprendidas e desenvolvidas, por qualquer pessoa que assim desejar. 
 
O empreendedor tem um papel crucial no desenvolvimento da economia e da sociedade como um todo. 
Aqueles que abrem seu próprio negócio geram empregos e melhoram a distribuição de renda, já os 
empreendedores que são funcionários, são responsáveis por auxiliar as empresas ou o governo a atingirem 
seus objetivos. Os empreendedores fazem a história e mudam o mundo em redor deles com as suas ações, 
criam modelos de negócios novos e inovadores, como, por exemplo, o Google. 
Ao longo da história, os empreendedores sempre existiram e foram destaques na sociedade, acumulando 
grandes fortunas e atraindo a atenção das pessoas. Porém, recentemente, cada vez mais pessoas estão 
buscando a opção pelo empreendedorismo. E qual será o motivo dessa procura? Alguns fatores parecem 
estar diretamente relacionados com isso, como nos apontam Baron e Shane (2007): grande destaque na 
mídia de empreendedores de sucesso com uma imagem bastante positiva e atraente, fazendo com que 
estes empreendedores assumam um papel de herói (ou heroína) numa época que existem poucas figuras 
de destaque, ao contrário do que foi no passado; mudança no entendimento entre patrões e empregados 
com relação ao vínculo trabalhista. Antes, ser um funcionário que desempenhasse bem sua função garantia 
uma estabilidade empregatícia. Hoje com as crises econômicas e os cortes e reestruturações nas empresas, 
os empregados são menos fieis aos seus empregos e passam a questionar se não estariam melhores 
trabalhando por conta própria; a segurança de um emprego, com o salário garantido na conta, deixou de ser 
um valor importante, especialmente para os mais jovens. Muitos passam a preferir um estilo de vida mais 
independente em detrimento da segurança o emprego. 
Mesmo com a crise econômica iniciada em 2014, empreender é o desejo de muitos brasileiros. Em uma 
pesquisa recente sobre empreendedorismo no Brasil, 36% dos entrevistados são donos de seu próprio 
negócio ou realizaram alguma ação em vistas de ter seu próprio negócio no último ano. Ter um negócio está 
em quarto lugar entre os sonhos dos brasileiros, atrás de viajar pelo Brasil, ter uma casa própria ou um carro 
(GEM, 2017). 
 
Um conjunto de programas e ações estruturais tem colaborado para a difusão do espírito do 
empreendedorismo no Brasil. Esse processo tem início em 1994 com a estabilização econômica com o 
Plano Real, passando pelo lançamento do Programa Brasil Empreendedor em 1999, pela Lei Geral da Micro 
e Pequena Empresa de 2006 e a criação do Micro Empreendedor Individual (MEI) em 2008 (DORNELAS, 
2017). 
Destaca-se também a participação do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas) na promoção da educação empreendedora e na capacitação e orientação para os pequenos e 
microempresários por todo país. 
Mesmo com todo este suporte, a vida do empreendedor no Brasil não é fácil. Os principais fatores limitantes 
estão relacionados com a burocracia, a carga tributária e a infraestrutura. A mortalidade das empresas nos 
dois primeiros anos de vida é elevada, mas tem melhorado nos últimos anos. Esses aspectos resultam na 
observação que o medo de fracassar é o mais impactante para decidir empreender (GEM, 2016). 
Melhorar o cenário do empreendedorismo no Brasil depende de uma evolução das políticas públicas do 
governo, mas também de um melhor entendimento do processo de empreender, dos fatores de sucesso, 
dos tipos de empreendedorismo, entre outros. E o primeiro passo é compreender o que é 
empreendedorismo, como vamos ver a seguir. 
1.2 Conceituando Empreendedorismo 
TUDO SOB DEMANDA, NOS BASTIDORES 
Podemos considerar que o ato de empreender é tão antigo quanto a civilização, por ser um fruto do trabalho 
humano, seja na busca de oportunidades de crescimento ou como uma alternativa de sobrevivência. 
Contudo, a definição de empreendedorismo, e o seu entendimento, evoluiu e continua evoluindo ao longo 
do tempo (LAUREATE, 2013). Para Filion, (1999, p. 18), um dos principais estudiosos do tema 
empreendedorismo, “definir empreendedorismo é um desafio perpétuo, dada a ampla variedade de pontos 
de vista para estudar o fenômeno”. 
Por isso, para entender melhor o conceito de empreendedorismo, é necessário estudar a sua origem e 
evolução. 
1.2.1 Breve histórico do empreendedorismo 
O primeiro registro de uso do termo “empreendedor” é atribuído ao economista de origem franco-irlandesa 
Richard Cantillon, em 1755, que definiu como sendoum indivíduo que assume riscos. Esta definição 
diferenciava o empreendedor do capitalista, aquele que fornecia o capital (DORNELAS, 2017). 
Nesse período, meados do século XVIII, a Inglaterra estava iniciando o processo da Revolução Industrial 
que acabou se alastrando pela Europa, surgindo os primeiros empreendedores segundo este conceito: 
pessoas que pegavam os recursos emprestados com os capitalistas para produzir algo novo. Antes disso, os 
empreendedores era basicamente os comerciantes, principalmente, aqueles que se aventuravam pelos 
mares em busca de novas rotas de comércio, como Cristóvão Colombo (MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 
2016). 
Já em 1814, outro economista francês, Jean-Baptiste Say (1767-1832) utilizou a palavra empreendedor se 
referindo ao indivíduo que transfere recursos de um setor cuja produtividade é baixa para outro de 
produtividade maior, sendo muito importante para o funcionamento do sistema econômico. Nesse sentido, o 
empreendedor era o intermediário entre as classes produtoras e entre estas e os clientes (MARIANO; 
MAYER, 2011). No ano de 1871, o economista austríaco Carl 
 
Menger (1840 – 1921) agregou à definição de empreendedor a ideia de que seria aquele que se antecipa às 
necessidades futuras (MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 2016). 
No final do século XIX e início do século XX, com a produção em massa e a linha de montagem, o termo 
empreendedor passou a ser associado com imaginação e inovação. O empreendedor percebe as 
oportunidades relacionadas à inovação e aliado com sua capacidade de realização, desenvolve novos 
produtos e serviços que são oferecidos para a sociedade (MARIANO; MAYER, 2011). 
Saiba que esse período é marcado pelo surgimento de grandes empreendedores, que arriscaram tudo e 
conseguiram enriquecer e montar empresas que prosperam até os dias de hoje. O fundador da Ford Motor 
Company, Henry Ford (1863-1947), se destaca não só pelo sucesso da sua empresa, mas também por ser o 
expoente de uma nova produção em massa e da linha de montagem. Outro que se destacou mais por sua 
habilidade de inovação e criação de novos produtos foi Thomas Edison (1847–1931), fundador da Edison 
General Electric Company, que deu origem a General Electric Company (GE). Entre suas invenções se 
destacam: lâmpada elétrica incandescente, câmera cinematográfica, fonógrafo e bateria de (MARIANO; 
MAYER, 2011; MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 2016). 
 
O capitalismo no início do século XX é então impulsionado pela inovação e progresso tecnológico resultado 
do trabalho dos empreendedores. Os principais economistas nesse período voltam a discutir o conceito de 
empreendedorismo Com isso são identificadas três teorias dinâmicas do empreendedorismo (RAE, 
2007):​Kirzner (Escola Austríaca)​: O empreendedor reativo é um agente de ajuste 
na economia de mercado. ​Schumpeter (Escola Alemã)​: O empreendedor inovador é uma agente 
das mudanças econômicas. ​Leibenstein (Escola de Chicago)​: O empreendedor causa mudança 
incremental e gradual por meio da gestão da empresa. 
 
Schumpeter é um dos principais autores da definição moderna do empreendedorismo, descrevendo o 
empreendedor como um inovador e não alguém que busca somente o lucro, que está engajado na 
destruição criativa rompendo o fluxo circular da economia de mercado baseada na produção e consumo, 
que tende a um equilíbrio de preços, por meio da introdução de novos produtos e processos que substituem 
os produtos e empresas existentes que se tornam marginais ou não competitivas. Para ele, o empreendedor 
é um líder que possui qualidades como intelecto, determinação, iniciativa, visão de futuro e, especialmente, 
intuição. Aqui vale destacar intuição como sendo a capacidade de ver coisas numa forma que depois de um 
tempo se provam verdadeiras, aprendendo no seu mundo natural e social de maneira que suas ações 
podem ser calculadas de forma simples e confiável (RAE, 2007; CHIAVENATO, 2012). Para Kirzner, o 
empreendedor é como um oportunista alerta, que está sempre atento a oportunidades de lucro no curto 
prazo que ocorrem devido a um desequilíbrio no mercado, onde as habilidades de velocidade do movimento 
e de tomada de decisão astuta são essenciais. A atividade do empreendedor envolve ações criativas de 
aprendizagem de descoberta e que o empreendedor supera outros no mercado, pois possui uma habilidade 
superior para perceber e agir nas oportunidades (RAE, 2007). 
Já Druker considera que a introdução e aplicação da inovação é um aspecto vital do empreendedorismo. 
Segundo ele, o empreendedorismo está diretamente relacionado a assumir riscos, e o comportamento do 
empreendedor é de geralmente abrir mão de sua carreira e segurança em nome de uma ideia, investindo 
tempo e dinheiro em um futuro incerto (CHIAVENATO, 2012). 
Na segunda metade do século XX, começaram os primeiros estudos apontando que poderia existir o 
empreendedorismo dentro de uma organização, que foi denominado de intraempreendedorismo. Este 
conceito passou a ter grande destaque principalmente devido ao papel que as atividades desenvolvidas nas 
organizações têm na sociedade. Percebeu-se que o empreendedor coorporativo tem características e 
habilidades similares ao empreendedor que cria um negócio (MARIANO; MAYER, 2011). 
A partir da década de 1980, o estudo do empreendedorismo expandiu e espalhou para outras disciplinas, 
principalmente, na busca de outras formas de abordagem que incorporassem as rápidas mudanças 
tecnológicas à sua dinâmica. Tal interesse resultou numa série de instituições de ensino oferecendo cursos 
sobre o assunto (FILION, 1999). 
 
Leite (2008) considera os anos 80 como a década do empreendedorismo, com a percepção pela sociedade 
da importância do empreendedor para o desenvolvimento das nações. 
Com os avanços no campo da tecnologia da informação, a partir da década de 1990, aumentaram as 
possibilidades de criação de novos produtos e serviços, fazendo surgir uma grande quantidade de empresas 
de sucesso. Surge então um novo perfil de empreendedor, em que se destacam Bill Gates (1955-) fundador 
da Microso e Steve Jobs (1955-2011) da Apple, e mais recentemente Larry Page e Sergey Brin (ambos 
1973-) do Google e Mark Zuckerberg (1983-) do Facebook (MARIANO; MAYER, 2011). 
 
Outro fenômeno ainda mais recente é a criação das ​startups​, pequenas empresas de tecnologia que buscam 
desenvolver produtos e serviços escaláveis, que tem atraindo ainda mais pessoas para o 
empreendedorismo (MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 2016). 
Filion (1999) considera o empreendedorismo como um passo em direção à conquista da liberdade. Se antes 
era expresso na criação (ou no intraempreendedorismo) de grandes corporações, hoje se observa a força 
empreendedora nos pequenos negócios. Com isso, a partir da década de 90, um número cada vez maior de 
pessoas tem escolhido o autoemprego. 
As discussões sobre o empreendedorismo e sua definição seguem nos dias de hoje, e Chiavenato (2012) 
procura resumir as contribuições dos diversos autores da área sobre o tema, como você pode observar na 
figura abaixo. 
Na busca de uma definição final para o empreendedorismo, RAE (2007) considera que os conceitostradicionais de empreendedor incluem: uma pessoa que cria organizações e uma pessoa que conhece e age 
para explorar uma oportunidade, porém não incluem a criatividade, as mudanças e as incertezas envolvidas 
na atividade do empreendedor. As teorias processuais ou dinâmicas assumem que a incerteza existe e dão 
ao empreendedor a chance de criar e explorar as oportunidades de inovação e lucro. 
A concepção dinâmica do papel do empreendedor é de um agente que cria, reconhece e age nas 
oportunidades. Isso inclui o uso da inovação para fazer coisas novas, operar com flexibilidade e se adaptar a 
um contexto mais amplo, trabalhar em condições de risco e incerteza, realizar mudanças e ganhar a 
recompensa a partir dos lucros. Se o empreendedorismo é visto como um processo, ele consiste de uma 
pessoa, da busca por oportunidades de mercado, comportamento inovador e da junção dos recursos 
necessários para explorar essas oportunidades (RAE, 2007). 
Filion (1999) constrói uma definição completa do que é o empreendedor a partir da contribuição dos mais 
diversos autores das diferentes épocas, chegando ao seguinte resultado: 
o Empreendedor é uma pessoa criativa marcada pela capacidade de estabelecer e atingir 
objetivos que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-se para 
detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor continua a aprender a respeito de 
possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que 
objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor (FILION, 1999, 
p. 19). 
Dolabela (2006, p. 29), reconhecido como um dos principais professores brasileiros de empreendedorismo, 
apresenta uma definição bem mais simples: “o empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu 
sonho em realidade”. 
Agora que você já sabe a história do empreendedorismo e sua definição, vamos dar uma olhada no histórico 
do empreendedorismo no Brasil. 
1.2.2 Breve histórico do empreendedorismo no Brasil 
 
Inicialmente, o empreendedorismo no Brasil no período colonial era baseado na agricultura e no 
extrativismo. Caldeira (2009) demonstra que durante os três primeiros séculos do Brasil colônia havia um 
forte mercado interno, independente de Portugal, bastante dinâmico e em crescimento. 
Provavelmente o primeiro grande empreendedor brasileiro seja Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), 
mais conhecido com Barão de Mauá. Após observar o impacto da Revolução Industrial na Inglaterra, ele 
retornou ao Brasil decidido a investir na industrialização do país. Barão de Mauá investiu em negócios 
diversos, tendo construído a primeira ferrovia brasileira, a primeira fundição de ferro e o primeiro estaleiro, 
além de ter sido banqueiro. Em seu auge, teve sob seu controle 8 das 10 maiores empresas brasileiras na 
época (LOH, 2016). 
No final do século XIX, tem início o período industrial, que abre espaço para muitos empreendedores, 
imigrantes ou nacionais, que têm a oportunidade de atingir um novo status na sociedade. O 
empreendedorismo brasileiro é marcado pela criação e crescimento de empresas originadas em grupos 
familiares, como a família Matarazzo, das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (MANDUCA; CANDIDO; 
PATRÍCIO, 2016). 
Outros grupos familiares se destacaram ao longo dos anos, como é o caso da Família Klabin-Lafer, na 
indústria de papel, de José Ermírio de Moraes (1900-1973), criador do grupo Votorantim, e de Roberto P. 
Marinho (1904-2003), das Organizações Globo (MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 2016). Um dos 
brasileiros que se destacaram por seu espírito empreendedor é o apresentador Silvio Santos (1930-), dono 
do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que começou como 
ambulante. O Grupo Silvio Santos é formado por mais de 30 empresas, nos mais diversos ramos, e seu 
fundador segue empreendendo, e com mais de 70 anos de idade, entrou recentemente para o mercado de 
cosméticos com a empresa Jequiti. (MANDUCA; CANDIDO; PATRÍCIO, 2016). 
O homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann (1939), juntamente com seus sócios, Carlos Alberto 
Sicupira (1948-) e Marcel Herrmann Telles (1950-), talvez sejam hoje os empreendedores brasileiros de 
maior sucesso internacional. São os donos da maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev, além do 
Burger King, da Kra Heinz (conhecida por seu ketchup), das Lojas Americanas e da B2W do ramo de 
e-commerce (GRADILONE, 2017). 
Mesmo com esse histórico de empreendedores brasileiros de sucesso, Dornelas (2017) afirma que somente 
na década de 1990 o movimento do empreendedorismo começou a ganhar forma, com o lançamento do 
Empretec pelo SEBRAE e a criação da Sociedade Brasileira para Exportação de So ware (So ex). 
Fernandes (2013) pontua que o ensino do empreendedorismo no Brasil começou apenas em 1981, num 
curso de especialização da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da FGV, e que 
em 1989 foi lançado o primeiro livro no Brasil em língua portuguesa sobre empreendedorismo. 
O SEBRAE teve origem em 1972, sobre a alcunha de CEBRAE (Centro Brasileiro de Apoio Gerencial às 
Pequenas e Médias Empresas), tendo passado por uma reformulação em 1990, quando recebeu a 
denominação atual, se transformando num serviço social autônomo e passou a fazer parte do chamado 
sistema S, juntamente com SENAC, SESI e SENAI (MELO, 2008). 
A missão do SEBRAE é “(...) promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e 
pequenas empresas (MPE) e fomentar o empreendedorismo no Brasil” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 81). 
Este é um dos órgãos do governo mais conhecido do empreendedor brasileiro, que encontra o apoio para 
iniciar sua empresa, além de consultorias e treinamentos para desenvolvimento do empreendedor e da 
empresa, nos mais diversos aspectos de gestão da empresa, como o controle financeiro, marketing, gestão 
de pessoas, vendas, entre outros (DORNELAS, 2017). 
A So ex foi criada para apoiar o desenvolvimento das empresas de so ware do país com foco no mercado 
externo, com ações de capacitação para o empresário de informática em gestão e tecnologia. Para Dornelas 
(2017), a história da So ex e 
 
do empreendedorismo no Brasil na década de 1990 seguem juntas. Foram os programas que esta 
instituição desenvolveu junto a incubadoras de empresas e universidades em todo país que despertou o 
interesse pelo tema empreendedorismo. A empresa foi reformulada, mas continua apoiando o 
empreendedorismo relacionado à tecnologia de informação e às ​startups​. 
O Empretec, um acrônimo de empreendedores e tecnologia, é o principal treinamento de empreendedorismo 
do SEBRAE e foi lançado em 1993. É uma metodologia de ensino de empreendedorismo da ONU 
(Organização das Nações Unidas), sendo promovido em cerca de 40 países. O treinamento tem como foco 
a capacitação na identificação de novas oportunidades de negócio e no desenvolvimento das características 
comportamentais do empreendedor, utilizando uma metodologia vivencial (MELO, 2008; MARIANO; 
MEYER, 2011). Percebe-se que apesar do desenvolvimento tardio de programas de educação 
empreendedora no país, hoje o Brasil tem o potencial para desenvolver o ensino de empreendedorismo,num tamanho e abrangência comparável apenas aos Estados Unidos (DORNELAS, 2017). 
Nesse breve histórico de alguns importantes empreendedores brasileiros é possível perceber a importância 
do empreendedor para o crescimento do país. A seguir, vamos examinar a relação entre o desenvolvimento 
econômico e o empreendedorismo. 
1.3 Perspectiva econômica 
Baron e Shane (2007) são categóricos ao afirmarem que o empreendedorismo é um motor para o 
desenvolvimento econômico. Eles se baseiam em uma série de dados estatísticos dos Estados Unidos, que 
mostram o impacto do empreendedorismo nas economias da sociedade, como por exemplo: 
elevado corte de vagas de emprego nas grandes corporações americanas e, mesmo assim, queda 
na taxa de desemprego; a cada ano mais de 600 mil empresas são abertas e este número duplicou 
nos últimos 20 anos; uma em cada oito pessoas trabalham por conta própria nos EUA; crescimento 
no número de cursos de empreendedorismo no país. 
Dolabela (2006) concorda que o empreendedor é o motor da economia, com sua percepção de novas 
oportunidades e sua característica de agente de mudança contribui para o desenvolvimento econômico e 
para a inovação. 
Esse fato já era percebido desde os tempos de Schumpeter, que em seu livro “Teoria do Desenvolvimento 
Econômico”, de 1911, argumentou a força motriz do crescimento econômico como sendo o empreendedor, 
que introduz inovações no mercado que tornam os produtos e tecnologias existentes obsoletos, 
característica do processo de destruição criativa (BARROS; PEREIRA, 2008). 
Essa percepção quanto à importância do empreendedorismo não encontra eco na Teoria Econômica 
Neoclássica, que considera a acumulação do capital físico (equipamentos, máquinas etc) e humano, 
progresso tecnológico e expansão de mercados como sendo os principais determinantes do crescimento 
econômico (BARROS; PEREIRA, 2008). 
Fontanele (2010) considera que essa ausência do empreendedor do paradigma neoclássico se deve às 
dificuldades teóricas, o que resulta em lacunas no entendimento dos mecanismos básicos de funcionamento 
da economia. 
Voltando a Barros e Pereira (2008), os autores apresentam outra teoria que procura explicar o papel do 
empreendedor no crescimento econômico, a Teoria do Empreendedorismo pelo Transbordamento do 
Conhecimento. Ela pressupõe que quando uma nova ideia ou novo conhecimento, criados nos centros de 
pesquisa e 
 
desenvolvimento (P&D) de grandes empresas ou de universidades, não são aproveitadas pela instituição 
que a criou, elas podem resultar em oportunidades para o empreendedor. 
A partir dessa teoria, uma pesquisa empírica conduzida na Alemanha procurou testar uma hipótese de 
crescimento econômico: uma maior atividade empreendedora deve gerar níveis mais altos de crescimento 
econômico, já que o empreendedorismo é este mecanismo de transbordamento e comercialização de 
conhecimento. O resultado confirmou a hipótese, pois nas regiões onde havia mais empreendedorismo tanto 
o Produto Interno Bruto (PIB) quanto a sua variação eram maiores. O empreendedorismo é, portanto, um 
elemento importante para explicar o desempenho econômico regional (BARROS; PEREIRA, 2008). Sendo 
assim, vamos avançar nosso estudo e conhecer as consequências do empreendedorismo sob o ponto de 
vista da economia. 
1.3.1 Impactos e resultados do empreendedorismo 
As transformações ocorridas com o lançamento de novos produtos no mercado, com as mudanças 
tecnológicas e nos processos produtivos são formas que avaliar a contribuição do empreendedor para o 
crescimento econômico. As iniciativas empreendedoras têm como impactos o aumento da eficiência, que 
resulta num aumento na concorrência, além de alterações no comportamento do consumidor. A descoberta 
de novos produtos é potencializada e acelerada por uma cultura empreendedora, sendo que sua 
disseminação tem um importante papel no processo de aprendizagem (FONTENELE, 2010). 
Quanto mais ocorrem entradas de novos competidores, mais inovação é gerada e há aumento da 
produtividade, resultados da inovação em si e também das ações das empresas para impedir a entrada de 
novos concorrentes. Barros e Pereira (2008) apresentam o estudo de Aghion e Howitt que conclui que este 
efeito de entrada de novos concorrentes é mais positivo e significativo em países mais desenvolvidos em 
termos de tecnologia. Pode-se entender que os novos negócios são introduzidos nos mercados pelos 
empreendedores a partir de uma inovação, seja ela um novo produto ou serviço, uma nova qualidade de 
produto ou serviço, uma nova forma de produção, a abertura de um mercado novo, uma fonte nova de 
matéria-prima ou uma nova forma de organização. A criação de um novo negócio, com ou sem inovação, 
aumenta a concorrência e tem o potencial de provocar a saída de empresas do mercado, ou uma reação 
das empresas estabelecidas seja com outra inovação ou por fusões e aquisições (BARROS; PEREIRA, 
2008). Esse 
 
processo tem como resultado uma nova estrutura de mercado mais eficiente e com maior dinamismo 
econômico. Isso se traduz nos indicadores de valor adicionado, como o PIB e de níveis de emprego. Veja na 
figura a seguir a relação entre o empreendedorismo e o desempenho econômico. 
Fica claro que a capacidade empreendedora de uma nação tem relação com o seu desenvolvimento 
econômico e por isso, nada mais natural que haja um grande interesse em se medir o quão empreendedor é 
um país. Nesse sentido, foi criada em 1999 o projeto ​Global Entrepreneurship Monitor ​(GEM), ou Pesquisa 
Global sobre Empreendedorismo (MARIANO; MAYER, 2011). 
Na pesquisa realizada em 2016, participaram 65 países, dos cinco continentes, o que representa 70% da 
população mundial e 83% do PIB. O Brasil participa do desde o ano 2000, sendo a pesquisa realizada pelo 
Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) em parceria com o SEBRAE. . 
Conduzida por meio de uma amostragem estatística da população, a pesquisa tem como objetivo: “identificar 
as atitudes da população em relação à atividade empreendedora, as taxas de empreendedorismo, as 
motivações e as características dos empreendedores e de seus empreendimentos, além das condições para 
empreender” (GEM, 2017, p. 17). 
Nesse ponto, é importante conhecer a definição de empreendedorismo adotado pelo GEM, como sendo: 
qualquer tentativa de criação e desenvolvimento de novos negócios ou criação de novas 
empresas, como o trabalho por conta própria, uma nova organização empresarial, ou a 
expansão de uma empresa já existente, por um indivíduo, uma equipe de pessoas, ou um 
negócio estabelecido” (GEM, 2017, p. 17). 
Observe que a definição adotada, apesar de bastante ampla, não vincula o empreendedorismo à inovação, 
algo que foi bastante destacado ao longo deste capítulo, sendo o simples fato de se criar um 
empreendimento ser suficiente para 
 
caracterizar o empreendedorismo. Além disso, como inclui a expansão de uma empresa já existente, esta 
definição também engloba o intraempreendedorismo. 
Com o estudo anual do GEM ficou claro que a criação de empresas por si só não resulta num maior 
desenvolvimento econômico, pois isso só ocorre se os novos negócios foquem em oportunidades demercado. Por conta disso, faz-se necessário duas novas classificações de empreendedorismo trazidas por 
Dornelas (2017):​Empreendedorismo de Oportunidade: ​a empresa é criada com um 
planejamento prévio, em que o empreendedor tem claro aonde quer chegar, visando sempre à 
geração de lucros, empregos e riqueza. ​Empreendedorismo de Necessidade: ​os negócios são 
geralmente criados informalmente, por falta de opção do empreendedor por estar desempregado e 
não encontrar trabalho. 
O empreendedorismo de oportunidade está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e é 
muito mais presente em países desenvolvidos. Já o de necessidade, normalmente fracassa e agrava os 
índices de mortalidade de negócios, sem gerar desenvolvimento econômico, sendo mais comum em países 
em desenvolvimento (DORNELAS, 2017). 
 
CASo 
Com o objetivo de se verificar se o empreendedorismo realmente afeta 
positivamente o desenvolvimento econômico de uma região, foi desenvolvida 
uma pesquisa em Minas Gerais, que procurava investigar a relação entre a taxa 
de desemprego e o empreendedorismo em cada região do estado. Para cada 
um dos 853 municípios do estado foram avaliados: 
- ​Taxa de Desemprego (TDE)​: a proporção de desocupados em relação à 
população economicamente ativa, com base no censo demográfico do IBGE. 
- ​Taxa de Empreendedorismo (TE)​: a proporção dos trabalhadores por conta 
própria em relação à população economicamente ativa, utilizando a mesma 
base de dados. 
O resultado mostrou que nos municípios com maior taxa de 
empreendedorismo, a taxa de desemprego era menor. Porém um TE maior não 
resulta em um aumento no PIB, indicador de melhor desempenho econômico. 
Provavelmente, a maior quantidade de pessoas trabalhando por conta própria 
deve ser em atividades alternativas ao desemprego, com baixa produtividade e 
renda, o que realmente não se reflete em crescimento econômico. Esse 
resultado mostra a importância de políticas públicas que favoreçam o 
empreendedorismo que gere emprego e renda, e não aquele que existe como 
alternativa ao desemprego. Tais políticas terão impactos positivos tanto sociais 
quanto econômicas (BARROS; PEREIRA, 2008). 
Em 2016, o empreendedorismo de oportunidade foi de 57% (por necessidade 43%) do total de negócios na 
fase de empreendedorismo inicial, um dos menores índices entre os países pesquisados. Chama a atenção 
o fato que em 2014 a taxa de empreendedorismo por oportunidade chegou a um ápice histórico de 71%. A 
queda nos últimos anos deve-se à crise econômica no país (GEM, 2017). Esse resultado corrobora o de 
outras pesquisas que indicam que em países ricos a atividade empreendedora é associada a uma maior 
taxa de crescimento econômico, e em países pobres, ou em desenvolvimento, incluso na lista o Brasil, esta 
relação é inversa. Ou seja, o empreendedor por necessidade tem pouca contribuição sobre o dinamismo da 
economia local (BARROS; PEREIRA, 2008).. 
Para alterar esse quadro e tornar o empreendedorismo uma mola propulsora do desenvolvimento econômico 
no Brasil é importante entender os fatores que influenciam o desenvolvimento do empreendedor, como 
vamos abordar a seguir. 
1.4 Fatores positivos e negativos para o desenvolvimento do empreendedor 
O relatório GEM, além de medir a atividade empreendedora, auxilia na identificação dos fatores 
responsáveis pelas diferenças no nível de empreendedorismo entres os países, o que pode facilitar a 
identificação das políticas públicas que podem ser eficazes para o desenvolvimento de novos negócios 
(DORNELAS, 2017). 
O empreendedorismo é um fenômeno complexo condicionado a fatores culturais, mas que também é 
influenciado por questões políticas e econômicas, sendo resultado dos hábitos, práticas e valores das 
pessoas. Em países desenvolvidos, com economia estável, os empreendedores agem de forma diferente 
daqueles num país pobres e com população carente. O fato é que o empreendedor é influenciado 
diretamente pelo meio onde vive, sendo um fenômeno cultural (DOLABELA, 2006). 
 
A pesquisa do GEM avalia o contexto social, cultural e político para tentar explica as diferenças na taxa de 
empreendedorismo entre os países, com o seguinte modelo (GEM, 2017): 
Requisitos Básicos​: Instituições; Infraestrutura; Estabilidade macroeconômica; e Saúde e 
educação fundamental; ​Catalisadores de Eficiência​: Educação superior e capacitação; Mercado 
de bens de serviço; Mercado de trabalho; Mercado financeiro; Prontidão tecnológica; e Tamanho 
do mercado; ​Inovação e Empreendedorismo​: Apoio financeiro; Políticas governamentais; 
Programas governamentais; Educação e capacitação; Infraestrutura comercial e profissional; 
Acesso ao mercado; Acesso à infraestrutura física; e Normas culturais e sociais. 
Assim, é preciso ter condições favoráveis para empreender, seja em relação ao âmbito pessoal, seja a partir 
das políticas públicas de incentivo. Assim, vamos abordar essas condições no item a seguir. 
1.4.1 Condições para empreender 
Para Fontenele (2010), a criação de empresas nos diferentes países é influenciada pelo apoio do governo 
ao empreendedorismo, por incentivos de leis e instituições, pela disponibilidade de facilidades para gestação 
de novas empresas, infraestrutura e cursos de formação e pelo apoio ao crescimento e sobrevivência das 
startups. 
 
A educação para o empreendedorismo é fundamental para o desenvolvimento de uma cultura 
empreendedora, sendo que muitos lugares, como no Reino Unido, falharam em criar tal cultura, apesar do 
forte discurso político destacando a importância do empreendedorismo. As políticas geralmente estão 
relacionadas com incentivo financeiro de curto prazo, que é relativamente fácil de ser feito, ao invés de 
estarem relacionadas com mudanças culturais de longo prazo, que são mais difíceis. Tais políticas não são 
desenvolvidas a partir do diálogo com os empreendedores, e apesar das mensagens encorajadoras do 
governo, os empreendedores encontram dificuldades práticas para acessar os recursos, o apoio e as 
oportunidades necessárias para começar e administrar seus negócios (RAE, 2007). 
Ainda segundo RAE (2007), há quatro fatores que devem ser considerados com relação ao papel do 
empreendimento na sociedade: 
1) Os objetivos políticos devem ser claramente entendidos no contexto nacional, para cada objetivo (reduzir 
a pobreza, criar empregos, reduzir as atividades estatais, por exemplo) são necessárias estratégias e 
diretrizes em ambientes diferentes. 
2) A natureza do empreendimento e do empreendedorismo deve ser considerada, como o modelo 
americano de “livre” economia de mercado; subsídios agrícolas; economia comunitária; negócios familiares 
etc. 
3) Quão inclusiva ou exclusiva será a abordagem, como o incentivo à formalidade. Para muitos países, a 
economia informal é substancial e importante. Problemas relacionados ao racismo ou preconceitos. 
4) Qual o papel do governo em criar e implementar políticas para empreender. A maioria dos governantes e 
ministros não possui experiência de empreendedorismo. Muitos argumentam que a melhor contribuição que 
o governo pode dar para a criação de uma cultura de empreendedorismo é não interferir. 
A mentalidade empreendedora é um dos fatores que influenciam o surgimento de uma cultura 
empreendedora e a criação de novosnegócios. Esse conceito está associado à avaliação da pessoa quanto 
ao ambiente em que está inserida e as 
condições que influenciam sua decisão de empreender, com os seguintes resultados (GEM, 2017): 
Convivência com empreendedores​: está relacionado com conhecer pessoalmente alguém que 
começou um negócio nos últimos 2 anos, como é o caso de 41,3% da população brasileira. Sendo o 
segundo maior índice entre os BRICS (conjunto de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China 
e África do Sul); ​Oportunidades de novos negócios​: o Brasil é um dos países que mais acredita 
na existência de boas oportunidades de negócio em curto prazo; ​Conhecimento, habilidade e 
experiência para gerenciar um novo negócio​: Brasil e Estados Unidos são os países cuja 
população se sente mais preparada para empreender; ​Medo de fracassar​: não é um impeditivo 
para abrir um novo negócio, como afirmam 57,6% da população do Brasil; 
Com relação às condições para empreender no Brasil, relacionados aos aspectos econômicos, sociais, 
culturais e institucionais, a pesquisa GEM de 2016 identifica como os cinco principais fatores favoráveis e 
limitantes ao empreendedorismo, conforme mostra a a figura a seguir. Chama atenção a presença dos 
programas governamentais tanto como fator favorável quanto como fator limitante, porém o percentual de 
entrevistados que considerou como limitante (77%) é amplamente superior aos que considera favorável 
(25%) (GEM, 2017). 
Outro aspecto curioso, é que a corrupção é considerada um fator limitante para apenas 2% dos 
entrevistados mesmo no atual cenário brasileiro, em que os escândalos de corrupção fazem parte do 
noticiário diário. 
A importância das políticas públicas de apoio ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas são 
reforçadas pelas pesquisas sobre o empreendedorismo no Brasil. Mostram também que é necessário reduzir 
a carga tributária e a taxa de juros, e também melhorar o ambiente de negócios e reduzir da burocracia. Tais 
ações podem ter impactos sociais significantes ainda mais numa economia de elevada taxa de desemprego. 
Iniciativas como a criação de incubadoras de empresas e o estimulo às cooperativas são favoráveis à 
criação de oportunidades de trabalho (BARROS; PEREIRA, 2008). 
 
Na opinião de Dornelas (2017), ainda faltam políticas públicas duradouras para consolidação do 
empreendedorismo no país, mesmo com os avanços recentes nas políticas do Governo Federal de apoio ao 
empreendedorismo. 
Espera-se que o governo atue de forma efetiva para melhorar o ambiente para o empreendedorismo no país 
e que cada vez mais pessoas estejam dispostas a empreender com foco em oportunidades (e não por 
necessidade) para que o Brasil tenha um maior desenvolvimento econômico e social. 
 
 
 
CAPÍTULO 2 - QUAIS OS MOTIVOS QUE NOS 
LEVAM A EMPREENDER? 
 
Introdução 
Neste capítulo, vamos estudar o fenômeno do empreendedorismo abordando tópicos como o 
empreendedorismo no Brasil, em que você irá conhecer a motivação para empreender em nosso país; as 
perspectivas comportamentais, item para compreender as necessidades pessoais para empreender; as 
características do empreendedor que possibilitam descrever o perfil do empreendedor; e, por fim, a 
importância de uma rede de relacionamentos no processo empreendedor. 
Para começar o estudo, você precisa criar uma consciência crítica e reflexiva respondendo a perguntas 
como: O que há de diferente entre empreender no Brasil e no mundo? Como as necessidades humanas 
podem influenciar na ação de empreender? Como posso me reconhecer como um empreendedor? Por que 
um empreendedor deve desenvolver uma rede de relacionamentos? Estas reflexões irão facilitar sua 
compreensão dos tópicos deste capítulo e posteriormente desenvolver respostas ao questionamento 
proposto – qual o motivo que nos leva a empreender? Portanto, tenha em mente que você está prestes a 
construir um conhecimento científico e para tal ele precisa ser racional, objetivo, factual e verificável. 
Acompanhe a leitura e bons estudos! 
2.1 Empreendedorismo no Brasil 
Neste tópico, você irá conhecer como se desenvolve o empreendedorismo no Brasil e no mundo, as 
diferenças e características entre um modelo e outro. Desde o início da história da humanidade, o 
desenvolvimento da sociedade e da vida humana vem sendo acompanhada por ações empreendedoras 
desenvolvidas por obras resultantes das necessidades sentidas e observadas por homens contemporâneos 
às suas idades e eras. 
Já na pré-história, período onde as habilidades mais elementares foram desenvolvidas, encontramos o 
desenvolvimento de instrumentos para caça, pesca e coleta de alimentos, bem como estratégias para a 
organização social dos grupos de pessoas. 
Embora não sendo utilizado o termo empreendedorismo, foi justamente essa capacidade de visão, criação e 
inovação que levou o homem a desenvolver e encontrar soluções para as necessidades surgidas ao longo 
das épocas. 
Empreendedorismo tem despertado o interesse econômico e social de vários países e tem se mostrado um 
motor propulsor de desenvolvimento devido a suas características inovadoras e arrojadas predispondo ao 
crescimento econômico e social destes. A figura do empreendedor torna- se necessária aos desafios 
apresentados pela abertura dos mercados mundiais às inovações tecnológicas em constante mutação e 
ainda a velocidade das mudanças. 
O conceito de empreendedorismo passa, desde o século XII, por vários significados designando desde 
características de personalidade até características econômico-ambientais, conforme apresenta Schmitz 
(2009). Adotado no modelo ​Global Entrepreneur Monitor ​- GEM tem um significado econômico bastante 
acentuado, apresentando toda e qualquer atividade com características econômicas e esforço autônomo para 
a criação de uma base de recursos (GEM, 2017). Assim, o conceito de empreendedorismo é definido como: 
Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento como, por 
exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento 
existente. em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um indivíduo, grupos de 
indivíduos ou empresas já estabelecidas (GEM, 2017, p. 17). 
Segundo o GEM (2017, p. 18), uma classificação para diferenciar a forma de empreendedorismo entre os 
países do mundo, acontece por características como: 
 
a) Países onde o empreendedorismo é impulsionado por forte dependência dos fatores 
trabalho e recursos naturais; 
b) Países onde o empreendedorismo é impulsionado pelo avanço da industrialização e 
organizações intensivas em capital; 
c) Países onde o empreendedorismo é impulsionado pela inovação em que os 
empreendimentos são intensivos em conhecimento e também pela expansão e modernização 
do setor de serviços. 
Ao analisar os fatores podemos corroborar com a afirmação que poderíamos classificar da seguinte forma: 
países subdesenvolvidos, países em desenvolvimento e países desenvolvidos. E como fica o caso brasileiro? 
Quais seriam as características que diferenciam o empreendedor brasileiro de outros empreendedores no 
cenário mundial? Vamos à resposta no tópico a seguir. 
2.1.1 Características do empreendedor brasileiro 
Com base na classificação do GEM, o Brasil encontra-se entre os países em desenvolvimento, sendo assimo empreendedorismo é impulsionado pelo avanço da industrialização e organizações intensivas em capital, 
ou seja, organizações que correm muito mais riscos, uma vez que necessitam de maior investimento de 
instituições financeiras. Com isso depreende-se que o empreendedor brasileiro é aquele que empreende por 
necessidade. 
Dornelas (2012, p.11) afirma que “em todo mundo há interesse pelo empreendedorismo [...] Há uma 
convicção de que o poder econômico dos países depende de seus futuros empresários”. 
Assim, a construção de um modelo brasileiro que mensura o empreendedorismo interpreta sistematicamente 
informações de fontes seguras como a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), bem como do SEBRAE, em que o cruzamento de informações permite definir o modelo de 
empreender por oportunidade ou por necessidade. O modelo aponta que a diferença encontra-se nas 
características comportamentais do indivíduo empreendedor. 
Então, você conseguiu se encontrar como um empreendedor brasileiro? Ou você ainda não havia pensado a 
respeito? Vamos às próximas colocações! 
O anuário GEM tem desenvolvido estudo sobre empreendedores ao redor do mundo e estabelece a 
importância para o desenvolvimento econômico das nações por meio de empreendedores empresários, que 
apresentam características diferenciadas em função de cada cultura nacional. No Brasil, para ser um 
microempreenddor individual (MEI) é necessário ter uma fatura anual de até R$ 81.000,00 ou R$ 6.750,00 
por mês, não deve ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter no máximo um empregado 
contratado que receba o salário-mínimo ou o piso da categoria. Portanto, MEI é um microempreendedor que 
já definiu seu empresariado no mercado, mas até chegar a ser um empreendedor microempresário, teve que 
percorrer um caminho. Os órgão governamentais consideram esse caminho “informalidade”, no entanto, 
pensamos que neste percurso, as capacidades empreendedoras tenham se expressado durante a busca. 
O anuário GEM (2017) traz a informação que no Brasil 62% dos empreendedores possuem idade entre 18 a 
44 anos, são iniciantes, com baixa escolaridade, e além das dificuldades socieconomicas relacionadas e 
muitas barreiras, consideram que o empreendedorismo praticado é preponderantemente por necessidade e 
não por oportunidade. 
 
Esses microempreendedores não procuram e não percebem a necessidade de buscar informações iniciais 
sobre o ramo de seu negócio , alegando falta de tempo. Outra caraterística observada é que os 
empreendedores por necessidade atuam em atividades que requerem pouco investimento financeiro e tenha 
retorno imediato, atuando com prestação direta de serviços aos consumidores. 
Para o GEM (2017, p. 29), os empreendedores por oportunidade “são capazes de identificar uma chance de 
negócio ou nicho de mercado, empreendendo mesmo possuindo alternativas concorrentes de emprego e 
renda”. 
A formalização, mesmo sendo facilitada para MEIs e a custo baixo, representa um entrave aos 
empreendedores, levando a grande parte a não ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). 
Ainda segundo o GEM (2017, p. 81), “a mentalidade empreendedora é um conceito que está associado à 
percepção e avaliação interna do indivíduo sobre o ambiente no qual ele está inserido (...)”. 
Portanto, há vários fatores limitantes ao empreendedorismo no Brasil, como: educação e capacitação, visão, 
capacidade empreendedora, falta de informação, não acesso a recursos financeiros, desconhecimento da 
gestão de seu negócio, falta de políticas governamentais, entre outros. A figura a seguir apresenta um típico 
microempreendedor individual por necessidade. 
Esses dados nos levam a refletir que muitos dos empreendedores por necessidade no Brasil não se 
prepararam para tornarem-se empresários, pois não possuem informações sobre o ramo de atividade, noção 
de gestão, entre outros. Há também uma baixa incidência na busca por órgãos de apoio ao empreendedor, o 
que leva esses empreendedores a encontrarem maiores dificuldades na gestão do negócio, planejamento, 
gestão financeira, visão de mercado, dificultando a continuidade e sucesso do empreendimento. 
Faz-se urgente, portanto, o desenvolvimento de ações de fortalecimento do empreendedorismo no Brasil, 
especialmente para empreendimentos de micro, pequeno e médio porte, além dos microempreendedores 
individuais, sobretudo, com foco nas políticas governamentais, novos processos de educação e capacitação 
para empreendedores, apoio financeiro ao empreendedorismo., como também avançar na área de pesquisa 
e desenvolvimento, incentivando a criação de empreendimentos que atuem nesse segmento. 
Essa carência coloca o Brasil na perspectiva de país em desenvolvimento, trabalhando muito mais em 
serviços, ao contrário de países desenvolvidos, onde os empreendedores procuram conhecer, por meio de 
órgãos governamentais, o mercado. Além disso, possuem o conhecimento acadêmico necessário para 
abrirem um negócio, fazem cursos necessários durante o percurso de sua colocação no mercado, contam 
com incentivos e políticas governamentais para que haja continuidade dos negócios e manutenção de 
empregos. 
Já o caso de países subdesenvolvidos, na classificação de empreendedores em nível mundial, está no fato 
de empreenderem em trabalhos mais extrativistas. 
De Masi (2001, p. 164) observa que “a progressiva intelectualização de toda atividade humana é valor 
emergente da sociedade pós-industrial”. E ainda Cerdeira et al. (2000), chama a atenção para a abertura do 
mercado mundial e o rápido desenvolvimento tecnológico que tem trazido mudanças sociais, culturais e 
econômicas em nível global e como isso afeta frontalmente os empregos e trabalhos e acabam por refletir no 
comportamento das pessoas. Esse mercado global e tecnológico atual exige um novo perfil profissional que 
demonstre qualificação, visão, estudo, persistência, criatividade e competência. 
Sendo assim, o novo mercado global suscita um novo comportamento. Para conhecê-lo veja a seguir a 
perspectiva comportamental exigida de um empreendedor de sucesso. 
2.2 Perspectiva Comportamental 
Agora que você examinou e refletiu sobre aspectos que diferenciam o empreendedorismo no Brasil e no 
mundo, terá condições de observar e analisar seu comportamento. Essa reflexão irá permitir pensar sobre 
quais características encontram-se no seu perfil empreendedor. Ou você ainda não consegue se ver como 
um? Não se esqueça de que você está se capacitando com esse estudo. 
Para facilitar a compreensão sobre os aspectos relacionados ao comportamento empreendedor elencamos 
alguns conceitos, apresentados de forma simplificada e clara, por meio do entendimento de materiais de 
autores conceituados na área do empreendedorismo. São eles: Birley e Muzyka (2001), Dornelas (2001), 
Filion (1999), Hisrich e Peters (2014), Fialho et al (2006) e Schmitz (2009). 
Para começar, temos a definição de empreendedores: são pessoas com características peculiares, no 
entanto, não exclusivas, que podem atuar por necessidade ou oportunidade, buscando gerar valor por meio 
da criação ou expansão de alguma atividade, identificando e explorando novos produtos, processos e 
mercados. 
Outroconceito importante é o de atividade empreendedora: que é a ação empreendedora que busca gerar 
valor, por meio da criação ou expansão da atividade econômica, identificando novos produtos, processos e 
mercados. Dornelas (2001, p. 39), por exemplo, nos traz que empreendedorismo ”destrói a ordem econômica 
existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela 
exploração de novos recursos materiais.” 
Sendo assim, é preciso de alguém que execute as ações e coloque essas definições em prática, papel que 
cabe ao empreendedor. Mas como reconhecemos um empreendedor? Quais as características necessárias 
para ser considerado um empreendedor? Essas questões serão os temas do próximo item. 
2.2.1 Características que um empreendedor deve ter 
Numa reflexão sob a perspectiva comportamental podemos citar Schmitz (2009) que apresenta 
características do empreendedor como a capacidade de identificar oportunidades e criar algo inovador sob 
condições de incerteza, assumindo os riscos aí envolvidos, além da persistência e visão de futuro que 
envolve o processo de empreender. Essa concepção evidencia variados fatores psicológicos, como 
motivação e atitudes que resultam em comportamentos que possibilitam transpor barreiras para o alcance de 
objetivos e estão envolvidos na noção de empreendedorismo. 
Bergamini (1977, p. 84) esclarece o enfoque motivacional que “o estudo da motivação é uma busca de 
explicações para alguns dos mais intrincados mistérios da existência humana, suas próprias ações”. 
São as ações humanas responsáveis pelo comportamento que o ser humano traduz na busca por 
conhecimento, trabalho, execução de tarefas, status profissional e outras atitudes comportamentais. Esse é o 
comportamento de um empreendedor, pois como afirma Dolabela (2008, p. 29), “o empreendedor é alguém 
que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”. 
Morgan (1996) replica que o ser humano é um ser psicológico, fisiológico e social, que está em constante 
busca de satisfação das suas necessidades. E corroborando com esta reflexão, Bergamini (1989) 
complementa que a motivação vem das necessidades de cada indivíduo, assim, estes não fazem as mesmas 
coisas pelas mesmas razões. Isso porque o que envolve as escolhas e decisões pessoais está relacionada 
ao caminho de vida desde seu nascimento, levando em consideração condições genéticas e sociais. 
 
A fonte de ações de um indivíduo pode ser interna ou externa, ou seja, intrínseca ou extrínseca. Fatores 
intrínsecos estão relacionados à estrutura psicológica do indivíduo e de suas necessidades pessoais de 
sucesso, sociabilidade, reconhecimento entre outros. Já os fatores extrínsecos estão relacionados aos sinais 
e às recompensas sociais. 
Vários autores pesquisaram sobre o que impulsiona e motiva o homem a certas ações e no quadro a seguir, 
podemos ver um resumo das respostas. 
A forma de agir de uma pessoa está intimamente relacionada ao seu desenvolvimento humano e influenciada 
do revestimento biológico, da socialização e das sensações experimentadas. Por isso as pessoas percebem 
a realidade que as cerca de forma diferente, o que explica reações diferentes em pessoas diferentes. 
Para Chiavenato (2012), a necessidade do ser humano está relacionada a um conjunto de motivos que leva o 
indivíduo a adotar determinado comportamento​. 
O mundo objetivo e subjetivo das pessoas é construído e reconstruído constantemente a partir das relações 
e transformações dinâmicas e contínuas que ela estabelece com o mundo externo. E, ainda complementando 
esse conhecimento comportamental do ser humano, o teórico e pesquisador Maslow afirma que o ser 
humano procura atender suas necessidades das mais elementares (base da pirâmide) até as mais 
complexas (alto da pirâmide). Cada vez que uma necessidade é suprida, surge outra que precisa ser 
atendida. 
Assim, percebe-se que o comportamento humano é o resultado da soma dos estímulos recebidos desde a 
concepção até a morte de um indivíduo. Portanto, normalmente o comportamento do ser humano é resposta 
sobre o estimulo que o afeta. O que é corroborado por Motta (1979, p. 23) ao afirmar que: 
o comportamento do homem não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas; o 
homem é condicionado, a um só tempo, pelo sistema social e demandas de ordem biológica; 
todo homem possui necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio e 
autorrealização. 
 
Branco (1998) traz ao nosso entendimento que crenças, afetos, desafetos e significados sociais contribuem 
para a transformação de nossos valores e crenças. Assim, em cada momento de nossas vidas, de acordo 
com o que recebemos de estímulos, experiências e conhecimentos, podemos sofrer mudanças em nosso 
comportamento. 
O ser humano percebe os sinais do mundo exterior que tenham feito parte de uma de suas opções para o 
futuro e tenha sido arquitetada por sua imaginação, ou seja, uma interação cognitiva. Nesse sentido, De 
Geus (2001) corrobora ao afirmar que o comportamento humano é imprevisível e imensurável, podendo ser 
até ambíguo. Pois o homem ao passar por experiências e adquirir novos conhecimentos acaba por construir 
projetos que podem orientar ações futuras, de onde se depreende que o homem não é somente espectador, 
ele age, reage, constrói, destrói, ou seja, ele é parte integrante do contexto em que convive. 
Por fim, Skinner (1974), afirma que o comportamento humano é o traço mais familiar do mundo em que as 
pessoas vivem, ou seja, as ações e reações do ser humano estão intimamente ligadas ao ambiente em que 
vive. E nos dias atuais, o mundo globalizado, os avanços tecnológicos e a competição empresarial trazem um 
grande desafio ao ser humano, no sentido de estarem aptos e qualificados para o mercado de trabalho, bem 
como o comprometimento pessoal por seu crescimento profissional. Esse é o desafio do empreendedor nos 
dias atuais. Para cumprir essa missão, o empreendedor possui um tipo de perfil que condiz com seu trabalho, 
ponto que vamos abordar no próximo tópico. 
2.3 Perfil do Empreendedor 
Após a reflexão sobre os aspectos comportamentais de um empreendedor, podemos nos perguntar: qual 
motivo para empreender? Para facilitar a compreensão, reflexão e análise, apresentamos características 
descritas por vários autores que procuraram descrever o perfil de um empreendedor de acordo com suas 
investigações e pesquisas realizadas em seus construtos. 
O termo empreendedor também tem apresentado vários significados ao longo dos séculos. São significados 
voltados ao indivíduo temporal, ou seja, de acordo com a época, como, homem de briga, estrategista militar, 
visionário, criativo, líder, inovador entre outros. Isso apresenta o empreendedor como um indivíduo que age 
de acordo com o contexto e as circunstâncias às quais está exposto, pois o comportamento do 
empreendedor não é estático. 
 
CASO 
O criador de uma loja de departamentos no Brasil foi o primeiro imigrante europeu a 
apostar na economia de mercado nível C, quando essa ideia ainda não existia. Em 
meados do século XX, ao chegar ao país e se estabelecer no estado da Bahia, 
vendia roupas montado em umabicicleta para sobreviver. Hoje é dono de uma 
grande rede de lojas do varejo brasileiro. Como visionário, observador e persistente 
que era, adotou uma prática de mercado até então inexistente no Brasil: a venda a 
prestação, porque os moradores da região, em sua maioria trabalhadores pobres, 
não tinham dinheiro para comprar as mercadorias à vista. O conceito não existia 
naquela época e com suas estratégias visionárias prosperou e chegou aos dias de 
hoje como um empreendedor de sucesso. Portanto, este empreendedor nos dá uma 
visão de como características essenciais a um empreendedor podem ser fatores de 
sucesso. 
A seguir, você irá conhecer algumas características empreendedoras que serão úteis para compreender 
melhor o perfil de um empreendedor, facilitando a montagem do perfil correto para essa atividade. 
2.3.1 Montando o perfil ideal do empreendedor 
Veja no quadro a seguir, características empreendedoras identificadas por vários autores e em períodos 
diferentes. Isso demonstra que o empreendedorismo é um fenômeno que tem feito a diferença na vida da 
humanidade ao longo dos tempos, e não é um modismo como muitos autores colocam. 
 
Para desenvolver perspectiva de futuro num cenário imprevisível é necessário reagir por meio de maneira 
flexível, oportuna e acidental às pressões do ambiente, onde as experiências, conhecimentos e tecnologias 
promovem parcerias e o empreendedor torna-se necessário para a sobrevivência e a competitividade não só 
empresarial como para a sociedade. Nesse cenário, as ações empreendedoras são molas propulsoras do 
desenvolvimento e da riqueza de uma nação. Corroborando para o entendimento desse modelo de 
empreendedor, Dornelas (2001, p. 41), afirma que: 
a decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso [...] Na verdade, 
essa decisão ocorre devido a fatores externos, ambientais, sociais e aptidões pessoais, ou ao 
somatório de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de um 
negócio. 
Nesse sentido, o empreendedor ao apresentar várias características, que podem ser positivas e geradoras de 
oportunidades, auxilia no crescimento econômico e na geração de empregos. 
O empreendedorismo move não só as organizações, como também as pessoas em direção à novas formas 
de gestão, à proatividade e capacidade competitiva, à busca de novas opções, visão diferenciada e 
condições favoráveis a permanência no mercado. 
Para Birley e Muzika (2001), os empreendedores são pessoas rebeldes e criativas, pois quando têm uma 
causa as defendem por estarem motivados a realizá-las. A capacidade do empreendedor envolve sonho, 
visão e inovação e, comumente, exploram oportunidades independente dos recursos que tem em mãos. São 
estimulados por problemas e necessidades que precisam de soluções. 
Já Hisrich, Peters e Shepherd (2014) afirmam que os empreendedores pensam de forma diferente e em 
ambientes de insegurança e alta pressão conseguem tomar decisões, mesmo correndo risco. 
Vamos conhecer a seguir as principais capacidades empreendedoras, com base na pesquisa de Schmitz, 
Bernardes e Lapolli (2007), que utilizaram o modelo de Almeida (2003) apresentando as atitudes 
empreendedoras condensadas em quatro principais capacidades. 
Ainda com base nos estudos de Schmitz e Bernardes (2008) apresentamos várias características 
empreendedoras. No entanto jamais esqueça que o empreendedor não precisa apresentar todas e, 
tampouco, nasce com todas, mas ao longo de sua vida vai agregando as que necessita. 
Realização ​– o empreendedor é sempre um indivíduo inconformado e que possui uma forte tendência a 
realizar suas expectativas e sonhos. Possui características que facilitarão o alcance e a satisfação de sua 
necessidade de realização. Além disso, é otimista e orientado para a realização de tarefas, persistente no 
alcance de suas metas e objetivos. 
Autonomia/independência ​– por ser um individuo com orientação na realização de seus alvos e objetivos, 
não se detém na busca e no alcance de seus sonhos por depender de alguém ou algo. Seu senso de visão e 
realização o leva a priorizar seus objetivos pessoais, tomar decisões pessoais e, até quando é empregado de 
alguma empresa, acaba por desobedecer a ordens e em alguns casos “remar contra maré”. 
Tendência criativa ​– é um individuo imaginativo, sonha acordado, inovador, versátil e com grande 
curiosidade. Também utiliza muito de sua intuição e se for desafiado apresenta grande prazer por tal. Além 
disso, está aberto a mudanças e novidades; 
 
Propensão a riscos ​– por estar sempre voltado a encontrar soluções para o alcance de seus objetivos e 
sonhos, não mede esforços e acaba por correr riscos. Move-se por desafios, sente-se estimulado por eles. 
No entanto, avalia custos e benefícios, fixa metas e objetivos desafiadores, mas realizáveis. 
Impulso e determinação ​– por ser um indivíduo que busca a realização de suas metas e sonhos, corre 
riscos, mas é imaginativo, em algumas oportunidades age por impulso em função de sua determinação para 
alcançar seus objetivos. Sempre procura controlar seu destino e possui autoconfiança, determinação e 
grande esforço pessoal. 
Autonomia – ​por ser autodeterminado no alcance de seus objetivos acaba por agir independente de pessoas 
e situações. 
Inovação ​– característica percebida no empreendedor pela tendência em apresentar novas ideias, 
novidades, experimentos, processos, produtos e serviços. Também busca novas oportunidades, soluções e 
tecnologias. 
Pró-atividade ​– por serem apaixonados pelo que fazem tem atitude de iniciativa e antecipação de 
oportunidades. 
Competitividade ​– gostam de desafios, assim tem a propensão de desafiar seus competidores para alcançar 
uma posição de destaque. 
Visionários ​– estão sempre vislumbrando o futuro para seu negócio e sua vida, pois são sonhadores e tem a 
habilidade de implementar seus sonhos. 
Tomam decisões ​– por não se sentirem inseguros, tomam decisões independente da situação que se 
encontram, principalmente nos momentos de adversidade. 
Fazem a diferença ​– por serem observadores, criativos, persistentes e realizadores,o que idealizam fazem a 
diferença, pois agrega valor. 
Exploram oportunidades ​– sua determinação e inconformismo os levam a explorar todas as oportunidades 
em que se colocam. São exímios identificadores de oportunidades. Sempre apresentando curiosidade, 
atenção e criatividade. 
Determinados e dinâmicos ​– por serem inconformados diante da rotina, mantêm um comportamento 
dinâmico e determinado aos seus objetivos. Fazem acontecer. 
Dedicados ​– se empenham para alcançar seus objetivos. 
Otimistas e apaixonados pelo que fazem ​– adoram o que se propõem a fazer, sendo esse o combustível 
para a autodeterminação, ânimo e otimismo em suas escolhas. 
Líderes e formadores de equipes ​– com facilidade para a persuasão, desenvolvem o senso de liderança e 
são respeitados por seus pares. Sabem valorizar, estimular, recompensar e formar um time em torno de si. 
Bem relacionados (​networking​) ​– constroem uma rede de relacionamentos para obterem auxílio sempre 
que se fizer necessário. 
Organizados ​– por terem tendência a planejar, são organizados em seus planejamentos. 
Planejam, planejam, planejam ​– estão sempre planejando cada passo de seus objetivos, a fim de alcançar 
seus sonhos.Possuem conhecimento ​– Estão sempre em busca de novos conhecimentos para poderem enfrentar os 
desafios que se colocam para alcançar seus sonhos. Quanto mais conhecimento, maior sua chance de êxito. 
Criam valor para a sociedade ​– ao colocarem em prática suas características empreendedoras, buscam 
soluções para seus desafios e acabam por criar valor para a sociedade, pois melhoraram a vida das pessoas 
com a abertura de novos negócios. 
Velozes ​– não esperam passar a oportunidade ou serem ultrapassados por outros. Têm prazer em 
apresentar soluções, pois são apaixonados. 
. 
O mundo e seu futuro próximo, segundo Vieira (2003), serão dominados pela incerteza. Nada será previsível, 
nada será duradouro, tudo caminhará em processo de mudança e inovação. E essa perspectiva muda 
também a ordem psicológica das condutas, dos comportamentos, das ações e reações. O homem precisa ser 
flexível às necessárias adaptações a cenários de permanentes mudanças. Em meio a toda essa 
complexidade e imprevisibilidade, Drucker (1997), em entrevista comenta que a melhor forma de prever o 
futuro é criá-lo. Portanto, esse novo cenário suscita um perfil do empreendedor capaz de se adaptar as 
mudanças, inovar e criar valor, afinal é ele que busca o novo, assume riscos e faz a diferença. 
 
2.4. Começar a empreender 
Para empreender, você irá precisar de uma equipe de pessoas que poderão lhe ser bastante útil nas 
necessidades e solução de problemas e situações que poderão surgir. Essa equipe é a rede de 
relacionamentos que você irá construir ao longo de sua caminhada. E nesse tópico você vai entender o que 
é. 
2.4.1 Estabelecendo a rede de relacionamentos 
O empreendedor precisa de uma rede de relacionamentos como recursos ou até investimentos, pois pode ser 
útil para encontrar pessoas que venham a trabalhar no seu novo negócio ou auxiliar em seus planos, ou 
mesmo, serem possíveis fornecedores, que podem ser acionados nos momentos de algum trabalho 
específico. 
Lopes (1999, p. 7) afirma que o empreendedor “é um paradigma na atual sociedade, em que o cenário é 
cambiante e incerto”. Isso reforça a necessidade da utilização de uma rede de relacionamentos Portanto, 
muitos podem ser os momentos, em que o empreendedor precisa usar de persuasão e de uma vasta rede de 
relacionamentos. 
Morgan (1996) evidencia a importância de uma rede de relacionamentos quando afirma que as relações 
interpessoais podem ser úteis ao crescimento pessoal, além de ajudar, simultaneamente, empresas a 
atingirem seus objetivos e propósitos. 
Outra característica de uma rede de relacionamentos é manter o empreendedor atualizado com informações 
que podem ajudar a obter indicações de possíveis novos clientes e até de potenciais investidores. A rede de 
relacionamentos proporciona aos empreendedores orientações e interesses voltados ao negócio e até 
intenções futuras. 
O empreendedor ainda precisa saber que sua rede deve ser nacional e internacional, pois irá facilitar o 
conhecimento de novos mercados globais. 
 
Schmitz (2012) faz referência a persuasão e a rede de relacionamentos como estratégia empreendedora 
para influenciar pessoas, encontrar pessoas-chave, manter relações comerciais e persuadir os outros os 
direcionando aos seus objetivos e metas pessoais. A autora categoriza essa capacidade na dimensão 
afiliação. 
Portanto, a rede de relacionamentos é uma ferramenta dos empreendedores utilizada em suas ações para o 
alcance e o sucesso na consecução das tarefas. Schmitz (2012) ainda apresenta o empreendedor como 
tendo uma forte tendência em exercer autoridade sobre os demais. Essa facilidade de persuasão leva o 
empreendedor ao poder, o que permite executar ações poderosas. Assim, as duas necessidades dos 
empreendedores, necessidades de poder e de afiliação, estão intimamente relacionadas e leva o 
empreendedor a construir uma ampla e consistente rede de relacionamentos. A construção dessa consistente 
rede de relacionamentos fortalece, traz segurança ao negócio e permite ao empreendedor executar ações 
específicas e obter apoio das pessoas necessárias, encontrando o resultado que almeja. 
Ser bem relacionado e deter a capacidade de persuasão para conseguir convencer. Assim, o empreendedor 
utiliza a rede de relacionamentos de forma intensa. 
 
Os empreendedores sabem construir suas redes de relacionamentos e agregam pessoas que serão uteis no 
alcance de seus objetivos. Por sua forte característica de persuasão, acabam por mover as pessoas na 
direção de seus interesses para a consecução de suas ações e objetivos pretendidos. 
E você já iniciou a construção de sua rede de relacionamentos? Mesmo que pense ser cedo, lembre- se que 
você pode ser um empreendedor em sua vida pessoal ou em qualquer aspecto da vida. Todos os momentos 
e oportunidades, mesmo na academia, no clube, na academia e até na igreja, você pode desenvolver 
características e formar um perfil empreendedor bem ajustado a uma rede de relacionamentos que o levará a 
realização de seus sonhos em nível pessoal, profissional, familiar e social. 
 
 
CAPÍTULO 3 - QUAL É O PRIMEIRO PASSO 
PARA EMPREENDER? 
 
Introdução 
 
Empreender envolve riscos e incertezas. Isso, mesmo com toda a evolução no conhecimento sobre o que é 
empreendedorismo e a criação de cursos de capacitação para empreender, o que representa uma melhoria 
significativa em relação ao início da década de 1980, quando não existiam cursos no Brasil e nem mesmo 
livros brasileiros sobre o assunto. 
Ainda assim, muitas pessoas decidem iniciar seu próprio negócio, seja por vocação ou necessidade, e essa 
decisão pode ocorrer por uma série de fatores externos, ambientais ou sociais, por conta das aptidões e 
habilidades individuais, ou, então, devido a um pouco de cada um desses elementos (DORNELAS, 2017). 
Somado a esses fatores, existe também uma ideia inicial do empreendedor potencial, a ideia de um produto, 
de um serviço ou de um tipo de mercado que combina com os fatores descritos acima. Mas como que o 
empreendedor tem uma ideia para um negócio? Ou ainda, talvez mais importante, como saber se a ideia 
tem potencial para virar um negócio de sucesso? 
Depois da ideia, ou da visão do que pode ser o seu futuro negócio, qual o primeiro passo para empreender? 
A ideia é o fato gerador de um negócio, certo? Mas uma boa ideia em si não é suficiente para que haja o 
empreendedorismo. Então, como transformar a ideia, o sonho ou a visão numa realidade? Que tipo de apoio 
existe para superar as dificuldades e fazer com que o negócio sobreviva? 
Neste capítulo, você vai descobrir como utilizar a criatividade para transformar uma ideia numa oportunidade 
de negócio e como funciona o processo do empreendedor para fazer com que o negócio se torne realidade. 
Além disso, irá conhecer os principais instrumentos de apoio ao empreendedorismo. 
Vamos à leitura? Bons estudos! 
3.1 Criatividade para solução de problemas 
As pessoas que pensam em ter um negócio vão criando, em suas cabeças, ideias de produtos com base em 
suas experiências. Essas ideias, inicialmente, estão num estado bruto, como um sonho, algo ainda não 
muito bem definido. O empreendedor

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