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João e Maria

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CIVEL DA COMARCA DE XX 
 João, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade nº..., inscrito no CPF nº..., domiciliado e residente ..., juntamente de Maria, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade nº..., inscrito no CPF nº..., domiciliado e residente ...., por intermédio da sua advogada (procuração em anexo) que esta ao final subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência com fulcro no artigo 171 inciso II do código civil, propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Em face de SUPERMERCADO, inscrita no CNPJ sob o número xxxxx e na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, sob número xxxx, com sua consolidação contratual registrada sob número xxxx em xx/xx/xxxx, com sede na Avenida Tal nº xxxx, Centro, na cidade de Rio de Janeiro, e Carlos, qualificação completa, pelas razoes de fato e fundamentos a seguir expostos:
I- DOS FATOS
 Os requerentes, trabalhadores rurais de escolaridade baixa, trabalhavam para Carlos e em certo dia, o patrão os levou documentos para serem assinados, supostamente referente ao registro como empregados dos mesmos, porem atualmente, anos após a assinatura destes documentos, ambos descobriram que há um supermercado aberto este ano na cidade do Rio de Janeiro, onde constam seus nomes como sócios, juntamente de Carlos.
 No entanto, nem João e muito menos Maria sequer já residiram na cidade onde foi aberto este supermercado, são pessoas simples e vem perante Vossa Excelência procurar respaldo perante o ato enganoso de Carlos com relação a documentação para adquirir a assinaturas.
II- DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA
 Requer os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na forma da lei, não podendo, portanto, arcar com a custa e demais despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, com fulcro no artigo 98 e 99 do novo código de processo civil consoante com o artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal/88.
III- DO DIREITO
 A manifestação de vontade sob falsa realidade se caracteriza como erro essencial, defeito no negócio jurídico, que no presente fato se enquadra em dolo. Para se ter um ato jurídico legítimo, é necessário vontade das partes, e, por conta disto o dolo vicia o negócio jurídico, pois é um erro em relação a realidade no caso, documental, provocado por terceiro. Segundo Venosa:
“O elemento básico do negócio jurídico é à vontade. Para que essa vontade seja apta a preencher o conceito de um negócio jurídico, necessita brotar isenta de qualquer induzimento malicioso. Deve ser espontânea. Quando há perda dessa espontaneidade, o negócio está viciado. O induzimento malicioso, o dolo, é uma das causas viciadoras do negócio”. (2008, p. 393)
 Podemos verificar nitidamente na narrativa dos fatos que o patrão dos requerentes se utilizou do pouco conhecimento e da confiança dos mesmos para ludibria-los a assinar papéis sem ao menos os explicar sobre o que realmente se tratava e por acharem ser referente a algo que lhes era benéfico, foi assinado. 
No artigo 145 do código civil, se lê:
“Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.”
 A anulação do presente negócio que é, a sociedade com Carlos em relação ao supermercado citado, se sustenta perante ao fato de que, se João e Maria soubessem do que se tratava a documentação assinada, mesmo eu de alguma forma os trouxessem benefícios, não teriam assinado, pois são pessoas simples que não saberiam como lidar com tal assunto e responsabilidade. Não cabe como dolo essencial pois um registro como empregado e uma sociedade empresarial são procedimentos e ocupações completamente divergentes. 
IV- DA RETIRADA DA SOCIEDADE
 É importante frisar a retirada dos requerentes como sócios nessa sociedade, pois o intuito nunca foi se tornarem sócios, mas sim se adequar aos requisitos de empregados. Esta retirada através da possibilidade do sócio se retirar da Sociedade Simples sem qualquer justificativa, desde que notificada a Sociedade no prazo de 60 (sessenta) dias, presente no artigo 1029 do código civil. 
V- DOS DANOS MORAIS
 A atitude de Carlos em não pontuar o real teor do documento caracteriza dolo, pois agiu de má fé para com os requeridos. Sendo assim, através de suas atitudes, cabem danos morais sustentados ao desdém com a integridade da inteligência dos meus clientes, além de invadir a privacidade de João e Maria ao utilizar de seus dados, nome e identidade para uma atividade empresarial sem autorização.
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
 Sob tal perspectiva, diante da situação do objeto de análise, incumbirá ao Magistrado vislumbrar os diversos critérios existentes no sistema indenizatório, de modo a prevalecer que, à luz de sua interpretação, a aplicação da indenização.
VI- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUER:
a) Procedência total da presente ação;
b) Condenação solidária, na qualidade subsidiaria das rés a sentença da presente ação;
c) A justiça gratuita conforme prevista no artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal/88;
d) A anulação do negócio jurídico feito entre Carlos, Maria e João fundamentada nos artigos 145 e 171 inciso II do código civil.
e) Indenização a titulo de danos morais conforme artigo 927 do código civil e artigo 5º inciso X da CF/88.
Dá-se a causa o valor de R$...
Termos em que,
Pede deferimento
Cidade...,08 de Maio de 2020
____________________________
ADVOGADA - OAB

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